A existência de centros urbanos como centros de comércio e cultura é milenar. À medida que se desenvolviam as tecnologias de construção, abastecimento de água e transporte, especialmente as embarcações que transportavam grandes volumes de mercadorias e pessoas, as pequenas aldeias se transformavam em centros urbanos.
Em 500 A.C já havia um milhão de habitantes em Roma. Mas foi apenas depois de 1760, após a Revolução Industrial na Inglaterra, que o protagonismo das cidades começa a tomar o seu lugar. Desde então as cidades passaram por grandes desafios e, até o momento, absolutamente nada foi capaz de dissipar as pessoas e desconstruir os grandes centros urbanos.
Quando pensamos em galerias, museus e espaços expositivos em geral é comum que nos venha à mente a imagem de um lugar fechado, iluminado, com paredes brancas e piso neutro, provavelmente em madeira. A ideia de pensar espaços expositivos como espaços “puros”, seja para dar foco à obra de arte em si, seja para permitir que exista a rotatividade das exposições, talvez seja a maior diretriz na produção de espaços expositivos nas últimas décadas. No entanto, da mesma forma em que a arte transforma o espaço, o espaço também pode ser um agente transformador da arte. É com essa reflexão que emergem produções artísticas pensadas para um espaço específico, mais conhecidas como instalações site specific.
As escadas de madeira podem apresentar um aspecto próprio em cada projeto, graças não apenas às diferentes disposições que podem ocupar no ambiente, mas também à variação de cores e texturas proporcionadas pelas diferentes espécies e cortes das peças e às diferentes maneiras de arranjo de degraus.
O lugar em que nascemos, onde moramos e as referências das cidades fazem parte da história e compõe nossa identidade. Será que conseguimos decifrar o que esses espaços nos contam? Será que podemos expressar nossa percepção sobre eles? O Vale do Anhangabaú anuncia parte essencial do desenvolvimento de São Paulo e integra o imaginário de quem construiu memórias ali. Esse artigo é um exercício de transcorrer diferentes temas para instigar múltiplas possibilidades, coletivas e individuais, reais e utópicas, de experienciar esse espaço.
Cuidar da terra, cuidar das pessoas e cuidar do futuro. Estes são os três princípios éticos que orientam a prática da permacultura desde a elaboração do termo, no final da década de 70, pelos ecologistas australianos David Holmgren e Bill Mollison. Esta foi uma época em que o movimento ambientalista ganhou bastante força com o surgimento de diferentes entidades e correntes unidas em uma tentativa de frear a destruição dos recursos naturais do planeta.
Seus três princípios básicos representam a preocupação e cuidado com os recursos naturais, a busca por uma vida social em harmonia com a natureza e criação de sistemas de compartilhamento do uso de recursos naturais.
Sinaloa é um estado localizado na região noroeste do México, limitado geograficamente pelos estados de Sonora, Chihuahua, Durango, Nayarti e a oeste com o Golfo da Califórnia e o Mar de Cortés. Com mais de 58 mil quilômetros quadrados de área, é o estado agrícola mias importante do país.
O Taller Síntesis de Medellín, Colômbia, compartilhou conosco este artigo enfatizando a importância de reconhecer o ambiente construído rural colombiano, que responde à maior parte do território mas não à maior parte da prática arquitetônica, com o objetivo de conscientizar o público sobre como a arquitetura é desenvolvida e reconhecida no país.
Convidado por Miró Rivera Architects para documentar a obra construída do escritório, o fotógrafo belga Sebastian Schutyser decidiu empregar uma técnica bastante incomum mas que vem ganhando mais e mais adeptos ao redor do mundo. As imagens criadas pelo fotógrafo, criadas com o auxílio de uma câmera pinhole, são capazes de revelar à perfeição o diálogo construído entre a arquitetura e a paisagem, característica marcante nas obras do estúdio com sede em Austin, Texas.
O concreto talvez seja o material mais facilmente associado à arquitetura moderna brasileira; de alta resistência à compressão e, quando armado, capaz de assumir variadas formas, sua plasticidade fez com que se tornasse o material favorito de alguns dos mais expressivos arquitetos brasileiros do século passado.
Hoje, ainda é bastante explorado na arquitetura produzida no Brasil, seja por sua robustez estrutural, facilidade de manutenção ou valor estético.
Ao longo do século XX, Miami Beach passou por inúmeras e profundas transformações, desde seu importante papel durante os anos dourados na virada do século, passando a ser conhecida como a capital americana do Art Déco até se transformar em um dos principais destinos de luxo da metade do século—para logo depois cair no esquecimento durante os anos 1970. Depois de quase uma década de abandono e decadência, pouco a pouco esta pequena cidade-distrito de Miami começou a despertar o interesse da comunidade de preservacionistas em meados dos anos 1980. Na década de 1990, Miami Beach ressurge como uma fênix para então se tornar novamente um dos destinos mais procurados dos Estados Unidos, atraindo novos ilustres residentes e personagens famosos como Gianni Versace entre outros.
Com a notícia promissora de uma vacina em potencial que em breve poderá fazer com que o mundo retorne a um modo de vida seminormal, questões estão sendo levantadas sobre como será o futuro do transporte público. Embora alguns prevejam que levará anos até que voltemos às formas de aglomeração, como sardinhas enlatadas em vagões de metrô lotados durante a hora do rush, não se trata apenas de como os indivíduos se sentem estando próximos uns dos outros enquanto se movem pela cidade. Tem mais a ver com como nossos outros hábitos diários, que foram remodelados como resultado da pandemia, podem mudar os objetivos gerais dos sistemas de transporte público em todo o mundo. Que estratégias podem ser implementadas para trazer o número de passageiros de volta aos níveis normais e para trazer o cenário da mobilidade de volta para onde estava, enquanto a sociedade continua a passar por grandes mudanças fundamentais?
Na Robie House, Frank Lloyd Wright cria um arranjo inteligente de espaços públicos e privados, distanciando-se lentamente da rua através de uma série de planos horizontais. Beirais pronunciados fazem com que o espaço interior se expanda ao exterior. Considerada a primeira fase da carreira do arquiteto americano, as chamadas Prairie Houses tinham marcada horizontalidade, sobretudo por conta dos enormes planos criados por beirais levemente inclinados. Beirais são onipresentes na maioria das arquiteturas tradicionais e além do papel estético, desempenham importantes funções nas construções, em que talvez a principal seja manter a água da chuva longe das paredes e da estrutura. Mas de algum tempo para cá, não nos faltam exemplos de projetos com telhados inclinados sem beirais, conformando volumes puros e esteticamente muito agradáveis. Isso nos traz à pergunta: Nestes projetos, como são resolvidas as questões práticas do escoamento da água da chuva e o encontro dos planos vertical e diagonal?
“Quando todas nossas crises convergem, como o que está acontecendo neste exato momento, é preciso por em prática soluções conciliatórias”, argumentou Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), na Conferência GreenBuild 2020. As soluções conciliatórias que Figueres menciona, são aquelas que, procurando minimizar as emissões de gases de efeito estufa, permitirão uma reaproximação entre a humanidade e a natureza. E embora a engrenagem para esta mudança de direção já esteja em andamento, é preciso movê-la mais rapidamente para que sejamos capazes de nos aproximar de um futuro de autossuficiência em energia.
https://www.archdaily.com.br/br/952625/christiana-figueres-um-futuro-de-autossuficiencia-em-energia-esta-sendo-construidoJared Green
A bioconstrução consiste no processo construtivo através de materiais e técnicas de baixo impacto ambiental, além da adequação da arquitetura às condições locais e tratamento de resíduos durante a ocupação do edifício. Portanto, construir com base nesses princípios não significa necessariamente utilizar materiais ditos sustentáveis, que frequentemente precisam ser transportados por longas distâncias ou passar por algum processo de pré-fabricação antes de serem empregados, mas utilizar materiais, técnicas e mão-de-obra locais, tendo como base estratégias vernaculares que levam em consideração estes fatores.
Pisos, lajes, forros. Falando de forma genérica, são praticamente todos os elementos horizontais que encontraremos na construção de um edifício. Essas três partes são modeladas de forma muito semelhante no Revit e, por esta razão, ao aprender este software, quase sempre aparecem uma após a outra. A ordem é geralmente uma ordem bastante lógica e, portanto, semelhante: começando primeiro com os pisos, depois com os forros e, por fim, as coberturas. Tudo isto depois de modelar as paredes exteriores e interiores do nosso edifício.
Quando Walter Gropius criou sua famosa escola de design e artes em 1919, Bauhaus, ele a criou como um lugar aberto a "qualquer pessoa de boa reputação, independentemente da idade ou do sexo". Um espaço onde não haveria “diferença entre o sexo belo e o sexo forte".
A ideia deflagrava uma sociedade na qual a mulher pedia para entrar em espaços que anteriormente lhe haviam sido vetados. Se a educação artística que as mulheres então recebiam era transmitida dentro da intimidade de suas casas, na escola de Gropius elas foram bem-vindas e seu registro aceito. Tanto que o número de mulheres que se matricularam foi maior que o dos homens.
Acessibilidade é uma das considerações mais importantes na arquitetura, que é o de garantir que o ambiente construído atenda a pessoas de todas as capacidades. No entanto, as concepções populares sobre a deficiência e acessibilidade permanecem limitadas e, frequentemente, abrangem apenas pessoas com deficiência física, como os usuários de cadeiras de rodas. Principalmente entre os projetistas arquitetônicos, é comum abordar a acessibilidade como adição de rampas, corredores largos e elevadores. No entanto, a deficiência pode assumir diversas formas, algumas menos visíveis do que outras. Para os deficientes visuais, a incorporação de elementos táteis específicos na arquitetura e no desenho urbano pode melhorar muito a navegabilidade de um espaço desconhecido. Neste artigo, falamos especificamente sobre os pisos podotáteis, incluindo suas diferentes formas, sua história e suas formas de implementação.
https://www.archdaily.com.br/br/952394/por-que-devemos-integrar-superficies-tateis-na-arquiteturaLilly Cao
Na última década, casas pequenas e micro-apartamentos ganharam imensa popularidade como opções acessíveis e sustentáveis para a vida moderna. Com essa arquitetura compacta, o design de móveis com consciência espacial também se torna cada vez mais relevante. Uma das áreas mais críticas para economizar espaço é a cozinha, onde a multiplicidade de funções e a necessidade de armazenamento podem dificultar o uso eficiente do espaço. Abaixo, descrevemos vários exemplos de projetos de móveis que economizam espaço para fazer o melhor uso de uma pequena cozinha.
Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral, acompanhado de seu cão, fazia uma das suas caminhadas recorrentes pelos Alpes quando observou que as sementes de uma determinada espécie dotada de espinhos e ganchos colavam constantemente na sua roupa e no pelo de seu cachorro. Foi a partir dessa observação e do estudo de tal planta que, sete anos mais tarde, ele criou o conhecido velcro, um tecido repleto de minúsculos ganchos que possibilitam a sua fixação em determinadas superfícies.
Nos últimos anos, com o desenvolvimento urbano acelerado dos espaços urbanos na China, os banheiros públicos receberam várias novas funções. Os arquitetos apresentaram uma variedade de propostas que sugerem transformar os banheiros públicos em um lugar onde a reunião social pode ser redefinida e a permanência temporária pode ser mais envolvente. Embora a escala dos banheiros públicos seja significativamente menor do que a de qualquer outro tipo de arquitetura, os arquitetos chineses têm trabalhado de forma inovadora para adequar os banheiros públicos aos contextos sociais em mudança. Abaixo estão alguns exemplos que demonstram experimentos arquitetônicos atuais com projetos de banheiros públicos na China.
Em maio de 2016 abria-se a 15ª Bienal de Arquitetura de Veneza, talvez o evento mais importante e emblemático da arquitetura internacional desde a década de 1980, quando foi criada. Tal abertura trazia, entretanto, uma novidade: pela primeira vez o evento tinha como curador um latino americano – Alejandro Aravena. Esse destaque não seria isolado na carreira recente do arquiteto que fez parte da comissão julgadora do Prêmio Pritzker de 2010 a 2015 sendo laureado no ano de 2016. Desde logo é fundamental perceber que tal destaque não assume caráter de absoluta exceção e pode, de certo modo, ser entendido como a ponta de uma valoração e visibilidade que a arquitetura chilena contemporânea passa a receber a partir de finais da década de 90.
Algumas arquitetas e arquitetos conseguem propor interações entre as diferentes escalas dos projetos, atuando em uma multiplicidade de campos que vão da cidade ao detalhe dos acabamentos, passando pela escala do edifício. Embora, em muitos casos, a seleção do mobiliário que vai complementar um projeto – isto é, os elementos que acabarão por interagir com a escala humana – costuma ser relegada a uma etapa pós-construção, seu desenho nem sempre é considerado um problema secundário.
Poucas cidades no mundo contam com uma cena cultural e patrimônio arquitetônico tão vibrantes como Montreal. Com a segunda maior cidade do país, a Cidade dos Santos—como tornou-se conhecida—se firmou como um dos principais centros de design e arquitetura do mundo todo, abrigando algumas das principais feiras e eventos internacionais dedicados à comunidade criativa. Demonstrando um profundo respeito à seu contexto natural, Montreal foi nomeada assim em homenagem a montanha de três picos que fica bem no coração da cidade: o Mount Royal. Montreal, que sempre esteve na vanguarda da arquitetura e do design, continua provando que é um dos mais importantes centros para o desenvolvimento da arquitetura contemporânea no mundo todo.
Na introdução de seu famoso livro entitulado Cidades para Pessoas, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl afirma claramente que a escala humana tem sido historicamente negligenciada pelos processos de planejamento urbano na maioria das grandes cidades ao redor do mundo. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, deixamos de conceber espaços para as pessoas e passamos a desenvolvendo um novo tipo de arquitetura— uma arquitetura completamente alheia à nossa própria condição humana. Estratégias de planejamento urbano tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequados aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.
Precisando a forma como experimentamos o espaço construído e consequentemente, como percebemos as relações estabelecidas entre o nosso corpo e o ambiente no qual estamos inserido, a noção de escala humana é fundamental para um espaço urbano que se pretende habitável. Neste artigo, falaremos sobre a transfiguração dos processos de planejamento urbano e quais podem ser as consequências imediatas desta mudança de direção em nossas vidas cotidianas. Paralelamente, o fotógrafo de arquitetura Kris Provoost—através de sua série fotográfica Eden of the Orient—nos convida a mergulhar ainda mais fundo neste universo “sem escala”.