Como funcionarão as casas em um cenário pós-mudança climática?

As condições climáticas estão mudando em todo o mundo e, com temperaturas mais extremas e recursos limitados, as soluções arquitetônicas e urbanas também devem mudar. Como nossas casas poderiam ter uma aparência e funcionar de maneira eficaz em um cenário pós-mudanças climáticas? Analisando em detalhes as previsões dessas variações, os arquitetos do W-LAB desenvolveram uma proposta de habitat Low-Tech para climas úmidos, quentes e áridos, incorporando biomateriais, soluções transportáveis ​​e configurações que promovem a vida em comunidades pequenas e resilientes.

Husos Architects: “Não queremos contribuir para a homogeneização do mundo que nos rodeia”

A obra da Husos Architects avança num diálogo contínuo entre o projeto e a investigação. Fundado em 2003 entre a Espanha e a Colômbia, o escritório de arquitetura e urbanismo se destaca por abordar diferentes escalas, do micro ao global, respondendo às necessidades de usuários específicos, mas tecendo profundas redes contextuais com o meio ambiente e além. Como eles abordam efetivamente essa complexidade, por sua vez promovendo a transformação social? Conversamos com Diego Barajas e Camilo García Barona sobre seus processos de abordagem de usuários e outros agentes envolvidos –não apenas humanos–, sobre como abordam a colonização da biosfera que causou as mudanças climáticas e sobre sua investigação sobre o ativismo a partir de uma série de campos de batalha habitualmente negligenciados nos discursos tradicionais da arquitetura.

Ao ar livre: novas formas de vivermos juntos na natureza

“Precisamos de um novo contrato espacial.” Este é o apelo de Hashim Sarkis, curador da Bienal de Veneza 2021, como um convite aos arquitetos imaginarem novos espaços em que possamos viver juntos. Entre um movimento de êxodo urbano e crises globais de habitação, o crescimento de empreendimentos mais densos e prédios baixos pode fornecer uma resposta. Afastando-se das residências unifamiliares em áreas rurais e subúrbios, os projetos habitacionais modernos estão explorando novos modelos de vida compartilhada na natureza.

Habitações e assentamentos sociais: potenciais promotores da vida em comunidade

Ao considerar “como viveremos juntos”, é importante observar a conjugação do verbo viver no futuro do presente. A ideia transmitida, portanto, não apenas abrange as maneiras pelas quais já compartilhamos nosso ambiente construído, mas visa questões que devem ser enfrentadas futuramente para facilitar formas de vida em comunidade e mutuamente benéficas.

A ascensão do co-living como resposta à vertiginosa urbanização na China

Espera-se que ao longo dos próximos dez anos nossas cidades passem por um processo de transformação sem precedentes. Segundo estimativas publicadas pela ONU no ano passado, até 2030 no Planeta Terra existirão 43 megacidades — aquelas com pelo menos 10 milhões de habitantes. Além disso, o estudo indica que a maioria delas se concentrarão em países considerados subdesenvolvidos. Até meados do século XXI, passaremos de cinquenta para setenta por cento da população mundial residindo em áreas urbanizadas. Somando-se a isso, espera-se que a África e a Ásia juntas sejam responsáveis por até 90% deste vertiginoso crescimento populacional.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU aplicados em projetos de arquitetura

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e fazem parte de uma agenda mundial que visa a implementação de políticas públicas para guiar a humanidade até 2030, rumo a um futuro sustentável.

Como o estilo de vida e as expectativas arquitetônicas mudarão nos próximos anos?

Entre 1950 e 2011, o mundo teve sua população urbana multiplicada por cinco. Em 2007, o número de pessoas vivendo em cidades ultrapassou a cifra daquelas no campo. Em 2019, a porcentagem já era de 55% e estima-se que em 2050 pouco mais que dois terços da população viverá em cidades. Mas o crescimento não é constante em todas as partes do mundo. Segundo o Relatório da ONU World Urbanization Prospects 2018, prevê-se que a população urbana global cresça em 2,5 bilhões de habitantes entre 2018 e 2050, com quase 90% desse aumento concentrado na Ásia e na África. À medida que a população aumenta, aumentam também a demanda por energia, comida e água. A pressão sobre os escassos recursos é agravada pelo impacto negativo que isso está causando no clima e no meio ambiente.

Requalificação de espaços públicos: promovendo conexões humanas nas cidades

O espaço público deve ser uma prioridade na agenda de planejamento urbano de todas as cidades e, dado o contexto mundial atual, representam elementos fundamentais de cidades e bairros. Praças e parques, necessidades inegáveis do tecido urbano, tornaram-se, hoje, mais vitais do que nunca.

Projetos de requalificação urbana e os desafios da gentrificação: o caso da China

Desde a década de 1990, um grande número de cidades na China está passando por uma renovação urbana. Estimulados por esta reconstrução urbana facilitada pelo estado, arranha-céus estão sendo construídos rapidamente nas principais cidades a fim de atrair classes médias ricas para estes locais resultando em inúmeras relocações e deslocamento da classe trabalhadora, tal processo é conhecido como “gentrificação”.

O futuro da economia compartilhada em tempos de COVID-19

A economia compartilhada, um sistema econômico onde indivíduos dividem aluguéis e partilham seus bens pessoais —incluindo propriedades e veículos—, foi severamente afetada pela crise de COVID-19. Empresas que movimentam bilhões anualmente como o Uber, o Airbnb, redes de compartilhamento de bicicletas assim como uma enorme variedade de espaços de coworking têm sido obrigados a se ajustar e criar novas estratégias para garantir que seus clientes se sintam seguros, redefinindo a rota de seus negócios em um momento de tantas incertezas.

Por que ainda não chegou a hora de abandonar nossas cidades

Ao longo dos últimos meses, em razão da crise sanitária que está afetando a todos nós, fomos forçados a nos afastar uns dos outros e retroceder silenciosamente para dentro de nossas casas. Neste contexto, fomos bombardeados constantemente com uma enxurrada de diferentes narrativas, relatos íntimos de pessoas confinadas e preocupadas com o futuro de nossas cidades. Como uma resposta imediata, muitas delas fugiram para suas casas de praia, retiros no interior ou até para a casa dos pais — tudo por um pouquinho mais de espaço ao ar livre.

Sem solo disponível, futuro dos cemitérios asiáticos precisa ser repensado

Em algumas das cidades mais densas do mundo, está se tornando um desafio cada vez maior encontrar um espaço confortável para morar - e o mesmo fato se aplica para sepultar. Estima-se que 55 milhões de pessoas morrem a cada ano e, para cada pessoa viva, há 15 vezes o número de mortos. No entanto, urbanistas e arquitetos estão mais interessados em lidar com os vivos do que se envolver com a morte. Como resultado, é criada uma tensão entre os dois mundos paralelos - e com o passar do tempo, mais questões estão sendo levantadas sobre como abordamos o espaço público de forma que ele seja projetado para que os vivos e os mortos possam coexistir.

O papel da arquitetura na questão dos refugiados e migrantes latino-americanos

Juliana Coelho é arquiteta e urbanista com experiencia no setor humanitário, de desenvolvimento público e privado. Nos últimos três anos vem atuando no setor com o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados. Durante este período, esteve envolvida no planejamento, design e implementação de 21 abrigos temporários, centros de trânsito e centros de recepção/documentação para refugiados e migrantes no Brasil, além de participar da elaboração de um plano de contingência e de projetos de melhoria de ocupações espontâneas e espaços cedidos prestando apoio técnico junto à Operação Acolhida, resposta do governo brasileiro ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos para o Brasil que, neste ano de 2020, também incluiu ações de resposta à emergência da COVID-19.

Da habitação ao comércio: redefinindo programas e tipologias espaciais

Com a mudança das necessidades e aspirações da sociedade, tipologias espaciais e programas arquitetônicos são constantemente questionados, e essa reavaliação cria premissas para a inovação. O que veremos a seguir é uma exploração, de como a arquitetura está metabolizando as mudanças fundamentais da sociedade em vários aspectos da vida cotidiana, desafiando os pressupostos existentes sobre os programas e o espaço.

Um novo modelo urbano para outro projeto de sociedade: uma entrevista com Tainá de Paula

Abordar o contexto de ampliação das diferenças políticas e crescentes desigualdades econômicas. Um novo contrato espacial. Apreender como viveremos juntos. As indagações trazidas por Hashim Sarkis, curador da próxima Bienal de Veneza, podem levantar importantes questões sobre como a arquitetura atravessa e concretiza os conflitos sociopolíticos. Para compreender um ponto de vista descentralizado e que aponta para outras possibilidades além das impostas por um pensamento normativo, entrevistamos Tainá de Paula, arquiteta e mobilizadora comunitária em áreas periféricas.

Nómada Laboratório Urbano: a retomada dos espaços públicos na era da nova normalidade

No ano de 2014, um grupo de amigos de Ciudad Juárez, na fronteira do México com os Estado Unidos, se uniu para somar forças no trabalho de recuperação de espaços públicos ociosos da cidade, ajudando a transformar praças, parques, ruas e calçadas através de uma série de projetos socioculturais e intervenções urbanas. Foi assim que nasceu o Nómada Laboratório Urbano de Ciudad Juárez, uma cidade fronteiriça junto à El Paso, Texas. Ao longo dos anos, Juárez foi se estabelecendo como uma cidade de economia de ‘fachada’, muitas vezes figurando entre as cidades mais violentas do mundo, principalmente entre os anos de 2008 e 2012.