Faltando alguns dias para o fim do mês de novembro, Gramado, cidade conhecida como um dos destinos turísticos mais procurados do sul do Brasil, ganhou os holofotes da mídia nacional e internacional e, infelizmente, não foi por causa do seu festival de cinema ou pelas tradicionais e suntuosas festividades de natal. A cidade, que já vinha sendo castigada pela chuva persistente há semanas, viu o surgimento de enormes sulcos geológicos que rasgaram suas ruas e contribuíram para a formação de um cenário digno de filme pós-apocalíptico.
O perigo eminente da movimentação do solo colocou em alerta a população e os governantes que agilmente evacuaram as edificações localizadas nas colinas do bairro condenado. A conduta foi completamente efetiva e responsável, visto que um dos prédios que estavam na região delimitada, de fato, veio a desabar 3 dias após a evacuação. Entretanto, vale a pena reparar em um detalhe, o bairro em questão era composto por moradias de alto padrão, além de hotéis e pousadas de luxo, o que levanta uma pergunta: será que os esforços seriam os mesmos se a situação ocorresse em bairros periféricos de população de baixa renda?
Comumente conhecida como a "Cidade da Música", Viena se destaca como um testemunho vivo da evolução arquitetônica ao longo dos séculos. Ao abranger uma variedade de estilos, desde os palácios barrocos imponentes até os projetos inovadores do Art Nouveau e o movimento de Secessão de Viena, a cidade atrai visitantes por suas maravilhas arquitetônicas. O passado movimentado de Viena se reflete em sua paisagem arquitetônica, resistindo a guerras, expansões imperiais e mudanças nas tendências artísticas, enquanto mantém sua identidade única como símbolo de resiliência e reinvenção.
De Adolf Loos e Otto Wagner, pioneiros do modernismo, aos tempos de hoje, o horizonte de Viena é marcado por arquitetos internacionalmente renomados. Um exemplo é Zaha Hadid, cujos designs fluidos e futuristas ultrapassam os limites da arquitetura. O trabalho de Hadid na Biblioteca e Centro de Aprendizado na Universidade de Economia e Negócios, estabelece um contraste dinâmico com a paisagem histórica da cidade. Além disso, escritórios como o CRAB Studio, fundado por Sir Peter Cook e Gavin Robotham, introduzem experimentalismo na arquitetura de Viena, incorporando conceitos contemporâneos ao tecido urbano. Esses arquitetos e estúdios contribuem para a riqueza arquitetônica de Viena, acrescentando novos capítulos à sua história.
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O respeito ao próximo parece algo ainda distante de prevalecer na humanidade. Num mundo no qual as notícias nos abocanham com as mais distintas formas de violência, é sempre necessário buscar formas de encontrar o valor e a dignidade de cada pessoa e formas de respeitar o diferente. É necessário trabalhar a nossa tolerância perante o que desconhecemos e, neste sentido, a arquitetura pode ser uma importante aliada.
Inundações recentes causaram estragos na Líbia, danificando infraestruturas importantes e tirando a vida de mais de seis mil pessoas. Incêndios florestais no Canadá queimaram 18,5 milhões de hectares, uma área equivalente ao tamanho da Síria. Setembro de 2023 registrou recordes de calor surpreendentes que alarmaram os cientistas climáticos.
Os eventos registrados ao longo dos últimos meses reforçam a urgência de os países corrigirem o rumo na luta contra as mudanças climáticas. A próxima conferência climática da ONU (COP28), que acontece em Dubai, é uma ótima oportunidade para isso.
Parque Manancial de Águas Pluviais / Turenscape. Cortesia de Turenscape
A emergência climática manifesta-se nas cidades brasileiras de diversas maneiras: enchentes no Sul, ressacas no Rio de Janeiro, tempestades em São Paulo causando apagões, fumaça de queimadas em Manaus, seca nos rios da Amazônia e ondas de calor no Centro-Oeste. Nesse sentido, é crucial integrar a luta contra as mudanças climáticas no planejamento público.
https://www.archdaily.com.br/br/1009631/e-book-gratuito-ensina-como-usar-solucoes-baseadas-na-natureza-em-projetos-urbanosArchDaily Team
Mesquita Mohammed Abdulkhaliq Gargash, Dubai, 2021. Imagem: Gerry O´Leary
Há e sempre existiram mulheres arquitetas, planejadoras e políticas urbanas inspiradoras, mas em todo o mundo, as profissões de ambiente construído – e em particular seus escalões superiores – permanecem fortemente dominadas por homens, mais do que outras esferas, como educação ou saúde.
Hoje, 64% dos arquitetos formados no Brasil são mulheres. Na Engenharia, houve um aumento de 42% no número de mulheres registradas no CREA desde 2016. Mas, onde estão esses reflexos na sociedade brasileira? No mundo o processo é mais lento. Temos apenas 40% de mulheres arquitetas e pouquíssimas nos papéis de líderes.
Em busca de trazer fomento aos serviços públicos de cuidado e higiene pessoal da população em situação de rua, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) instituiu o Programa Pontos de Apoio da Rua (PAR). O qual pretende disponibilizar espaços e equipamentos públicos que serão organizados em parceria com entidades da sociedade civil.
https://www.archdaily.com.br/br/1010443/programa-pontos-de-apoio-da-rua-promovendo-cuidado-e-higiene-para-populacao-em-situacao-de-ruaArchDaily Team
Situação em Rio Branco, capital do Acre. Foto: Pedro Devani | Secom
Diante da previsão de chuvas fortes nas regiões onde moram, 64% dos brasileiros sentem medo. Para 76% das pessoas, as cidades não estão preparadas para enfrentar chuvas fortes, tempestades ou alagamentos. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em cooperação com a UNESCO no Brasil e o apoio da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA ) e da Aliança Bioconexão Urbana. O resultado completo do estudo será apresentado no dia 2 de dezembro durante a 28a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
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Uma das turbinas eólicas flutuantes instaladas nas águas de Portugal. Foto: EDP
Entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro de 2023, Portugal produziu energia renovável mais do que suficiente para atender todo o país. Isso não significa que as centrais de combustíveis fósseis não estivessem funcionando, mas que a energia limpa gerada era mais do que suficiente para o abastecimento. O resultado é que as tarifas para os consumidores finais também caíram drasticamente.
As escadarias desempenham um papel importante nos trânsitos e deslocamentos dentro das cidades, podendo moldar a forma como as comunidades interagem e se movem em seus ambientes urbanos. Muitas vezes despercebidas em meio à paisagem, elas são testemunhas importantes da história, conectores fundamentais, e mais do que simples elementos arquitetônicos, elas são espaços onde o ritmo da vida urbana se desenrola. Entre os prédios, morros, ladeiras e ruas movimentadas, as escadarias se revelam como palcos de deslocamentos, de encontros e desencontros, onde o tecido da cidade se entrelaça às histórias contadas a cada degrau.
Quando o assunto é mudanças climáticas, as manchetes às vezes parecem contraditórias. Em um dia, lemos sobre incêndios florestais catastróficos causando estragos pelo mundo; no dia seguinte, temos um artigo otimista sobre o rápido avanço da energia solar e eólica. Juntas, essas narrativas podem dificultar a compreensão do panorama geral da ação climática. Os países estão de fato implementando soluções efetivas se as emissões de gases do efeito estufa (GEE) continuam aumentando? Em que áreas o mundo tem progredido o suficiente para superar a crise climática e quais são as lacunas? Que medidas específicas são necessárias para entrarmos no rumo certo?
https://www.archdaily.com.br/br/1010199/o-que-o-mundo-ainda-pode-fazer-para-manter-o-aquecimento-global-abaixo-de-15-degrees-cWRI Brasil
Enquanto escrevo esse texto uma chuva torrencial toca a janela do quarto. Aqui, no sul do Brasil, há semanas não sabemos o que é a luz do sol. Em várias cidades o volume de chuva já superou o total acumulado dos demais meses do ano. Alagamentos, inundações e deslizamentos são notícias corriqueiras nos jornais regionais. Neste cenário caótico, um estudo apresentado pela Confederação Nacional dos Municípios afirma que, entre as chuvas intensas no sul e a seca no norte do país, 5,8 milhões de brasileiros foram diretamente afetados pela catástrofes em 2023, incluindo casos de perda de vidas, desalojamentos e prejuízos econômicos significativos.
O prognóstico, infelizmente, também não é dos melhores. A versão nacional do renomado relatório de mudanças climáticas do IPCC, documento organizado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) já alertou: o Brasil, assim como outros países da América Latina, não apenas ficará mais quente com as mudanças climáticas, como também verá seu regime de chuvas mudar drasticamente. Ou seja, aqui no sul, é melhor nos acostumarmos com o barulho da chuva na janela, assim como o norte deve esperar secas históricas.
Em uma viagem recente aos Estados Unidos, olhei a vista da janela do avião ao decolar de Tampa, na Flórida, e chamou atenção a perfeita paisagem verde do subúrbio americano. Sequências organizadas de árvores que pareciam iguais, cobrindo o território plano como um tapete verde. Para alguns, o verde pode parecer um sonho de sustentabilidade integrada ao meio ambiente.
Nada poderia ser mais distante da verdade. O subúrbio americano, baseado no conceito ultrapassado da “cidade jardim”, foi projetado para incentivar o automóvel, a moradia unifamiliar residencial de baixa densidade e o zoneamento de atividades. Tal modelo inviabiliza transporte ativo (a pé ou de bicicleta) e torna o transporte de massa, que exige densidade e caminhabilidade, inviável.
A interseção entre arquitetura e neurociência, conhecida como neuroarquitetura, emerge como um campo inovador, trazendo à tona a influência significativa do design, seja de espaços urbanos ou de edifícios, na percepção humana, incluindo o aspecto de segurança. Esta área de estudo ganha relevância em um contexto em que a arquitetura urbana não é apenas uma questão estética ou funcional, mas também um elemento crucial na criação de ambientes que promovam bem-estar e segurança.
Horta Marumbi, em Curitiba. | Foto: Valdenir Daniel Cavalheiro | Copel
Curitiba tem realizado diversas atividades para fortalecer a biodiversidade e melhorar a qualidade da vegetação na paisagem urbana. Por isso, a capital do Paraná, junto a outras 18 cidades do mundo, foi selecionada para participar do projeto Generation Restoration do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
Em parceria com a BEĨ Educação e o Laboratório de Cidades Arq.Futuro, evento aberto e gratuito contará com workshops, exposição de projetos e painéis para promover o debate sobre o futuro das cidades
No dia 02 de dezembro, sábado, São Paulo vai ser palco do Urban-Based Education Festival (URBE), um festival de educação e urbanismo aberto a estudantes, educadores e famílias para debater o futuro das cidades. Essa será a primeira edição do evento, que traz como tema “Visões de uma cidade melhor”, e contará com uma ampla programação entre as 11h e às 15h, no Campus da Avenues São Paulo, no Morumbi.
Durante o festival, o público vai poder conhecer projetos criados por estudantes de 13 instituições de ensino básico públicas e privadas de todo o país, da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Estamos prestes a terminar o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. Nos últimos dias, as altas temperaturas têm influenciado negativamente o cotidiano de uma grande porção da população, principalmente aquela que passa a maior parte do dia nas ruas, longe dos espaços climatizados. O excesso de calor tem distintas fontes, entre as naturais e as catalisadas pelo homem, e com um futuro nada promissor em relação a este tema, é necessário buscar por medidas de forma estrutural para combater o modo como ele pode agravar a saúde da população.