Este artigo foi originalmente publicado em Common Edge.
Quando Brenda Mendoza contou a um repórter da NPR sobre seu trajeto para o trabalho, ela se tornou o rosto da atual crise habitacional em Los Angeles. Mendoza, uma roupeira de um hotel Marriott, morava com sua família em um apartamento em Koreatown, onde cresceu, a apenas 10 minutos de seu trabalho. O proprietário aumentou o aluguel, então ela se mudou para um lugar mais barato em Downey. Quando esse aluguel também ficou inacessível, ela se mudou para Apple Valley e agora levanta às 3h30 da manhã para dirigir 160 quilômetros até o trabalho, deixando o marido e o filho em seus empregos pelo caminho. Ela não se mudou para Apple Valley para investir em uma casa que pudesse amar. Simplesmente encontrou um aluguel igualmente instável, mas ligeiramente mais acessível, a horas de seu local de trabalho.
A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey divulgou uma proposta revisada para o Terminal de Ônibus de Midtown, projetado por Foster + Partners e A. Epstein and Sons International Inc. Após a primeira versão do redesenho ter sido divulgada em 2022, agora as autoridades anunciaram a publicação das plantas do projeto revisado que levam em consideração o feedback de partes interessadas importantes, incluindo os passageiros e a comunidade em geral. A infraestrutura de US$ 10 bilhões foi projetada para acomodar o crescimento previsto dos passageiros entre 2040 e 2050 e proporcionar uma experiência melhor para um dos terminais de ônibus mais movimentados do mundo.
O documentário "Mesquita de Abijo", lançado recentemente, explora a jornada de projeto e construção da Mesquita de Abijo em Lagos, Nigéria. O documentário oferece uma narrativa detalhada do processo projetual e do contexto cultural que envolve a nova estrutura. Projetada pela Patrickwaheed Design Consultancy (PWDC), a mesquita é um exemplo da integração de materiais tradicionais com a arquitetura contemporânea. Além disso, o projeto da Mesquita de Abijo ajuda a promover a "linguagem arquitetônica nigeriana".
Tijolos fazem parte do imaginário coletivo quando pensamos em construção. Tratam-se de materiais elementares, onipresentes, modulares, leves e confiáveis para erigir edifícios. No entanto, a fabricação tradicional de blocos cerâmicos depende da queima de argila em fornos a altas temperaturas, muitas vezes alimentados por combustíveis fósseis não renováveis, como carvão ou gás natural. Além disso, o processo de transporte aumenta significativamente sua pegada ambiental, por se tratarem de materiais pesados e volumosos. Com um interesse crescente em materiais de construção alternativos, que oferecem menor impacto ambiental e maior sustentabilidade, tijolos de solo cimento são um bom exemplo, apresentando uma pegada ambiental menor por utilizar matérias primas locais e dispensar o processo de queima, mas mantendo muitas das qualidades intrínsecas dos tijolos tradicionais.
Edifícios de escritórios desocupados em grandes cidades dos EUA estão levando seus centros urbanos a uma chamada "espiral de destruição urbana". Com a adoção generalizada do trabalho híbrido, o fluxo de trabalhadores de escritório nos distritos comerciais centrais diminuiu drasticamente. Como resultado, os negócios de varejo e restaurantes nessas áreas estão enfrentando dificuldades, os sistemas de transporte urbano estão perdendo passageiros e os governos municipais estão lidando com a perda de receita tributária necessária para manter a segurança pública e o saneamento. Então, como as cidades podem trazer as pessoas de volta aos seus distritos comerciais centrais? À medida em que as discussões sobre a transformação de escritórios em moradias têm dado frutos, com incentivos significativos das cidades e do governo federal nos Estados Unidos, quais soluções existem para escritórios que não são viáveis para tais conversões?
Retornando para sua terceira edição, Desert X AlUla 2024 convida artistas a se envolverem com a paisagem, natureza e patrimônio de AlUla. A exposição tem como objetivo posicionar AlUla como o centro de experiências monumentais de arte na região. O tema deste ano, “Na presença da ausência,” desafia o conceito de desertos como “espaços vazios.” Artistas de todo o mundo são encorajados a investigar ideias conceituais do invisível, dialogando com o ambiente de AlUla.
Zaha Hadid Architects divulgaram imagens do seu projeto para a primeira infraestrutura de abastecimento de hidrogênio para embarcações de lazer do mundo. Seguindo a experiência da ZHA em projetos marítimos, as estações serão instaladas em 25 marinas e portos italianos. Lançadas pela NatPower H, as estações começarão a ser implementadas no verão de 2024, com planos de expansão para mais de 100 locais ao redor do Mar Mediterrâneo nos próximos seis anos.
Hãhãwpuá é o nome usado pelo povo indígena brasileiro Pataxó para se referir à terra, ao solo ou, mais precisamente, ao território que depois da colonização ficou conhecido como Brasil, mas que já teve e ainda tem muitos outros nomes. Dentro de todos esses “brasis”, o Brasil como terra indígena é o foco do pavilhão do país na Bienal de Artes de Veneza 2024, sendo renomeado, portanto, como PavilhãoHãhãwpuá.
No dia 3 de fevereiro, a Bienal de Lagos deste ano foi inaugurada na Praça Tafawa Balewa, em Lagos, Nigéria, um local emblemático que já foi palco das celebrações da independência do país em 1960. Como a 4ª edição da feira de arte, ela continua com o objetivo de utilizar a arte para ativar marcos históricos que perderam significado tanto pelo uso funcional quanto pelo significado simbólico para os moradores da antiga capital.
As edições anteriores da Bienal exploraram vários aspectos da arquitetura da cidade, seu significado simbólico, implicações políticas, soberania, propriedade, noções de pertencimento e sua relação com o público. Este ano, o tema "Refúgio" na Praça Tafawa Balewa leva essa exploração ainda mais longe. Os curadores Kathryn Weir e Folakunle Oshun destacam que esse tema faz com que a praça aborde o conceito de um estado-nação. Também reúne artistas e arquitetos de diferentes disciplinas para explorar abordagens alternativas na construção de comunidades renováveis e promoção da justiça ambiental.
O Laboratório Urbano UN-Habitat publicou "My Neighborhood", uma publicação que oferece uma lista de princípios de projeto urbano com o objetivo de criar cidades mais sustentáveis e resilientes. Contendo ações aplicáveis à escala do bairro, o guia se dedica a apresentar uma abordagem integrada que responde a setores-chave, como transporte, iniciativas urbanas locais, moradia, espaços públicos, serviços públicos e outros.
Ainda assim, o país enfrenta desafios tanto esperados quanto inesperados, desde uma grave escassez de habitação até a crescente preocupação em relação às alterações climáticas e à evolução das ideias sobre ecologia. Nas palavras da curadora Suzanne Mulder, o país está "mais uma vez na prancheta", à medida que arquitetos, urbanistas e designers retomam as conversas sobre o futuro, olhando para as lições do passado. Para auxiliá-los nesse processo, o Nieuwe Instituut de Roterdã está organizando a exposição "Projetando os Países Baixos: 100 anos de Futuros Passados e Presentes".
No início de 2018, a arquiteta e palestrante da Bartlett School of Architecture, Neba Sere, guiou um painel de discussão na Architecture Foundation de Londres, onde ela era uma das seis jovens curadoras. O tema: começos. Como abordá-los, avançar e transformá-los em algo duradouro. Seis anos depois, ela olha para o evento como o início de sua própria jornada: foi onde conheceu Selasi Setufe e criou o grupo do WhatsApp que se transformaria na Black Females in Architecture (BFA), uma rede global com 500 pessoas dirigida por elas e pela arquiteta Akua Danso.
A BFA surgiu como resposta à necessidade de visibilidade das mulheres negras e pessoas que se identificam como mulheres na arquitetura e no ambiente construído. No ano passado, o grupo comemorou seu quinto aniversário com a exibição de um curta-metragem e um painel de discussão na Bienal de Arquitetura de Veneza. Agora, após estabelecer as bases de disseminação de informações sobre a falta de diversidade e igualdade na indústria e aumentar seus números, a BFA está se preparando para impulsionar mudanças reais.
A escritório japonês Nikken Sekkei acaba de concluir uma nova construção no distrito financeiro central de Dubai, abrangendo o "maior balanço do mundo", que flutua a 100 metros do solo. Composto por duas torres conectadas por uma ponte horizontal fechada, o "One Za'abeel" atua como um novo ponto de entrada para a cidade. Projetado para ser um símbolo do crescimento e expansão de Dubai, o projeto oferece fácil acesso à região central da cidade. O plano inclui restaurantes, espaços comerciais, locais de trabalho e acomodações em hotel.
Em sua 10ª edição, o Concéntrico, o festival internacional de arquitetura e design em Logronho, Espanha, anunciou os vencedores das chamadas abertas para intervenções urbanas. Em resposta à convocatória para "Celebrar a Cidade", as propostas vencedoras serão temporariamente construídas na Plaza Escuelas Trevijano, em Viña Lanciano de Bodegas LAN, e no Paseo del Espolón, na cidade espanhola de Logronho. O Festival recebe visitantes entre 25 de abril e 1º de maio de 2024 para explorar a cidade por meio de instalações, exposições, encontros e performances.
Como a arquitetura e o urbanismo podem voltar a contribuir no debate e na produção de Habitação de Interesse Social (HIS)? Essa foi uma das principais perguntas que orientou o processo de elaboração do Caderno de Diretrizes de Habitação de Interesse Social no Jardim Lapena, desenvolvido pela Fundação Tide Setubal e pelo BlendLab para a região da Zona Leste de São Paulo. Esse caderno reuniu um conjunto de diretrizes sobre habitação, modelo de gestão, implantação e integração com o meio urbano e orientou as propostas para uma Chamada de Projetos + Lapena Habitar realizada no fim de 2022 .
A disciplina da arquitetura passou por mudanças significativas, impulsionada principalmente pelos avanços na aplicação da tecnologia. Os arquitetos, tradicionalmente vistos como os visionários do mundo construído, estão agora explorando técnicas e recursos inovadores, expandindo o uso de tecnologias como Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV). Essa transição não se limita apenas às práticas profissionais, mas também está permeando a educação arquitetônica, oferecendo oportunidades para redefinir a abordagem dos arquitetos em relação à sua profissão.
O escritório Herzog & de Meuron divulgou o projeto para o Seoripul Open Art Storage, um espaço de arquivo coletivo que atenderá três museus em Seul: o Museu de Arte de Seul, o Museu de Arte Artesanal de Seul e o Museu de História de Seul. Para além do programa de arquivo, a proposta tem como objetivo abrir o edifício para visitantes, transformando o armazenamento de objetos artísticos em um espaço cívico dinâmico. Localizado na extremidade leste do Parque Seoripul, o volume é caracterizado por uma estrutura de vidro piramidal em um jardim que funciona como um espaço externo isolado para visitantes do Arquivo/Museu.
O escritório Trahan Architects divulgou o projeto do Pavilhão dos EUA para a Expo 2025 Osaka-Kansai, no Japão. Durante os seis meses da exposição, a proposta visa destacar a arquitetura, inovação, cultura e indústria americana. A mostra irá celebrar as conquistas contemporâneas dos Estados Unidos em diversos campos, com exposições focadas em sustentabilidade, exploração espacial, educação e empreendedorismo.
A paisagem do centro paulista não seria a mesma sem a presença do Copan. O edifício insere as curvas de Niemeyer na densa verticalização de São Paulo e cria um distinto ritmo, tornando-se um marco para todos que o cruzam. Além de abrigar em torno de cinco mil habitantes, o edifício apresenta usos diversos, assim como diferentes tipologias para seus programas residenciais, variando as áreas dos apartamentos com o desejo primordial de priorizar a diversidade entre seus inquilinos. As diferenças também podem ser vistas quando analisamos como cada pessoa habita uma planta tipo, as reformas que propõem revestimentos distintos, assim como novos layouts, denotam não apenas o caráter de cada morador, mas a inventividade dos arquitetos que intervém neste clássico. Desta forma, reunimos aqui projetos que foram realizados neste ícone para demonstrar como cada lar é único, mesmo quando eles são criados em série.
A mudança de uma capital é uma decisão complexa com várias dimensões e consequências tanto para a antiga quanto para a nova capital. Pode ser impulsionada por fatores políticos, econômicos, sociais, e tem implicações urbanas e arquitetônicas para os moradores, como localização, planejamento, projeto de construção, finalidade da antiga capital, condições climáticas e separação dos centros políticos/administrativos das cidades culturais e econômicas.
Diante deste debate, o Egito está construindo uma nova capital para aliviar a pressão populacional e urbana sobre o Cairo. Da mesma forma, a Indonésia está planejando uma nova capital em resposta aos desafios enfrentados por Jacarta, como poluição, congestionamento de tráfego e aumento do nível do mar. É valioso examinar outros países no sul global que realocaram suas capitais, observando as lições arquitetônicas e urbanas aprendidas com suas experiências.
Arquitetura, entendida como um produto cultural, é fortemente influenciada por diversos estímulos que incluem aspectos históricos, geográficos e culturais, entre outros. Juntos, esses elementos formam um patrimônio que pode (ou não) perdurar ao longo do tempo. Embora a arquitetura tenda a se adaptar a cada cultura, modelando suas técnicas tradicionais de acordo com seu contexto e moldando o ambiente circundante, não há garantia de que os elementos tradicionais nela irão permanecer inalterados ao longo do tempo. Isso se deve em grande parte à constante evolução da sociedade e da tecnologia, que às vezes tende para a universalidade e a adoção de uma linguagem comum, em vez de uma própria.
Dado esse cenário, é essencial explorar uma abordagem onde a inovação e a tecnologia não substituam a tradição e a produção artesanal; em vez disso, elas surgem como um meio de exploração em direção a rotas emergentes. A adoção de técnicas novas e materiais inovadores adaptados às necessidades locais específicas torna possível manter uma expressão autêntica que responda às demandas do ambiente. Essa abordagem, que poderia ser chamada de neo-artesanal, permite a preservação de uma voz distinta que reflete a autenticidade do contexto local. Ao mesmo tempo, contribui para uma perspectiva universal, mesclando o local com o global.
https://www.archdaily.com.br/br/1012888/na-interseccao-entre-inovacao-e-tradicao-o-projeto-talaveraEnrique Tovar
Os trabalhos de renovação na Pirâmide de Menkaura em Gizé, no Egito, têm gerado críticas nas plataformas online nos últimos dois dias. Apelidado pelo chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito como "o projeto do século", a renovação em curso tem como objetivo restaurar o estilo original da pirâmide reconstruindo a camada de granito. Inicialmente, a pirâmide era revestida de granito e perdeu parte da sua cobertura ao longo do tempo.