Remanescentes do período de ocupação soviética, espaços urbanos monumentais e representativos de muitas das cidades do chamado Bloco de Leste Europeu ainda constituem um legado desafiador, tanto para seus cidadãos quanto para os arquitetos que nestes contextos projetam seus edifícios e espaços. Em completo desacordo com ambientes urbanos contemporâneos, regidos por valores democráticos e sociais, estes espaços ainda hoje representam um problema a ser resolvido. Edifícios e espaços públicos ideologicamente carregados estão aos poucos sendo recuperados, reconciliando os cidadãos com sua própria história—um passado que muitas vezes tende a ser esquecido e até apagado. Neste contexto, a (re)introdução da escala humana tem auxiliado arquitetos e urbanistas a restaurar a vitalidade dos espaços públicos destas cidades.
O escritório Skidmore, Owings & Merrill divulgou imagens de seu projeto para os interiores do histórico Cook County Hospital em Chicago, EUA. Desenvolvido para contribuir com a transformação do bairro onde está inserido, a equipe de projeto trabalhou arduamente para preservar e restaurar a estrutura em estilo Beaux-Arts, adaptando o programa às necessidades atuais. A proposta busca requalificar a região do Distrito Médico da cidade e oferecer uma série de novos equipamentos para a população.
Desde o final do século XIX até os dias de hoje, a cidade de Nova Iorque se consolidou como o principal epicentro da construção de edifícios em altura ao redor do todo. Muitas destas estruturas, concebidas e projetadas pelos mais importantes personagens da história recente da arquitetura, rapidamente adquiriram o status de ícone, influenciando para sempre a forma como concebemos nossos edifícios e cidades. Ainda assim, muitos arranha-céus históricos da cidade de Nova Iorque acabaram sendo demolidos, dando lugar a estruturas cada vez mais altas e tecnológicas. Neste contexto, novidade e obsolescência parecem duas faces de uma mesma moeda. As recentes disputas e impasses ao redor de algumas das mais icônicas estruturas em altura já construídas na cidade de Nova Iorque, revela o quão rapidamente as coisas podem mudar de figura.
Galpões, sejam industriais ou rurais, são tipologias facilmente encontradas ao redor do mundo. Alguns desses espaços de abrigo são seculares e provavelmente foram construídos para armazenar produtos ou comportar fábricas. No entanto, através de fenômenos urbanos e novas tecnologias, muitos deixaram de funcionar de acordo com seu uso inicial e passaram a configurar lugares de interesse para diversos empreendimentos que envolvem a readaptação dessas estruturas para atender a novas funções.
Os números do COVID-19 no Brasil só aumentam, sobrecarregando o sistema de saúde com pacientes diagnosticados com o vírus. Compreensivelmente, também, reduziram-se as idas ao hospital por parte das pessoas que sofrem de outras doenças, que agora têm medo de serem contagiadas com o coronavírus. Para evitar complicações à saúde da população que está com receio de ir ao hospital, os arquitetos do estúdio brasileiro Democratic Architects propuseram o Ônibus de Saúde Imediata (O-SI), um sistema focado em telemedicina.
O UNStudio concluiu dois projetos de remodelação nos Países Baixos que reveem as técnicas tradicionais de envidraçamento. Localizados em Eindhoven e Amsterdã, os projetos se inspiram na história e na cultura locais, restaurando e conectando as duas estruturas existentes aos seus respectivos contextos urbanos.
À medida que o número de pessoas infectadas com o coronavírus atinge níveis assombrosos em Nova Iorque, as autoridades buscam soluções rápidas e eficientes para atender a demanda por espaço para os pacientes. Lutando contra o tempo, a cidade busca maneiras de alterar as estruturas existentes.
O estúdio Opposite Office propôs transformar o novo aeroporto de Berlim, em construção desde 2006, em um "super-hospital" para pacientes com coronavírus. Na tentativa de preparar o sistema de saúde e aumentar suas capacidades, a firma apresentou uma alternativa de reuso adaptável, projetando soluções adaptadas ao contexto para combater a pandemia.
Considerados marcos paisagísticos por suas imponentes dimensões, os gasômetros surgiram no contexto da Revolução Industrial e estiveram presentes em muitas cidades ao redor do mundo, acompanhando seu processo de urbanização. Com as mudanças na geração e distribuição de gás na segunda metade do século XX e surgimento de novas tecnologias, os gasômetros foram gradualmente desativados. Embora muitos tenham sido condenados à demolição nos últimos anos, muitos também ainda permanecem no tecido urbano e são testemunhas de um passado industrial. Seu potencial para intervenções arquitetônicas, artísticas e paisagísticas nos leva a questionar quais seriam as possibilidades para seu futuro.
A Comissão de Planejamento de Nova Iorque aprovou por unanimidade a construção do 550 Madison Garden, projetado pelo escritório norueguês Snøhetta. O projeto que busca reinventar este espaço público recebeu recentemente aprovação pelo Conselho Comunitário de Manhattan.
Fábricas, abatedouros, gasômetros, conventos, torres de água e estações ferroviárias são alguns exemplos de estruturas que podem ter permanecido no tecido urbano das cidades com o passar dos anos, ainda que tenham perdido seu uso original. A reutilização de uma edificação preexistente para novos usos é o que ficou conhecido como reuso adaptativo - do inglês adaptive reuse. Ainda que não tenha sido uma concepção contemporânea, a prática vem sendo muito adotada nos últimos anos como estratégia para lidar com os espaços de forma mais econômica, sustentável, prática e eficiente.
Ao longo da história de um edifício, é possível que este assuma funções diferentes daquela para a qual foi originalmente pensado. É o caso, por exemplo, das casas que viraram museus, seja por terem se tornado ícones da arquitetura, seja porque em algum momento perderam sua função original e passaram por uma renovação para abrigar um espaço expositivo.
O primeiro empreendimento da Skidmore, Owings & Merrill em Milão é uma reutilização adaptativa de um edifício dos anos 60, originalmente projetado pelos arquitetos Gio Ponti, Piero Portaluppi e Antonio Fornaroli. O escritório imaginou um desenho que renova a antiga sede da Allianz Milanese enquanto transforma o Complexo Corso Italia em um espaço contemporâneo de escritórios.
Em Nova Iorque, ativistas e profissionais têm trabalhado por muitos anos para tentar salvar 10 tanques industrias desativados da demolição, propondo o uso alternativo dessas estruturas. Em parceria com o STUDIO V, o escritório de arquitetura e paisagismo Ken Smith Workshop criou uma proposta inventiva que reimagina essas relíquias industriais como um parque do século XXI, uma novidade na definição e configuração tradicional dos espaços públicos.
O Museu de Londres divulgou o projeto de sua nova sede em West Smithfield. Projetada por Stanton Williams, Asif Khan e Julian Harrap Architects, as imagens mostram a transformação de um conjunto de antigos edifícios comerciais em um destino cultural. O projeto celebra o histórico conjunto de edifícios de West Smithfield, criando uma experiência única e memorável para os visitantes.
Historicamente, após o declínio da Igreja Católica e a crescente diminuição no número de fiéis em várias regiões da Europa e América do Norte, os custos de manutenção dos espaços sagrados levaram ao eventual abandono de igrejas, santuários e mosteiros - frequentemente obras de grande valor histórico e arquitetônico.
Isso abre uma nova oportunidade para profissionais da arquitetura resgatarem e recontextualizarem o patrimônio histórico representado por estes edifícios. A seguir, apresentamos 15 exemplos de reuso adaptativo em igrejas antigas que foram transformadas em hotéis, casas, museus, bibliotecas e outros espaços culturais.
O MVRDV apresentou o projeto de um novo edifício de uso misto, desenvolvido em uma área pós-industrial na cidade de Kiel, na Alemanha. A proposta que contará com um total de 65.000 metros quadrados, foi concebida através de um sistema amplamente flexível, permitindo que o edifício se adapte às demandas futuras com o passar do tempo.
Apelidado de “KoolKiel”, a proposta do MVRDV incorpora um grande edifício térreo existente, anteriormente utilizado como depósito e posteriormente como gráfica, aonde foram impressos os famosos quadrinhos alemães Werner durante a década de 1980. A proposta atual, de transformar o local em um novo hub para indústrias e mídias criativas, influenciou decisivamente os arquitetos do MVRDV, o que os levou a criar um edifício dinâmico e divertido ao mesmo tempo que incorporam parte da história do lugar e do edifício existente.
Meio século depois que a nova casa do subúrbio era o sonho de muitos jovens americanos, propriedades reformadas estão ganhando popularidade. Essa tendência se estende para além da América do Norte, com renovações estimulantes de estruturas existentes surgindo em todo o mundo, da Bélgica ao Quênia e à China. A atração por essa tipologia provavelmente está em sua multiplicidade; as renovações são novas e antigas, históricas e voltadas para o futuro, generativas e sustentáveis.
Em nenhum lugar esta tendência é mais visível e popular do que na habitação, onde a transformação é muitas vezes liderada pelos próprios proprietários. Vagamente agrupados sob termos como "fixer-upper" e "reutilização adaptativa", esses projetos começam apenas com os esqueletos estruturais e a história do edifício. Na escala pessoal, a renovação / reforma é uma oportunidade de trazer uma parte de si para sua casa - mas esses pequenos projetos juntos têm o potencial de reverter uma crise imobiliária?