Este artigo foi originalmente publicado em 01 de setembro de 2017. Para ler sobre outros projetos icônicos de arquitetura, visite nossa seção Clássicos da Arquitetura.
Durante décadas, a região da Avenida Paulista teve caráter estritamente residencial e com proibição previamente estabelecida ao processo de verticalização. Apenas a partir da década de 1950, após investimentos financeiro e imobiliário, incentivado pela Prefeitura, iniciou-se o processo de adensamento populacional da região e os grandes casarões existentes passaram a ser substituídos por edifícios verticais, dando lugar aos primeiros prédios de caráter residencial neste eixo.
Este artigo foi originalmente publicado em 25 de maio de 2018. Para ler sobre outros projetos icônicos de arquitetura, visite nossa seção Clássicos da Arquitetura.
O terreno grande teve seu desnível original trabalhado em três níveis, ensejando uma melhor distribuição dos espaços sem isolá-los visualmente. A cobertura, casca de concreto em arco com as extremidades apoiadas no jardim, abriga os espaços internos garantindo a vista em toda a volta. Atravessando o espaço coberto pelo arco, meio nível acima da sala/estúdio e da piscina, uma laje plana linear sustenta o piso dos dormitórios e cobre os serviços e o estacionamento. Na área central, no desnível, duas torres de concreto apóiam as caixas d'água e contêm os banheiros em dois níveis (dormitórios e serviços).
Este artigo foi originalmente publicado em 20 de julho de 2018. Para ler sobre outros projetos icônicos de arquitetura, visite nossa seção Clássicos da Arquitetura.
O Parque Ibirapuera constitui-se de um marco na cidade de São Paulo e na arquitetura moderna brasileira. Abrigando um conjunto de cinco edifícios culturais conectados por leve e sinuosa marquise, o projeto concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer em harmonia ao paisagismo, é como uma poesia pairando na malha urbana paulistana.
Com projeto encomendado em 1951 pelo Governador Lucas Nogueira Garcez, responsável por instituir uma comissão idealizadora composta por representantes dos Poderes Público e Privado nas comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, decidiu-se que o parque tornaria-se marco para a capital, servindo como importante chave cultural e de lazer. A ideia, que já havia sendo discutida anteriormente por Ciccillo Matarazzo, permitiu então a idealização de uma proposta que abrigava um conjunto de edifícios de caráter cultural e artístico.
Novembro de 1943, faltando ainda ano e meio para o encerramento da grande tragédia do século XX, a 2ª guerra mundial e aqui no Brasil o mesmo tempo para o fim da ditadura do Estado Novo, um grupo de notáveis arquitetos da cidade de São Paulo, liderados por Vilanova Artigas, criam o Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo. Cotizados, compram o terreno de 300 m² localizado na esquina das ruas Bento Freitas com General Jardim, a duas quadras da estação de metrô da Praça da República, novo centro da cidade de São Paulo, sucedendo ao antigo centro colonial, do outro lado do Vale Anhangabaú. Em 1945, organizam o 1º Congresso Brasileiro de Arquitetos realizado nesta capital. A seguir, a ação extraordinária foi a construção de seu edifício sede, cuja primeira etapa foi a realização em outubro de 1946 de um concurso, para o qual foram recebidos treze projetos. O júri, constituído de arquitetos cariocas Oscar Niemeyer, Firmino Saldanha e Hélio Uchoa também teve a colaboração de Gregori Warchavchik e Fernando Saturnino de Brito, decidiu pela reunião das equipes que apresentaram as três melhores propostas – equipes chefiadas por Rino Levi, Miguel Forte e Abelardo de Souza. Projetos de arquitetura moderna nesta cidade que antecederam o projeto da sede para o IAB-SP, foram para os edifícios Esther (1935), Prudência (1944), Louveira (1946) e a sede do jornal O Estado de SP (1946).
https://www.archdaily.com.br/br/906850/classicos-da-arquitetura-iab-sp-edificio-sede-rino-levi-miguel-forte-abelardo-de-souza-e-equipeMaria Helena Flynn
O projeto do Centro Cultural é do arquiteto Oscar Niemeyer e foi batizado com seu nome. Localizado na cidade de Goiânia, no estado de Goiás, foi construído sobre uma esplanada de 26 mil metros quadrados, a Esplanada da Cultura, praça que era destinada à realização de shows e eventos, que homenageia o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek. O complexo é composto por quatro edifícios geometricamente puros: um retângulo que abriga uma biblioteca pública, um cilindro onde fica o Museu de Arte Contemporânea (MAC), um cambota que abriga o Palácio da Música e uma pirâmide de 36 metros de altura que abriga o Monumento aos Direitos Humanos.
https://www.archdaily.com.br/br/906657/classicos-da-arquitetura-centro-cultural-oscar-niemeyer-oscar-niemeyerHenrique Bezerra de Araújo, Thiago Pitaluga Rezende e Guaraciaba Rosa de Oliveira
Este artigo foi originalmente publicado em 17 de dezembro de 2014. Para ler sobre outros projetos icônicos de arquitetura, visite nossa seção Clássicos da Arquitetura.
O edifício é sustentado por quatorze pórticos em concreto armado aparente posicionados a dez metros de distância entre si e formados por uma viga superior, dois pilares principais inclinados ao exterior e dois pilares menores inclinados ao interior que formam um V com os primeiros. Os pilares em V tem comprimento total de oito metros e meio. Em seção transversal, os pórticos apresentam um formato trapezoidal.
Localizado no coração de Providencia, em Santiago do Chile, este conjunto habitacional é um dos muitos projetos produzidos a partir da política estadual de construção de moradias e desenvolvimento de melhoramentos urbanos, impulsionados através do CORVI, após sua criação em 1953 durante o governo de Carlos Ibáñez del Campo.
Encomendado pela Caja de Empleados Particulares nos terrenos da antiga Casa Nacional da Criança, o projeto é concebido sob a ideia de construir um conjunto capaz de consolidar-se como uma peça urbana dentro da cidade, sendo facilmente identificável, e fomentando a integração espacial e coesão social. São princípios que o enquadram e refletem a notável influência arquitetônica do movimento moderno, nas bases projetuais que definiram o futuro do projeto.
Após o terremoto que destruiu Chillán, iniciou-se uma longa etapa de reconstrução, durante a qual a arquitetura moderna invadiu a cidade. O edifício da Cooperativa Elétrica de Chillán (Copelec), localizado na Rua Maipón, é considerado uma das obras mais importantes da época. O edifício foi projetado pelo escritório de Juan Borchers, formado pelos arquitetos Juan Borchers, Jesús Bermejo e Isidro Suárez em 1962. É uma das poucas obras construídas por Borchers (1910-1975) sendo, juntamente com a Casa Meneses, sua obra mais emblemática.
Declarado Patrimônio Histórico em 2007, esta obra é baseada nas abordagens modernistas de Le Corbusier, mas inclui uma contribuição original graças à análise crítica dos arquitetos, resultando em uma obra emblemática da arquitetura moderna chilena. Isso se reflete na forma como o trabalho é construído a partir de elementos arquitetônicos e um delicado cuidado com a espacialidade, contando com o inovador trabalho de luz em seu interior.
Sobre o topo da colina, no local escolhido para fundação da cidade, de onde se avista toda o sítio urbano e o mar, num espaço vacante entre a Sé e a Casa de Câmara, foi plantada uma semente da arquitetura moderna no Brasil.
O edifício Montecarlo II, concluído em 1962 pelo escritório de arquitetura SEA (Schapira Eskenazi Arquitectos), faz parte de um conjunto de habitações coletivas localizadas no quarteirão das ruas San Martín, Seis Norte, Sete Norte e Cuatro Poniente, em Viña del. Mar, Chile.
O projecto destaca-se à primeira vista, tanto pelo tratamento volumétrico dos edifícios, que estão dispostos dentro das instalações, que são organizados dentro do edifício de tal maneira a conseguir uma grande operação na escala urbana, como por suas fachadas particulares.
Localizado em frente ao atual Parque O'Higgins, o conjunto projetado pelo escritório Bresciani Valdés Castillo Huidobro (BVCH) em 1952 é um dos modelos mais importantes de habitação social promovido pelo setor público no Chile, já que se implanta harmoniosamente no tecido urbano, responde adequadamente às diferentes escalas do conjunto - volume e apartamentos -, e acima de tudo, resulta em uma obra entendida e apropriada por aqueles que a habitam.
Le Corbusier foi contratado pelo presidente da Associação de Proprietários de Moinhos para projetar a sede da organização em Ahmedabad, uma cidade historicamente ativa no comércio têxtil da Índia. O edifício é um manifesto físico que representa a proposta de Le Corbusier para uma arquitetura indiana moderna. Construído em 1954, é a primeira das quatro comissões concluídas em Ahmedabad.
https://www.archdaily.com.br/br/895441/classicos-da-arquitetura-edificio-da-associacao-de-proprietarios-de-moinhos-le-corbusierRennie Jones
A Escola de Arquitetura da Universidade de Yale estava em meio a uma revolução pedagógica quando Louis Kahn ingressou em 1947. Com o arquiteto de arranha-céus George Howe como reitor e modernistas como Kahn, Philip Johnson e Josef Albers como palestrantes, os anos do pós-guerra em Yale foram para longe da linhagem das Beaux-Arts da escola em direção à vanguarda. E assim, quando a consolidação dos departamentos de arte, arquitetura e história da arte da universidade exigiu em 1950 um novo edifício, uma estrutura modernista foi a escolha natural para concretizar uma partida instrucional e estilística do historicismo. [1] Concluído em 1953, o edifício da Galeria de Arte da Universidade de Yale, de Louis Kahn, forneceria espaços flexíveis para galerias, salas de aula e escritórios para a escola; ao mesmo tempo, a primeira comissão significativa de Kahn sinalizou um avanço em sua própria carreira arquitetônica - uma carreira agora entre as mais celebradas da segunda metade do século XX.
Como uma das obras mais recentes do aclamado arquiteto, ganhador do Pritzker, I.M. Pei, o Museu Suzhou foi construído no coração de sua cidade natal, Suzhou, na China. Como um dos últimos modernistas sobreviventes, o arquiteto se esforçou para reunir tanto suas sensibilidades modernistas quanto o vernacular local. Situado na parte nordeste do bairro histórico de Suzhou, o museu fica ao lado do famoso Zhong Wang Fu, um complexo de residências históricas do século XIX e do Jardim do Administrador Humilde, um jardim do século XVI listado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. [1]
As imagens deste artigo foram capturadas em 2016 pelo fotógrafo Chenxing Mi, baseado em Roma. Leia o artigo completo abaixo.
Em março de 1972, um artigo no The Architectural Review proclamouoque essa estrutura era “provavelmente o melhor prédio de Paris desde a Cité de Refuge de Le Corbusier para o Exército de Salvação”. [1] O artigo se referia, obviamente, ao primeiro projeto na Europa do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer: a sede do Partido Comunista Francês em Paris, França, construída entre 1967 e 1980. Tendo trabalhado com Le Corbusier no Edifício das Nações Unidas de 1952 em Nova Iorque e concluído recentemente o Congresso Nacional, além de edifícios governamentais icônicos adicionais em Brasília Niemeyer não era estranho à íntima relação entre arquitetura e o poder político. [2]
Em 1961, o arquiteto Louis I. Kahn foi contratado pela Fine Arts Foundation para projetar e desenvolver um grande complexo de artes no centro de Fort Wayne, Indiana. O ambicioso Centro de Belas Artes, agora conhecido como Arts United Center, atenderia a comunidade de 180.000 pessoas oferecendo espaço para uma orquestra, teatro, escola, galeria e muito mais. Como um Lincoln Center em miniatura, os desenvolvedores esperavam atualizar e melhorar a cidade através de uma nova arquitetura cívica. No entanto, devido a restrições orçamentárias, apenas uma fração do projeto total foi concluída. Esse é um dos projetos menos conhecidos de Kahn, que durou mais de uma década, e seu único edifício no Centro-Oeste dos Estados Unidos.
O fim da guerra de 1812 deixou o jovem Estados Unidos da América cheio de fervor nacionalista. Nos anos seguintes, a primeira república moderna do mundo experimentou crescimento e prosperidade sem precedentes; não foi sem razão que o período passou a ser conhecido como a “Era dos Bons Sentimentos (Era of Good Feelings)”. [1] Foi nessa época de orgulho nacional desenfreado que Thomas Jefferson, um dos pais fundadores do país e seu terceiro Presidente, apresentou seu plano diretor para a Universidade da Virgínia: uma manifestação arquitetônica dos ideais iluministas e republicanos que ele ajudou a cultivar.
Em 1959, Jonas Salk, o homem que descobriu a vacina contra a poliomielite, aproximou-se de Louis I. Kahn com um projeto. A cidade de La Jolla, na Califórnia, forneceu-lhe um local pitoresco ao longo da costa do Pacífico, onde Salk pretendia fundar e construir um centro de pesquisas biológicas. Salk, cuja vacina já havia tido um impacto profundo na prevenção da doença, estava convencido de que o projeto para essa nova instalação deveria explorar as implicações das ciências para a humanidade. Ele também tinha uma diretriz mais ampla, se não menos profunda, para o arquiteto escolhido: "criar uma instalação digna de uma visita de Picasso". O resultado foi o Instituto Salk, uma instalação elogiada por sua funcionalidade e estética impressionante - e a maneira pela qual cada um suporta o outro. [1,2]