Da crise climática à vida em conjunto, na medida em que enfrentarmos os desafios globais atuais, muitas de nossas ideias sobre as cidades de amanhã estão mudando. Então, como será a cidade do futuro?
A preocupação com o crescimento populacional e seus efeitos nos centros urbanos nas próximas décadas não é pouca, especialmente quando se considera como isso impactará o trabalho e a mobilidade. Não só haverá quase 10 bilhões de pessoas no planeta em 2050, como a maioria destas viverá em cidades. A ameaça de uma nova pandemia parece agora pairar como uma questão sempre presente.
Tóquio, Japão. Foto de Vincent Camacho, via Unsplash
Skylines são como ícones que intrigam pessoas por conta de sua complexidade urbana, criando caráter e definições de lugar. Já dizia Kevin Lynch, em seu clássico “A Imagem da Cidade”, que a imagem da paisagem de uma cidade pode ser tratada como um objeto que possui significados variados, difíceis de serem previstos. Ao se construir uma cidade, é possível prevê-la em uma imagem clara, porém as suas definições irão surgir indiretamente ao longo de seu desenvolvimento. Ou seja, quando cidades evoluem, seusskylines evoluem juntos, de forma imprevisível.
Com a aparição do COVID-19, tivemos que nos adaptar a uma vida diferente da que estávamos acostumados, o que se refletiu em nossa maneira de trabalhar. Onde e como trabalhamos atualmente? Muitos precisaram se adaptar a trabalhar de casa e, embora para muitos tenha sido confortável, para outros significou uma mudança radical, envolvendo novas necessidades de espaço e recursos. Para arquitetos, engenheiros, construtores e empreiteiros, esse desafio tem sido bastante complexo, pois grande parte de seu trabalho envolve o manuseio de dispositivos grandes e de alto custo.
Neste artigo apresentamos 3 soluções inovadoras que substituem a tradicional e volumosa plotter, e que nos permitem imprimir em grandes formatos das nossas próprias casas.
A UN-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo foco principal é lidar com os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de expansão urbana em países em desenvolvimento, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas nos usuários e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily se associou a UN-Habitat para trazer notícias semanais, artigos e entrevistas que destacam neste setor, disponibilizando conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
Conforme estimativa publicada pelas Nações Unidas, as 440 cidades que mais crescem em países de economias emergentes serão responsáveis sozinhas por quase metade de todo o crescimento econômico mundial até 2025. Isso significa que, se bem executado e gerido, o processo de urbanização destas cidades “poderá ser transformador, criando novas oportunidades de empregos, reduzindo a pobreza e melhorando a distribuição de renda e infra-estrutura além de promover a qualidade de vida de seus habitantes”. Neste contexto, o Programa das Nações Unidas para o Futuro das Cidades, ou Global Future Cities Programme (GFCP), é uma ferramenta concebida para ajudar estes países a encontrar o caminho certo. Com base em princípios de planejamento urbano sustentável, mobilidade e resiliência urbana, o programa foi pensado para operar como uma forma de “assistência técnica que procura incentivar o desenvolvimento urbano sustentável assim como promover a saúde econômica e a prosperidade das cidades em desenvolvimento e expansão urbana, ao mesmo tempo que procura atenuar os altos níveis de pobreza—característica muito comum nestes contextos”.
De maneira alguma a pretensão deste texto é refutar ou desmerecer o artigo Vida e morte das Tiny Houses, recentemente publicado, mas sim oferecer ao leitor outras perspectivas e uma expansão quanto ao tema, um dos princípios básicos do trabalho que envolve a crítica de arquitetura. Para isso, este texto se estrutura em dois eixos que analisam alguns pontos levantados pela autora do texto original.
Lago das Rosas, em Goiânia. Imagem: Jean Carlos Faleiro, via Wikimedia Commons
Assim como a infraestrutura urbana pode ser definida como a rede de estruturas e serviços necessários para um funcionamento eficiente das cidades, a infraestrutura verde também pode ser entendida como uma rede interligada, mas de áreas e elementos que conservam os valores e funções dos ecossistemas naturais. Uma das múltiplas definições que circulam em torno da infraestrutura verde afirma que a sua rede constituinte promove a qualidade da água e do ar, além de uma série de benefícios para as pessoas e para a vida selvagem.
Localizada em uma colina em Mauer, nos arredores de Viena, a Igreja de Wotruba foi o ponto alto da carreira do escultor Fritz Wotruba (o arquiteto do projeto, Fritz G. Mayr, é muitas vezes esquecido). Construída em meados da década de 1970, Mayr completou o projeto um ano após a morte de Wotruba, ampliando o modelo de argila do artista para criar uma escultura de concreto. Como pode ser visto nessas imagens por Denis Esakov, o resultado é um conjunto brutalista caótico que brinca com os limites entre arte e arquitetura.
Quando se fala em cidade ou suas variações menores, – aldeia, vila, comunidade – somos habituados a evocar cenários estereotipados que correspondem a ruas, carros, construções e, muitas vezes, acabamos esquecendo que sempre podemos nos surpreender com outras formas dotadas de originalidade.
Muito se especula sobre momento exato no qual as cidades foram inventadas, sendo obras abertas, inacabadas e objeto dos mais variados estudos desde então. Há quem pressupõe que sua natureza se deu pela necessidade de proteção, o que fez com que o homem deixasse a vida nômade e se agrupasse em um determinado território a fim de aumentar suas chances de sobrevivência.
Plataforma de Mergulho ICEBERG / Bulot+Collins. Image Cortesia de Bulot+Collins
O ambiente aquático sempre fascinou sonhadores e pesquisadores. Por volta de 1960, em meio à acirrada corrida espacial da Guerra Fria, o explorador francês Jacques Cousteau desenvolveu equipamentos para desvendar as profundezas do mar - como o Aqualung - que permaneciam tão ou mais inexploradas que o próprio espaço sideral. Ele chegou a afirmar que em 10 anos poderíamos ocupar o fundo do mar como “aquanautas” ou 'oceanautas”, onde seria possível passar períodos longos, extraindo recursos minerais e até cultivando alimentos. Sessenta anos depois o fundo do mar ainda é reservado a poucos, e a humanidade tem se preocupado mais com as enormes quantidades de plástico nos oceanos e o aumento do nível dos mares por conta do aquecimento global. Mas estar próximo de um corpo d’água continua fascinando grande parte das pessoas. Seja por interesse ou pela necessidade de ganhar espaço em cidades com riscos de inundação ou populosas demais, propostas utópicas e exemplos interessantes de arquiteturas flutuantes têm figurado no arquivo de projetos do ArchDaily. Mas quais as diferenças fundamentais entre construir casas em terra e casas na água e de que forma esses edifícios permanecem na superfície e não afundam?
Parque Ibirapuera em São Paulo. Foto: Fernando Stankuns, via Visualhunt / CC BY-NC-SA
Quem poderia prever 2020? Mesmo no início do ano, quando já se sabia da existência de um novo coronavírus, era difícil imaginar que o mundo passaria por tantas mudanças. Os impactos não se limitaram à saúde e espalharam-se pelo comportamento, a economia e muitos outros aspectos da vida no planeta, incluindo o meio ambiente.
Neste momento, não é possível prever como as vacinas contra o vírus podem mudar o destino da humanidade no próximo ano, nem como será a trajetória do Brasil na recuperação da crise causada pela Covid-19. O ano de 2021 começa com essa mistura de incertezas e expectativas – e um forte senso de urgência. Janeiro também marca o início de uma nova década cheia de grandes desafios como a emergência climática, a necessidade de tornar as economias mais limpas, de mudar a nossa relação com as florestas, o uso da terra, os espaços urbanos, reduzir as desigualdades, o racismo e muitos outros.
https://www.archdaily.com.br/br/954895/de-olho-em-2021-clima-cidades-e-florestas-para-acompanhar-no-brasilWRI Brasil
Naturalmente associadas a características como simplicidade e clareza, mas também expressividade, vivacidade e energia, as três cores primárias, responsáveis por dar origem a outras cores, oferecem uma série de possibilidades de aplicação na arquitetura. Elementos cruciais das composições dos principais expoentes do movimento De Stijl, como Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Gerrit Rietveld, o amarelo, azul e vermelho, quando usados em conjunto, tornaram-se uma espécie de ícone no design e na arquitetura, e para muitos profissionais da área, uma obsessão.
Os dias em que a domótica era uma dor de cabeça para o arquiteto, o construtor e o usuário, parecem estar ficando para trás. Preços altos, desconfigurações reiteradas do sistema, poucos resultados estéticos e desconhecimento geral sobre sua correta instalação e manuseio resultaram em um processo complicado que nos impeliu a descartar a ideia de automatizar nossos projetos.
Hoje em dia, a situação mudou e desenvolver um novo projeto sem considerar a domótica parece um tanto absurdo, já que seu custo é desprezível no total da obra. Como e por que incorporar a domótica em nossos projetos? Analise uma série de dicas para aplicá-la com eficácia, graças às informações que a AVE Chile compartilhou conosco.
Buraco do Lume. Imagem via Skyscraper City, usuário Leo10Rio
A aprovação do polêmico projeto de legislação apelidado como “Lei do Puxadinho” em meados de 2020, flexibilizando parâmetros urbanísticos na cidade do Rio de Janeiro, suscitou uma série de discussões em vários setores da sociedade, mas sobretudo entre arquitetos e urbanistas, entre os quais muitos têm se manifestado de forma crítica à proposta. O debate, entretanto, se tornou ainda mais intenso quando, sob os auspícios dessa lei, uma emenda foi publicada de surpresa no texto enviado ao Diário Oficial, derrubando por período determinado várias restrições que incidem sobre o terreno do Buraco do Lume, contíguo à Praça oficialmente denominada Mário Lago, importante local manifestações políticas da cidade tombado pelo Município em 1989 e pelo Governo do Estadual em 2019.
https://www.archdaily.com.br/br/954795/buraco-do-lume-no-rio-de-janeiro-entre-resgates-apagamentos-e-ameacasThiago Santos Mathias da Fonseca
Embora Dallas não seja a cidade mais famosa ou conhecida do Texas, ela tem se estabelecido como um ponto de referência no mapa da arquitetura contemporânea. Muito disso se deve ao fato de sua altíssima concentração de estruturas arquitetônicas projetadas pelas mãos dos mais importantes e afamados arquitetos e escritórios de arquitetura do mundo. Como uma das cidade com maior concentração de estruturas arquiteturas icônicas por quilômetro quadrado dos Estados Unidos e do mundo, Dallas é habitada por projetos desenvolvidos por nada mais nada menos que seis arquitetos vencedores do Prêmio Pritzker. Da Ópera de Norman Foster ao Museu da Natureza e Ciência de Thom Mayne, esses são alguns dos projetos mais emblemáticos que fazem de Dallas, a capital texana da arquitetura contemporânea.
Uma das últimas atividades das quais participei durante a Bienal de Arquitetura de Chicago em 2017 foi um painel intitulado "Fazer/Escrever/Ensinar Histórias Controversas", realizado no Chicago Cultural Center. O painel, organizado pela Feminist Art and Architecture Collaborative (FAAC), teve como objetivo "abordar questões de classe, raça e gênero, questionando como elas estão ou não incorporadas na produção do ambiente construído".
Todos os participantes, acadêmicos de áreas relacionadas ao ambiente construído, foram convidados a expor um objeto central de sua prática ou método de ensino. Os itens exibidos eram uma pintura, um cais, um campo de refugiados e uma sala de estar.
Talvez três ou quatro décadas atrás, estes artefatos teriam escandalizado um público de arquitetos e estudiosos de arquitetura, que poderiam esperar, que sabe, uma foto ou uma planta do Panteão, ou até mesmo um pedaço de madeira ou tijolo. Provavelmente até uma peça de mobiliário provocasse alguma surpresa ou olhares confusos.
É difícil começar qualquer texto de retrospectiva de 2020 sem cair em clichês. O ano de 2020 nos ensinou, a duras penas, que a humanidade pode ser mais frágil do que imaginávamos. O mundo tem enfrentado um inimigo invisível que alterou o cotidiano de todos. Por outro lado, os edifícios são compostos por materiais, que têm peso, cheiro, textura e custos. Eles dependem de recursos naturais, processos de produção, mão-de-obra, transporte etc. Ainda é muito cedo para dizer como a crise causada pela Covid-19 mudará o mundo e, mais especificamente, a arquitetura. Mas será que nossa percepção do que é boa arquitetura mudou durante este ano? E nossa relação com a tectônica das construções se alterou com todas os impedimentos que tivemos?
A instalação "Flor Urbana" - realizada na esplanada da Estação Periférica Sul do Trem Ligero, na cidade de Guadalajara, Jalisco, no México, onde há um fluxo diário de cerca de 20 mil pessoas - nasceu da necessidade de comunicar algumas preocupações do projeto Protótipos de Infraestrutura Pública para uma Cidade do Futuro, desenvolvido pelo dérive LAB, com o objetivo de assumir os edifícios públicos como espaços para mitigar o impacto climático na Região Metropolitana de Guadalajara, através da instalação e adaptação de tecnologias que geram informações sobre ruído, qualidade do ar, transporte, eficiência energética, entre outros indicadores.
https://www.archdaily.com.br/br/954958/instalacao-flor-urbana-por-derive-lab-plus-germen-estudio-reflete-sobre-o-impacto-climatico-dos-edificios-publicosArchDaily Team
Fiz pós-graduação em geografia em Tucson, Arizona, Estados Unidos, no final dos anos 1990. Tucson obtém fama por uma série de coisas, incluindo sua herança mexicano-americana, suas chimichangas, suas montanhas que formam as "ilhas do céu" e sua abundante população de cactos saguaro.