Várias cidades têm experimentado taxas oscilantes nos serviços de transporte público em um esforço para promover a mobilidade sustentável, aliviar o congestionamento e diminuir a desigualdade social. Em fevereiro passado, Salt Lake City interrompeu a cobrança de tarifas por um mês para reduzir as emissões de carbono na região. No final de março, a cidade italiana de Gênova estendeu o acesso gratuito a algumas de suas redes de transporte público, após uma experiência bem-sucedida iniciada no final de 2021 em um plano ambicioso para se tornar a primeira cidade italiana com transporte gratuito. Enquanto isso, o pequeno ducado de Luxemburgo se tornou o primeiro país do mundo com transporte público gratuito em 2020.
A cidade de Budapeste, por meio da Agência de Desenvolvimento de Budapeste (BFK), lançou um concurso internacional de projeto no final do ano passado para a ampla reforma da Estação Ferroviária de Nyugati e de seus arredores. A iniciativa busca expandir a capacidade da estação para atingir as metas de transporte ferroviário da capital húngara de dobrar o n´¨mero de trens das redes suburbana e metropolitana. Após uma fase inicial que atraiu 36 participantes, 12 escritórios foram escolhidos para a segunda rodada da competição, dentre os quais estão Benthem Crouwel Architects, Grimshaw Architects, a Zaha Hadid Architects, Foster + Partners, Kengo Kuma & Associates e Sweco.
O Bjarke Ingels Group revelou o projeto final do Västerås Travel Centre, um centro de infraestrutura de transporte que reúne vários modais em um objeto arquitetônico coeso. A característica definidora do projeto é uma cobertura leve e ondulada que se desdobra em vários elementos complexos do programa que compõem o nó urbano, criando um novo marco para uma das maiores cidades da Suécia.
Novo trecho da ciclovia Cosme Velho-Laranjeiras, Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Grandes manchas urbanas, temperaturas elevadas, relevos bastante acidentados, falta de segurança. Quais são os caminhos para promover o uso das bicicletas como alternativa de mobilidade nas cidades brasileiras? Para aprofundar o tema, o Caos Planejado recebe Glaucia Pereira, fundadora da Multiplicidade Mobilidade Urbana e diretora e integrante da Cidadeapé, e Rosa Félix, investigadora em mobilidade urbana em bicicleta do laboratório U-Shift.
Manual de Desenho Urbano e Obras Viárias. Imagem: Divulgação
A Prefeitura de São Paulo lançou, em dezembro do ano passado, a plataforma digital do Manual de Desenho Urbano e Obras Viárias, um documento que reúne normas para projetos urbanos alinhados aos princípios de acessibilidade, equidade social, segurança no trânsito e sustentabilidade ambiental. O manual, organizado por Elisabete França, José Renato S. Malhem e Maria Teresa Diniz, visa nortear a elaboração de projetos no espaço viário que atendam às necessidades de bem-estar dos cidadãos.
A Itália aprovou um projeto que concede bônus de até 500 euros (cerca de R$ 3,1 mil) para ajudar os moradores de cidades com mais de 50 mil habitantes a comprarem uma bicicleta. A medida está prevista no decreto-lei aprovado em 13 de maio pelo Conselho de Ministros para incentivar a retomada econômica do país, em meio à pandemia do novo coronavírus. Além disso, o projeto também incentiva o uso de veículos não poluentes.
Deslocar-se pelas cidades é requisito básico para o acesso e o desenvolvimento da maioria das atividades humanas. São viagens diárias entre residência e trabalho, estudo, lazer, ou outros compromissos cotidianos. E nem sempre são feitas com as melhores condições de conforto, seja em transportes lotados ou congestionamentos. Mobilidade urbana é um tema muito atual e bastante debatido, desde rodas de conversas informais até seminários técnicos e científicos. É difícil encontrar alguém que não tenha uma opinião formada sobre o assunto ou alguma solução milagrosa para os problemas de sua cidade ou região. Já postamos no site diversos artigos sobre o assunto, sejam de propostas utópicas até questões relacionadas ao cotidiano da maior parte da população.
A HyperloopTT (Hyperloop Transportation Technologies) divulgou os primeiros detalhes de seu projeto para o novo sistema comercial de transporte Hyperloop do mundo em Abu Dhabi. Localizado nos limites ente Abu Dhabi e Dubai, próximo do Aeroporto Internacional Al Maktoum e do local onde será realizada a Expo 2020, o HyperloopTT começará a operar em um trecho de dez quilômetros, o qual deverá potencializar o desenvolvimento futuro daquela que será a primeira rede comercial de Hyperloop nos Emirados Árabes Unidos e no mundo.
O conceito de BRT como conhecido atualmente, foi durante muito tempo uma incógnita entre planejadores e engenheiros. As diferentes interpretações sobre o conceito permitiam que corredores de ônibus convencionais fossem muitas vezes nomeados incorretamente de BRT.
Entre os anos de 2004 e 2014, houve um crescimento acelerado de implantação de corredores de BRT. Hoje existem cerca de 2.600km de BRTs operacionais no mundo, dos quais aproximadamente 72% foram construídos neste intervalo de 10 anos. No território brasileiro também houve um maior crescimento neste período, onde a extensão de corredores de BRT praticamente dobrou em relação ao ano de 2004.
Os resultados obtidos por meio do indicador de proximidade ao transporte de média e alta de capacidade (PNT, sigla para o termo original em inglês People Near Transit) podem nos fornecer uma aproximação sobre a inclusão social promovida por meio da oferta de sistemas de transporte em cidades e regiões metropolitanas? O PNT é um indicador que mensura o percentual da população de uma cidade ou região metropolitana que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público de média e alta capacidade. O ITDP Brasil avaliou as condições de PNT nas principais regiões metropolitanas brasileiras e foi além da metodologia original para examinar a acessibilidade ao transporte público de média e alta capacidade entre pessoas de diferentes faixas de renda.
https://www.archdaily.com.br/br/873024/mobilidade-como-equidade-a-proximidade-do-transporte-entre-diferentes-faixas-de-renda-nas-regioes-metropolitanas-brasileirasITDP Brasil
A crise da mobilidade urbana inspirou a reflexão sobre os modais de transporte e sua relação com eficiência, tempos de trajetos, poluição gerada, infraestrutura necessária, custos de implantação e operação e os impactos na saúde dos usuários. Atualmente, governos realizam grandes investimentos em novas infraestruturas que permitem que populações equivalentes a cidades inteiras se desloquem longas distâncias diariamente. Em São Paulo, por exemplo, o equivalente à população do Uruguai sai da Zona Leste para o Centro todos os dias.
Em 1996, um estudo icônico de Viena, na Áustria, explorou por que havia menos meninas (acima de nove anos) em parques públicos em comparação ao número de meninos. Os pesquisadores concluíram que os meninos eram mais seguros em seu uso do parque, e as meninas geralmente ficavam de fora nesta competição por espaço limitado. Após o estudo, em 1999, a cidade iniciou um projeto de redesenho do parque, e os resultados foram impressionantes. Ao adicionar mais caminhos de acesso e paisagismo para dividir grandes espaços abertos em seções menores, grupos de meninos e meninas foram capazes de criar zonas para si próprios sem competir. As moças da cidade voltaram para os parques.
Nas últimas duas décadas, Viena realizou mais de 60 projetos-piloto – em transporte público, moradias e trilhas – para incorporar a igualdade de acesso para homens e mulheres no design. Hoje, a integração da perspectiva de gênero é fundamental para a estratégia de planejamento de Viena.
https://www.archdaily.com.br/br/867799/a-importancia-de-incluir-a-igualdade-de-genero-no-planejamento-de-transportesJyot Chadha e Vishal Ramprasad
Um poderoso roteiro para repensar, requalificar e redesenhar nossas cidades, elaborado por uma pioneira no movimento em prol de ruas mais seguras e agradáveis. Visionária da transformação das ruas de Nova Iorque, Janette Sadik-Khan, lança seu novo livro Streetfight: Handbook for an Urban Revolution no próximo dia 2 de junho, na Livraria Cultura da Avenida Paulista em São Paulo.
Sensores nas calçadas que reconhecem a presença de pedestres e informam os semáforos; sistemas que identificam a presença e o movimento das pessoas e enviam um alerta aos motoristas; e dispositivos que permitem que os automóveis “se comuniquem” entre si, alertando sobre os pedestres que estão nas redondezas. Estes são alguns dos sistemas que começaram a ser desenvolvidos para melhorar a segurança nas ruas.
Helsinki, a capital da Finlândia, acaba de implantar um novo sistema de transporte público mais personalizado, chamado Kutsuplus, que apesar de ser mais caro que andar de ônibus, é mais barato do que pegar um táxi, e contribui com a diminuição da quantidade de carros nas ruas.
Este sistema, criado pela Autoridade de Transporte Regional de Helsinki (HSL) transporta até nove passageiros em um ônibus de tamanho reduzido em comparação aos convencionais. Cada pessoa pode solicitar uma viagem a partir de um aplicativo para celulares de Kutsuplus e escolher o ponto onde embarcar, dentro de alguns locais preestabelecidos.
A equipe ArchDaily teve a oportunidade de falar com o arquiteto português vencedor do Prêmio PritzkerEduardo Souto de Moura, no momento que (juntamente com a Autoridade do Metrô do Porto) recebeu o Prêmio Veronica Rudge Green de Desenho Urbano na Graduate School of Design da Universidade de Harvard, no início deste mês. Seu projeto para o sistema de metrô da cidade do Porto recebeu grandes elogios do júri, cujo membro Rahul Mehrotra explicou que o projeto "mostra generosidade com a esfera pública, incomum nos projetos de infraestrutura contemporâneos." Após receber o prêmio, o diretor da Porto Metro agradeceu a Souto de Moura por seus esforços nesta "revolução urbana" e citou Porto como um destino onde as pessoas procuram com entusiasmo pela arquitetura de Souto de Moura e seu amigo, o arquiteto Alvaro Siza.
O Prêmio Veronica Rudge Green, em sua 11ª edição, também foi concedido ao Projeto de Integração Urbana Nordeste em Medellín, Colômbia. Uma exposição na Graduate School of Design, em cartaz até 13 de outubro, celebra as ideias, táticas e estratégias destes projetos.
Souto de Moura passou algum tempo conosco descrevendo os desafios e recompensas de se trabalhar no projeto das 60 novas estações de metrô construídas em apenas 10 anos no sensível tecido urbano da cidade do Porto, Patrimônio Mundial da UNESCO.
ArchDaily: Qual a sua opinião sobre prêmios de arquitetura?
“O uso de carruagens sem cavalos é proibido dentro dos limites da aldeia de Mackinac”. Com essa simples frase, as autoridades da Ilha Mackinac, uma pequena cidade do Estado de Michigan (EUA), aprovaram em 1898 uma lei que proíbe o uso de automóveis. Desde então se passaram 115 anos, e até hoje seus habitantes não sentem a necessidade de modificar esta situação.
Na verdade, esta restrição tem motivado as pessoas a deslocarem-se a pé, de bicicleta ou em carroças puxadas por cavalos típicos do início o século XX, causando a sensação de que o tempo não passou naquela ilha.