O arquiteto Frank Harmon tem um compromisso diário: ele tenta fazer um desenho à mão livre todos os dias. Ele não gasta muito tempo com cada um. Cerca de cinco minutos. Esses gestos rápidos de representação são como capturar relâmpagos em uma garrafa ou, como Virginia Woolf disse uma vez sobre a importância de escrever todos os dias, “bater a rede para capturar a borboleta do momento”. Para capturar esses momentos, você deve ser rápido. O minuto se move. Os desenhos de Harmon parecem soltos, confusos nas bordas. Você sente sua duração de cinco minutos.
https://www.archdaily.com.br/br/904735/como-um-croqui-diario-melhorara-sua-arquiteturaMichael J. Crosbie
Como conseguir fachadas leves e modulares com um aspecto rústico e monolítico?
Composto de cimento, celulose e materiais minerais, o fibrocimento permite revestir paredes levemente, não combustíveis e resistentes à chuva, gerando ao mesmo tempo fachadas com texturas, cores e tonalidades variadas. Seus painéis são facilmente manejáveis e perfuráveis e podem configurar fachadas ventiladas quando instaladas com uma certa separação da parede posterior. Confira, a seguir, 9 projetos que utilizaram o fibrocimento com sabedoria como o principal material de suas fachadas.
Arquitetura é uma prática profundamente dependente do visual. É concebida, comercializada, criticada e consumida quase que inteiramente através daquilo que é capaz (ou não é capaz) de comunicar visualmente. Selecionamos e produzimos imagens o tempo todo, ângulos impossíveis e perspectivas inexistentes somente para admirar as qualidades arquitetônicas de objetos que nunca verão a luz do dia.
https://www.archdaily.com.br/br/904365/destaques-da-semana-o-que-os-olhos-nao-veemKatherine Allen
Elementos metálicos vêm sendo usado na arquitetura e construção civil há centenas de anos, seja como elemento decorativo, coberturas ou mesmo para reforçar estruturas de alvenaria. No entanto, é apenas na segunda metade do século XVIII que surgem as primeiras pontes cuja estrutura era inteiramente feita em ferro fundido. Um século mais tarde, o ferro foi substituído por uma liga mais resistente e maleável, muito usada ainda hoje na arquitetura: o aço.
Mais denso que o concreto, a resistência o aço subverte seu peso e proporciona maior rigidez com menos material - permitindo a realização de estruturas mais leves e esbeltas que aquelas feitas de outros materiais, como a madeira ou o próprio concreto. Não é, de longe, o material mais usado na arquitetura residencial, entretanto, seu uso tem possibilitado a construção de alguns interessantes - e belos - exemplos de casas contemporâneas:
Tijuana é uma das cidades mais povoadas do México e a produção de habitações coletivas teve um boom importante no ano 2000, momento em que se registrou centenas de residências que evoluíram para se tornarem mais de 30.000 em 2007. Este fenômeno veio acompanhado de um consumo midiático que transformou completamente os limites da cidade e a periferia mostrava uma nova aparência: um futuro modernizado e novos esquemas urbanos com um novo estilo de vida.
A ligação entre arquitetura e cinema é inquestionável, assim como a magia de assistir a um filme em um lugar preparado para isso. O desenhos dos espaços de projeção requer soluções arquitetônicas que não apenas respondam à distribuição de assentos e visibilidade, mas também à acústica e à iluminação.
Diversas alternativas publicadas em nosso site destacam as qualidades das propostas de alguns arquitetos frente a esse desafio. Reveja a seguir estes exemplos, acompanhados de suas plantas e cortes.
Durante o desenvolvimento projetual em Arquitetura, estudantes e profissionais adotam uma série de metodologias como experimentação às soluções do objeto arquitetônico a ser materializado. Um suporte importante de muitas dessas metodologias é modelo físico que, do ponto de vista projetual, tem por objetivos simular relações espaciais considerando volumes e planos dispostos no desenho, entender setorizações e ainda ensaiar sistemas construtivos.
Seja qual for a forma - pessoal, teórica, erudita -, arquitetos freqüentemente buscam respaldo em conceitos filosóficos quando precisam defender certas decisões subjetivas de projeto. Pelo lado pessoal, isso até se justifica. Mas, profissionalmente, essa dependência de conceitos filosóficos é um dos principais motivos pelos quais a arquitetura difere fundamentalmente de outras disciplinas práticas da sociedade, como o direito, a economia ou a medicina. Essas disciplinas baseiam-se em estruturas de conhecimento (em códigos, sistemas econômicos e na ciência, respectivamente) que fazem a mediação entre as decisões profissionais e o julgamento subjetivo.
O World Architecture Festival, com os co-curadores Make Architects e o Museu Sir John Soane, anunciaram hoje os vencedores do seu anual Architecture Drawing Prize, estabelecido em 2017 para reconhecer a “importância contínua do desenho manual, ao mesmo tempo que abraça o uso criativo das renderizações digitalmente produzidas.”
https://www.archdaily.com.br/br/904308/world-architecture-festival-anuncia-os-vencedores-do-premio-de-desenho-de-2018Katherine Allen
Às vezes, uma porta pode ser uma enorme dor de cabeça em um projeto. Pense em uma fachada limpa e contínua ... ter uma porta no meio dela pode arruinar a clareza de seu desenho. Mas nem sempre uma porta precisa ser constituída pela tradicional folha em madeira, com batentes, guarnições, fechaduras, puxadores e vistas.
E se elas pudessem se mesclar completamente com a parede? Todos nós já sonhamos com passagens escondidas e salas secretas escondidas em nossas casas. Mas para que isso funcione, a abertura deve ser disfarçada ou oculta.
Quem nunca se desesperou da vontade de ir ao banheiro fora do conforto do lar? Diversos arquitetos já realizaram propostas para essas situações estressantes, abordando a eficiência dos banheiros públicos a partir de suas instalações sanitárias, distribuição espacial e, principalmente, privacidade e conforto.
Em nosso site, já publicamos vários exemplos desse tipo de arquitetura, que podem ser vistos em planta e corte, a seguir.
O banheiro seco cumpre todas as funções de um sanitário convencional sem utilizar água em seu sistema, além de produzir insumos que podem ser utilizados para fertilização de plantações e agroflorestas. Com diversos modelos possíveis de construção, vê-se nessa tecnologia social mais do que um sistema alternativo de saneamento. Se encarado como solução dentro de uma realidade fechada como vivemos, pode ser a resposta para diversos problemas relacionados ao saneamento público, pois em uma única tecnologia evita-se contaminação do solo e da água.
Com princípio básico do uso do calor do sol para elevar a temperatura interna do local onde os desejos se depositarão e eliminar quaisquer patógenos nocivos à saúde e originar adubos, os modelos de saneamento ecológico são opções adaptáveis para cada situação. Contribuem para uma melhor performance ambiental da moradia e dos espaços públicos, são capazes de suprir as necessidades de acordo com o seu uso, além da facilidade na construção e manuseio.
A cidade do Rio de Janeiro resguarda um importante e representativo legado de nomes da arquitetura moderna. Affonso Eduardo Reidy é um deles. Natural da Paris, França, foi trazido ainda muito cedo às terras cariocas, onde cresceu sob a modernidade e bossa da cidade maravilhosa. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1930, foi membro do grupo dirigido por Agache para a remodelação do Rio e do grupo de jovens arquitetos que projetaram o edifício do Ministério da Educação, com a colaboração de Le Corbusier, sendo este um dos mestres que o influenciou junto ao notável da chamada Escola Carioca, Oscar Niemeyer.
Diante da representatividade do arquiteto na produção moderna carioca e, sobretudo, brasileira, selecionamos algumas obras amplamente reconhecidas e outras menos citadas. Esperamos que este guia com cinco projetos do arquiteto desperte o interesse tanto para aqueles residentes da cidade como para aqueles que por ela passam esporadicamente, ou que nunca a visitaram, incentivando-os a conhecerem de perto alguns dos projetos de Reidy. Veja a seguir!
A modernização de Bogotá entre 1940 e 1970, captada em reportagens fotográficas urbanas e arquitetônicas, foi registrada em diversos livros, revistas e fotolivros da época, assim como em imagens de arquivos públicos e privados da cidade. Todas estas frentes revelam uma aproximação intencional, e inclusive crítica, de como a arquitetura moderna reconfigurou os centros das cidades e pôs em relação os novos edifícios e espaços urbanos com a paisagem existente.
Quando se trata de analisar o impacto da fotografia tirada na rua, é necessário falar de Leo Matiz, Armando Matiz e Hernán Díaz. Esses três fotógrafos retrataram personagens, acontecimentos e vida urbana de Bogotá. Aqui destacamos e selecionamos, dentro de sua ampla produção, suas fotos de ruas, praças, cruzamentos e edifícios representativos da cidade, lugares emblemáticos ou anônimos que, através da fotografia, consolidam o patrimônio moderno na memória coletiva, e onde a arquitetura e os espaços urbanos são protagonistas das cenas.
O que vem à mente quando você se depara com o termo “design sensorial”? As chances são de que seja uma imagem: uma sala onde chove, um utensílio engraçado para comer, uma cadeira visivelmente texturizada. Mas as sensações, cheiros e gostos são coisas muito mais difíceis de capturar. Essa dificuldade aponta para quão profundamente arraigada é a tirania da visão. Os outros sentidos podem ser as chaves para desvendar verdades empíricas mais amplas? O viés da arte, da arquitetura e do design centrado no ocular realmente impede uma experiência coletiva mais profunda?
Robert Venturi (1925-2018) foi um dos mais influentes arquitetos americanos do século passado, não apenas por sua obra construída, nem tampouco por seu trabalho como designer. Neste sentido, ele jamais alcançará o patamar de Wright, Kahn, ou até mesmo Gehry. Entre 1965 e 1985, ele e sua parceira, Denise Scott Brown, provocaram o nascimento de uma nova perspectiva no mundo da arquitetura, transformando a maneira com que percebemos nossas cidades e paisagens, assim como Marshall McLuhan, Bob Dylan e Andy Warhol foram responsáveis por profundas transformações no mundo da arte, da música e da cultura durante o mesmo período.
Trabalhei com Bob Venturi durante a minha formação como arquiteto durante os anos 70; Cresci lendo seus livros e visitando as suas obras. Para mim Bob foi como um pai. Meu pai era apenas um ano mais novo que ele, e Denise tem a mesma idade da minha mãe.
https://www.archdaily.com.br/br/903399/robert-venturi-e-as-complexidades-e-contradicoes-que-transformaram-o-mundo-da-arquiteturaMark Alan Hewitt
O escritório espanhol Ecosistema Urbano apresentou os detalhes de um dos primeiros espaços em Cuenca (Equador) que emergirão do projeto Cuenca RED: Febres Cordero. Trata-se de um edifício emblemático e histórico que funcionou como uma escola durante décadas e que agora será transformado em um edifício de uso misto que servirá de referência para a sustentabilidade econômica, ambiental e social de Cuenca.
O marco do desenvolvimento do programa ICES (Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em conjunto com a prefeitura de Cuenca, Cuenca RED é um projeto no qual o Ecosistema Urbano tem proposto atividades e programas para criar uma nova rede de espaços públicos reativados no centro histórico da cidade inscrito na Lista de Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1999.
No lado norte do Tempelhofer Feld, um aeroporto que virou parque no sul de Berlim, há uma grande bacia. Cercada por lotes e bangalôs e percebida apenas para aqueles que a conhecem, essa depressão que remonta ao século XIX mantém a água da chuva drenada das pistas desativadas do aeroporto antes de entrar na rede de canais de Berlim.
“Sabíamos que era uma espécie de local secreto no centro da cidade que ninguém tinha no mapa”, explica Benjamin Foerster-Baldenius, da Raumlabor Architects. Ou melhor, até este verão.
Cerca de três bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, precisarão de novas moradias até 2030. Isso exigirá a construção de aproximadamente 21 milhões de novas residências por ano em todo o mundo.
Vários dos países que mais crescem têm metas ambiciosas para atender a essa necessidade. O governo indiano pretende construir 20 milhões de habitações de baixo custo até 2022. A Nigéria tem como meta um milhão de casas construídas por ano para a próxima década. O presidente da Indonésia iniciou o programa Um Milhão de Casas para atender cidadãos de baixa renda.
https://www.archdaily.com.br/br/903769/habitacoes-podem-ser-consideradas-de-baixo-custo-se-nao-forem-eficientesHenrique Evers, Catalina Demidchuk e Eric Mackres
Ícone da paisagem carioca e ponto obrigatório a turistas de todo o mundo que visitam a cidade, todo o fascínio do Cristo Redentor resguarda uma empolgante historia de sua construção. Erguido no alto do Corcovado com 38 metros de altura e cerca de mil toneladas, o projeto monumental é de autoria do engenheiro Heitor da Costa Silva e levou aproximadamente cinco anos para ser construído (1926-1931). Com desenho inicial de Silva, o projeto contou com detalhes finais do artista plástico Carlos Oswald junto ao escultor francês Paul Landowski, encarregado de modelar todos os componentes que constitui a estátua.
As ideias do projeto iniciaram-se em 1921, após discussões entre autoridades do governo carioca. Em 1923 foi realizado um concurso de projeto, vencido por Costa Silva. A construção só teve inicio em 1926, após arrecadação integral de fundos à materialização do projeto monumental, que foi concluído em outubro de 1931.
As experiências lúdicas foram e são lugar de pesquisa e experimentação por parte de profissionais das mais diversas áreas. Interessados em estabelecer um diálogo sério e compromissado a partir de um assunto leve, que rendeu iniciativas bastante interessantes em vários campos ao longo do tempo, esses agentes colocam em debate o potencial das ferramentas que despertam tais situações ligadas ao prazer, à imaginação, à diversão e, em muitos casos, à infância.
No campo da arquitetura, projetos notáveis fizeram uso da estratégia lúdica na construção de seus espaços. Exemplo importante dessa abordagem são os projetos das Escolas Apollo, do holandês Herman Hertzberger, edifícios alinhados a uma vertente vanguardista de ensino básico, que materializam nos projetos preceitos referentes a uma proposta pedagógica que tinha como um de seus nortes o sentido lúdico e coletivo do aprendizado infantil.
Você sabia que 64 milhões de crianças europeias passam mais tempo na escola do que em qualquer outro lugar que não a sua casa? As crianças europeias passam aproximadamente 200 dias por ano nas suas escolas primárias. Com essas informações, como podemos criar salas de aula mais saudáveis para ambientes de aprendizagem produtivos? Esta questão é talvez mais importante do que nunca, já que esta será a primeira vez desde a década de 1970 que a Europa e o Reino Unido assistirão a um boom na construção e renovação de escolas. Trata-se de uma tremenda oportunidade para os arquitetos e educadores a repensarem o que deve ser uma instalação educacional e como o ambiente físico pode ser projetado para ter um impacto positivo na aprendizagem.
Em todo o mundo, as cidades estão se rebelando contra a indústria pesada. Embora algumas razões variem dependendo das circunstâncias locais, um impulso global comum em direção à energia limpa, a mudança das economias desenvolvidas para os serviços financeiros, a automação e a economia GIG, estão deixando um rastro comum nos centros urbanos. De Pequim a Detroit, vastas estruturas de aço e concreto permanecerão como relíquias vazias da era do metal e do carvão.
A questão sobre o que fazer com esses terrenos baldios, com fornos defuntos, ferrovias, chaminés e lagos, pode ser uma das principais questões urbanas que as próximas gerações de arquitetos enfrentarão. O que pode ser feito quando a impraticabilidade dos complexos industriais, e a preciosa terra que ocupam desnecessariamente, colide com a energia incorporada, as memórias e as histórias que poucos gostariam de perder?
Os irmãos gêmeos Chris e Bill Sharples são dois dos sócios fundadores da SHoP Architects, uma empresa sediada em Nova York, criada há 20 anos para reunirconhecimentos diversos em projetos de edifícios e ambientes que melhoram a qualidade de vida pública.
O estilo da empresa é difícil de definir, mas um denominador comumno portfólio da SHoP é uma filosofia de projeto baseada em restrições. Dos modelos digitais às técnicas de fabricação e entrega sempre à frente de seu tempo, a tecnologia está no centro do movimento da empresa em direção a uma abordagem iterativa que, como diz Chris Sharples, "está começando a obscurecer a linha entre arquitetura e manufatura".
https://www.archdaily.com.br/br/903340/usando-a-arquitetura-para-criar-um-novo-movimento-civico-entrevista-com-chris-sharples-do-shop-architectsJeff Link