Sancionado pelo prefeito Fernando Haddad no dia 31 de julho, o Plano Diretor Estratégico de São Paulo já é, pelo menos para a Organização das Nações Unidas (ONU), um exemplo para o mundo.
Durante a cerimônia de sanção do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo, o diretor regional do Escritório para América Latina e o Caribe do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Elkin Velasquez, destacou os méritos do plano recém sancionado, destacando a ousadia da cidade em seguir os princípios de sustentabilidade e urbanismo social.
Já publicamos anteriormente alguns artigos sobre as qualidades e benefícios de caminhar e como podemos construir cidades mais “caminháveis” e agradáveis, tanto para os pedestres quanto para os ciclistas. Dentro desse mesmo tema, compartilhamos a seguir a palestra do renomado urbanista Jeff Speck, que comenta alguns desses benefícios e razões pelas quais as cidades deveriam ser mais bem planejadas em função dos pedestres, expondo argumentos baseados nas experiências e conselhos de economistas, epidemiologistas e ambientalistas.
Embora os exemplos dos Estados Unidos não sejam tão similares aos da nossa realidade, ao citar porcentagens, tempos de deslocamento e índices de obesidade, estes casos podem ser tomados como válidos para praticamente qualquer contexto.
A seguir, um breve resumo das palavras de Jeff Speck.
Em 2008 um grupo de estudantes do SCI-Arc propôs uma série de habitações ocupadas por famílias de diversas faixas de renda para a cidade de Dubai. No projeto, os moradores mais abastados residiriam nos apartamentos do perímetro do edifício, com luz natural e vistas para a cidade, enquanto que os moradores de renda inferior habitariam a parte central da edificação, isolados da "classe mais alta". A proposta era uma paródia voltada aos empreendimentos residenciais elitistas construídos em Dubai; no entanto, o que perturbou os estudantes do SCI-Arc foi que, na época, seu projeto não causou praticamente nenhuma controvérsia. Inspirado na recente aprovação de uma "entrada para os pobres" em um empreendimento residencial de luxo em Nova Iorque, este artigo do LA Times resgata a paródia dos alunos do SCI-Arc e mostra que, tanto nos EUA como em outros países, os projetos residenciais estão (perigosamente) apontando para a segregação socioeconômica.
O prêmio, criado este ano pela UIA, tem com objetivo reconhecer trabalhos e pesquisas que tenham contribuído significativamente para a melhoria da qualidade de vida através da concepção do ambiente edificado centrado no usuário e na acessibilidade.
Há algumas semanas, os limites e alguns elementos de sinalização ao longo de 500 metros da rodovia N329, na cidade de Oss, Holanda, começaram a emitir luz proveniente da energia solar que absorvem durante o dia. Esse novo sistema permite que estes elementos horizontais e verticais liberem energia até oito horas após o sol se pôr.
A proposta foi concebida pelo artista Daan Roosegaarde e desenvolvida pela empresa de engenharia Heijmans. Após a divulgação do projeto a ideia ganhou o Dutch Design Awards 2012, sendo considerada a primeira rodovia solar do mundo.
Veja algumas fotos e um vídeo do projeto, a seguir.
O Pavilhão da Malásia na Bienal de Veneza 2014 foca na ideia de suficiência e seu papel em criar uma arquitetura sustentável e modesta.
Num comunicado, um dos curadores do pavilhão, Lim Teng Ngiom, comenta que "ao passo que suficiência sugere uma escala de vida modesta, porém adequada, o conceito pode ser reduzido a apenas o necessário exigido para a sobrevivência de uma pessoa ou coletivo. Quando relacionado com a sustentabilidade, o termo pode ser definido pela pegada de carbono ou, na construção, ele pode sugerir a pegada mínima para uma estrutura otimizada."
Para representar a ideia de suficiência, os curadores optaram por expor trabalhos de gaiolas desmontáveis que apresentam "apenas o espaço necessário para a existência." Diversas gaiolas de animais são unidas para formar uma viga suspensa, criando um "componente fundamental da arquitetura."
Veja algumas fotografias do pavilhão e o comentário dos curadores, a seguir...
O Leão de Prata concedido ao Pavilhão do Chile na Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano, o Prêmio MCHAP Emerging Architecture para a Casa Poli do escritório Pezo von Ellrichshausen e a recente inauguração do pavilhão de Smiljan Radic para o Serpentine Gallery não são casos isolados, mas um reflexo de uma arquitetura chilena - já madura - que consegue afastar o país da imagem de uma nação rural no fim do mundo ocupada por residências unifamiliares salpicadas sobre uma geografia acidentada; uma arquitetura que se reconcilia com seus centros urbanos, projetando-os na cena mundial.
Neste contexto, o jornal britânico Financial Times dedicou um artigo a este boom de arquitetos já consolidados, como Smiljan Radic, Mathias Klotz, Pezo von Ellrichshausen e Elemental. O que ocasionou esse impulso da arquitetura chilena?
Saint Etienne é uma cidade industrial francesa que está passando por um período de regeneração através da arte. Neste contexto, um dos artistas que é, em parte, responsável por isso é OAKOAK
Este artista, natural da cidade, buscou alterar o aspecto deteriorado das ruas, transformando suas rachaduras – algo que muitos vêm como reflexo do descaso – em cenas inusitadas com personagens e situações diversas, tornando os espaços urbanos mais atraentes.
Plataforma de discussão em arquitetura e urbanismo, o Arq.Futuro ocorre pela primeira vez fora do circuito das capitais brasileiras. Em sua segunda edição deste ano, ele se transfere para Piracicaba, a 200 km de São Paulo, com uma programação de palestras e debates organizada ao longo de dois dias: hoje, 4 de agosto, e amanhã.
O Arq.Futuro foca no tema “A Cidade e a Água” em suas edições de 2014. Protagonista de reconhecidas transformações urbanas, a cidade de Piracicaba há anos vem dando atenção especial à gestão das águas e seus desafios. Daí a oportunidade de sediar este Arq.Futuro, que, por sua vez, envolverá a participação não só de representantes dos municípios da região, mas também de especialistas brasileiros e estrangeiros.
Assista, no vídeo acima, à programação ao vivo do Arq.Futuro em Piracicaba!
Re-Creation é uma instalação em duas partes baseada num conceito de Anssi Lassila. Uma parte da instalação foi construída por um mestre carpinteiro finlandês e seus assistentes, a outra parte por uma equipe chinesa. Juntas elas estabelecem um diálogo sutil e complexo entre os arquitetos e os construtores locais.
Apresentada pelo pavilhão projetado por Alvar Aalto em 1956, a instalação "se posiciona quanto à nossa relação com o legado moderno e sua tradição enquanto diálogo internacional; ela representa, por excelência, um produto do diálogo internacional atual e, ao mesmo tempo, oferece sua própria interpretação da dinâmica entre tradição e modernidade." Veja algumas imagens do pavilhão e leia a declaração dos curadores a seguir.
Os construtores oficias da LEGO se juntaram a alguns entusiastas de Budapeste, Hungria, para construir a torre mais alta do mundo feita a partir destes pequenos blocos. Atingindo a incrível marca de 34,76 metros e localizada em frente à Basílica de St. Stephen, a imponente torre bateu oficialmente o recorde mundial de 34,43 metros que pertencia a uma torre construída nos EUA. A estrutura recordista foi construída com mais de 450 mil blocos e carregava em seu topo um cubo mágico (brinquedo inventado pelo escultor húngaro Ernő Rubik) também construído com LEGO.
Faixa exclusiva na Av. 23 de Maio, São Paulo. Foto: reprodução/CBN. Cortesia de The CityFix Brasil
Um estudo realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo sobre a influência das faixas de trânsito exclusivas mostra que aqueles que optaram pelo transporte público coletivo deixaram de gastar diariamente 38 minutos no trânsito.
Para chegar a esse valor o CET analisou a rotina de deslocamentos de aproximadamente 3 milhões de usuários do transporte coletivo. A cifra (38 minutos) pode parecer, à primeira vista, singela, porém, o total de tempo “economizado” no trânsito (apenas pelos usuários analisados) alcança 1,9 milhões de horas por dia, tempo que pode ser melhor aproveitado e certamente gera implicações econômicas e sociais.
Amanda Burden é ex-diretora do Departamento de Planejamento Urbano de Nova Iorque e presidente da Comissão de Planejamento Urbano durante o governo de Michel Bloomberg, onde trabalhou para promover a revitalização de Lower Manhattan e melhorar o acesso público à orla do Brooklyn, entre outros importantes projetos que melhoraram os espaços públicos de Nova Iorque nos últimos anos.
Nessa conferência TED, Burden explica como os espaços públicos de Nova Iorque, desde pequenos parques até grandes intervenções realizadas nos últimos anos, que têm como foco principal o pedestre, foram fundamentais para fazer com que os mais de 8 milhões de habitantes que vivem na cidade tivessem uma melhor qualidade de vida.
https://www.archdaily.com.br/br/625094/conferencia-ted-como-os-espacos-publicos-fazem-com-que-as-cidades-funcionemEquipo Plataforma Arquitectura
O tão aguardado evento Time Space Existence, que aconteceu no Palazzo Bembo e no Palazzo Mora como parte da Bienal de Arquitetura de Veneza 2014, reuniu um grupo diverso composto por 100 arquitetos e escritórios oriundos dos 6 continentes. Convocados pela fundação holandesa sem fins lucrativos Global Arts Affairs, os arquitetos foram convidados levantar questões sobre a arquitetura, enfatizando a discussão dos conceitos filosóficos de Tempo, Espaço e Existência. Reunindo tanto arquitetos bem estabelecidos como escritórios menos conhecidos, o que todos os participantes têm em comum é uma "dedicação à arquitetura no sentido mais amplo da profissão."
Os Jogos Olímpicos representam, sem dúvida alguma, um investimento colossal para os países que os recebem e organizam. Mas, uma vez findo o evento esportivo, qual o destino de todas as infraestruturas construídas paras as competições? Em alguns casos os edifícios não servem para mais nada e a natureza retoma seu espaço.
Veja a seguir alguns exemplos de cidades que receberam Jogos Olímpicos (de verão e inverno) e que evidenciam o destino de algumas dessas estruturas:
Trazer conceitos de eficiência energética aos nossos espaços públicos é uma ideia que já vem sendo estudada há década. Neste contexto, alguns projetos interessantes têm surgido, como a ciclovia Solarpath no parque Christ’s Pieces em Cambridge, na Inglaterra.
Nos Estados Unidos, dois pesquisadores estão desenvolvendo o Solar Roadways, um sistema que, se implementado, substituirá o asfalto das ruas e ciclovias por painéis solares e luzes LED cobertos por vidro reforçado e, segundo eles, reduziria em até 70% os acidentes de trânsito à noite. Além disso, a proposta conta com um sistema de aquecimento que ajudaria a derreter a neve.
Embora o vídeo do projeto tenha sido avisto por sete milhões de pessoas, algumas pessoas acham que seu alto custo pode ser uma barreira. De acordo com um dos desenvolvedores, 1,5 quilômetros destas ruas poderiam produzir energia para 428 lares nos EUA
Em comemoração ao Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto) o ArchDaily Brasil gostaria de agradecer aos fotógrafos que trazem à vida os projetos que publicamos todos os dias. Como parte da homenagem convidamos alguns arquitetos para comentar sobre a obra de alguns dos mais aclamados fotógrafos de arquitetura. A seguir, o arquiteto espanhol Alberto Campo Baeza escreve a respeito de Javier Callejas.
Transformar cada espaço público em um lugar mais bonito, divertido e seguro. Foi com esse objetivo que nasceu o Bela Rua, uma associação sem fins lucrativos que realiza projetos urbanos e intervenções urbanas participativas e divertidas para incentivar as pessoas a transformar a cidade.
Até o dia 17 de agosto a associação estará organizando uma série de eventos intitulada (RUA)³ - ou “rua ao cubo” – na Praça Oliveira Penteado, no Bairro Butantã, São Paulo. A programação é bastante diversificada e conta com a presença artistas e entusiastas para a realização de exposições, apresentações musicais, picnics, oficinas, projeções de filmes, entre várias outras atividades.
A partir das fotografias georreferenciadas enviadas à página do Panoramio - um site ligado ao Google - foi possível identificar quais são as 10 cidades mais fotografadas do mundo e, também, as mais registradas de cada continente.
A lista foi elaborada a partir dos dados georreferenciados de cada foto, que foram então passados para o SightsMap e representados através de “mapas de calor”. Em seguida este mapa foi combinado a informações oriundas de rankings de popularidade de cidades elaborados pelo Foursquare, Google Places e Wikipedia.
As regiões mais escuras do mapa representam locais menos fotografados, enquanto que as amarelas são os locais mais registrados. Os tons avermelhados representam a transição entre estes extremos.
Saiba quais são as cidades mais fotografadas do mundo, a seguir.
Quatro dos 11 guindastes que eram usados para descarregar as embarcações no porto serão mantidos na orla do Guaíba. Foto: Divulgação. Cortesia de clicrbs
A proposta engloba a recuperação de 11 armazéns industriais localizados na orla do rio Guaíba, construídos entre 1917 e 1927, prevendo novos usos para as antigas estruturas, como espaços de lazer, cultura, gastronomia, serviços e comércios.
Apresentamos a seguir o projeto “The Looper”, desenvolvido pelo escritório RTKL, que dá um passo adiante nas práticas da arquitetura urbana com a proposta de uma estufa flutuante capaz de descontaminar rios e lagos.
Em outubro de 2013 a equipe do RTKL apresentou o The Looper no concurso snoLEAF BIG! Green Greenhouse que buscava novas propostas para o cultivo de alimentos orgânicos nas cidades que cumprissem com as normas estabelecidas pelo The Living Building Challenge - que tem como princípio de certificação a premissa de que o edifício ajude a restaurar o entorno natural de onde está construído.
Todos os anos os cidadãos da Catalunha comemoram os eventos de 11 de setembro de 1714, uma data fundamental na Guerra da Sucessão Espanhola que simboliza o que Voltaire chamou de "o amor extremo pela liberdade dos barceloneses". Com este ano marcando o 300º aniversário destes eventos históricos, Barcelona Cultura incumbiu a Fundació Enric Miralles da curadoria de 7 instalações públicas na cidade como parte do programa Tricentenari BCN.
O resultado é o BCN RE.SET, organizado por Benedetta Tagliabue da Fundação Enric Miralles e pelo diretor de teatro Àlex Ollé, que convidaram arquitetos de diversos países a colaborarem com universidades locais e criarem instalações simbolizando 7 conceitos ideológicos e políticos: Citadela, identidade, liberdade, Europa, diversidade, democracia e memória. Estas instalações permanecerão expostas até o dia 11 de setembro. Saiba mais sobres as obras, a seguir.
Uma das características dos espaços públicos bem projetados é que as pessoas querem visitá-los e gostam de permanecer neles. Para que isto ocorra há vários fatores envolvidos, como a influência exercida pela arquitetura, os edifícios históricos e os monumentos, as atividades que existem no lugar, a facilidade de acessá-lo, entre outros.
Em relação a este último ponto, não apenas os deslocamentos são importantes, mas também os acessos através das conexões oferecidas pelo transporte público. Portanto, tem-se um equilíbrio entre desenho urbano e transporte planejado que influencia o caráter e causa um impacto social nos espaços públicos.
Conheça, a seguir, três espaços bem sucedidos nesse aspecto:
Oferecer um sistema de transporte público confiável e eficiente é a estratégia de muitas cidades para desestimular o uso dos automóveis particulares e, assim, evitar os danos ambientais e urbanos causados por estes.
Há alguns dias, Helsinki anunciou um ambicioso plano que visa integrar vários meios de transporte ao seu atual sistema público que, em teoria, funcionaria tão bem que os cidadãos não teriam mais razões para possuir um carro.
Saiba mais sobre este plano que pretende, até 2025, desestimular o transporte individual motorizado da capital finlandesa.