Os sistemas de construção leve são basicamente constituídos por uma estrutura base de perfis de aço galvanizado, que pode ser coberta com painéis de gesso ou cimento. Dependendo de suas características particulares, cada painel permite que o sistema adicione maior resistência à umidade e ao fogo, além de diferentes níveis de isolamento térmico e acústico. Por que eles são eficazes quando aplicados em fachadas? Que possibilidades eles oferecem de acordo com sua composição?
Museo de transporte húngaro. Image Cortesía de Diller Scofidio + Renfro
De acordo com Howard Gardner, a inteligência humana pode ser dividida em oito categorias, sendo uma delas, a inteligência espacial. Gardner define este tipo de inteligência como a capacidade do ser humano em imaginar e dar forma à modelos tridimensionais da realidade. A arquitetura, assim como a escultura, é uma das disciplinas que mais se beneficiam desta faculdade. Considerando isso, neste artigo procuramos explorar como a representação da arquitetura evoluiu ao longo do tempo e como ela está se tornando cada dia mais fiel à imagem idealizada por quem a projetou.
Collage realizada utilizando fotografias de Matias Romero e Raquel Aviani/Secom UnB. (licensed under the Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic license and Creative Commons Attribution 2.0 Generic license) via Wikimedia Commons
O que seria de todo o ambiente construído sem seus usuários? Esta pergunta talvez facilite a compreensão de que a arquitetura e o urbanismo não se sustentam apenas como espaço físico, pelo contrário, ganham significado principalmente através das movimentações e vínculos humanos e não-humanos que - juntos dos traços arquitetônicos ou espontâneos que compõem a paisagem urbana - provocam as sensações que cada indivíduo sente de forma única.
Ensaio produzido originalmente como trabalho final da disciplina eletiva Moradias Tradicionais da Escola da Cidade em 2017 aborda a presença pouco conhecida de construções pré-colombianas de grande escala presentes no meio da Floresta Amazônica.
Nos últimos 40 anos, foram encontradas no Estado do Acre centenas de formações geométricas maciças escavadas no solo – os chamados geoglifos. Estas construções demonstram que a Amazônia já foi habitada há milhares de anos e que a sua vegetação foi manejada, desmentindo a imagem de que a região seja um território intocado.
A pauta do reuso e da reciclagem no contexto da construção civil é de extrema relevância, sobretudo ao se considerar os montantes de produção de resíduo e consumo de energia envolvidos nos processos ligados ao canteiro de obras. Elementos construtivos forjados a partir da reelaboração da função de antigos objetos ou materiais, representam uma oportunidade objetiva de aderir às formas de pensar no reaproveitamento como caminho para um futuro mais sustentável e responsável.
Como os arquitetos dependem fundamentalmente de imagens para transmitir informações abstratas para seus clientes e para o público em geral, o debate sobre o papel das renderizações na arquitetura parece não ter fim, assim como não há e nem haverá consenso sobre o tema.
A concepção de projetos residenciais lida a todo momento com pensar as formas de qualificar o cotidiano daqueles que ocuparão os espaços projetados diariamente. A ideia de subverter radicalmente o programa habitacional tem como limite justamente o contato com a vida do dia a dia, com as atividades e dinâmicas práticas domésticas e com um caráter de grande permanência dos usuários, o que faz com que a inovação e criatividade nesses casos estejam, em geral, materializadas em detalhes, articulações entre cômodos, pontos de interesse, mobiliários e formas de pensar o desenho dos interiores de forma agradável e adequada aos moradores.
Uma das formas de criar pontos de supresa e de quebra da monotonia de um conjunto padrão do programa residencial é o uso de cores de forma estratégica e pontual em ambientes internos. Associar elementos arquitetônicos como vigas, pilares, pisos, lareiras, painéis, armários a tons contrastantes entre si estabelece uma nova leitura para antigos componentes e pode mudar a percepção dos ambientes internos de forma inovadora. Reunimos a seguir uma seleção de projetos brasileiros que exploram o uso desse recurso em suas propostas para interiores.
Se sentir livre na cidade. Se sentir livre e seguro na cidade. Quantas vezes caminhamos com plenitude por nosso bairro, ao voltar para casa, ao passear em um parque? Alguns espaços nos parecem mais cômodos e tranquilos. Mas, para manter essa calma, até que ponto nos expressamos e até que ponto nos contemos? Como nos protegemos para nos sentir o melhor possível ao habitar nosso entorno?
https://www.archdaily.com.br/br/942588/as-cidades-devem-permitir-que-as-pessoas-brilhemMaría Gonzalez & José Tomás Franco
Apesar das imagens estáticas serem o meio mais comum para representar um projeto, alguns arquitetos optam por convidar o público a experienciar a arquitetura de modo mais imersivo. Desde 2006, o Spirit of Space, estúdio de cinema especializado em arquitetura, vem envolvendo os espectadores em curtas-metragens de obras concebidas por arquitetos de renome mundial, como Peter Zumthor, Steven Holl, Daniel Libeskind e Jeanne Gang. A equipe multidisciplinar do estúdio combina recursos visuais com trilhas sonoras criadas especialmente para os filmes, transformando o percurso fílmico em uma experiência multissensorial.
San Francisco é uma cidade definida pela sua relação com a moradia. Desde o início dos anos 90, San Francisco tem enfrentado a escassez de habitação popular e, por outro lado, atualmente conta com um dos mais autos valores médios de aluguel de todos os EUA. A medida que as autoridades locais estão procurando encontrar soluções para este problema, arquitetos e urbanista encontram em San Francisco um território fértil para explorar novas soluções e tipologias habitacionais. Desde torres residenciais de alta densidade até conjuntos multifamiliares, a arquitetura residencial em uma das principais cidades da Costa leste procura seu equilíbrio entre a economia e urbanidade.
Florença, Itália. Foto de Jonathan Körner, via Unsplash
Pouco mais de quatro meses após o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, e cerca de três meses e meio após os primeiros decretos da quarentena, muitas cidades ainda mantêm medidas restritivas como forma de promover o isolamento social. Apesar da recente flexibilização que alguns estados e municípios têm adotado, as mudanças no cotidiano de arquitetos e estudantes permanecem e a popularidade de atividades remotas, como os cursos online, tem crescido nos últimos meses.
Enquanto muitos escritórios de arquitetura se encontram diante de demandas reduzidas e obras paradas, estudantes estão com aulas interrompidas ou transferidas para a modalidade online. Com mais tempo livre, seja pela diminuição dos deslocamentos ou pela redução de atividades, estudantes e arquitetos têm buscado nos cursos online uma forma de aprimorar ou ampliar conhecimentos em ferramentas, programas e conteúdos teóricos.
As técnicas de visualização evoluíram de forma notável ao longo do tempo e com os adventos tecnológicos, os resultados finais estão cada vez mais próximos de simular de maneira fiel aspectos próprios da realidade. Podemos dizer que, no campo da arquitetura, um projeto de visualização busca principalmente evidenciar as características e qualidades de um espaço tridimensional - ainda não construído ou em processo de construção - através de imagens, renderizações, vídeos ou ferramentas de realidade virtual - projetados, de forma geral, em suportes bidimensionais como as telas ou o papel -, considerados ferramentas essenciais para que os clientes, em geral pouco familiarizados com as representações técnicas, ou para um júri nos casos de concursos, compreendam um projeto de forma integral em uma etapa prévia a sua materialização.
A coletiva Terra Preta Cidade é um lugar inventado a partir do desejo de cinco mulheres negras, residentes em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, de burlar o distanciamento geográfico, para promover e celebrar o encontro. Emmily Leandro, Gabriela Gaia, Luciana Mayrink, Malu de Barros e Natalia Alves dão forma e voz à esse exercício de criação de um território virtual, partilhado — que é tanto uma aposta política quanto estética -, através do podcast Des-embranquecendo a Cidade, que chega ao seu quarto episódio com o tema: "Ferve Território — Firmeza Permanente".
https://www.archdaily.com.br/br/942831/des-embranquecendo-a-cidade-number-4-ferve-territorio-firmeza-permanenteTerra Preta Cidade
Este artigo faz parte da série colaborativa “Arquitetura do Leste Europeu: 50 Edifícios que Definiram uma Era”, desenvolvida em parceria entre o The Calvert Journal e o ArchDaily. Celebrando alguns dos principais ícones da arquitetura do leste europeu, publicaremos periodicamente uma lista com cinco projetos —organizados por tipologia — construídos no então Bloco de Leste.
https://www.archdaily.com.br/br/942372/arquitetura-do-leste-europeu-o-modernismo-futurista-de-hoteis-e-resortsLucía de la Torre
A alteridade é fundamental para o desenvolvimento humano. Se privado de estímulos variados, o cérebro não se desenvolve, perde a plasticidade e se deteriora como um músculo atrofiado. Tal argumento é amplamente aceito quando se trata de relações sociais, atividades cognitivas ou físicas. E quanto aos estímulos promovidos pelo ambiente construído?
https://www.archdaily.com.br/br/942361/a-cidade-como-um-jogo-de-pecasMarina Oba, Daniela Moro e Gabriel Tomich
De cabanas isoladas no meio da mata a projetos inteiramente construídos em bambu, a arquitetura residencial no Equador é um prato cheio para quem gosta de casas construídas em madeira. Abundante em todo território nacional, este material construtivo é utilizado de forma versátil, capaz de atender a todos os requisitos estruturais e necessidades arquitetônica com louvor. Como estrutura portante, revestimento ou mobiliário, a madeira esta sendo utilizada tanto quanto o concreto, a pedra, o tijolo ou o metal, oferecendo uma infinidade de aplicações que têm provocado o desenvolvimento de uma nova linguagem e uma expressão única, intimamente integrada à paisagem característica dos trópicos.
Arquitetos não constroem edifícios. Arquitetos fazem desenhos de edifícios. Mas é claro, alguém tem que construir o edifício. A indústria da construção é um dos maiores setores econômicos e todos interagimos diariamente com o ambiente construído, mas o trabalho real de obter um edifício do desenho à estrutura evoluiu pouco ao longo das décadas. Enquanto o restante do mundo esteja mudado para a Indústria 4.0, o setor da construção não acompanhou o ritmo. A arquitetura começou a adotar alguma digitalização. Afinal, a maioria de nós já não trabalha com compassos e nanquins sobre pranchetas. Assim, com o vínculo eterno do setor de arquitetura ao setor de construção, este último adotará alguns novos artifícios tecnológicos por associação? E quando isso acontecer, como isso mudará o papel do arquiteto?
A New Generations é uma plataforma dedicada a descobrir e promover o trabalho de arquitetos jovens e emergentes no cenário europeu, proporcionando um espaço de troca e aprendizado, voltado tanto aqueles que se dedicam a prática quanto a teoria na arquitetura. Desde a sua fundação em 2013, a New Generations trouxe à público mais de 300 escritórios promissores de arquitetura, apresentando um cenário diversificado de studios e ateliês dedicados às mais diferentes atividades culturais, promovendo festivais, exposições, chamadas abertas, entrevistas e oficinas.
A New Generationslançou recentemente uma nova plataforma na qual oferece um espaço único onde arquitetos de toda Europa podem se reunir para trocar idéias, e por que não, construir novas redes de trabalho colaborativo. Projetos de todo o tipo, oportunidades de emprego, idéias, notícias e perfis de escritórios serão publicados todos os dias na nova plataforma da NG. A seção 'perfis' é um convite àqueles indivíduos e coletivos que pretendem se juntar à esta rede de escritórios emergentes, proporcionando uma oportunidade única para que estes se engajem e fortaleçam a comunidade européia de jovens arquitetos.
Pensando nisso, o ArchDaily e a New Generations decidiram unir forças! A cada duas semanas publicaremosaquino ArchDaily uma seleção dos principais escritórios europeus emergentes de arquitetura.
Com a maior parte do mundo vivendo em cidades e comunidades em crescimento, as pessoas tendem a passar a maior parte do tempo em ambientes internos. Quando não estamos em casa, estamos trabalhando, aprendendo ou até participando de atividades divertidas em ambientes fechados e construídos. Ao todo, 90% do nosso tempo é ocupado em interiores. É essencial garantir uma qualidade ambiental interna confortável, produtiva e saudável, seguindo parâmetros e práticas de projeto bem regulados que considerem temperatura, iluminação, poluição sonora, ventilação adequada e a qualidade do ar que respiramos. Este último é especialmente importante, pois, ao contrário do que podemos pensar, a poluição do ar é muito maior no interior do que no exterior.
Jardins verticais, paredes verdes ou paredes vivas são algumas das diferentes denominações usadas para uma mesma solução: a disposição vertical de diferentes espécies vegetais como forma de adquirir os benefícios proporcionados pela vegetação, mas em uma menor área projetada. Ou seja, a aplicação vertical das espécies permite um ganho de área útil horizontal, uma vantagem sobretudo para locais onde existe pouco espaço disponível para plantio diretamente no solo.
Oosterdokbrug: ponte para pedestres e ciclistas em Amsterdã. Foto: Mariano Mantel/Flickr
A explicação para algumas pessoas caminharem mais do que outras pode ir além da escolha pessoal: em muitos casos, os níveis de caminhada no dia a dia são determinados pelo desenho urbano. A maneira como as ruas e bairros são traçados ultrapassa questões estéticas ou de planejamento e afeta diretamente o estilo de vida, a saúde, a prática de atividade física e o bem-estar de quem mora ou frequenta cada área da cidade.
Os seres humanos usam espelhos desde 600 aC, empregando a rocha obsidiana altamente polida como superfície reflexiva básica. Com o tempo, as pessoas começaram a usar pequenos pedaços de ouro, prata e alumínio de maneira semelhante, tanto por suas propriedades refletivas quanto por decoração. No século I dC, as pessoas começaram a usar o vidro para fazer espelhos, mas foi apenas durante o Renascimento Europeu que os fabricantes venezianos começaram a fabricar espelhos aplicando suportes metálicos nas folhas de vidro, permanecendo o método geral mais comum hoje em dia. Desde então, os espelhos continuam a desempenhar papel decorativo e funcional na arquitetura, proporcionando uma estética moderna e limpa, apesar de suas origens antigas. Abaixo, investigamos como os espelhos são feitos, fornecemos um pouco de sua história na arquitetura e oferecemos várias dicas para arquitetos que desejam usá-los em seus projetos.
https://www.archdaily.com.br/br/942185/espelhos-na-arquitetura-possibilidades-de-espacos-refletidosLilly Cao
Ao contrário de uma série de sistemas e materiais construtivos, a paisagem não é um elemento especificável, ou mesmo desenhável, no projeto arquitetônico de um apartamento. No entanto, as paisagens são, de certa forma, atingidas pelas definições projetuais do edifício em questão, tanto do ponto de vista interno, como externo – ou seja, do seu entorno. As orientações das fachadas de um edifício e os tamanhos das janelas, por exemplo, são algumas das formas a partir das quais as vistas de um apartamento são afetadas, enquanto as dimensões da construção e seu gabarito afetam diretamente o contexto em que está inserida.
Arquitetos e arquitetas em geral são pessoas que gostam de falar o quanto influenciam comunidades através de seus desenhos e estão corretos ao dizer isso. Afinal, os espaços junto de diversos fatores sociais influenciam o modo como cada indivíduo se sente ao ocupar a cidade ou um edifício. Mas esses projetos respondem a todos os usuários da mesma maneira? Nos propomos a questionar o modo como a arquitetura lida com a comunidade LGBTQIA+ através de uma chamada aberta em nossos canais das redes sociais, trazendo o depoimento de nossos leitores sobre como eles vivem estes espaços e como seria possível representar, também, a própria comunidade LGBTQIA+ no campo arquitetônico.