Quando se fala de Copenhague e sua cultura ciclista, é quase impossível não citar o especialista em mobilidade urbana Mikael Colville-Andersen.
De origem canadense, porém residindo a muitos anos na capital dinamarquesa, este urbanista é uma das referências globais em termos de cidades na escala humana e na promoção dos meios de transporte sustentáveis, especialmente a bicicleta.
A 32ª Bienal de Arte de São Paulo, que nesta edição tem como título Incerteza Viva, fecha suas portas no próximo domingo, dia 11 de dezembro. Aberta em setembro, a mostra, que tem curadoria de Jochen Volz, reúne cerca de 90 artistas e coletivos que ocupam os espaços do Pavilhão Ciccillo Matarazzo.
Conversamos com o arquiteto Alvaro Razuk, responsável pela expografia da Bienal de Arte, sobre suas estratégias de projeto para dialogar com o tema da mostra e intervir em um edifício tão emblemático como o Pavilhão da Bienal.
Entrevistamos o núcleo de conteúdo da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, desta vez estiveram presentes: Marcos L. Rosa, diretor de conteúdo, André Goldman, assistente de direção geral, e Bruna Montuori, assistente de direção de conteúdo. Como exposto na última entrevista realizada com Marcos Rosa, esta edição da Bienal possuirá um formato diferente e será expandida em seus dois anos de duração. Será realizada como uma plataforma de produção de conhecimento que fomentará discussões e transformações na cidade durante todo o seu período de realização e pretende deixar um legado palpável para cidade, uma vez que ela não se resume unicamente a uma exposição.
Em ocasião do HAY Festival Segovia 2016, as arquitetas Benedetta Tagliabue, Izaskun Chinchilla e Carme Pigem (RCR Arquitectes) fizeram parte do projeto The Workshop of Dreams junto a Jacob Benbunan, cofundador da Saffron. Os quatro criadores foram desafiados a materializar os sonhos de outras quatro personalidades espanholas ligadas às áreas da arquitetura, gastronomia, literatura e paleontologia.
Em conversa exclusiva com o ArchDaily, as três arquitetas compartilhara suas experiências neste projeto e como foi a relação com as outras personalidades, como definiram, conjuntamente, o "problema" e a "solução" a partir de uma série de conversas no local habitual de trabalho de cada um dos envolvidos.
Com a recente divulgação oficial da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, intitulada Em Projeto, nos reunimos com o Diretor de Conteúdo do evento, o arquiteto Marcos Rosa, para uma entrevista de apresentação da Bienal. À diferença das Bienais de Arquitetura anteriores, a edição atual não pretende ser um evento pontual, mas um conjunto de eventos, exposições, discussões e conformarão uma espécie de constelação de atividades ao longo do tempo.
De acordo com a organização, esta Bienal questiona o significado do termo “projeto” a fim de abrir caminhos e discussões sobre as possíveis formas de se “fazer” cidade. Em Projeto refere-se ao lugar do projeto no processo de construção. Para repensar o significado de projeto, tomamos seu sentido do latim, projetar-se, colocar-se na linha de frente.
Paulo Mendes da Rocha é um dos arquitetos mais cultuados do Brasil. E apesar do fato de pouco de seu trabalho ser encontrado fora de São Paulo, seu estilo é reverenciado mundo afora, o que lhe rendeu o Prêmio Pritzker em 2006 e recentemente, a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects. À luz desta nova premiação e como parte de sua coluna City of Ideas (Cidade de Ideias, em tradução livre), Vladimir Belogolovsky compartilha conosco uma entrevista realizada com Paulo Mendes da Rocha em 2014. Tal entrevista aconteceu em seu escritório em São Paulo e contou com a colaboração do arquiteto Wilson Barbosa Neto como tradutor, e foi originalmente publicada no livro de Belogolovsky intitulado “Conversations with Architects in the Age of Celebrity,” até então sem tradução para o português.
Durante o IV Congreso Internacional que a Fundación Arquitectura y Sociedad organiza na cidade de Pamplona, tivemos a oportunidade de conversar com o arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels sobre sua postura frente ao título deste edição do congresso: Arquitetura: Mudança Climática. O fundador do BIG falou da importância das tecnologias limpas e como estas deveriam ser aplicadas na arquitetura. Os novos projetos industriais devem romper os paradigmas tradicionais, questionando-se sobre a concepção típica das usinas de energia que podem, e devem, ser reintegradas às comunidades como espaços limpos. Ingels afirma que as tecnologias limpas não são apenas melhores para o meio ambiene, mas também para as cidades, abrindo novas e emocionantes possibilidades para o espaço público.
A entrevista foi realizada no exterior do Auditório do Parque do Ibirapuera e transmitida ao vivo ontem em nossa página do Facebook. Aqueles que não puderam assistir ao vivo podem ver acima a opinião de Carrilho da Graça sobre o cenário atual da arquitetura ibérica e sua relação com a arquitetura realizada na América Latina.
A arquiteta Anna Puigjaner imagina um futuro no qual a moradia se adapte as necessidades dos seus habitantes. E isso, às vezes, faz com que não seja necessário projetar uma cozinha, por exemplo. Seu projeto Kitchenless recebeu o Prêmio Wheelwright da Universidade de Harvard, com a doação de 100 mil dólares para pesquisar os modelos de casas coletivas existentes em todo o mundo.
Em um bonito local de Gracia (Barcelona), que funciona mais como co-working do que como estúdio de arquitetura convencional, trabalham os sócios de MAIO, o escritório de Puigjaner, junto com profissionais de outras disciplinas. A equipe de MAIO apostou neste local em 2011, em plena crise, assim que, para sustentá-lo, decidiram abrir o espaço para outros trabalhadores. Em 2016 eles até poderiam se manter sozinhos, mas não existe nenhuma razão que lhes motive a fazê-lo. Este fato poderia resumir sua filosofia e seguramente é uma das razões pelas quais Puigjaner ganhou o Wheelwright, um prêmio particular dentro dos ganhadores de arquitetura, já que não se centra em uma obra ou uma pesquisa, mas sim, na coerência entre ambas, trajetória e ideias.
Do seu estúdio, ela responde a esta entrevista sobre as mudanças no futuro da moradia: você viveria em uma casa sem cozinha?
Resultado de um processo de licitação organizado pelo IAB-RJ e fruto de um complexo jogo de variáveis que levou em consideração as exigências do Comitê Olímpico Internacional e Brasileiro, a inserção e escala do projeto num terreno de propriedade do Exército Brasileiro e o legado do projeto para a cidade do Rio de Janeiro, o Parque Olímpico Deodoro recebe os equipamentos para diversas modalidades esportivas dos Jogos Olímpicos, entre elas o tiro e o hóquei sobre a grama.
Como arquiteto, não importa o quanto apoio você tenha, você sempre sente que está lutando sozinho. – Zhang Ke
O recente ponto de virada experimentado pela economia chinesa será possivelmente abordado em estudos futuros como sinal de uma nova era no país. A menor taxa de crescimento em 25 anos já causou profundos ecos no campo da arquitetura. Como um dos três participantes chineses na exposição central na Bienal de Veneza 2016, "Reporting from the Front", nessa entrevista o arquiteto Zhang Ke discute sua visão sobre a linha de frente da arquitetura na China, refletindo sobre as responsabilidades sociais dos arquitetos e sua visão sobre a arquitetura chinesa no futuro.
Enquanto arquitetos, podemos assumir um papel realmente ativo nos problemas urgentes da sociedade? Malkit Shoshan, arquiteta curadora do pavilhão da Holanda na próxima Bienal de Veneza, defende que sim. E sua trajetória assim o evidencia. Em defesa da incorporação de um quarto 'D' nos critérios da ONU (Defesa, Diplomacia e Desenvolvimento) em suas missões de paz (capacetes azuis), Shoshan tem sido capaz de fazer sentar na mesma mesa engenheiros militares e os responsáveis por políticas públicas da Holanda para analisar o impacto urbano consequentes das missões de paz ao redor do mundo.
Shoshan focou na missão conjunta da Holanda e da ONU em Gao (Mali), que em 2012 foi declarada capital do Estado Independente de Azawad - uma nação não reconhecida pelas autoridades internacionais - depois da rebelião dos tuaregues de 2012 no país africano. "Estas missões de paz ocupam grandes extensões de terra em centenas de cidades ao redor do mundo, mas é um fato pouco discutido por nossa própria profissão", reflete Soshan.
Durante sua recente visita a Mali, conversamos com a curadora do pavilhão holandês sobre a declaração de princípios por parte da Holanda na próxima Bienal de Veneza: o impacto dos drones militares nos espaços públicos e o porque, segundo ela, de existir uma estreita relação entre a arquitetura, políticas públicas e ideologia. "Com o desenho, podemos dispor dos recursos das missões de paz nas comunidades que estão cansadas dos conflitos militarizados, os grandes períodos de seca, fome e doenças", afirma.
Em dezembro de 2015, Jean Pierre Crousse foi selecionado -- juntamente com Sandra Barclay -- curador do Pavilhão do Peru na próxima Bienal de Arquitetura de Veneza, assumindo o desafio de compartilhar com o resto do mundo as experiências arquitetônicas que estão se ocupando das problemáticas urbanas e sociais mais urgentes em seu país.
Na exposição internacional, que acontecerá entre os dias 28 de maio e 27 de novembro deste ano, a dupla de curadores apresentará em detalhe o Plan Selva, um projeto de escolas modulares que se torna relevante por ser a primeira vez em 50 anos que o espaço confia à arquitetura um papel importante na mudança das condições sociais do país.
No Peru, a amazônia sempre foi nossa fronteira geográfica, física e mental. O habitante peruano médio, que é ocidental, viu a amazônia a partir de um ponto de vista domesticador, como um território a ser conquistado. O que estamos tentando mostrar é que esta fronteira está mudando. (...) Estas escolas estão criando os primeiros espaços onde este encontro de dois mundo poderá ocorrer.
Nesta entrevista, Jean Pierre Crousse nos conta como os arquitetos peruanos estão paulatinamente ampliando seu âmbito de ação para assumir estes desafios, além de mostrar detalhes exclusivos do pavilhão que representará o Peru na próxima Bienal de Veneza.
Para saber como será a exposição peruana, veja a galeria de imagens a seguir.
Após a muito bem sucedida exposição Latin America in Construction, Architecture 1955-1980 no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), tivemos a oportunidade de conversar com o curador Barry Bergdoll durante sua visita ao Chile. Professor de história da arte no departamento de História da Arte e Arqueologia da Columbia University e ex-curador-chefe do departamento de Arquitetura e Desenho do MoMA, Bergdoll se aproximou da disciplina a partir da história cultural e sociologia das profissões, focando na história e problemáticas de exibir a arquitetura.
Na ocasião, Bergdoll nos falou sobre a importância de viajar, enfatizando sua dívida pessoal com a América Latina e reconhecendo-se como parte de uma crescente "fascinação gringa" pela América do Sul. Após sete anos de pesquisa para esta exposição, Bergdoll nos traz um olhar externo ao recente ressurgimento e crescimento do subcontinente e como hoje ele apresenta uma cultura arquitetônica internacionalmente reconhecida.
Espaços de Paz 2014 em Pinto Salinas, desenvolvido por Oficina Lúdica e PKMN. Image Courtesy of PICO Estudio
Em suas funções de teórico, crítico, catedrático e conselheiro de Habitação em Barcelona após as últimas eleições municipais na Espanha, conversamos com Josep Maria Montaner, doutor arquiteto e catedrático da Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, autor de Después del movimiento moderno (1993) e Arquitectura y política (2011, com Zaida Muxí).
Após sua publicação mais recente, A condicção contemporânea da arquitetura(2015), Montaner fala sobre as tendências atuais da disciplina: sua dualização como resposta da crescente desigualdade econômica, a comercialização e exportação da linguagem formal, o estado das publicações impressas e a relação entre arquitetura e política em anos de transformação social.
"A arquitetura e o urbanismo estão recuperando o papel político e social que haviam tido em outros momentos de mudança. Se não o fazem, a arquitetura ficará à margem do futuro", diz Montaner.
Em parceria com o Centro pesquisas urbanas responsável pela Revista Centro, e editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), semanalmente publicaremos fragmentos da publicação online gratuita que propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.
Pela primeira vez o Prêmio Pritzker de Arquitetura foi concedido a um arquiteto chileno. Um país de 17,4 milhões de habitantes que há vários anos vem se destacando pela qualidade do trabalho de seus arquitetos. Como apontava há alguns meses um artigo do Los Angeles Times, a arquitetura chilena começou a exercer uma ampla influência em outros arquitetos ao redor do mundo através de uma série de obras pontuais, apresentando um uso impecável dos materiais e uma sensibilidade notável para com o entorno.
Alejandro Aravena iniciou sua atuação profissional em 1994, dois anos após concluir seus estudos na Universidade Católica de Chile. Desde 2006 é diretor executivo do escritório ELEMENTAL, iniciativa que tem como foco responder às exigências de como criar habitações sociais de qualidade que adquiram valor com o passar do tempo.
As mais recentes explorações formais de Aravena se dirigem a um tipo de projeto cujo princípio compositivo parece ser determinado pelo empilhamento e pelo peso, como no por exemplo a proposta para a Casa Ocho Quebradas e o Centro de Inovação Anacleto Angelini.