Gênova, Itália. Criado por @dailyoverview. Fonte da imagem: @maxartechnologies
A instalação de portos marítimos comerciais em diversos locais ao redor do mundo, sobretudo no início do processo que hoje chamamos de globalização, foi um fator preponderante e estruturador para a fundação de inúmeras cidades. Assim, abordar a relação entre certas cidades e seus portos é também discutir sobre sua própria história, conformação e desenvolvimento ao longo do tempo, uma vez que essas áreas desempenharam um papel fundamental para o crescimento do comércio, da economia e, inevitavelmente, da própria vida urbana, fazendo dessas cidades centros vitais e estratégicos de intercâmbio cultural, comercial e social.
Brasília, Distrito Federal, Brasil. Created by @benjaminrgrant, source imagery: @digitalglobe
Em 1972 foi criada a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco, que vincula os conceitos de patrimônio cultural e natural da humanidade e estabelece uma série de procedimentos envolvidos na sua conservação e preservação. A partir do entendimento de que os sítios e monumentos estão sujeitos à ação do tempo e à eventual deterioração ou desaparecimento, a organização determina que aqueles de valor universal excepcional merecem uma proteção especial contra as ameaças às quais estão submetidos. Assim, o trabalho de identificação, proteção, conservação e valorização dos sítios incluídos na lista visa salvaguardar e transmitir às gerações futuras o patrimônio cultural e natural da humanidade.
O cultivo de alimentos foi um dos grandes eventos históricos que marca a evolução da nossa sociedade. O domínio de técnicas de agricultura foi fundamental para a evolução de uma sociedade nômade para a sedentária. Séculos mais tarde, a produção agrícola se torna uma das principais forças a moldar o território. O fenômeno pode ser visto nas imagens aéreas que selecionamos a seguir.
As previsões para o futuro são alarmantes. Pelo menos é o que nos mostra o relatório do IPCC 2021, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (órgão da ONU) recentemente publicado. Segundo o documento, as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis e irão se agravar nas próximas décadas se não houver esforços para modificar a situação, afirmando que o aquecimento de 1,5ºC a 2ºC será ultrapassado em um futuro muito próximo.
Created by @overview Source imagery: @maxartechnologies
Em termos históricos, a industrialização é um processo no qual o setor industrial se torna dominante em uma economia por meio da substituição dos processos e técnicas artesanais, visando principalmente o aumento da produtividade e a consequente geração de riqueza. Essa produção serial, mecânica e padronizada gera transformações profundas não somente nos modos de vida e relações sociais, mas também, e principalmente, implica uma enorme mudança na paisagem urbana.
Quadras urbanas podem ser definidas como o espaço delimitado pelo cruzamento de três ou mais vias, subdivisível em lotes para a construção de edifícios. Para além da definição técnica, no decorrer dos séculos, este elemento morfológico foi sendo moldado em conformidade com o pensamento urbano e as expectativas vigentes podendo configurar um único volume ou vários que variam em altura e profundidade; volumes isolados em meio a natureza ou labirintos de difícil acesso. Independente da composição, a quadra simboliza o elemento mínimo da escala do bairro e assume o importante papel na mediação entre o público e o privado dentro das cidades.
Las Palmas, Ilhas Canárias. Drone photo by @sebastien.nagy
Fascinantes e fotogênicas, cidades coloridas costumam não apenas atrair os olhares dos milhares de turistas que as visitam anualmente, mas também de muitas arquitetas e arquitetos em todo o mundo. Sob o ponto de vista aéreo — que aliás, é o mesmo através do qual muitos visitantes têm o primeiro contato com essas cidades, a partir das janelas dos aviões —, são sobretudo as diferentes tonalidades dos telhados e das coberturas as responsáveis pelo visual multicolorido.
Os motivos por trás da multiplicidade das cores observadas do alto podem ser bastante variados. Enquanto a arquitetura de algumas cidades faz uso das cores nas coberturas como estratégia climática, outras seguem a colorir as casas com base em uma tradição da qual muitas vezes não se sabe ao certo a origem. De toda maneira, a presença da variedade de cores em uma cidade sem dúvidas chama a atenção pelo seu apelo visual.
Sagamihara, Japão. Drone photo by Rob Antill (@digitalanthill) and Ben Steensls (@randomoperator)
Vivemos em um emaranhado de fluxos – de capital, de informação, de tecnologia, de imagens, de estruturas, um constante ímpeto pelo movimento que domina todas as esferas da nossa vivência. As grandes infraestruturas viárias aqui apresentadas são frutos desse poderoso desejo de movimento que, por muitos anos foi também sinônimo desenvolvimento, como o retratado em Fausto, célebre personagem goethiano, na sua defesa pela eterna caminhada rumo ao (falso) sentido de progresso.
Destes emaranhados de concreto e aço, com múltiplos níveis em diferentes direções, um caos geometricamente organizado emerge rasgando as tramas urbanas na busca incessante por priorizar os fluxos com menor impedimento e maior capacidade possível.
Chicago, Estados Unidos. Created by @overview. Source imagery: @nearmap
Com poucos espaços disponíveis no solo e metros quadrados cada vez mais caros, o sentido de crescimento nos grandes centros urbanos passa a ser, frequentemente, o vertical. Em grandes metrópoles, a imagem dos edifícios em altura e a imagem associada à cidade são, muitas vezes, quase indissociáveis, e assim os skylines passam a adquirir uma certa iconicidade que nos remetem imediatamente aos locais em que estão inseridos.
Memento mori é uma antiga expressão em latim que significa “lembre-se de que você é mortal”. Ao contrário do que parece à primeira vista, os romanos a usavam não para representar uma visão fatalista da morte, mas sim, como uma forma de valorização da vida.
Alguns séculos depois, chegando ao nosso contexto atual, quando o mundo atinge a aterrorizante cifra de 2 milhões de mortos em decorrência da pandemia de Covid-19, o memento mori está mais presente do que nunca.
Antofagasta, Chile. Created by @overview. Source imagery: @maxartechnologies
“Parece haver uma imagem pública de qualquer cidade que é a sobreposição de muitas imagens individuais. Ou talvez exista uma série de imagens públicas, cada qual criada por um número significativo de cidadãos.” – Kevin Lynch
A partir desta observação, Kevin Lynch, em seu livro “A imagem da cidade” (1960), inicia uma análise em torno de quais seriam os elementos constituintes daquilo que considera como imagem da cidade. Ao apresentar, descrever e exemplificar estes elementos como objetos físicos perceptíveis, Lynch pondera que outros fatores não físicos como a memória, a função e o próprio nome da cidade também atuam significativamente na construção dessa(s) imagem(ns).
Cercado ao sul, leste e oeste pelo Oceano Atlântico, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, possui um litoral de mais de dois mil quilômetros de extensão e é caracterizado pela grande presença de lagos, rios e poços em todo o seu território. Com booms de crescimento significativos ao longo do tempo, sobretudo no último século, o rápido desenvolvimento de bairros, comunidades e cidades no estado frequentemente incorporaram os recursos hídricos abundantes no território, nem sempre de forma bem sucedida.
Segundo relatório da ONU-Habitat, em 2013 aproximadamente um bilhão de pessoas viviam em assentamentos informais e a expectativa é que esse número duplique até 2030. Vistos como resultado de falhas políticas – nacionais e urbanas –, leis e sistemas de provisão habitacional, os assentamentos informais não podem ser entendidos apenas como uma manifestação da explosão demográfica e globalização.
Expansão de Las Vegas, 1989/2019. Source Imagery courtesy of The European Space Agency (ESA) Paris, France
Os impactos causados pelo ser humano no planeta Terra passaram e ser tema recorrente, e cada vez mais se fala em um caminho sem volta. Aquecimento global, gases de efeito estufa, exploração dos recursos naturais e produção de resíduos sólidos e atmosféricos são alguns dos assuntos mais urgentes com os quais a comunidade global precisa lidar se desejamos um futuro de qualidade para as próximas gerações. Essas questões são tema e podem ser visualizadas em cores e alta definição no novo livro OverviewTimelapse: How We Change the Earth, de Benjamin Grant e Timothy Dougherty, que reúne 250 fotografias feitas por satélite ou drone de regiões em transformação na Terra.
Fernando Cuenca Goitia em seu livro “Breve História do Urbanismo” afirma que a cidade da época medieval surge no começo do século XI e se desenvolve somente entre os séculos XII e XIII. Segundo o autor, esse crescimento esteve devidamente atrelado ao desenvolvimento do comércio que possibilitou ocupações laborais fixas, fazendo com que a cidade não fosse mais composta majoritariamente por viajantes. Ou seja, formou-se uma sociedade burguesa desenvolvida a partir das mais diversas atividades – como artesãos, feirantes, ferreiros, armadores de barco – que serviu de estímulo à cidade medieval.
O chamado "traçado urbano radioconcêntrico" é conformado por ruas que partem de determinado centro e dirigem-se radialmente para o limite mais externo da cidade, além de ruas dispostas de forma concêntrica, que estabelecem a conexão entre as vias radiais e os lotes. Este padrão está presente, ao longo da história, desde a antiguidade até os dias atuais.
A depender do contexto histórico, localização ou proposta do planejamento da cidade, o elemento presente no centro da cidade pode variar. Praças, igrejas ou centros político-administrativos estão entre os elementos mais comuns e a sua localização central, assim como o desenho urbano destas localidades, não é por acaso. Em linhas gerais, a delineação feita pela distribuição radial das ruas tem como objetivo evidenciar um determinado elemento ou local que possui grande importância política, religiosa, econômica ou simbólica para o conjunto urbano.
Elche, Espanha. Created by @dailyoverview, source imagery: @maxartechnologies
Segundo registros, os traçados urbanos ortogonais, que hoje correspondem a uma das formas mais comuns de planejamento do traçado urbano, existem pelo menos desde a antiguidade. Por meio do cruzamento de ruas perpendiculares entre si, este tipo de desenho tem como resultado uma grelha reticulada – ou grid, termo em inglês pelo qual também são conhecidas – composta por ruas, avenidas, blocos, quadras, praças, parques, entre outros espaços compreendidos nas cidades.
Até 2050, estima-se que a população mundial atingirá 9,7 bilhões de pessoas, o que significa um crescimento de 2 bilhões de habitantes nos próximos 30 anos.
Com o aumento populacional no planeta, é esperado que além do agravamento de questões já enfrentadas hoje, surgirão novos desafios a serem enfrentados. Como viveremos juntos?, tema da Bienal de Arquitetura de Veneza postergada para 2021, busca instigar discussões e propostas em torno do papel da arquitetura em momentos de acirramento das diferenças políticas, da intolerância e do crescimento da desigualdade econômica.