Cena de Territórios da Resistência. Crédito: Yghor Boy
O SescTV lançou a série Territórios da Resistência sobre os movimentos de permanente violência e exploração dos territórios com objetivo de estabelecer um controle hegemônico que desconsidera os modos de existência, os direitos e saberes de seus habitantes. Dividida em quatro episódios construídos a partir do longa-metragem homônimo, fruto de uma parceria entre o Sesc Ipiranga, o Museu do Ipiranga e a Universidade de São Paulo, a série também discute o papel ativo dos espaços físico e simbólico do museu na construção de narrativas, memórias e processos de resistência.
https://www.archdaily.com.br/br/983558/sesctv-lanca-serie-online-e-gratuita-territorios-da-resistenciaArchDaily Team
O curso de pós-graduação Cidades em Disputa – pesquisa, história e processos sociais, da Escola da Cidade, recebeu Tainá de Paula, que ministrou a aula aberta “Corpo e territorialidades: o debate necessário da não cidade”. Criada em uma das favelas da Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro, a arquiteta e urbanista se define como mulher preta, mãe e ativista das lutas urbanas, principalmente nas periferias e favelas. Na exposição, Tainá, que desde 2020 também atua como vereadora, discutiu os territórios subalternizados e a “não cidade”, que exclui e segrega, além de apresentar a necessidade urgente da elaboração de uma agenda de rompimento dessas condições, com a emancipação de raça, classe e gênero.
https://www.archdaily.com.br/br/978200/taina-de-paula-fala-sobre-corpo-territorialidades-e-a-nao-cidadeEscola da Cidade
O cultivo de alimentos foi um dos grandes eventos históricos que marca a evolução da nossa sociedade. O domínio de técnicas de agricultura foi fundamental para a evolução de uma sociedade nômade para a sedentária. Séculos mais tarde, a produção agrícola se torna uma das principais forças a moldar o território. O fenômeno pode ser visto nas imagens aéreas que selecionamos a seguir.
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti, autor de Território da arquitetura (1966), acreditava que a arquitetura tem origem no gesto de fincar a primeira pedra no chão. O reconhecimento do lugar é, voluntariamente ou não, o primeiro passo em um projeto arquitetônico. A compreensão do contexto em que a obra será inserida é responsável pela fundamentação de uma série de decisões de desenho, configurando-se assim como uma atividade substancial no ofício dos arquitetos e arquitetas.
Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro. Imagem: Mariana Gil/EMBARQ Brasil
A crescente presença das Tecnologias da Informação e Comunicação, as chamadas TICs, no cotidiano dos indivíduos vem provocando transformações profundas na sociedade, permeadas por novas formas de interação baseadas na intensa produção e uso de informações. Numa sociedade na qual a informação é matéria-prima essencial, o termo big data assumiu papel de destaque no âmbito empresarial, governamental e acadêmico. Big data remete, por si, à questão dos grandes volumes de dados, variados e velozes, gerados constantemente.
A chamada “Revolução dos Dados” é certamente perceptível nas cidades brasileiras. Mas de que forma ela pode avançar rumo a uma melhor compreensão e planejamento das nossas áreas urbanas? São inegáveis as possibilidades abertas pelo big data para a exploração de questões inovadoras sobre fenômenos e dinâmicas urbanas, especialmente as que envolvem análises em tempo real.
A Usina Hidrelétrica Belo Monte, quarta maior hidrelétrica do mundo e 100% brasileira foi inaugurada em novembro de 2019 na bacia do Rio Xingu, no norte do Pará. O projeto da obra, operado pelo Consórcio Norte Energia S.A. estava inserido no PAC (Plano de Aceleração de Crescimento) – programa do governo federal estabelecido em 2007 que visa à implementação de grandes obras de infraestrutura a fim de alavancar o desenvolvimento nacional analogamente a planos anteriores existentes.
https://www.archdaily.com.br/br/941563/usina-hidreletrica-de-belo-monte-a-desterritorializacao-dos-ribeirinhos-do-rio-xinguBruna Ribeiro Alves e Maytê Tosta Coelho
Está no ar o Mapa Corona nas Periferias, uma iniciativa digital do Instituto Marielle Franco e do canal Favela em Pauta. O mapa digital visibiliza iniciativas solidárias de combate ao COVID-19 em espaços de vulnerabilidade social como favelas, comunidades, quilombos ou territórios sertanejos.
https://www.archdaily.com.br/br/939381/mapa-corona-nas-periferias-cartografia-mapeia-iniciativas-de-combate-ao-covid-19Equipe ArchDaily Brasil
Em exercício recente, nós debruçamos sobre as principais narrativas em torno da desigualdade brasileira para uma formação interna do Instituto Pólis. Não foi exatamente uma surpresa identificarmos a predominância da renda no centro do debate, seja em veículos de mídia ou em estudos acadêmicos. Nosso objetivo com esse estudo era compreender como o Direito à Cidade [1] pode contribuir nas leituras das desigualdades e ser uma ferramenta de luta para diminuir as distâncias entre os cidadãos.
https://www.archdaily.com.br/br/928808/termometro-da-desigualdade-o-20-de-novembro-tambem-pode-te-tirar-do-lugarFelipe Moreira e Jéssica Tavares
Uma pessoa que mora em Moema, bairro com uma das maiores concentrações de renda de São Paulo, vive 20 anos a mais do que uma pessoa que nasce em Cidade Tiradentes, extremo leste da capital. A cidade mais rica do Brasil expõe o quanto o país é desigual, e também o quanto o acesso às políticas públicas variam de acordo com o território onde se vive.
Como exercitar um olhar holístico, complexo e sistêmico para o habitar do que chamamos de casa? Como produzir outras formas de valorizar e reconhecer culturas não hegemônicas? Quais as patologias dos sistemas que somos ensinados a acreditar e como criar novas formas de percepção e ação que entendam como os sistemas de produção e organização de vida estão interconectados?
Os principais problemas do mundo são um resultado de como a natureza funciona e como as pessoas pensam: o que significaria mudar a forma como pensamos? As ideias, afinal, estão relacionadas a forma como nós habitamos o mundo. Existimos na terra
O poder público deve se valer de instrumentos de planejamento disponíveis em lei para promover uma gestão coordenada do território e, assim, garantir a todos o acesso à cidade. Foto: Mariana Gil/WRI Brasil
Do chão, erguemos nossas cidades. Os lugares onde moramos, trabalhamos, por onde caminhamos e passamos nossas vidas – todos construídos sobre a mesma superfície. O solo é um dos bens mais importantes de uma cidade e promover uma gestão coordenada desse território é fundamental para garantir que todos tenham seu espaço e que ele seja distribuído de modo equilibrado.
A urbanização das cidades brasileiras se concentrou principalmente nas últimas décadas, mas o processo teve início ainda no final do século XIX. Foto: Daniel Hunter/WRI Brasil
Que imagens vêm à nossa cabeça quando pensamos nas grandes cidades brasileiras? Talvez de congestionamentos, poluição, falta de segurança, ruídos. Talvez de pessoas indo e vindo. Pedestres. Bicicletas. Ônibus. Afinal, oito em cada dez de nós, brasileiros e brasileiras, vivemos em áreas urbanas. Áreas essas que passaram por uma urbanização acelerada: nas últimas seis décadas, passamos de 70,2 milhões para 209,3 milhões, e a população urbana subiu de 44% para os atuais 85%.
https://www.archdaily.com.br/br/918452/a-historia-da-urbanizacao-brasileiraPriscila Pacheco e Laura Azeredo
Com base no Censo de 2010, o Nexo Jornal desenvolveu uma série de cartografias do Brasil que revelam porções do território densamente ocupadas e urbanizadas, outras praticamente desertas. Para o levantamento, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divide o país em cerca de 13 milhões de quadrados de aproximadamente 40 mil m² e contabiliza o número de habitantes em cada um deles.
Desde as manifestações de 2013, vive-se claramente um processo de retomada da noção de público no Brasil e em especial nas metrópoles como São Paulo. Em um contexto de especulação e de uma cidade mercantilizada, onde espaços assim como serviços públicos passam a ser atravessados pela intenção de acumulação de capital, e diante de uma realidade em que o poder público é somente poder (nada tem de interesse público), é possível perceber um movimento crescente de reapropriação dos espaços da cidade por parte de atores antes invisibilizados.
Considerando que 90% das cidades são construídas sem arquitetos e urbanistas, quais são os reais arquitetos que estão imaginando e construindo o mundo que queremos viver? Quais os modos de produção, os materiais, os modos de relação e reprodução social que são praticados por esses coletivos e apontam caminhos de futuros possíveis, inclusivos, diversos, justos e ecológicos? Quais arquiteturas existem para instigar a liberdade, a colaboração, a co-responsabilidade, o cuidado consigo, com o outro e com o espaço que habitamos?
Carolina Maria de Jesus, 1960. Fundo documental: Correio da Manhã. Image via Wikipédia
Nessa tese de doutorado, a arquiteta e urbanista Gabriela Leandro Pereira explora os relatos e as disputas de narrativas urbanas da escritora mineira Carolina Maria de Jesus. Carolina é uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil, tendo como sua obra mais conhecida o livro Quarto de Despejo. Diário de Uma Favelada - resultado do relato do cotidiano cruel de mulher negra, catadora de papel e moradora da favela do Canindé em São Paulo. A tese foi defendida em 2015 na Universidade Federal da Bahia, tendo como orientadora a Profa. Dra. Ana Maria Fernandes e recebeu o Prêmio Prêmio Rodrigo Simões de Teses de Doutorado, Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) em 2017. Veja abaixo o resumo enviado pela autora.
https://www.archdaily.com.br/br/912820/corpo-discurso-e-territorio-a-cidade-em-disputa-nas-dobras-da-narrativa-de-carolina-maria-de-jesusPedro Vada
Roda de conversa para abertura do semestre com o tema TERRITÓRIO, URBANIDADE E ARQUITETURA | Os modos de pensar e fazer.
Com a presença do geografo Márcio José Catelan, da arquiteta e urbanista Arlete Maria Francisco ao tratarão sobre os aspectos da cidade onde vivemos, Presidente Prudente, e refletir sobre a produção da arquitetura e os modos de fazer com Cristiana Pasquini. O que movimenta a cidade? O que faz as pessoas se instalarem? Como se dá o modo de ocupação e os processos de permanência? E a partir disso, como se resolvem os modos de fazer?
Os “Sete Círculos” começa por ser um livro sobre Lisboa, que pretende questionar os limites da cidade contemporânea. O que é o centro, onde está o limite entre o espaço rural e o espaço urbano? Mas a pretensão é a de ser mais que um livro. Será também um conjunto de exposições de fotografia e de vários debates no território nacional, e isso é o pretexto para criar o debate e contribuir para ele.
https://www.archdaily.com.br/br/788949/sete-circulos-mapeamento-dos-limites-da-cidade-contemporaneaPedro Vada