Paisagens e espaços urbanos abandonados sempre atraíram exploradores aventureiros em busca de uma espiada num mundo de uma distopia industrial decadente. Este desejo pode ser realizado ao se visitar o complexo Zollverein em Essen, Alemanha: outrora a maior mina de carvão da Europa, Zeche Zollverein foi transformada no decorrer de 25 anos em um paraíso arquitetônico. Contribuições de Rem Koolhaas, Norman Foster e SANAA foram incluídas ao parque de 100 hectares; oprimido em sua complexidade, a propriedade inclui canos enferrujados, fornos colossais de carvão e altas chaminés, convidando mais de 500.000 pessoas por dia a ter uma visão da era dourada da indústria pesada europeia.
Junte-se a nós para uma jornada fotográfica através deste playground da era da máquina, a seguir…
"Quando pensamos que os maiores conflitos ideológicos que herdamos giram em torno da pergunta de quem deveria controlar os meios de produção, hoje as tecnologias de informação digital parecem ter respondido com uma solução clara e radical: Nada, nenhum de nós." Com esta frase, Alastair Parvin explica como o surgimento do Free Software transformou as lógicas tradicionais de produção industrial graças à abertura em massa do suporte digital, onde a obtenção, elaboração e criação de informação é agora livre e compartilhada. Este fenômeno provocou um surgimento da metodologia denominada "faça você mesmo", onde os processos de projeto podem ser visualizados e baixados de qualquer parte do mundo e as pessoas são capazes de produzir suas ferramentas, a infraestrutura e os materiais necessários para poder construir, fabricar e elaborar seus próprios projetos, suscitando através do tempo uma espécie de "economia social da arquitetura". O que significa para as sociedades democráticas oferecer a seus cidadãos o direito de construir? Estamos próximos de passar de uma democratização do consumo à uma democratização da produção
Conheça mais sobre a proposta de Parvin, a seguir.
Talvez o momento em que eu tenha percebido quão ruim são todas as traduções (todas) tenha sido quando por algum motivo me propus a fazer uma nova tradução de um capítulo d’O Pequeno Príncipe’, escrito pelo aviador Antoine de Saint-Exupéry e publicado em 1943. O tradutor da primeira tradução ao português de ‘Le Petit Prince’, de 1954, foi o monge Dom Marcos Barbosa. A famosa frase que todos conhecemos “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” é originalmente “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé.”.
Ruínas Históricas do Moinho no Centro de Minneapolis. Imagem Cortesia deFlickr CC License / Joey Lax-Salinas
Ultimamente os arquitetos têm compartilhado uma fascinação crescente por ruínas. À medida que as tecnologias para imaginar os edifícios do futuro se tornaram mais precisas - nos permitindo não apenas caminhar por eles, sobrevoá-los e dissecar suas paredes, mas também calcular as quantidades exatas de materiais, capacidades estruturais e custos - nossa fascinação por ruínas, um processo governado por leis da natureza e do tempo, espacialmente imprevisível e raramente uniforme, também tem se tornado mais popular.
https://www.archdaily.com.br/br/625553/a-ascensao-do-ruin-pornShayari De Silva
A biomimética está rapidamente emergindo como uma das próximas fronteiras arquitetônicas. Novos processos de fabricação como as impressões 3D, somados à tendência de conceber edifícios ambientalmente mais sustentáveis, originou uma onda de projetos que derivam de fenômenos naturais ou, até mesmo, que são construídos com matéria biológica. Um recente exemplo desta tendência é a instalação “Hy-Fi,”, projeto concebido para o MoMA PS1 desse ano e construído com tijolos orgânicos. Outros projetos como o Silk Pavilion do MIT Media Lab levam a inovação biológica ainda mais longe ao empregar processos biométricos de construção - cerca de 6.500 "bichos da seda" teceram a membrana do Silk Pavilion. "Animal Printheads" (algo como "cabeçotes animais") como Geoff Manaugh os chama em seu artigo "Architecture-By-Bee and Other Animal Printheads", já provaram ser uma parte viável dos processos de fabricação na arte - e, talvez no futuro, também do ambiente construído. Mas o que acontece quando humanos modificam animais para que "imprimam" outros materiais?
A experiência do nosso corpo tem a particularidade de que nos aparece simultaneamente cercana e longínqua. Efetivamente, o corpo apresenta-se a nós, em primeiro lugar, em nossa experiência de vinculação com o mundo, sem que sua própria contextura física apareça demasiado evidentemente. Fazendo um símil arquitetônico, podemos pensar na realidade de uma janela que não aparece em primeira instância referida a si mesma senão mais bem à paisagem sobre a qual se abre. Nesse contexto, podemos falar de um primeiro corpo quase invisível; de uma presença transparente.
O artigo a seguir, escrito por Jacob Dreyer e publicado originalmente no The Calvert Journal como "Maximum city: the vast urban planning projects of Soviet-era Russia are being reborn in modern China", analisa um fascinante fenômeno: a importação do urbanismo Soviético - ou urbanismo stalinista - que vem moldando as cidades chinesas de hoje.
Como pedalei para trabalhar do dia 20 de maio desse ano, a Via Expressa Yan'an, que atravessa toda a cidade de Xangai, estava estranhamente silenciosa, isolada por conta de uma visita do presidente Vladimir Putin. Descobrimos no dia seguinte que o resultado da sua visita foi a assinatura de um contrato de 400 bilhões de dólares com a China para a exportação de gás e petróleo. Como o presidente Barack Obama havia previsto, Putin se aproximou da Ásia, embora de uma maneira um pouco diferente. Em Xangai, os termos do acordo - que foi imensamente vantajoso para a China - fizeram parecer que a Rússia se tornara voluntariamente um estado-vassalo da República Popular, tornando realidade as previsões do romance distópico de Vladimir Sorokin, Day of the Oprichnik and of Russian, sobre assustadoras histórias de imigrantes chineses ocupando a Sibéria.
A ironia é que os modelos de sociedade importados da Rússia durante o período soviético - aparatos legais inclusive em relação à arquitetura e ao urbanismo - são mais influentes que nunca na China. Se, como o filósofo chinês Wang Hui observou em seu livro O Fim da Revolução, o socialismo foi a porta pela qual a China entrou na modernidade, então, nesse caso foi a Rússia que abriu esta porta, exportando modelos e conhecimentos que lançaram as bases para muito do que constitui a China moderna.
Poucos se lembram ou sequer se dão conta, mas graças ao status de Capital Federal, Brasília é possuidora de um excepcional acervo de arquitetura estrangeira, quase todo ele constituído por complexos diplomáticos. Localizado nos Setores de Embaixadas Sul e Norte, neles se encontram principalmente legações nacionais, das quais a primeira a ser concluída foi a da Iugoslávia, inaugurada já em 1965. Atual Embaixada da Sérvia e Montenegro, foi projetada por Alexander Brezovski e é representativa da estética de formas ortogonais do modernismo dos primeiros anos da cidade.
Entre o exótico e o periférico, Portugal permanece (até para os portugueses) uma coise indecifrável. O passado mítico e o futuro opaco colidem num presente de crise e banalidades – fados trágicos, agora que a crise veio outra vez cobrar às gentes desta terra condenadas a oscilar entre o fausto e a decadência sem nunca se ter achado a medida justa entre as duas. Já nos aconteceu mais vezes ter perdido o fio da narrativa; começar coisas sem as acabar.
Orçamento do Estado de 2013 Fonte: CGTP – Intersindical Nacional (http://www.cgtp.pt/social/fiscalidade/6038-para-onde-vao-os-seus-impostos). Image Courtesy of ateliermob
Na comunidade académica, a discussão sobre o que é uma construção informal não está encerrada, ao invés, o entendimento mais corrente identifica-a com os bairros de barracas ou favelas. Se no primeiro caso não nos compete resolver a equação, até porque nos parece que a própria definição não deverá ser estática, intemporal ou universal, devemos declinar qualquer tentativa de esgotar o conceito de informal nos bairros de barracas e de construção precária.
«No prefácio de uma antologia da literatura russa, Vladimir Nabokov declarou que não havia encontrado uma só página de Dostoievsky digna de ser incluída. Isso quer dizer que Dostoievsky não deve ser julgado por cada página, senão pela soma das páginas que compõem o livro.» —Jorge Luis Borges[1]
«crisis, critic, critical, criticism, criticize, critique: 1. crisis é a tradução latina do grego Krisis, um crivo, de krinein, crivar... 2. o grego Krisis tem como adjetivo kritikos, capaz de discernir –julgar– discutir, logo um crítico...» —E. Partridge[2]
O tão esperado Treetop Walkway, localizado no arvoredo do Jardim Botânico Kirstenbosch, na Cidade do Cabo, está aberto ao público. Suspensa a 11 metros acima do solo, a estrutura de madeira e aço oferece vistas impressionantes das copas das árvores. O projeto, uma colaboração entre Mark Thomas Architects e Henry Fagan & Partners (que fez a parte de consultoria de engenharia), foi apelidado de Boomslang - uma grande serpente arbórea africana - devido à sua forma retorcida. Confira, a seguir, as belas fotografias de Adam Harrower, um horticultor do jardim botânico.
“Elements of Architecture,” a exposição com curadoria de Rem Koolhaas na Bienal de Veneza 2014, investigou diversos componentes estruturais e técnicos da arquitetura como, por exemplo, pisos, paredes, portas, escadas e banheiros. Mas por que a luz não estava entre eles?
Meu manifesto pela inclusão da luz como elemento fundamental da arquitetura - a seguir.
A atração pelo imperfeito, a fantasia de cidades pós-apocalípticas, a memória das glórias passadas ou simplesmente morbidez. A sobreposição desses motivos originou e vem estimulando uma recente tendência conhecida como ruin porn: um súbito entusiasmo pelo registro fotográfico de ruínas urbanas.
O que há por trás disso? Veja, a seguir, uma série fotográfica ruin porn.
Matthew Simmonds, um historiador de arte e escultor que mora na Itália, criou uma coleção de miniaturas excepcionalmente belas escavadas em pedra. Tendo trabalho em diversas obras de restauro no Reino Unido - da Westminster Abbey à Ely Cathedral - suas habilidades passaram a ser aplicadas a uma escala muito menor e intricada. Talhadas a partir de grandes blocos de pedra (ou mármore, dependendo do caso), o nível de complexidade que Simmonds alcançou em termos de detalhamento arquitetônico é quase inacreditável. Capitéis, abóbadas e superfícies conformam belíssimas miniaturas de composições espaciais.
Numa capital cultural como Berlim, onde lojas "pop-up" surgem em armazéns abandonados, marcas locais emergem de lojas invadidas e boates realizam festas em usinas de energia, não é estranho que uma galeria de arte se estabelecesse num casulo de concreto quase indestrutível. Este é o caso do "Berlin Bunker", no coração do "descolado" bairro Mitte.
Monolítico e simétrico, decorado apenas com singelas linhas de janelas verticais em suas quatro fachadas idênticas, este abrigo nazista contra ataques aéreos é uma relíquia do passado alemão. No entanto, um olhar mais atento para além de suas linhas duras revela algo inesperado: jardins exuberantes e um apartamento de luxo coroam a severa estrutura. Esta é a residência de Christian Boros, um colecionador de arte cuja coleção particular está armazenada e exposta nas profundezas do bunker.
Uma praça como um espaço lúdico para crianças explorarem livremente — foi esse o pressuposto de projeto para a Praça Infantil Iguatemi, a ser construída, em breve, em um terreno urbano de 900 m², no meio de uma área residencial.
O projeto “Saltygloo” é um iglu feito de painéis sal translúcido impresso modularmente.Imagem Cortesia de Matthew Millman
O seguinte artigo é apresentado por ArchDaily Materials. Neste artigo, originalmente publicado pela Metropolis Magazine, Lara Kristin Herndon e Derrick Mead exploram sete materiais inovadores na arquitetura e os ousados projetistas que os utilizaram.
Por vários anos, Serafín Álvarez -criador do blog Sci-fi Corridor Archive- reuniu diversos corredores de filmes de ficção científica como projeto pessoal. Em permanente atualização, seu blog já soma mais de 150 títulos, dos quais selecionou os corredores mais chamativos, futuristas e fantásticos: muitos deles espaços fundamentais dentro de suas respectivas cenas.
Savoy-Plaza Hotel, New York City. Image via Wikimedia
A lista a seguir dos dez edifícios mais altos já demolidos, compilada por Michael Aynsley, foi originalmente publicada em BuzzBuzzHome.
Antes de começar a contagem regressiva, uma ressalva: esta lista considera apenas edifícios que foram demolidos intencionalmente por seus proprietários. Se incluísse todas as estruturas em altura que não estão mais de pé, as posições de número um, dois e quatro seriam ocupadas por três edifícios do World Trade Center, tragicamente destruídos em 11 de setembro de 2001.
Macios, esponjosos e deliciosos na pizza, os cogumelos - fungos - têm aproximadamente tanto em comum com a engenharia estrutural quanto jacarés ou cortadores de grama. Ou era assim que pensávamos até que o arquiteto David Benjamin, da firma The Living, de Nova Iorque, entrou em nossos escritórios com um tijolo produzido a partir de fungos.
Este tijolo era a chave para sua proposta na competição do Young Architects Programdo MoMA PS1. Todos os anos o museu elege um arquiteto para construir um elemento central para sua série de apresentações musicais Warm Up.
Se concursos de arquitetura são a oportunidade para as idéias mais ousadas e inovadoras aparecem, a torre de fungos do The Living ( intitulada Hy-Fi) cumpriu com todos os pré-requisitos. Além do fator novidade, os tijolos de cogumelo oferecem uma série de benefícios de sustentabilidade. As matérias-primas necessárias para sua produção - fungos e talos de milho (os resíduos de fazendas) - são tão sustentáveis como parecem ser. Os tijolos podem ser cultivados em apenas cinco dias e o processo não produz resíduos nem emite carbono. Quando a estrutura for desmontada, no fim do verão, eles poderão ser compostados e transformados em adubo.
https://www.archdaily.com.br/br/623830/arup-explica-como-o-vencedor-do-moma-ps1-criou-tijolos-feitos-a-partir-de-fungosMatt Clark and Shaina Saporta