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Homeland: News From Portugal: O mais recente de arquitetura e notícia

O direito a ter uma casa - As políticas de habitação em Portugal durante o século XX e o sonho do 25 de Abril / ateliermob

Derrubada a monarquia, uma das primeiras medidas de fundo de reorganização da sociedade, tomada pelo governo republicano, foi dirigida às questões da habitação. Até 1910, as classes trabalhadoras viviam em habitações arrendadas com contratos precários. Os despejos eram fáceis e recorrentes. A Lei do Inquilinato, publicada cinco semanas após a implantação da República, tornou os despejos mais difíceis e regulou o aumento das rendas – até aí um mercado totalmente liberal. Os primeiros governos republicanos – houve 45 governos em 16 anos –, sobretudo os liderados por Sidónio Pais, foram muito activos a planificar uma intervenção no plano da habitação a custos controlados. Mas em 1922, o governo empossado quis romper com as políticas dos seus antecessores e propôs um programa de austeridade em que abdicava do plano de construção de novos bairros operários. Quatro anos depois, dar-se-ia o golpe militar que abriria caminho à ditadura de Salazar.

Exposição “Homeland | News From Portugal” retorna ao país de origem

A Bienal de Veneza terminou em novembro, mas a representação portuguesa não se deteve a isso. No dia 09 de dezembro, Homeland retorna a Portugal com uma exposição no Centro Cultural de Belém - CCB que resume o exercício de reflexão e trabalho prático desenvolvidos ao longo dos seis meses da Bienal. “HOMELAND | News from Portugal” é uma exposição que se encaixa no processo delineado para o jornal: criar algo de concreto, construtivo e crítico em Portugal.

Trazendo a Modernidade Arquitetónica até Casa / Pedro Gadanho

O texto a seguir faz parte do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

Ninguém duvida que, em grande medida, a modernidade do século XX foi trazida para a sala de estar através dos media. Claro, torradeiras e tapetes produzidos em massa proporcionaram um sentido de modernidade doméstica promovida por tecnologias cada vez mais acessíveis. Mas os jornais, o rádio e os televisores geraram a sensação de estar imerso na grande revolução que acontecia lá fora. Inspirando-se nos media populares, a série de Martha Rosler, "House Beautiful: Bringing the War Home" (1967-1972), deu a esta ideia uma pungente expressão visual. Se os jornais traziam para o lar os muitos e diversos conflitos e tensões da modernidade, as revistas de estilo de vida completavam o quadro com visões sedutoras de como se tornar, a si mesmo, e ao seu ambiente, "moderno.”

Projetar para Crises: Uma tática arquitetônica para a ampliação das possibilidades arquitetônicas / ADOC

O texto a seguir faz parte do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

O colapso de 2007 do sistema financeiro ocidental, desencadeada pelo colapso das hipotecas subprime nos Estados Unidos e o resultante estouro da bolha imobiliária teve uma profunda influência na paisagem urbana portuguesa. A crise atual, inextricavelmente alimentada pelo aumento especulativo no valor da propriedade, leis brandas de planejamento e o fácil acesso ao crédito de empréstimo para habitação prepara o palco para uma reflexão propositiva em relação ao conceito do Coletivo. A dimensão visível da ruptura financeira, demonstrada pelas inúmeras construções inacabadas e desenvolvimentos imobiliários que simbolizam as feridas abertas na urbanidade, será objeto sob escrutínio. Eles são uma parte de um problema maior e mais invisível, a enorme quantidade de edifícios vagos e propriedades não utilizadas de propriedade de bancos e fundos imobiliários.

Projeto Monte Xisto: Requalificação de um bairro informal em Matosinhos / Paulo Moreira

O texto a seguir faz parte da terceira edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

Este projeto tem como objetivo consolidar a encosta do Monte Xisto. Uma novo muro de gabião é proposto para regenerar a área que foi afetada por deslizamentos de terra em 2005. A proposta decorre do local, por meio de uma intervenção no espaço público para criar novos acessos entre a parte superior e inferior do morro. Propõe-se que algumas casas sejam demolidas, aquelas cuja estrutura não é adequada para a conversão, e as novas casas serão criadas próximas de seu local original para realojar as famílias afetadas. Os escombros das casas demolidas serão utilizados para criar novas estruturas públicas, tanto as funcionais quanto simbólicas.

All quiet on the western front / José António Bandeirinha

O texto é parte da segunda edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa a participação portuguesa na 14a. Bienal de Veneza de 2014.

Um grupo de jovens arquitectos com afinidades ideológicas reuniu-se em Veneza, Colin Ward, com 28 anos, John F Charlewood Turner e Pat Crooke, ambos com 25. Giancarlo De Carlo, com 33 anos, recebeu-os. Estávamos em 1952.

O rural era verde; veio uma cabra e o comeu

O texto a seguir faz parte da segunda edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

Queremos o mesmo tipo de liberdade que tem o homem da cidade; salva-nos da fuligem da velha lareira, sinal da nossa condição primitiva: as nossas faces grelhadas pelo fogo, as costas geladas pela humidade da casa; queremos radiadores e mataremos quem nos vier com aquela conversa do amor ao campo pitoresco e com tagarelices poéticas acerca “das nossas vetustas lareiras e tardes pacatas em frente ao fogo”, sem saber nada sobre isso! Queremos casas sobre pilotis. Sim! Porque já estivemos demasiado tempo com os pés metidos em esterco e lama, demasiado tempo em chão de terra batida que nos aleijou com reumático. Dá-nos janelas, janelas largas, para termos sol na nossa casa. Leva o esterco da frente da nossa mesa. Dá-nos os meios para sermos limpos e saudáveis como as pessoas da cidade…”

Reabilitar a reabilitação e continuar inovando / José Aguiar, Vitor Ribeiro, Miguel Reimão Costa

Reabilitar a reabilitação e continuar inovando

Lições dos anos sessenta: Cabeça Padrão, José-Augusto França e Fernando Távora                                                                                                                        

O texto é parte da segunda edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa a participação portuguesa na 14a. Bienal de Veneza de 2014.

Tanto a Arquitectura como a Reabilitação, enquanto novo paradigma de projecto, defrontam hoje fenómenos de mundialização, de normalização, de amnésia forçada, que se traduz (na opinião de Francoaise Choay) numa perda da nossa competência no edificar (e de reutilizar). Um predomínio do consumismo cultural (arquitectónico e da arquitectura icónica de archistars) que promove uma descomplexificação semântica no ordenamento espacial, a descontextualização e a atomização da produção arquitectónica, ao mesmo tempo que promove a reabilitação do património urbano como parques temáticos de um consumo turístico massificado: o património tornou-se uma apressada alternativa ao cinzentismo de um mundo cada vez mais monossómico (Choay, 2005).

O mercado imobiliário informal em Portugal / Tiago Mota Saraiva - ateliermob

"Criado originalmente para o jornal Homeland - News from Portugal – representação portuguesa na 14ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia 2014".

O mercado imobiliário do Informal

Definir o Informal / ateliermob

"Criado originalmente para o jornal Homeland - News from Portugal – representação portuguesa na 14ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia 2014".

Ensaiar uma definição

Na comunidade académica, a discussão sobre o que é uma construção informal não está encerrada, ao invés, o entendimento mais corrente identifica-a com os bairros de barracas ou favelas. Se no primeiro caso não nos compete resolver a equação, até porque nos parece que a própria definição não deverá ser estática, intemporal ou universal, devemos declinar qualquer tentativa de esgotar o conceito de informal nos bairros de barracas e de construção precária.

O jornal português na Bienal de Veneza 2014

A 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza começou há pouco mais de duas semanas e até agora pouco se ouviu a respeito da participação de Portugal na mostra. Na contramão das demais participações nacionais, que propuseram pavilhões e exposições físicas que abordam de maneiras diversas o tema Absorbing Modernity, os portugueses optaram por contribuir de uma forma menos usual: através de um jornal.

Muito lá de casa: Portugal na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza / Pedro Gadanho

O texto de Pedro Gadanho que reproduzimos abaixo foi publicado originalmente no Diário Expresso de Portugal.

Esta semana dá-se o mais aguardado evento do mundo da arquitetura: a abertura da Bienal de Veneza. Milhares de participantes, jornalistas e convidados afluem à mítica cidade italiana para tomar o pulso às representações nacionais, às novidades, ao estado da arte da disciplina. Na 14ª edição, a direção artística de Rem Koolhaas suscita acrescidas expectativas: o arquiteto da Casa da Música é, afinal, o último agent provocateur de um estrelato arquitetónico cada vez mais previsível.

Bienal de Veneza 2014: participação portuguesa com o jornal "Homeland, News from Portugal"

Portugal será oficialmente representado na 14ª Bienal de Veneza por um jornal. A escolha desta mídia corresponde à possibilidade visibilidade mundial ao revelar eventos, traços culturais e desafios socioeconômicos de um país.

Intensamente distribuído em três diferentes edições durante os seis meses de duração da Bienal, Homeland, News from Portugal busca expor notícias sobre a vida arquitetônica, social e econômica atual de Portugal, refletindo e informando sobre uma variedade de aspectos da modernização do país nos últimos 100 anos.

Bienal de Veneza 2014: sem pavilhão ou exposição, Portugal levará um jornal à Itália

Publicamos recentemente o título e o tema, mas não o formato da participação de Portugal na Bienal de Veneza deste ano – Homeland: News From Portugal não é o título de uma exposição, mas de um jornal. Sem pavilhão próprio e com um orçamento de apenas 150 mil euros, Portugal será representado na mais importante mostra de arquitetura do mundo com uma edição em papel que será distribuída gratuitamente aos milhares de visitantes que de dois em dois anos acorrem ao evento.

Homeland: News From Portugal terá uma tiragem de 165 mil exemplares – “uma ambição muito grande”, disse o diretor-geral das Artes Samuel Rego, na conferência de apresentação do projeto.

12 escritórios portugueses exploram o tema “Homeland – News From Portugal” para a Bienal de Veneza

A 14ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, sob a direção de Rem Koolhaas, contará com a presença de 12 escritórios portugueses que explorarão o tema Homeland – News From Portugal.

A Bienal divulgou a lista completa de participantes no evento, que acontece de 7 de junho a 23 de novembro sob o título Fundamentals, e dela constam, como representantes da participação portuguesa, os escritórios e arquitetos Adoc Architects, André Tavares, Artéria, Ateliermob, Like Architects, Mariana Pestana, Miguel Eufrásia, Miguel Marcelino, Paulo Moreira, Pedro Clarke, Sami Arquitectos e Susana Ventura. Levam a Veneza Homeland – News From Portugal, que ficará instalada no edifício do Arsenal, um dos principais espaços da bienal.