Ler sobre o trabalho de Alejandro Aravena pode às vezes parecer duas discussões distintas: uma sobre suas inovações na habitação social, amplamente elogiadas, e outra sobre seus impressionantes (embora mais convencionais no âmbito de aplicação) edifícios para as universidades e municípios. Neste post originalmente compartilhado em sua página no Facebook, Hashim Sarkis, reitor da MIT School of Architecture and Planning, conecta aparentemente os dois segmentos distintos da arquitetura de Aravena, descobrindo as crenças subjacentes que orientam o vencedor do Prêmio Pritzker deste ano.
Grande parte do trabalho de Alejandro Aravena, projetado individualmente ou no grupo ELEMENTAL, incorpora um momento eureka, um momento em que, após um interrogatório cuidadoso do programa com o cliente, o arquiteto surge com uma resposta contra-intuitiva, porém simples, para o problema. (Para o centro de informática da Universidade Católica, os laboratórios tinham que ser simultaneamente escuros e bem iluminados. Para a habitação social em Iquique, em vez de uma boa casa inteira que você não pode pagar, você recebe a metade de uma boa casa). Por sua vez, essas equações são incorporadas em edifícios que adquirem normalmente formas tão simples. Os clientes e ocupantes repetem o "aha" com mesmo tom e realização de Aravena. "Se eu não posso, de forma convincente, transmitir a ideia do projeto por telefone, já sei que é uma má ideia", ele disse.
Semana passada o ArchDaily revelou os 14 ganhadores do prêmio Building of the Year. Selecionados pelos leitores do ArchDaily entre mais de 3000 candidatos, este 14 representam os melhores projetos publicados pelo ArchDaily no ano passado, determinados por uma rede imparcial de 55.000 votantes que participaram - cada um deles como juízes em um dos prêmios de arquitetura mais democráticos do mundo.
Representando a diversidade de atuação dos arquitetos, locações e tipos de projetos, cada obra possui uma história muito diferente sobre sua concepção, sua relação com o contexto, como se encaixa na trajetória do arquiteto, ou o que diz sobre o rumo que a arquitetura está tomando. Apesar da diversidade de histórias apresentadas, cada uma delas torna-se um fascinante conto de arquitetura. Desta forma, apresentamos aqui essas 14 histórias.
Em parceria com o Centro pesquisas urbanas responsável pela Revista Centro, editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), semanalmente publicaremos fragmentos da publicação online gratuita que propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.
Em 2020 Paris poderá ter um quarto de sua superfície coberta por vegetação se conseguir implementar um programa de seis metas que envolve, entre outros pontos, que as novas edificações tenham coberturas jardim e também a criação de 30 hectares de espaços públicos verdes.
O avanço e a execução destes objetivos está sendo complementado pelas autoridades da capital francese através de outras iniciativas que promovem o cuidado do meio ambiente em todos os níveis, sendo um deles a cidadania. Um exemplo disso é a criação do programa "Du vert prês de chez moi" [Verde perto de mim], que convida os habitantes a se tornarem jardineiros de seus bairros. Para isso, oferece espaços próximos de onde vivem - por exemplo, as portas de suas casas ou as ruas - para que plantem vegetação e, assim, façam parte do processo de tornar mais agradável o entorno urbano.
Se você já passou por um escola de arquitetura provavelmente você está cansado de estiletes que podem perfurar a pele de um desatento, estudante cafeinado, em uma fração de segundo. Mesmo se você conseguir evitar o hospital, estes flagelos ainda sabem como machucar você: seus desenhos são a antítese da ergonomia, fazer um corte na maratona de maquete é uma batalha de resistência poderosa contra cãibras nas mãos e dor nas articulações. Com o objetivo de criar uma solução mais confortável, o arquiteto pós-graduado Sean Riley desenvolveu o Ergo Kiwi, e lançou uma campanha Kickstarter para ajudar a trazer o produto ao mercado.
Além disso, Riley tem meticulosamente catalogados seus desenhos e processo de produção. No ArchDaily, fomos conferir não somente o design de Ergo Kiwi, mas as etapas envolvidas no desenvolvimento, o que traz para o mercado um produto convincente. Como resultado, nós o convidamos a partilhar a sua história.
Poderia um abrigo emergencial também proporcionar alimentos aos seus usuários? Conseguiremos produzir mobiliários comestíveis? Será possível mesclar mobiliário e agricultura em um único dispositivo?
São questões como estas destacam o estúdio de biodesign Terreform ONE (Open Network Ecology) de outros coletivos e estúdios. Em vez de encarar o design como meio de encontrar a solução para um problema, suas estruturas e mobiliários buscam abordar muitas questões que afetam o planeta de uma única vez. Precisa-se de uma estrutura para refugiados e, ao mesmo tempo, encontrar uma fonte de proteínas para eles? Por que não construir uma casa que seja também um local de cultivo de grilos?
Pensar que quanto mais rodovias tiver uma cidade, mais descongestionadas estarão suas ruas e que substituir pistas por ciclovias somente causará mais engarrafamento são duas crenças equivocadas que os cidadãos podem ter em relação ao tráfego, mesmo sem ter uma experiência prévia sobre o tema.
Entretanto, são várias as teorias que explicam porque estas situações são equivocadas, quase como se fossem preconceitos. Para evitar que tais pensamentos sejam mantidos, o site CityLab publicou um artigo no qual apresenta 10 destas ideias como mitos que ainda persistem.
Em abril de 2015, o New York Times publicou uma matéria sobre a recente compra de Blackadore Caye - uma pequena ilha na costa de Belize que passou por significante degradação ambiental e erosão - por Leonardo DiCaprio. Patrono de uma série de projetos ambientais, DiCaprio se associou a Paul Scialla, CEO da plataforma imobiliária Delos, para criar um eco-resort que pretende ser um modelo de última geração em termos de empreendimento turístico ambientalmente responsável. Os planos do empreendimento incluem construir uma série de acomodações flutuantes para hóspedes, 48 villas privadas (que variam de 5 a 15 milhões de dólares), equipamentos para saúde e bem estar, além de uma área de conservação. O projeto está sendo divulgado como um empreendimento que atende às ambiciosas normas de construção verde e padrões sustentáveis do Living Building Challenge e do WELL Building Standard®.
Muitos leitores da Revista Times ironicamente notaram na seção de comentários que os jatos privados, o envio de materiais de construção e os recursos diários para o desenvolvimento da ilha traz consigo altos custos ambientais e sociais que superam em muito os esforços de conservação associados ao resort. Por outro lado, alguns dos que comentaram na reportagem apontaram que o desenvolvimento vai empregar mão de obra local e salvar a ilha de completa degradação. A discussão em torno dos prós e contras do empreendimento de 'eco-turismo' não é algo novo, e certamente não é algo que será facilmente resolvido.
Mas além da (importante) discussão dos impactos do eco-turismo, o empreendimento levanta questões sobre o surgimento de um novo padrão de mercado alternativo de edifícios sustentáveis, que propositalmente objetivam transformar a indústria da construção, definindo metas mensuráveis para os efeitos ambientais e sociais dos locais que vivemos e trabalhamos.
Sketchfab, a plataforma online de compartilhamento e visualização de modelos 3D, anunciou uma nova ferramenta em seu software que transforma qualquer um de seus modelos em uma experiência de realidade virtual quando visto em um smartphone combinado com o Google Cardboard. O Sketchfab permite que os usuários façam upload de diversos formatos de arquivos de modelos 3D, que podem, então, ser compartilhados e visualizados em qualquer navegador de internet sem a necessidade de plug-ins ou outros softwares. Como resultado, nos últimos anos eles construíram um enorme banco de dados com mais de meio milhão de modelos 3D, que poderão, com esta nova ferramenta de realidade virtual, ser experienciados de uma forma completamente nova.
Quando se trata dos desfiles de moda de hoje em dia, a internet mudou fundamentalmente o modo como as audiências interagem com os modelos e designers, comentou o OMA/AMO, argumentando que "a montagem de impressões gravadas e reações digitais se insere na outrora autônoma narrativa dos desfiles de moda. O discurso do coletivo se espalha. A massa de dados instantâneos fragmentados é acessada e criticada por muitas vozes."
Em seu mais recente desfile projetado para a Prada, que exibiu a coleção masculina de outono/inverno em Milão, o escritório buscou fortalecer este sentido de julgamento público. "Este consumo de imagens é como um julgamento público, uma transposição contemporânea do Auto-da-fé", explicou o OMA/AMO em seu comunicado de imprensa, referindo-se às cerimônias de renitência pública que aconteceram nas inquisições portuguesas e espanholas entre os séculos XV e XII.
Museus, restaurantes, lojas, teatros, este são alguns tipos de espaços com os quais o público interage diariamente em uma cidade. Mas estes espaços apenas não fazem uma cidade - com efeito, a vasta maioria dos edifícios contém espaços que 99 porcento da população nunca verá.
Ainda assim, uma verdadeira experiência de cidade não existiria sem estes edifícios. Qual é o verdadeiro valor dos edifícios privados para aqueles que caminham nas ruas? Seria simplesmente uma questão de estética e identidade? Poderia o mesmo resultado ser alcançado com uma rua delimitada apenas por fachadas?
Durante grande parte do século XX, Detroit foi considerada a capital do automóvel nos EUA, local onde se estabeleceram grandes marcas como Ford e General Motors.
No entanto, o século XXI está sendo um tempo de mudanças de paradigmas na cidade; a cultura do automóvel está dando lugar ao desenvolvimento de uma cultura cicloviária.
Esta maquete 3D é o mais próximo que se pode chegar da edificação real, uma vez que a Omega House é um das poucas Case Study Houses que nunca foram construídas. Apresentada no programa de Estudos de Caso da revista Arts & Architecture em 1945, apresenta um dos conceitos mais inovadores desta série, algo que você pode explorar agora em seu browser.
O arquiteto, Richard Neutra, era uma celebridade em seu tempo, entre muitos modernistas pregidiados. Neutra nasceu em Viena e chegou aos Estados Unidos já depois dos 30 anos. Trabalhou para Erich Mendelsohn, para Frank Lloyd Wright, e brevemente com Rudolph Schindler. Muitos de seus trabalhos eram residências, estruturas que conseguir transformar em obras muito fotogênicas. Neutra carregava consigo algumas das manias aristocráticas de Mies van der Rohe, temperadas com o igualitarismo animado da costa oeste de Charles e Ray Eames. Estampou a capa da Revista Times aos 40, e pode ser um dos únicos arquitetos proeminentes que construiu uma igreja drive-in. Talvez o mais notável, Ayn Rand escreveu o roteiro de The Fountainhead, (Vontade Indômita, em portugues ), enquanto vivia em uma casa projetada por Neutra.
https://www.archdaily.com.br/br/780860/um-passeio-virtual-pela-case-study-house-number-6-the-omega-house-de-richard-neutraDavid Tran and Pascal Babey, Archilogic
"Em algum momento de sua vida, você foi um pedestre. Ame os pedestres como a você mesmo." Com este lema e considerando que as cidades nem sempre são os espaços mais acolhedores para os pedestres, em 2015 um grupo de cidadãos criou uma Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.
Tomando como referência as Perspectivas Mundiais de Urbanização elaboradas em 2014 pela ONU, o programa de pesquisa Urban Age, dependente do centro internacional LSE Cities, acaba de identificar as diferenças entre os padões demográficos, econômicos e ambientais que se projetam nas diferentes regiões como produto das mudanças urbanas.
Estas diferenças foram obtidas usando como base o relatório da ONU que aponta que em 1950, 30% da população mundial vivia em zonas urbanas, uma cifra que chegou a 54% no ano passado e que se projeta alcançar 66% em 2050.
Recuperar quatro hectares de espaço desocupado sob a rodovia elevada Gardiner Expressway, em Toronto, é o principal objetivo de “Under Gardiner”, um projeto urbano que tem previsão de ser construído em meados deste ano.
A iniciativa segue a tendência de projetos emblemáticos realizados em outras cidades do mundo - como o icônico High LIne em Nova Iorque, o Baana em Helsinki, e a Plantée Promenade em Paris - que reconhecem o potencial dos espaços vagos e os convertem em novos lugares de encontro para a comunidade.
Mês passado, publicamos a primeira parte de uma seleção de cinco vídeos sobre mobilidade urbana e direito à cidade que pode ser vista aqui.
Desta vez, compartilhamos com vocês outros cinco vídeos que mostram como era a mobilidade há mais de 50 anos em diferentes cidades do mundo, como hoje em dia os habitantes podem se envolver na construção de suas cidades e quais são as práticas que nos servem como referências.
Faixas de pedestres no nível das calçadas ou passarelas elevadas?
A decisão tomadas pelas autoridades das cidades podem ser respaldadas por uma pesquisa feita pelo Instituto de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento do México (ITDP), na qual justifica a melhor opção de acordo com dois fatores: o primeiro corresponde a relação entre a velocidade e segurança viária, e o segundo, a acessibilidade e o desenho urbano.
De acordo com estes fatores, o ITDP afirma que o melhor cruzamento para pedestres é aquele que está no nível das ruas porque prioriza a rota dos mesmos e porque são feitos na escala humana. Diferentemente disso, as passarelas são vistas como uma opção que surgiu através do paradigma de priorizar o trânsito dos veículos e, de acordo com dados gerados pelo estudo, não aumentam a segurança dos pedestres.
Além disso, a localização das passarelas não favorece os pedestres, que devem percorrer distâncias mais longas e fazer um esforço maior. Outro fator relevante é que nem todas as passarelas estão desenhadas para as pessoas com mobilidade reduzida e construí-las requer um maior investimento econômico segundo o Instituto. Levando em conta estes dados, o ITDP faz suas recomendações de como se devem desenhar os cruzamentos pedonais no nível da calçada.
O Prêmio é concedido à projetos concluído e abrange as categorias interiores, paisagismo, reformas, projetos urbanos, instalações temporárias, projetos de mobiliário e de produto. Em seu 17° ano, o juri era composto pelos arquitetos Odile Decq, David Adjaye e Sir Peter Cook, e juntos procuraram o que se referiam como os projetos mais "resistentes".
Continue a ler para conferir os vencedores da última edição da Premiação para Arquitetura Emergente e um vídeo com o júri sobre o processo de seleção.
Em parceria com o Centro pesquisas urbanas responsável pela Revista Centro, editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), semanalmente publicaremos fragmentos da publicação online gratuita que propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.
No final do mês de novembro tivemos o privilégio de visitar a Holanda (Países Baixos) graças ao convite que recebemos do Het Nieuwe Instituut (HNI): viajando entre Amsterdã, Roterdã e o charmoso povoado de Radio Kootwijk nos encharcamos da cultura holandesa, observando e pensando em voz alta, criando dúvidas e tentando resolvê-las na volta para casa.
Por isso, decidimos compartilhar com vocês uma série de reflexões pessoais sobre a arquitetura e o urbanismo da Holanda, acreditando que a partir de pequenos detalhes podemos discutir grandes temas.
Discorreremos sobre entender o êxito dos seus 32.000 km de ciclovias, a importância dos imigrantes na sua atual gastronomia, o inferno dos barcos durante séculos e que terminou sendo convertido em um aeroporto, as novas tipologias arquitetônicas em vias de extinção e os atuais experimentos de materiais carbono zero.
A seguir, um convite a observar e deixar de turistar.
E se uma usina de energia pudesse ser também uma casa, um escritório ou mesmo um parque? Esta é a questão por trás do projeto Cypher CO2ling Plant, uma proposta conceitual desenvolvida por Kawan Golmohamadi, Shilan Golmohamadi e Soad Moarefi. Usinas de energia são subprodutos inevitáveis da vida contemporânea, porém, se localizam geralmente em áreas remotas, distantes de onde a energia é, de fato, utilizada, devido à sua aparência e à poluição que geram. Cypher CO2ling Plan propõe um cenário alternativo em que estas infraestruturas são utilizadas para abrigar programa mistos, mitigando os aspectos menos desejáveis da produção de energia.
Em abril de 2013 a Companhia de Engenharia de Tr[áfego (CET) de São Paulo começou a implementar a iniciativa "Frente Segura" com os chamados "biciboxes". Trata-se de áreas de espera exclusivas para motos e bicicletas, diferenciadas pela pintura no asfalto e localizadas entre a faixa de pedestres e os automóveis.
Deste modo, os ciclistas e motociclistas ficam mais visíveis para todos os condutores que esperam no semáforo, o que diminui a incidência de conflitos entre os diferentes usuários da rua e garante a segurança dos pedestres.
No mais recente vídeo publicado pelo canal do youtube #donotsettle, os arquitetos Wahyu Pratomo e Kris Provoost exploram o projeto Timmerhuis, construído pelo OMA em Roterdã. A dupla compara o os desenhos conceituais e imagens fotorreailistas com o edifício concluído, analisa o impacto da obra na paisagem urbana e, com um pouco de sorte, encontram seu caminho por algumas portas trancadas.
#Donotsettle revê a disparidade entre o cinema como uma representação e como um meio experiencial. Para mais informações sobre o #donotsettle, acesse sua página no youtube.