
Joaquim Manoel Guedes Sobrinho nasceu em São Paulo em 18 de junho de 1932. Hoje ele completaria 83 anos.

Joaquim Manoel Guedes Sobrinho nasceu em São Paulo em 18 de junho de 1932. Hoje ele completaria 83 anos.
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Nos tempos modernos, a produção arquitetônica tem sido, de maneira crescente, resultado da interação entre as tendências internacionais e as circunstâncias locais (históricas, técnicas, econômicas, políticas, urbanas, etc.). O jogo entre ambos grupos de forças se tornou cada vez mais desequilibrado devido à enorme pressão dos meios de comunicação e dos poderes econômicos e políticos, que tendem a uniformizar usos e costumes no planeta inteiro. Porém também é certo que essa mesma pressão tem produzido uma reação que pode observar-se na produção mais original do mundo considerado periférico. Neste rápido e necessariamente esquemático panorama da arquitetura latino-americana das décadas mais recentes, antes que buscar as linhas genealógicas das principais realizações da região, é esta tensão a que tentarei descrever. É um jogo no que amiúde triunfa a força internacional, produzindo-se o simples translado de modelos desde os centros em que foram criados a aqueles que tentaram emulá-los; em ocasiões mais felizes, esses modelos se aceitam criticamente, se adaptam a circunstâncias locais, e se logram versões próprias e até originais; e, por fim, ocorre que, na luta, as forças locais alcançam predomínio, e mediante operações de caráter sincrético logram assimilar aqueles elementos das tendências internacionais compatíveis com sua própria natureza, e criar uma arquitetura que represente simultaneamente o «espírito do tempo» e o «espírito do lugar», no dizer de Enrique Browne.

Todas as coisas boas devem chegar a um fim e a excelente série "History of Cities in 50 Buildings" do Guardian Cities, infelizmente, não é uma exceção. A série definitivamente vale a pena ser lida, trazendo o melhor da escrita acadêmica e arquitetônica de autores convidados e da equipe própria, mas se você está com pouco tempo - e se é um arquiteto, é bastante provável que isso seja verdade - compilamos, a seguir, 10 destaques da lista do Guardian para você.

Milhares de anos atrás, uma pequena civilização de caçadores migraram para as regiões costeiras do sudeste da Ásia. Essas pessoas evoluíram para uma tribo generalizada de viajantes do mar. Até hoje eles permanecem como um povo sem Estado, sem nacionalidade e sem infra-estrutura consistente, às vezes vivendo a quilômetros de distância da terra. No entanto, essas pessoas constituem uma das poucas civilizações cuja vida coletiva tem sobrevivido por tanto tempo através da história humana. Eles são chamados de Badjao, e possuem qualidades surpreendentes que nos ensinarão sobre a arquitetura.

Nos trópicos a luz do sol incide de forma generosa. Os elementos vazados desenham a sombra nos pisos e paredes, um efeito que transforma todo o ambiente para quem o vê desde o exterior e interior. Durante as estações e ao longo dos dias essa luz natural surge de diferentes formas como um componente que sobrevém na Arquitetura. No decorrer da noite, a luz artificial atravessa os pequenos vãos do interior para o exterior, tornando a arquitetura uma espécie de luminária urbana que interage com as sombras de seus usuários e mobiliário.
Além de sua função, o cobogó traz consigo certa poética ao projeto de arquitetura. Decidimos destacar esta criação brasileira, escrever brevemente sobre sua história e apresentar uma seleção de projetos que adotam este elemento.

A qualidade dos espaços de encontro em lugar público é essencial: permite a interação entre gerações, classes sociais e comunidades. Sem estes espaços de qualidade o cidadão acaba por se isolar, e sem ele os espaços tornam-se mais pobres.
“A nossa solidão aumenta consoante o numero de automóveis que passam à nossa porta” —Appleyard [1]

Pode ser que ele não seja o software mais empolgante para um arquiteto, mas o Microsoft Excel é uma poderosa ferramenta que pode nos ajudar nas tarefas menos glamourosas do nosso trabalho. Se você aprende a utilizá-lo corretamente, ele pode ajudar a resolver algumas tarefas maçantes de modo muito mais rápido. Neste post publicado originalmente por ArchSmarter, Michael Kilkelly faz um breve resumo das fórmulas básicas que todo o arquiteto deveria saber, acompanhado por uma breve explicação de como utilizar cada uma.
Excel é mais do que um papel quadriculado digital. Ele é uma ferramenta muito útil para a análise e cálculo de dados. Entretanto, para utilizá-lo da maneira mais eficiente é necessário saber algumas fórmulas.
Se você for como eu, começou a utilizar o Excel como uma ferramenta para criar tabelas de dados de programas de construção ou listas de planejamentos - nada muito complexo. Muito texto e alguns números. Às vezes, quando queria ousar, acrescentava uma fórmula ou outra para somar ou diminuir algumas células, mas isso era tudo.
Eu sabia que estava utilizando somente 10% da capacidade do software, mas não tinha certeza de quais seriam as outras coisas que eu poderia fazer ou como acessar estas outras funções. Sabia que o programa poderia ser operado com base em funções, mas elas me pareciam muito confusas. Além disso, eu era um arquiteto, não um contador.


Até recentemente, os renders eram a principal ferramenta do arquiteto para a compreensão da luz em seus desenhos, juntamente, claro, de uma boa dose de intuição. Mas uma nova geração de ferramentas de análise da iluminação natural, que está surgindo juntamente com uma nova geração de indicadores de iluminação natural, está permitindo que os arquitetos analisem a luz solar de novas formas - com implicações importantes para o projeto.
Como de costume, quando se trata da luz solar, utilizam-se certas regras para projetar e, em seguida, são feitos os renders para verificar o projeto e comunicar a intenção. Renderizar tornou-se rapidamente uma forma de arte: a criação de uma aparência requintada, evocativa, muitas vezes de atmosfera etérea que comunica o estado de espírito, a experiência e a sensação visceral do projeto. Isto não é por acaso: a iluminação natural é um ingrediente mágico na arquitetura, trazendo dinamismo à estrutura estática, dota os edifícios de um sentido de tempo e é uma maneira poderosa para capturar e comunicar estas ideias - um complemento necessário aos planos e cortes rígidos. Com as renderizações, expandimos a nossa capacidade em apresentar os projetos. Também expandimos a nossa capacidade em conceituar a luz natural em nossos projetos.
Mas falta algo: há importantes questões relacionadas à luz solar que as imagens simplesmente não conseguem responder. Mesmo sendo feitas com razoável precisão, elas ainda estão incompletas: descrevem um momento no tempo, mas que não fornecem uma indicação de que esse momento é único ou típico.

Procurei saber o que queria dizer a palavra "depoimento", e a versão do dicionário é muito estranha: "é um testemunho num processo judiciário". É bem estranha a nossa situação.
Sinto-me pouco à vontade para participar de um julgamento da arquitetura brasileira, destes últimos 15 ou 20 anos. Trago de minha experiência vivida dentro dela algumas impressões, algumas ideias que, mesmo que não abranjam muita coisa, talvez possam servir de base para o nosso diálogo.

Em um artigo recente o ArchDaily ouviu os comentários de seus leitores sobre a cultura de "virar noites". Entre muitas manifestações, um comentário em especial pareceu incomodar muitas pessoas. Foi a afirmação de kopmis em relação a tendência dos professores em "acabar" com os projetos na avaliação final, "não há nenhum campo de estudo que ofereça tanta humilhação como a arquitetura." Mas o que faz com que exista essa tendência? Neste artigo, originalmente publicado pela Section Cut como "The Final Review: Negaters Gonna Negate", Mark Stanley - Professor Adjunto da Escola de Arquitetura da Universidade Woodbury - discute os desafios enfrentados pelos próprios avaliadores, oferecendo uma explicação do porquê eles muitas vezes usam tais táticas negativas - e como elas podem ser evitadas.

O livro de Justin McGuirk Radical Cities: Across Latin America in Search of a New Architecture está rapidamente se tornando uma importante leitura para mundo da arquitetura. Desde sua grandiosa participação na Bienal de Veneza 2012, em que ganhou o prêmio Golden-Lion pelo projeto desenvolvido com o Urban Think Tank e Iwan Baan, o trabalho de McGuirk tem se tornado de fundamental interesse a disciplina da arquitetura, principalmente no que diz respeito a soluções de habitação de baixo custo na América Latina. Esta análise do livro Radical Cities, por Joshua K Leon, foi originalmente publicada pela Metropolis Magazine como "Finding Radical Alternatives in Slums, Exurbs, and Enclaves."
O livro Radical Cities: Across Latin America in Search of a New Architecture, de Justin McGuirk, deveria ser leitura obrigatória para qualquer um à procura de uma saída para a desigualdade social na qual estamos presos. Em 2012, existiam 40 milhões de moradores de favelas em todo o mundo a mais do em 2010, segundo a ONU. Os mercados privados claramente não podem fornecer moradia universal de forma eficiente e os governos são muitas vezes hostis em relação aos pobres. A única alternativa é a ação coletiva a nível popular, e eu nunca havia lido um relato mais vívido sobre tal assunto.


Todas as coisas deste mundo são um produto da fórmula (função por economia).
Todas essas coisas não são logo obras de arte:
Toda arte é composição e portanto inapropriada.
Toda vida é função e logo inartística.
A ideia da «composição de um porto» é absolutamente ridícula!

Com 145 países participando da Expo 2015 e um extenso programa estabelecido pelos organizadores, há muita coisa acontecendo em Milão nesse exato momento. Tanto é que pode ser um pouco cansativo ver e participar de todas as atrações interessantes do evento.
Para ajudar nossos leitores, reunimos um guia com os principais pavilhões que estão atraindo os olhares dos visitantes. Do ícone da Expo, a Árvore da Vida de 30 metros de altura, à exposição sobre a bebida favorita dos arquitetos (isto é, o café), e os pavilhões nacionais, as coisas que você precisa ver na Exposição estão aqui.

Uma das maiores tendências na concepção de projetos sustentáveis dos últimos anos tem sido a reutilização de contêineres como estrutura da edificação. Devido ao seu tamanho conveniente, os contêineres podem ser adaptados para uso residencial e seu apelo reside na sua aparente simplicidade: você recebe um espaço pronto em uma única peça e pode empilhá-los para criar vários espaços ou juntá-los para compor áreas maiores.
Mas, obviamente, as coisas nunca são tão simples quanto parecem e utilizar contêineres para fazer uma moradia envolve muitos desafios - ainda mais pelo fato de que a ideia é relativamente nova, havendo poucas pessoas com os conhecimentos necessários para este tipo de construção. Foi por isso que o Container Home Plans entrou em contato com 23 especialistas de todo o mundo - designers e proprietários que superaram os desafios para construir suas casas de contêineres - e os questionou sobre quais informações teriam sido úteis antes de assumir este desafio. Confira, a seguir, suas 11 principais dicas.
Há poucos meios para os quais os contos do Irmãos Grimm ainda não foram adaptados. Estórias e filmes para crianças mostram versões um pouco menos macabras dos originais, mas há algo no folclore gótico dos Grimm que ainda reina na imaginação popular. Não interessa que tipo de adaptação seja feita - musical, infantil ou moderna - a essência dos contos originais permanece. A Grimm City, concebida pelo escritório FleaFolly, é uma dessas adaptações.
Em 2014 o famoso político holandês Neelie Kroes, então comissário da União Européia, afirmou que a programação deveria ser ensinada na escola primária na Holanda, argumentando que "a programação é a leitura e escrita do futuro" e que se os holandeses não incorporassem essa realidade em seu sistema educacional, eles ficariam para trás em relação a outros países. As reações, tanto às afirmações de Kroes quanto ao artigo " 5 razões para arquitetos aprenderem programação" de Michal Kilkelly, foram similares. Aqueles que já são capazes de trabalhar com programação concordam; muitos que nunca tiveram contato com isso, e muito menos escreveram algo desse gênero, responderam negativamente. Muitas das reações ao texto de Michael Kilkelly passavam pelas mesmas ideias: "Não temos tempo!" "Programar não é projetar!", ou simplesmente "Não".
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Por Rodrigo Bitencourt e Gláucia Dalmolin
Cidade e civilização são fenômenos concomitantes. A cidade pode ser vista como receptáculo, fomentadora e transmissora de civilização. De fato, como o homem diferencia-se das outras criaturas pela sua capacidade de aprender indefinidamente, i.e., pela sua perfectibilidade (formigas de seis mil anos atrás têm as mesmas características das formigas atuais: estão confinadas na estreita gama de comportamentos ditados pelos seus programas genéticos), adquiriu o poder de extrapolar a natureza e assim construir seu próprio caminho, criando história. E como cada vida humana é única e ninguém tem a capacidade de determinar previamente como ela será, pode-se afirmar que o ser humano é portador de uma duplicidade histórica: a história individual, ou educação, e a história coletiva, ou cultura.

O que estes três projetos têm em comum? Eles nunca serão publicados em uma revista de arquitetura respeitável. Esta notícia não é nenhuma surpresa: apenas alguns projetos em todo o mundo merecem o direito de serem publicados. Os editores definem tendências, colocam o foco em temas especiais, dão visibilidade a escritórios emergentes e confirmam as estrelas estabelecidas na arquitetura.
A revista impressa tem espaço limitado e, portanto, envolve um processo muito rigoroso de tomada de decisão; apenas poucos são mostrados. Nesta seleção darwiniana, alguns arquitetos dignos e brilhantes perecem. Por outro lado, um site na internet tem a possibilidade de expandir o leque de projetos. A web tem espaço praticamente ilimitado - mas ainda assim, este espaço não deve ser desperdiçado. Muito poucos se beneficiariam de um site que publica todos os projetos de arquitetura do planeta.