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Le Corbusier viu e desenhou muitíssimo. Sua desfunção ocular provavelmente colaborava à essa ação. Muitos artigos, investigações, teses de mestrado e doutorado foram realizados sobre o ínfimo tema "o que via Le Corbusier". (E seguem sendo feitos.) Neste artigo, não há mais discussão, não há novas interpretações. Estão apenas os croquis, frases soltas, e uma busca: ver o que via Le Corbusier, ou melhor, o que decidia ver Le Corbusier (e o que decidia não ver, e o que decidia transformar), e como retratava essa escolha através dos seus croquis.
A paisagem é uma presença real nos croquis de Le Corbusier. É a constante que define um conjunto de desenhos diferentes entre si. O percurso que realizaremos a seguir saltará pelos cinco grandes temas desse conjunto: a natureza, o horizonte, a máquina, a janela e o terraço. A paisagem como uma ferramenta projetual.
“Uma personalidade respeitável estava, entretanto, presente, era a paisagem, os quatro horizontes. São eles os que davam as ordens.”
A Natureza
Os promontórios e as “formas acústicas” (a vista desde baixo)
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A cena desde perto
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Os monólitos e o ângulo reto
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“A vertical fixa a direção da horizontal. Uma vive à causa da outra. Estes são os poderes da síntese.”
O Horizonte
A matriz de composição
“Adjunto meu primeiro bosquejo do Danúbio. Crê que ele tem toda a grandeza da minha alma artística?”
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A desproporção entre horizonte e massas: o objeto agigantado
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O horizonte curvo: a silhueta da Terra
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A mirada atenta
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O formato panorâmico: a aversão à fotografia
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A Máquina
A máquina retratada: objeto “inocente”
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A máquina retratada: objeto principal
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A máquina como suporte: desde o avião
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A máquina como suporte: desde o trem
![](https://images.adsttc.com/media/images/55de/e4d1/e58e/ce77/ef00/008d/newsletter/LC-13.jpg?1440670924)
A máquina como suporte: desde o navio
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A Janela
A vista desde a coberta de um navio à vapor (o enquadre entre a guarda-corpo e a lona)
“Este passeio num dos vapores do lago Léman confirma, ao ponto de vista do espetáculo, o princípio da janela em fita.”
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A reação poética com a paisagem (próximo vs. longínquo; grandiosidade vs. pequenez; utilidade vs. beleza)
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O Terraço
Destaque e analogia à paisagem
“Temos conduzido o desenvolvimento de nossos edifícios a um coroamento horizontal único, liso e puro; este horizontal puro superior, às vezes se destaca no céu, às vezes doa sua medida às montanhas mais além, este horizontal é uma conclusão de ordem lírica.”
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A tábula rasa como mirada atenta (limpa o que distrai)
“Na natureza, na sequência dos acontecimentos, em todas as partes –eu o sei bem– se encontra o inexplicável:
« tudo serve »,
« tudo é emoção »,
« tudo é inexplicável ». Claro!”
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“E tão fresco é meu entendimento, tão ingênuo é meu coração, assim!”
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