Adicione folhas de repolho, cascas de laranja, cebola, banana e alguns pedaços de abóbora para obter... cimento. Isso mesmo, pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram uma técnica por meio da qual é possível produzir cimento a partir de resíduos alimentares. A iniciativa inovadora, além de ser utilizada na construção, é literalmente comestível. Ajustando sabores e utilizando alguns temperos, o cimento quebrado em pedaços e fervido pode se tornar uma bela refeição.
A startup escocesa Kenoteq lançou o K-Briq – um tijolo de construção mais sustentável que não é queimado e é feito de 90% de resíduos de construção. Desenvolvido pela professora de engenharia Gabriela Medero na Universidade Heriot-Watt de Edimburgo, o K-Briq gera menos de um décimo das emissões de carbono em sua fabricação do que um tijolo comum.
Na maioria dos países do mundo as edificações antigas são valorizadas. Há algo na história, na originalidade e no charme de uma casa antiga que faz com que seu valor às vezes seja superior ao de novos projetos. Mas no Japão, o oposto é quase sempre a preferência. As casas recém-construídas são as mais procuradas em um mercado imobiliário onde as moradias raramente são vendidas e a obsessão por demolir e reconstruir é tanto uma questão cultural quanto uma questão de segurança, colocando as casas de 30 anos em um mercado sem valor.
Oferecer espaço e amplificar a voz de arquitetas, arquitetos e outros profissionais do ambiente construído é um grande privilégio. É, também, um enorme desafio, pois exige de nossa equipe de conteúdo muita investigação e tempo. O esforço é, no entanto, gratificante, pois nos coloca em contato direto com alguns dos talentos mais proeminentes de nosso campo disciplinar que vêm discutindo assuntos como cidades, metaverso, comunidade, meio ambiente, democracia, sustentabilidade, tecnologia da construção e interiores, para mencionar apenas alguns.
Composição realizada pelo autor. Da esquerda para direita: edifício do Congresso Nacional (Marcel Gautherot/La Boite Verte) e Lusail Stadium (Sorin Furcoi/Al Jazeera), ambos em fase de construção
Sessenta e dois anos separam a inauguração de Brasília e a abertura da 22º edição da Copa do Mundo de futebol masculino da FIFA, sediada em 2022, no Qatar. Claro, não só o lugar no tempo e espaço diferenciam estas duas ocasiões históricas: acrescentemos o contexto geopolítico, o caráter, os atores e os interesses envoltos a cada uma. O que sobra, então, como conectivo entre ambas? Para além do fato de que o emirado agora possui a sua própria cidade-modelo (Lusail), erguida no ermo da península, sob a cartilha das últimas tendências urbanas e tecnológicas – à semelhança do vanguardismo do Distrito Federal do Brasil à época da sua construção, em certa medida –, o elo inextricável entre as duas cerimônias está nos canteiros que materializaram as arquiteturas a comportá-las.
https://www.archdaily.com.br/br/991506/supressao-de-direitos-no-canteiro-de-obra-paralelos-entre-brasilia-e-qatarJoão G. Santos
Estatísticas recentes sugerem que, se alguém vive até os 80 anos, cerca de 72 desses anos serão gastos dentro de edifícios. Isso faz sentido se tivermos em mente que, quando não estamos em casa, os humanos estão trabalhando, aprendendo ou se envolvendo em atividades divertidas principalmente em ambientes construídos. Contemplando eventos atuais, no entanto, esse número deve crescer. Em um mundo cada vez mais caótico e incerto, marcado pelos efeitos contínuos das mudanças climáticas e pela pandemia global, o desejo de permanecer dentro de casa em um ambiente protegido, controlado e pacífico está mais forte do que nunca. Os arquitetos enfrentam um desafio importante: criar interiores confortáveis, produtivos e saudáveis com parâmetros bem regulamentados, considerando fatores como qualidade do ar interno, luz natural e características biofílicas dos estágios iniciais do design. Obviamente, isso envolve a escolha de materiais de maneira sensível e adequados, seja evitando certos componentes prejudiciais à saúde ou integrando produtos atóxicos que acalmam e promovem o bem-estar.
Arquitetura não é simplesmente construir. Há mais de dois mil anos, o arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio definiu duas realidades básicas na construção: firmitas (estabilidade) e utilitas (função). Depois, ofereceu o que transforma a construção em arquitetura: venustas (beleza).
Firmitas foi redefinida neste século como “resiliência”. Após passar ileso por cinco furacões ao longo de trinta anos, este edifício apresenta venustas além de firmitas? O conceito de utilitas é encontrado na utilidade de qualquer projeto: uma edificação, em uso constante, tem beleza além de função?
Você já deve ter ouvido falar sobre o uso de bambu em abrigos temporários criados nos esforços de ajuda humanitária após um terremoto, mas o bambu pode realmente ser muito valioso na construção de edifícios que podem suportar terremotos. Por que devemos olhar a este material como uma solução temporária após um desastre quando poderíamos salvar vidas construindo com ele em primeiro lugar? O bambu é uma ótima opção para construir casas e abrigos em regiões propensas a terremotos, desde que as estruturas sejam bem projetadas, construídas e mantidas. Das antigas estruturas tradicionais a construções modernas, vários exemplos de todo o mundo provaram-se contra as próprias forças da natureza que derrubaram edifícios de concreto e tijolos.
https://www.archdaily.com.br/br/989571/o-bambu-e-um-material-de-construcao-seguro-em-desastres-naturais-como-terremotosLayane Al Madani
Ao desenvolver um projeto, um arquiteto precisa lidar com inúmeras decisões: o edifício corresponde ao que o cliente demandou? A mão de obra contratada poderá construí-lo sem problemas? Os custos estão dentro do esperado? O projeto apresenta uma boa interface com o seu contexto? De que forma ele perdurará com o tempo? Para tal, o profissional deve equilibrar diversas questões que terão influência entre si e que alterarão diretamente o produto final. Dentre estas, os materiais e as técnicas construtivas escolhidas tem papel primordial, já que são os elementos que materializam os anseios dos projetistas e podem influenciar em fatores como a possibilidade de acesso, ou no impacto ambiental da edificação.
No entanto, estar ciente de todas as possibilidades, vantagens e desvantagens de cada decisão é uma tarefa hercúlea, que demanda muitos recursos, estudo e tempo - fatores que geralmente são escassos em nossa profissão. Sob o mote “O que é uma boa arquitetura”, compilamos abaixo uma série de artigos com boas práticas no uso de Materiais e Técnicas construtivas, buscando abranger o máximo possível de repertório para consulta:
O espaço ocupado pelas construções nas cidades tem crescido rapidamente. Em todo o mundo, a área ocupada pelo piso de edifícios pode dobrar até 2060. Construir e manter a infraestrutura urbana exige quantidades significativas de energia e recursos materiais. Dessa forma, a maneira como as cidades constroem – e com quais materiais – exerce um impacto sobre até que ponto as metas de sustentabilidade são atingíveis ou mesmo realistas. As cidades precisam se certificar de que estão usando materiais de baixo impacto para o planeta e que possam ser renovados. Esse cenário aponta uma oportunidade para a madeira.
https://www.archdaily.com.br/br/988501/como-as-cidades-podem-adquirir-madeira-de-origem-sustentavelWhitney Light, Scott Francisco e Sadof Alexander
A arquitetura nasce dos materiais. Entre estrutura, luz, movimento e conforto, os materiais moldam profundamente nossas experiências. Mas os materiais também mudam com o tempo, novos tipos são criados, e uma ampla gama de montagens e técnicas de construção são introduzidas. Cada vez mais, arquitetos e designers estão analisando as possibilidades de materiais compósitos feitos com elementos naturais.
“Devíamos admitir a natureza como uma imensa multidão de formas, incluindo cada pedaço de nós, que somos parte de tudo”, diz Ailton Krenak, renomado líder indígena, no seu livro Ideias para adiar o fim do mundo. A cultura dos povos originários não entende humanidade e meio ambiente como coisas separadas ou superiores uma à outra, mas sim, como partes de um todo. Por meio desse entendimento particular do universo, esse povos são conduzidos à uma apropriação sensível do território, com crenças estruturantes que se refletem também na sua arquitetura, elevando o próprio conceito de sustentabilidade a outro patamar, já que, a natureza não é vista como um recurso a ser utilizado, ela é pensada como parte da comunidade.
Perto de ser concluído, o escritório MAD Architects divulga os detalhes construtivos que permitem que o Aranya "Cloud Center" pareça flutuar sobre a paisagem. Localizado em Qinhuangdao, 260 quilômetros a leste de Pequim, na China, o projeto consiste em um espaço de arte urbana dedicado à vibrante comunidade artística da região.
“Esperança para a Arquitetura” é o chamado de Clay Chapman, descrito por ele como “uma iniciativa de construção para enfrentar os desafios de um futuro incerto”. Na verdade, “Esperança para a Arquitetura” é uma tecnologia de alvenaria e madeira, reinventada e adaptada desde a antiguidade até hoje. Clay e sua jovem família mudaram-se para Carleton Landing, Oklahoma, há quinze anos, para cumprir uma missão: criar uma comunidade e explorar essa tecnologia.
Muitos planejadores urbanos preveem que até 2050 mais de 6 bilhões de pessoas viverão nas cidades e, muitas vezes, em condições que expandi-las não é uma opção. Portanto, a única maneira de acompanhar a densidade crescente é construir para cima. Construir mais alto sempre traz inúmeros desafios e também uma competição não tão sutil entre os escritórios de arquitetura para terem seu nome vinculado aos maiores edifícios. Tão logo um arranha-céu é nomeado um dos mais altos do mundo, outro chega à prancheta e leva o título poucos anos depois. Embora o céu seja o limite, como isso afeta a construtibilidade dos projetos e quais feitos de métodos e materiais de construção nos permitiram construir nas nuvens?
Ao mesmo tempo que a obra é uma etapa ansiosamente aguardada pelos clientes, ela é igualmente trabalhosa para os arquitetos e engenheiros envolvidos em sua gestão, pois reserva uma série de dificuldades e desafios envolvendo projeto, orçamento e mão de obra. Com alguns acontecimentos imprevisíveis e outros tantos conhecidos, é possível se preparar para essa etapa buscando direcionar o andamento da obra para que ela seja o mais tranquila possível.
No campo do projeto e da construção, a questão de gênero é um ponto de conflito: quem tem a possibilidade de construir? Quais são as alternativas para nós profissionais da arquitetura? Estas são as perguntas que o Taller General busca (re)pensar. Foi a partir dessas questões que surgiu Femingas, uma jornada de construção participativa com uma perspectiva de gênero. Estas se manifestam como uma alternativa à construção de "mingas", jornadas de trabalho conjunto entre os membros de uma comunidade para alcançar um bem comum.
Alinhada à sua missão de promover o aumento de maturidade digital de todos os segmentos do setor produtivo, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em conjunto com a Grant Thornton e Sienge, realiza a segunda edição da pesquisa Mapeamento de Maturidade BIM.
https://www.archdaily.com.br/br/984083/governo-federal-lanca-pesquisa-de-mapeamento-de-maturidade-bim-no-brasilArchDaily Team