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Bienal de Veneza 2014: O mais recente de arquitetura e notícia

Rem Koolhaas: sobre Identidade, Ásia, Bienal e outras coisas

Nesta entrevista, publicada originalmente na The Architectural Review, Andrew Mackenzie senta com fundador do OMA, Rem Koolhaas, para discutir a Bienal de Veneza, a extinção da identidade nacional, sua fascinação pela Ásia, a ligação entre "De Rotterdam" e "Delirious New York" e o futuro da profissão.

Sua proposta deste ano para a Bienal de Arquitetura de Veneza pergunta se a identidade nacional tem sido, como você diz, "sacrificada para a modernidade". Alguns podem ver isso como um projeto de recuperação, não muito diferente do regionalismo de Frampton. Como você diferencia sua proposta da de Frampton?

Bem, Kenneth Frampton é um cara inteligente, mas o problema é que ele olhou para o regionalismo como um antídoto para o desenvolvimento cosmopolita. Ao fazê-lo, perverteu a causa do regionalismo, porque de repente o regionalismo foi mobilizado como uma causa particular que não poderia ser sustentada. No entanto, a questão da identidade nacional é uma questão aberta. Por exemplo, à primeira vista, a Holanda é um país muito internacionalista, mas olhando de perto você pode ver um enorme retorno da arquitetura quase-vernacular e das fortalezas antigas que foram recentemente construídas com um sabor nacional. Olhe para Zaandam e seu enorme conjunto das chamadas construções vernaculares.

O direito a ter uma casa - As políticas de habitação em Portugal durante o século XX e o sonho do 25 de Abril / ateliermob

Derrubada a monarquia, uma das primeiras medidas de fundo de reorganização da sociedade, tomada pelo governo republicano, foi dirigida às questões da habitação. Até 1910, as classes trabalhadoras viviam em habitações arrendadas com contratos precários. Os despejos eram fáceis e recorrentes. A Lei do Inquilinato, publicada cinco semanas após a implantação da República, tornou os despejos mais difíceis e regulou o aumento das rendas – até aí um mercado totalmente liberal. Os primeiros governos republicanos – houve 45 governos em 16 anos –, sobretudo os liderados por Sidónio Pais, foram muito activos a planificar uma intervenção no plano da habitação a custos controlados. Mas em 1922, o governo empossado quis romper com as políticas dos seus antecessores e propôs um programa de austeridade em que abdicava do plano de construção de novos bairros operários. Quatro anos depois, dar-se-ia o golpe militar que abriria caminho à ditadura de Salazar.

Trazendo a Modernidade Arquitetónica até Casa / Pedro Gadanho

O texto a seguir faz parte do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

Ninguém duvida que, em grande medida, a modernidade do século XX foi trazida para a sala de estar através dos media. Claro, torradeiras e tapetes produzidos em massa proporcionaram um sentido de modernidade doméstica promovida por tecnologias cada vez mais acessíveis. Mas os jornais, o rádio e os televisores geraram a sensação de estar imerso na grande revolução que acontecia lá fora. Inspirando-se nos media populares, a série de Martha Rosler, "House Beautiful: Bringing the War Home" (1967-1972), deu a esta ideia uma pungente expressão visual. Se os jornais traziam para o lar os muitos e diversos conflitos e tensões da modernidade, as revistas de estilo de vida completavam o quadro com visões sedutoras de como se tornar, a si mesmo, e ao seu ambiente, "moderno.”

Projetar para Crises: Uma tática arquitetônica para a ampliação das possibilidades arquitetônicas / ADOC

O texto a seguir faz parte do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

O colapso de 2007 do sistema financeiro ocidental, desencadeada pelo colapso das hipotecas subprime nos Estados Unidos e o resultante estouro da bolha imobiliária teve uma profunda influência na paisagem urbana portuguesa. A crise atual, inextricavelmente alimentada pelo aumento especulativo no valor da propriedade, leis brandas de planejamento e o fácil acesso ao crédito de empréstimo para habitação prepara o palco para uma reflexão propositiva em relação ao conceito do Coletivo. A dimensão visível da ruptura financeira, demonstrada pelas inúmeras construções inacabadas e desenvolvimentos imobiliários que simbolizam as feridas abertas na urbanidade, será objeto sob escrutínio. Eles são uma parte de um problema maior e mais invisível, a enorme quantidade de edifícios vagos e propriedades não utilizadas de propriedade de bancos e fundos imobiliários.

Projeto Monte Xisto: Requalificação de um bairro informal em Matosinhos / Paulo Moreira

O texto a seguir faz parte da terceira edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa Portugal na 14ª Bienal de Veneza de 2014.

Este projeto tem como objetivo consolidar a encosta do Monte Xisto. Uma novo muro de gabião é proposto para regenerar a área que foi afetada por deslizamentos de terra em 2005. A proposta decorre do local, por meio de uma intervenção no espaço público para criar novos acessos entre a parte superior e inferior do morro. Propõe-se que algumas casas sejam demolidas, aquelas cuja estrutura não é adequada para a conversão, e as novas casas serão criadas próximas de seu local original para realojar as famílias afetadas. Os escombros das casas demolidas serão utilizados para criar novas estruturas públicas, tanto as funcionais quanto simbólicas.

All quiet on the western front / José António Bandeirinha

O texto é parte da segunda edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa a participação portuguesa na 14a. Bienal de Veneza de 2014.

Um grupo de jovens arquitectos com afinidades ideológicas reuniu-se em Veneza, Colin Ward, com 28 anos, John F Charlewood Turner e Pat Crooke, ambos com 25. Giancarlo De Carlo, com 33 anos, recebeu-os. Estávamos em 1952.

Reabilitar a reabilitação e continuar inovando / José Aguiar, Vitor Ribeiro, Miguel Reimão Costa

Reabilitar a reabilitação e continuar inovando

Lições dos anos sessenta: Cabeça Padrão, José-Augusto França e Fernando Távora                                                                                                                        

O texto é parte da segunda edição do jornal Homeland: News from Portugal, publicação que representa a participação portuguesa na 14a. Bienal de Veneza de 2014.

Tanto a Arquitectura como a Reabilitação, enquanto novo paradigma de projecto, defrontam hoje fenómenos de mundialização, de normalização, de amnésia forçada, que se traduz (na opinião de Francoaise Choay) numa perda da nossa competência no edificar (e de reutilizar). Um predomínio do consumismo cultural (arquitectónico e da arquitectura icónica de archistars) que promove uma descomplexificação semântica no ordenamento espacial, a descontextualização e a atomização da produção arquitectónica, ao mesmo tempo que promove a reabilitação do património urbano como parques temáticos de um consumo turístico massificado: o património tornou-se uma apressada alternativa ao cinzentismo de um mundo cada vez mais monossómico (Choay, 2005).

O mercado imobiliário informal em Portugal / Tiago Mota Saraiva - ateliermob

"Criado originalmente para o jornal Homeland - News from Portugal – representação portuguesa na 14ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia 2014".

O mercado imobiliário do Informal

Definir o Informal / ateliermob

"Criado originalmente para o jornal Homeland - News from Portugal – representação portuguesa na 14ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia 2014".

Ensaiar uma definição

Na comunidade académica, a discussão sobre o que é uma construção informal não está encerrada, ao invés, o entendimento mais corrente identifica-a com os bairros de barracas ou favelas. Se no primeiro caso não nos compete resolver a equação, até porque nos parece que a própria definição não deverá ser estática, intemporal ou universal, devemos declinar qualquer tentativa de esgotar o conceito de informal nos bairros de barracas e de construção precária.

A explosão internacional da arquitetura chilena

O Leão de Prata concedido ao Pavilhão do Chile na Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano, o Prêmio MCHAP Emerging Architecture para a Casa Poli do escritório Pezo von Ellrichshausen e a recente inauguração do pavilhão de Smiljan Radic para o Serpentine Gallery não são casos isolados, mas um reflexo de uma arquitetura chilena - já madura - que consegue afastar o país da imagem de uma nação rural no fim do mundo ocupada por residências unifamiliares salpicadas sobre uma geografia acidentada; uma arquitetura que se reconcilia com seus centros urbanos, projetando-os na cena mundial.

Neste contexto, o jornal britânico Financial Times dedicou um artigo a este boom de arquitetos já consolidados, como Smiljan Radic, Mathias Klotz, Pezo von Ellrichshausen e Elemental. O que ocasionou esse impulso da arquitetura chilena?

AD Brasil Entrevista: André Aranha Corrêa do Lago, curador do Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014

André Aranha Corrêa do Lago é o curador do Pavilhão do Brasil na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza , que tem como curador geral Rem Koolhaas e tema central Fundamentals. Para as participações nacionais, Koolhaas propôs o subtema Absorbing Modernity, um convite aos participantes a refletir e levantar questões sobre como respectivos países se relacionaram com o pensamento e prática da modernidade.

Explorando a singularidade do Brasil como um país cuja identidade nacional - inclusive arquitetônica - foi construída sobre as bases da modernidade, o curador da exposição evidencia o moderno como fundamental para a história da arquitetura nacional.

Assista acima a entrevista que o ArchDaily Brasil realizou com o curador, diplomata e crítico de arquitetura André Aranha Corrêa do Lago.

O jornal português na Bienal de Veneza 2014

A 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza começou há pouco mais de duas semanas e até agora pouco se ouviu a respeito da participação de Portugal na mostra. Na contramão das demais participações nacionais, que propuseram pavilhões e exposições físicas que abordam de maneiras diversas o tema Absorbing Modernity, os portugueses optaram por contribuir de uma forma menos usual: através de um jornal.

Vídeo: Textures and Ants / Pedro Kok e Gabriel Kogan – Bienal de Veneza 2014

Em exibição no Palazzo Mora como parte o evento “Time Space Existence”, uma das atividades paralelas da Bienal de Veneza deste ano, o vídeo Textures and Ants, de Pedro Kok e Gabriel Kogan, integra a participação do Studio MK27 no evento, que conta também com trabalhos de outros 99 arquitetos e escritórios de todas as partes do mundo.

Textures and Ants é um filme sobre materialidade e tectônica que tem como protagonista o projeto do Studio SC, um estúdio fotográfico localizado em São Paulo, de autoria de Marcio Kogan.

Vídeo: Casa Redux / Pedro Kok e Gabriel Kogan - Bienal de Veneza 2014

Integrando a lista dos 100 arquitetos e escritórios que compõem o evento "Time Space Existence", que ocorre paralelamente à 14ª Bienal Internacional de Veneza, o Studio MK27, liderado por Marcio Kogan, contribui para a exposição com a projeção de cinco vídeos que expõem, de modo muitas vezes cômico ou dramático, o cotidiano de cinco de suas obras residências.

Apresentamos aqui o vídeo produzido por Pedro Kok e Gabriel Kogan sobre a Casa Redux, localizada em Itatiba, interior de São Paulo. Em That was not my dream – título do vídeo em exibição no Palazzo Mora – o narrador conta a estória de sua casa e como Suzana, sua ex-mulher, se apaixonou por sua arquitetura de linhas sóbrias, frias e modernas.

Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014

Em nossa cobertura da 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza - que tem como curador Rem Koolhaas e como tema geral Fundamentals - não podíamos deixar de trazer até nossos leitores e leitoras detalhes sobre o Pavilhão do Brasil, que se desenvolve em torno do tema "Modernidade como Tradição" (Modernity as Tradition) e tem como curador o diplomata e crítico de arquitetura André Aranha Corrêa do Lago.

Explorando a singularidade do Brasil como um país cuja identidade nacional - inclusive arquitetônica - foi construída sobre as bases da modernidade, a curadoria da exposição evidencia o moderno como fundamental para a história da arquitetura nacional.

Descrição do curador. O Brasil é um dos países que absorveu de forma mais interessante os preceitos da arquitetura moderna e pode-se dizer que está contribuiu para o fortalecimento da identidade nacional. Contrariamente a outros países que construíram, ao longo dos séculos, uma arquitetura típica nacional - reconhecível de forma quase caricatural pelos outros povos - o que é conhecido como "arquitetura brasileira" não é a do passado, é a moderna. Por isso o título do Pavilhão: Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição.

Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Image 1 of 4Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Image 2 of 4Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Image 3 of 4Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Image 4 of 4Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Mais Imagens+ 12

Homeland, News from Portugal / Pavilhão de Portugal

Homeland, News from Portugal / Pavilhão de Portugal - Imagem de Destaque
© Nico Saieh

O pavilhão português participa na 14a edição da Bienal de Veneza, utilizando um jornal "Homeland, News from Portugal" com noticias variadas dos últimos 100 anos sobre atualidades arquitetônicas, sociais e econômicas de Portugal.

Bienal de Veneza 2014: participação portuguesa com o jornal "Homeland, News from Portugal"

Portugal será oficialmente representado na 14ª Bienal de Veneza por um jornal. A escolha desta mídia corresponde à possibilidade visibilidade mundial ao revelar eventos, traços culturais e desafios socioeconômicos de um país.

Intensamente distribuído em três diferentes edições durante os seis meses de duração da Bienal, Homeland, News from Portugal busca expor notícias sobre a vida arquitetônica, social e econômica atual de Portugal, refletindo e informando sobre uma variedade de aspectos da modernização do país nos últimos 100 anos.

Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014 - Brasil: Modernismo como Tradição

Sob o título Fundamentals, a Biennale Architettura 2014 tem como curador o arquiteto holandês Rem Koolhaas, que propôs um tema específico aos países participantes: Absorbing Modernity 1914-2014, procurando entender como as arquiteturas nacionais absorveram a modernidade no último século e como, eventualmente, mantiveram elementos tradicionais.