Mapear a experiência humana nas cidades para, então, convertê-las em lugares mais habitáveis. Com essa ideia o Grupo de Computação Social do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) lançou no começo de abril o projeto de cartografia “You Are Here”, que tem como objetivo fomentar mudanças sociais em diversas áreas, mostrando, em mapas, tanto os locais onde há falta de vegetação como os lugares onde ocorrem mais acidentes de trânsito, especificamente de bicicletas.
Em nossa cobertura da 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza - que tem como curador Rem Koolhaas e como tema geral Fundamentals - não podíamos deixar de trazer até nossos leitores e leitoras detalhes sobre o Pavilhão do Brasil, que se desenvolve em torno do tema "Modernidade como Tradição" (Modernity as Tradition) e tem como curador o diplomata e crítico de arquitetura André Aranha Corrêa do Lago.
Explorando a singularidade do Brasil como um país cuja identidade nacional - inclusive arquitetônica - foi construída sobre as bases da modernidade, a curadoria da exposição evidencia o moderno como fundamental para a história da arquitetura nacional.
Descrição do curador. O Brasil é um dos países que absorveu de forma mais interessante os preceitos da arquitetura moderna e pode-se dizer que está contribuiu para o fortalecimento da identidade nacional. Contrariamente a outros países que construíram, ao longo dos séculos, uma arquitetura típica nacional - reconhecível de forma quase caricatural pelos outros povos - o que é conhecido como "arquitetura brasileira" não é a do passado, é a moderna. Por isso o título do Pavilhão: Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição.
A nova cidade com a antiga torre do relógio. Cortesia de White Arkitekter
Os representantes oficiais da cidade de Kiruna, Suécia, anunciaram que a cidade iniciará os processos de migração. Fundada em 1900, a cidade é um produto da maior companhia de mineração estatal da Suécia, LKAB. A empresa extrai minério de ferro das montanhas Kirunavaara, localizadas próximo à cidade, e agora a expansão das minas ameaça desestabilizar o solo sob mais de 3 mil residências, além de diversos outros edifícios da cidade.
O masterplan concebido pelo escritório White Arkitekter, em colaboração com Ghilardi + Hellsten Arkitetker, propõe que a cidade se expanda duas milhas a leste em um eixo linear. O novo plano reconstruirá a cidade em terreno firme, manterá a presença histórica e cultural, e lentamente cortará os laços de dependência da indústria mineradora, abrindo a comunidade para outros tipos de negócios.
Para os que não conhecem, o Solar Decathlon é um concurso criado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos em 1999 que realizou sua primeira edição internacional em 2010, desafiando equipes universitárias a projetar e construir residências acessíveis, inovadores e energeticamente eficientes que utilizem apenas o sol como fonte de energia. Pela primeira vez em sua exitosa história a competição realizará uma versão latino-americana, prevista para dezembro de 2015; a sede escolhida foi Santiago de Cali, Colômbia.
Um das diferenças que a versão latino-americana trará é que a tradicional exposição das casas (Vila Solar) não será desmontada ao final no evento. Como comenta o prefeito de Cali, Rodrigo Guerrero, "desta vez, ao fim do evento, não se desmontará os pavilhões. Deixaremos eles ali para que seja um bairro modelo que servirá de laboratório e referência."
Trinta mil metros quadrados livres para novos usos urbanos, um viaduto a menos e apenas uma via de automóveis para cada sentido. É isso que se vê desde o início de março na Avenida Sabino Arana, em Bilbao (Espanha), depois que as autoridades demoliram parte da estrada, que era uma das principais vias de acesso à cidade, para (futuramente) gerar espaços mais agradáveis e adequados à escala dos habitantes.
Embora ainda não esteja definido o destino do terreno onde antes estava o viaduto, a Prefeitura de Bilbao anunciou que promoverá consultas públicas com os cidadãos para discutir ideias sobre os usos do novo espaço urbano. Até o momento já foram apresentadas propostas para a construção de um bulevar e um parque infantil.
Este é mais um exemplo dos esforços empreendidos por algumas cidades para oferecer mais espaços seguros e de qualidade para pedestres e veículos não motorizados. A substituição de rodovias e outras infraestruturas voltadas para o transporte individual motorizado (frutos de políticas rodoviaristas) por espaços públicos agradáveis, seguros e pensados para a escala das pessoas é o tema tratado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITD ) e pela Embarq na publicação "A Vida e Morte das Estradas Urbanas".
Uma casa na cidade de Affoldern, na Alemanha, foi construída de cabeça para baixo. Projeto de três amigos que moram na região, a ideia era criar um novo atrativo turístico. Logo na entrada, é possível observar que até a casa de passarinho obedece à nova “ordem” estabelecida.
Dentro do imóvel os ambientes e objetos também seguem esse padrão: na sala, a garrafa de refrigerante está colada ao teto. No quarto, a cama e o urso de pelúcia sobre ela parecem suspensos. A inversão causa estranhamento e a permanente sensação dos visitantes é de que algo está errado – a experiência age como um deslocamento da realidade.
“A indústria da construção é uma das mais poluentes e ineficientes que existem,” aformou Hedwig Heinsman, do escritório Dus Architects, a Olly Wainwright do The Guardian. “Com a impressão 3D, o desperdício é zero, os custos de transporte são reduzidos, e tudo pode ser derretido e reciclado. Isso pode revolucionar o modo como fazemos nossas cidades.
Trabalhando com outro escritório holandês, Ultimaker, o Dus Architects desenvolveu o KamerMaker, uma impressora 3D grande o bastante para imprimir pedaços de edifícios de até 2m x 2m x 3,5m, feitos com hotmelt, uma mistura de bioplástico feita com 75% de óleo vegetal. Os pedaços podem ser empilhados e conectados como peças de LEGO, formando casas de vários pavimentos cujos projetos podem ser adaptados segundo as necessidades de cada usuário. Para seu primeiro projeto, o Dus se inspirou nas casas dos canais de Amsterdã.
CityCamp é um evento de participação cidadã que reúne os atores sociais de diversos setores - públicos, civis e privados - para buscar soluções para os problemas urbanos e desenvolver novos projetos. O encontro aconteceu a primeira vez nos Estados Unidos em 2010 e desde então se realiza em várias cidades do mundo.
Como um dos objetivos é difundir novas ideias para implementar nas cidades, CityCamp América Latina abriu uma chamada para uma publicação anual que agrupará os projetos propostos no contexto latino americano. Os projetos a serem enviados devem estar de acordo com as seguintes categorias: Governo local e políticas públicas inovadoras; Cartografia e novas tecnologias urbanas; Experiências metropolitanas; Ecologia urbana; e Cultura colaborativa e bem comum.
Mais informações das categorias, prazos e formatos, a seguir.
https://www.archdaily.com.br/br/620380/citycamp-america-latina-abre-chamada-para-projetos-urbanosEquipo Plataforma Arquitectura
Em vista da extinção de cerca de 40 mil vagas de estacionamento na cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad afirmou, nesta última quarta-feira, que as vagas de automóveis não farão falta para a cidade e tampouco atrapalharão o transito da maior cidade do país.
A medida prevê que as milhares de vagas de estacionamento dêem lugar a construção de ciclovias e ciclofaixas, uma iniciativa que, segundo o prefeito, tirará São Paulo do século XIX e lhe garantirá um lugar no século XXI.
Respondendo ao chamado de Koolhaas para "absorver a modernidade" e retornar ao fundamental da arquitetura, o Pavilhão do Chile na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza se desenvolve em torno de uma parede de concreto em estado de ruína, simbolizando a construção de 170 milhões de apartamentos em todo o mundo.
Descrição dos curadores. A peça central do pavilhão é uma parede em ruína que foi originalmente produzida pela KPD e doada ao Chile pela União Soviética em 1972 para a construção de edifícios de apartamentos após o terremoto que assolou o país em 1971. Trata-se de uma adaptação do sistema francês Camus, um sistema patenteado em 1948 que era capaz de produzir até duas mil habitações por ano.
A cerimônia de premiação da 14ª Bienal de Veneza acaba de acontecer e os resultados já foram divulgados.
Rem Koolhaas, diretor da Bienal, Paolo Baratta, presidente da Bienal, e os membros do júri apresentaram os prêmios de Conjunto da Obra e das Participações Internacionais. O júri reconheceu que a Bienal foi uma tremenda oportunidade de produzir e compartilhar conhecimentos sobre a modernidade - especialmente por seu papel em descobrir e dissecar novas áreas de influência no mundo da arquitetura.
O Leão de Ouro pela melhor Participação Nacional foi concedido à Coréia por "Crow's Eye View: The Korean Peninsula". O júri citou o "extraordinário feito da Coréia de apresentar um novo e rico acervo de conhecimento da arquitetura e do urbanismo em uma situação muito carregada politicamente."
O Chile recebeu o Leão de Prata pela Participação Nacional com "Monolith Controversies". O júri comentou: "Focando no elemento essencial da arquitetura moderna - uma parede de concreto pré-fabricado - o pavilhão destaca criticamente o papel dos elementos da arquitetura em diferentes contextos ideológicos e políticos."
O Leão de Prata pela melhor pesquisa na seção Monditalia foi para Andrés Jaque/Office for Political Innovation por "Sales Oddity. Milano 2 and the Politics of Direct-to-home TV Urbanism."
Este ano na Bienal de Veneza o escritórioKAAN Architecten apresentará num dos eventos paralelos o projeto PLANTA - um espaço parcialmente subterrâneo que será dedicado à produção artística multidisciplinar e construído nos confins da pedreira "La Plana del Corb" em Balaguer, Espanha, até 2016. Projetado por Grupo e pela Fundació Sorigué, PLANTA não é apenas um edifício, mas um conceito, o "ápice do desejo de devolver, do retorno a um equilíbrio entre arte, instituição, conhecimento, ecologia e produção."
Ao escrever sobre a radical geração de arquitetos dos anos 60 e 70, o crítico americano Michael Sorkin comentou: "Alguns escolhem o caminho do planejamento em defesa da comunidade, identificando-se com o oprimido. Muitos optam pela "floresta", de volta à natureza, para estudar a socialização em comunidades e para viver a vida numa virtuosa simplicidade. Outros se questionaram sobre o equivalente arquitetônico para o rock and roll." Substituir o comunitarismo pelo código aberto, ou o rock and roll pela ficção científica... ele poderia estar apenas descrevendo um grupo de jovens arquitetos italianos trabalhando atualmente. Os arquitetos da década de 70, especialmente na Itália, transformaram a profissão mas falharam, em última instância, em realizar suas utopias. Até onde essa nova geração pode ir?
Towards a New Avant-Garde, uma instalação e série de discussões na semana de abertura da Bienal de Arquitetura de Veneza, confrontará os trabalhos e abordagens dos mestres do passado, como Superstudio, Archizoom, e o grupo Global Tools, com os novos projetos - especulativos e carregados de críticas políticas - dos novos grupos como o Itinerant Office, IRA-C, e Snark.
Israel é um país erguido sob a bênção do modernismo. O país surgiu a partir de condicionantes particulares o resultado é uma paisagem arquitetônica única, não apenas em termos de edifícios, mas também como o próprio território foi planejado. Anti-urbano por essência, o Plano Sharon de 1951 originou mais de 400 cidades espalhadas em todo o território.
Essa nova paisagem - a tabula rasa - evoluiu em uma variedade de padrões e formas, uma paisagem que não é urbana nem suburbana.
“Urburb” é o título da exposição israelense na Bienal de Veneza 2014. Dentro do pavilhão, uma performance robótica constante traça os padrões originados a partir do Plano Sharon na areia, apagando-os em seguida para, então, desenha-los de novo num ciclo contínuo. Trata-se de uma performance que nos faz refletir sobre o futuro dos novos assentamentos e as possibilidades da construção robótica.
A exposição tem curadoria de Ori Scialom, Dr. Roy Brand, Keren Yeala Golan e Edith Kofsky.
O tema do 5° DOCOMOMO N/Ne se justifica pela necessidade de debater criticamente sobre o processo de intervenção e documentação, em sentido amplo - projetos, obras, usos e memórias - do patrimônio moderno no Norte e Nordeste do Brasil.
INTERIOR é o conceito central que representa o Pavilhão da Espanha na Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, buscando responder ao tema geral do evento: "Fundamentals". Lançando luz sobre a arquitetura (e não sobre os arquitetos) e seus elementos fundamentais, o pavilhão espanhol, com curadoria de Inaki Ábalos, destaca o espaço interior através de 12 obras de arquitetura espanhola e a cultura material que lhes deu forma. INTERIORS fala do espaço, "por definição, o lugar onde se desenvolve a vida, o tema central da arquitetura."
Celebrando o 65° aniversário da icônica Casa de Vidro de Philip Johnson, a artista Fujiko Nakaya criou a primeira instalação artística site-specific no edifício. A obra, intitulada "Veil", envolve a casa em neblina durante 10 minutos a cada hora, criando um diálogo com as intenções de projeto de Johnson ao quebrar a conexão visual entre o interior e o exterior e revestir as linhas nítidas e claras da casa com um nevoeiro de indeterminação. Ao mesmo tempo, a instalação torna literal a ideia de Johnson de uma arquitetura que desaparece.
Para inciar nossa cobertura na Bienal de Veneza, trazemos até vocês fotografias do OfficeUS, a contribuição dos EUA às exposições nacionais organizadas sob o tema "Absorbing Modernity." O pavilhão é tanto um repositório de informações sobre a história de escritórios de arquitetura dos EUA (com especial atenção ao papel do país como exportador de arquitetura), como a base de operações para um novo escritório de arquitetura que foi criado especialmente para a bienal desse ano. A pesquisa, reunida em livretos, está exposta nas paredes do espaço. Enquanto os visitantes percorrem o pavilhão, os membros do OfficeUS trabalham em mesas especialmente projetadas. Os resultados do escritório serão determinados ao passo que a Bienal progride. Tivemos a oportunidade de conversar com os organizadores, então, fique de olho nas entrevistas com os curadores e arquitetos do Pavilhão dos EUA (logo serão publicadas!). Por ora, leia a descrição dos curadores da exposição.
Biblioteca Nacional em Astana, Cazaquistão. Obra não construída. Cortesia de BIG-Bjarke Ingels Group
Projetar ou não projetar - eis a questão. Nossa profissão está carregada de ambiguidades morais - "de quem você está disposto a assumir como cliente, a que tipos de estruturas você está projetando, a quem realmente construirá elas (e sob quais circunstâncias)." Num fascinante artigo publicado na Fast Company, Shaunacy Ferro conversa com cinco renomados arquitetos para descobrir ais são seus limites. O escritório Fentress Architects, por exemplo, se recusa a projetar prisões ou qualquer estrutura que entre em conflito com seus ideais. Bjarke Ingels, por outro lado, valoriza a oportunidade de projetar em países com governos opressivos, como o Cazaquistão, pois acredita no potencial da arquitetura para o povo. Veja a opinião dos cinco arquitetos no artigo da Fast Company e deixe suas opiniões nos comentários abaixo.
O pavilhão português participa na 14a edição da Bienal de Veneza, utilizando um jornal "Homeland, News from Portugal" com noticias variadas dos últimos 100 anos sobre atualidades arquitetônicas, sociais e econômicas de Portugal.
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João Filgueiras Lima, o Lelé, deixou um sólido legado na arquitetura brasileira, seja no uso inteligente das estruturas ou nas preocupações com questões ambientais e de conforto. Apesar de sua ausência física, seus ensinamentos servirão de base para o desenvolvimento de uma escola de ensino médio integrada a um curso técnico em São Paulo, que deverá ser iniciada no próximo ano.
De autoria da Escola da Cidade, a Escola de HumanidadesJoão Filgueiras Lima – Fábrica presta homenagem ao nosso Lelé e a seu caráter inventivo. Levando em consideração a eficiência construtiva através da pré-fabricação dos elementos, a nova escola conta com uma fábrica em seu projeto pedagógico.
Estamos em Veneza cobrindo novamente a Bienal de Veneza, em uma versão que tem gerado grandes expectativas. Com curadoria de Rem Koolhaas, sem dúvida, uma das figuras mais influentes no discurso arquitetônico contemporâneo. A Bienal deste ano centra-se no passado para informar o estado atual da arquitetura.
Este ano, Koolhaas propõe "Fundamentals" como o tema central da Bienal. Ao invés de focar na produção contemporânea (como tem sido, tradicionalmente, o mote do evento) a 14ª edição é dividida em três mostras de vislumbram o passado, o presente e futuro de arquitetura: Absorbing Modernity 1924-2014 (Pavilhões Nacionais), Elements (Pavilhão Central) e Monditalia (Arsenale). Você pode encontrar mais detalhes sobre cada um em nossas publicações anteriores.