Projetos residenciais de casas podem ser campos de experimentação de formas, materiais, técnicas construtivas ou organizações espaciais. Um desses recursos é o pé-direito duplo, isto é, situações nas quais a distância livre entre o piso e o teto equivale a cerca do dobro de um pé-direito padrão (considerado entre 2,50 e 2,70 m). Os grandes espaços formados nessa condição são um prato cheio para se aproveitar de entradas de luz e ventilação naturais, além de estabelecer relações verticais mais interessantes.
Quando chegamos na etapa de projeto executivo nos deparamos com o momento do detalhamento das áreas molhadas, que inclui a escolha não só dos acabamentos de parede e piso, mas também das bancadas, louças e metais. O diálogo entre esses elementos é fundamental para um espaço bem ambientado, independentemente do estilo escolhido.
Na arquitetura residencial, sempre houve espaços indispensáveis e outros que podemos ignorar. Ao projetar uma residência, nossa tarefa é basicamente configurar, conectar e integrar diferentes funções da forma mais eficaz e eficiente possível, obrigando-nos a priorizar. E embora hoje muitos apostem numa arquitetura cada vez mais fluida e indeterminada, poderíamos dizer que o dormitório, o banheiro e a cozinha são o núcleo fundamental de toda casa, permitindo o descanso, o preparo da comida e a higiene pessoal. Em seguida, surgem alguns espaços de reunião e outras áreas de serviço, e com eles possivelmente existem saguões, corredores e escadas que os conectam. Cada espaço agrega novas funções que seus moradores podem desempenhar com maior facilidade e conforto, e assim a vida começa a se desenvolver de forma mais adequada.
No entanto, menos metros quadrados no banheiro podem nos permitir ampliar a sala de estar. Ou ainda, eliminar alguns espaços aparentemente dispensáveis poderia proporcionar uma agradável espaço aos seus futuros habitantes. Em um mundo superpovoado com cidades cada vez mais densas, quais funções temos descartando para dar mais espaço ao essencial? Analisamos o caso da lavanderia, que foi reduzida e integrada nas outras zonas da casa para dar o seu espaço a outras funções.
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Em termos históricos, a industrialização é um processo no qual o setor industrial se torna dominante em uma economia por meio da substituição dos processos e técnicas artesanais, visando principalmente o aumento da produtividade e a consequente geração de riqueza. Essa produção serial, mecânica e padronizada gera transformações profundas não somente nos modos de vida e relações sociais, mas também, e principalmente, implica uma enorme mudança na paisagem urbana.
Em nosso país vizinho, o Paraguai, tijolo pode significar muitas coisas. Desde paredes, divisórias, muros, anteparos, lajes, abóbadas, pisos e pavimentos. Ao longo das últimas duas décadas, a arquitetura contemporânea paraguaia não só evidencia a grande versatilidade deste nobre material, mas sobretudo nos mostra a capacidade de seus arquitetos em reinventar constantemente a sua aplicação, explorando a fundo todo o seu potencial expressivo.
No início deste mês, a cidade de Miami divulgou uma versão preliminar de seu plano abrangente de combate aos efeitos das mudanças climáticas. O chamado Stormwater Master Plan (SWMP) será implementado para diminuir a ameaça de inundações em toda a cidade, melhorar a qualidade da água na Baía de Biscayne e fortalecer seu litoral contra tempestades mais fortes e frequentes nos próximos 40 anos, em uma estimativa de custo geral de US $ 3,8 bilhões.
Há mais de um ano em pandemia, o fluxo de viagens e turismo diminui no mundo todo. Mas nem por isso precisamos deixar de conhecer cidades distantes. Desde o início da quarentena, diversos museus e organizações prepararam tours virtuais que levam os usuários a imersões digitais pelas suas localidades. Pensando nisso, reunimos aqui quatro diferentes formas para você explorar lugares sem sair de casa.
Dizem que os shopping centers e as galerias comerciais, outrora tão frequentadas, estão com os dias contados. Embora em grande parte, a forma como costumávamos consumir tenha mudado consideravelmente ao longo dos últimos anos e sobretudo após o início da crise sanitária de Covid-19, com muitas lojas passando a operar apenas no mundo virtual, parece que muitas das mudanças que a pandemia nos trouxe chegaram para ficar. À medida que as nossas cidades continuam a crescer a um ritmo bastante acelerado, e os grandes centros comerciais e shopping centers—por outro lado—permanecem vazios e ociosos, há uma pergunta a se fazer: existe alguma possibilidade de transformarmos estes ambientes de consumo em moradia para aqueles que mais necessitam?
A migração entre cidades, estados, países e continentes faz parte da vida cotidiana. À medida que buscamos novas oportunidades em nossas vidas pessoais e profissionais, nossas escolhas individuais têm, na verdade, impactos maiores nos grandes sistemas socioeconômicos, altamente interconectados em todo o mundo. Mudar de uma pequena cidade rural para uma grande metrópole, ou de um continente para outro, traz mais implicações do que você possa imaginar — e a arquitetura, combinada com o conceito de "fuga de capital humano", pode estar auxiliando o processo nos bastidores, influenciando você a ir de um lugar para o outro.
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A Greater London Authority buscou garantir que caminhada e bicicleta, além do transporte público, fossem opções viáveis para a população de Londres. Foto: WRI Ross Center for Sustainable Cities
Há meio século, uma névoa letal de fumaça e neblina, também conhecida como o Grande Nevoeiro de 1952, cobriu Londres e matou pelo menos 12 mil pessoas. Mais recentemente, em 2013, Ella Adoo-Kissi-Debrah morreu em decorrência da poluição do ar. “[Ella] foi a primeira pessoa no mundo a ter a poluição do ar apontada como a causa de sua morte”, diz Anjali Raman-Middleton, de 17 anos, cofundadora da organização Choked Up e amiga de Ella. Mas o ar tóxico de Londres, um problema de longa data associado a 9 mil mortes prematuras por ano, é mais do que uma questão ambiental e de saúde pública.
https://www.archdaily.com.br/br/966181/como-londres-usa-taxas-pelo-uso-das-vias-para-combater-a-poluicao-do-ar-e-a-desigualdadeMadeleine Galvin e Anne Maassen
Talvez não haja material mais diverso e atemporal do que o tijolo - que pode ser visto como um coringa tanto à arquitetura tradicional como na moderna. Em muitos casos, remover os rebocos de um edifício histórico pode revelar belas paredes de tijolos, que trazem uma grande quantidade de textura, calor e personalidade a um espaço residencial. Deixado aparente ou pintado, o visual se presta a uma variedade de estilos, do rústico ao industrial.
Os 5 projetos a seguir exemplificam como o tijolo exposto pode ser usado para aprimorar a mistura de texturas no projeto de interiores.
Arquiteturas do Sul Global é o título do curso ministrado pelos arquitetos Marco Artigas e Pedro Vada, por meio da Associação Escola da Cidade, que tinha como objetivo ampliar o repertório sobre a produção arquitetônica contemporânea levando em consideração a urgente necessidade de novos olhares, fundamentalmente contra-hegemônicos. Partindo do conceito de Sul Global em consonância com uma visão de união entre os países que passaram por processos de colonização, o curso, ministrado entre setembro e dezembro de 2020, estabeleceu constantes diálogos com arquitetas e arquitetos que mantém sua atuação ou residência nos países deste chamado sul.
A ideia desses encontros foi discutir o que e como estão construindo nesses países, com base em uma conversa mais direta sobre as questões colocadas pelos diversos territórios, sociedades e culturas, explorando com maiores detalhes o processo e as decisões tomadas em cada projeto, com documentação mais rica que as utilizadas em publicações, abordando reflexões estruturais e temas urgentes.
https://www.archdaily.com.br/br/965183/arquiteturas-do-sul-global-conversa-com-adengo-architecture-taller-de-arquitectura-e-dna-design-and-architectureMarco Artigas e Pedro Vada
No artigo desta semana, o autor Jacob DiCrescenzo explora um outro lado da experiência humana da arquitetura e do espaço: aquele relacionado às nossas emoções. Recentemente, em outro artigo publicado pelo Common Edge, ele já havia nos convidado a refletir sobre a “arquitetura do sentimento”, enfocando em questões relacionadas à psicologia do espaço e de que forma o ambiente construído impacta em nossas emoções. Argumentando que “a arquitetura é uma experiência profundamente emocional”, DiCrescenzo comenta ainda sobre todos os benefícios que a neurociência pode trazer para o futuro da arquitetura.
O debate sobre criminalidade e segurança pública no Brasil tem sido pautado pela polarização entre defensores de medidas duras contra o crime, que vão desde o endurecimento das penas e dos trâmites processuais até o salvo conduto da excludente de ilicitude para a violência policial, e críticos do sistema de segurança pública e justiça penal, pelos abusos praticados e a ineficácia do encarceramento para a contenção da criminalidade.
Para além desta dicotomia muitas vezes contraproducente para o enfrentamento de um problema que vitimiza grande parte da população brasileira, que tem sua integridade física e/ou patrimonial ameaçada cotidianamente, a questão da prevenção ao delito tem sido pouco discutida e menos ainda priorizada. Há experiências exitosas neste âmbito, e todas elas passam pelo maior protagonismo do poder local/municipal na implementação de iniciativas e programas e na articulação da ação das polícias com outros atores sociais.
https://www.archdaily.com.br/br/965400/a-cidade-e-a-seguranca-publicaRodrigo Ghiringhelli de Azevedo
Na maioria dos casos, o planejamento urbano é uma prática desenvolvida com base na suposição de que toda cidade cresce, ou que pelo menos, deveria crescer. Entretanto, a realidade nos mostra que nem sempre tudo parece funcionar como o previsto, e que em nossa sociedade hoje, muitas cidades estão passando por um processo inverso, de decrescimento ou despovoamento. E isso não significa dizer que em cidades que decrescem o planejamento urbano seja algo desnecessário, muito pelo contrário, neste caso esta prática talvez seja ainda mais importante—além do fato de que ela deve assumir novos conceitos, critérios e estratégias capazes de fazer frente a este grande desafio. O fenômeno do despovoamento é um processo de declínio urbano generalizado que pode ter as mais diversas e complexas causas que vão desde mudanças significativas nos meios de produção, fenômenos migratórios, conflitos ou esgotamento dos recursos naturais. Buscando somar evidências e colaborar com o desenvolvimento do profuso debate que gira em torno do tema atualmente, a seguir apresentaremos algumas das principais abordagens que algumas cidades em processo de despovoamento tem incorporado em suas estratégias de planejamento urbano.
Um dos elementos construtivos que melhor combina a funcionalidade com a estética, o forro pode ser um importante aliado aos projetos de arquitetura e de interiores, adicionando camadas de textura, cores e materialidade, permitindo assim um maior controle de qualidade dos espaços internos, ao mesmo tempo que serve como armazenamento e proteção de outros sistemas.
Pátios e jardins exteriores desempenham um papel fundamental na configuração e organização do espaço. Em muitos casos, estes elementos fornecem diretrizes para a organização de percursos, articulando espaços interiores e exteriores, proporcionando melhores condições de iluminação e ventilação natural, além de maximizar a conexão com a natureza sem no entanto, abrir mão da privacidade.
Tubos de papelão são tão comuns que já nem reparamos em sua existência - mas eles estão por todos os lados: no rolo de papel higiênico, na embalagem do diploma da faculdade, nos fogos de artifício e nas grandes indústrias de tecidos e papel. E agora, cada vez mais, podem ser encontrados em um lugar inusitado: nas paredes de casas e construções. O material faz parte da vida moderna - sendo produzido para uma infinidade de aplicações industriais e produtos de consumo. A grande maioria é utilizada como núcleos estruturais em operações de enrolamento: imediatamente após a fabricação, o papel, o filme ou o fio têxtil é enrolado diretamente em tubos de papelão - resultando em um rolo estável que é facilmente estocado e transportado.