Os edifícios ao redor do mundo estão ficando mais altos. Desde o ano 2000, a construção global de arranha-céus aumentou em 402%. Cidades como Dubai abrigam quase 1000 arranha-céus, e o vibrante mercado imobiliário de luxo de Nova York não mostrou sinais de desaceleração, com mais adições de arranha-céus a serem acrescentadas à sua já imponente linha do horizonte. Isto é bom — os arranha-céus criam um espaço muito necessário em cidades já densas e podem reduzir a expansão urbana nos centros das cidades, permitindo uma melhor preservação das áreas naturais.
A Gehl acaba de publicar o seu ‘Masterplan Framework with ecology at its heart’, um interessante estudo de caso desenvolvido em Huechuraba, região central do Chile. A equipe composta por David Sim, Esben Neander Kristensen, Alexander Spitzer e Tamara Kalantajevska chama a atenção para a vocação ecológica do plano diretor estratégico desenvolvido em parceira com a empreiteira chilena Tanica.
Na introdução de seu famoso livro entitulado Cidades para Pessoas, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl afirma claramente que a escala humana tem sido historicamente negligenciada pelos processos de planejamento urbano na maioria das grandes cidades ao redor do mundo. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, deixamos de conceber espaços para as pessoas e passamos a desenvolvendo um novo tipo de arquitetura— uma arquitetura completamente alheia à nossa própria condição humana. Estratégias de planejamento urbano tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequados aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.
Precisando a forma como experimentamos o espaço construído e consequentemente, como percebemos as relações estabelecidas entre o nosso corpo e o ambiente no qual estamos inserido, a noção de escala humana é fundamental para um espaço urbano que se pretende habitável. Neste artigo, falaremos sobre a transfiguração dos processos de planejamento urbano e quais podem ser as consequências imediatas desta mudança de direção em nossas vidas cotidianas. Paralelamente, o fotógrafo de arquitetura Kris Provoost—através de sua série fotográfica Eden of the Orient—nos convida a mergulhar ainda mais fundo neste universo “sem escala”.
Preparamos uma lista abrangente com 125 livros de arquitetura e temas relacionados que consideramos interessantes para ampliar seus conhecimentos sobre a disciplina.
Buscamos títulos de diferentes partes do mundo com o objetivo de apresentar visões que dizem respeito a contextos culturais distintos. De compilações de ensaios e teorias sobre o crescimento das cidades a romances que flertam com a arquitetura e séries de ilustrações e gravuras.
Veja, a seguir, nossas sugestões acompanhadas por uma breve descrição.
https://www.archdaily.com.br/br/901773/os-116-melhores-livros-de-arquitetura-para-profissionais-e-estudantesArchDaily Team
Autor de mais de 30 livros e arauto das cidades para as pessoas, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl e sua equipe de cerca de 50 profissionais já trabalharam para livrar dos carros os centros de cidades tão diversas como Moscou, Melbourne, Xangai e Nova Iorque.
Ponentes del V Congreso Internacional de Arquitectura y Sociedad. Image Cortesía de Fundación Arquitectura y sociedad
No último dia 14 de junho foi realizado o segundo e último dia do V Congresso Internacional de Arquitetura e Sociedade, realizado no Baluarte - Palácio de Congressos e Auditório de Navarra, na cidade espanhola de Pamplona. Um dia em que as diferentes sessões estiveram focadas em temas muito diversos como a construção do ambiente urbano, a ecologia política das cidades, a mobilidade ou o futuro de nossas cidades.
As arquitetas Farshid Moussavi e Belinda Tato iniciaram a primeira sessão do dia centrando suas reflexões na importância dos espaços públicos nas cidades, como "geradores de cidadania". Ambas as especialistas também focaram-se na discussão da importância das pessoas na configuração das cidades.
https://www.archdaily.com.br/br/897053/jan-gehl-perdemos-a-capacidade-de-criar-bairros-onde-seja-um-prazer-crescer-e-envelhecerJavier García Librero
A seguinte publicação foi publicada originalmente no site Next City sob o título Embracing the paradox of planning for informality, e é o número dois de quatro publicações do trabalho da Gehl na América Latina.
Nesta, Mayra Madriz - associada de Gehl - e Jeff Risom - sócio e diretor geral da Gehl US - apresentam sua jornada pela Villa 31 em conjunto com cinco lições de desenho que aprenderam com o assentamento informal mais emblemático de Buenos Aires. Uma história interessante e complexa acompanhada das ilustrações do argentino Fernando Neyra. Leia o texto a seguir:
LA DISTANCIA FÍSICA REPERCUTE EN EL CONTACTO SOCIAL. Si muchos integrantes de nuestra familia viven cerca, se les ve mucho más seguido que si lo hicieran a 20 o 30 kilómetros. Entonces, por supuesto, si las circunstancias permiten que la familia o varios miembros de ella puedan vivir cerca, se tendrá una red más densa que si se encuentran diseminados.. Image Cortesía de Revista City Manager
Esta entrevista foi inicialmente publicada no website da revista City Manager sob o título 'Jan Gehl, ciudades para la gente.'
Jan Gehl reconheceu ser um seguidor de Jane Jacobs, a quem ele chama de "avó" do urbanismo e do planejamento humanista. Ele também foi professor na Royal Danish Academy of Fine Arts em Copenhague e professor visitante no Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, México, Austrália, Bélgica, Alemanha, Polônia e Noruega. Há cinquenta anos criou sua própria consultora intitulada Gehl Arquitects na Dinamarca, com a qual realizou vários projetos pela melhoria urbana ao redor do mundo, também utilizando dados e estratégias analíticas.
A seguir, a entrevista com o arquiteto dinamarquês, referência teórica internacional em desenvolvimento urbano, depois de Jane Jacobs, da escala humana no projeto de espaços públicos.
https://www.archdaily.com.br/br/882862/jan-gehl-nos-ultimos-50-anos-os-arquitetos-esqueceram-o-que-e-uma-boa-escala-para-o-ser-humanoRodrigo Alonso
Jan Gehl, o grande urbanista dinamarquês, tem muito em comum com Jane Jacobs. Durante a maior parte do último meio século, seu foco tem sido o desenvolvimento de cidades orientadas para as pessoas. O autor de uma série de livros, incluindo Life Between Buildings, Cities for People, Public Spaces—Public Life e, mais recentemente, How to Study Public Life, Gehl e seus colegas também serviram como consultores para as cidades de Copenhague, Londres, Melbourne, Sidney, Nova York e Moscou. Gehl Architects atualmente tem escritórios em Copenhague, Nova York e San Francisco. Conversei com Gehl sobre Jacobs, a loucura do planejamento urbano modernista e a forma urbana duradora da cidade de Nova York.
Cidades vivas convidam pessoas a aproveitarem seus espaços. Foto: Victor Moriyama/WRI Brasil. Image Cortesia de TheCityFix Brasil
A beleza e o lúdico da “vida pública” passam muitas vezes despercebidos em meio à rotina. Porém, o contato com os espaços públicos ocorre todos os dias desde os momentos mais usuais, como esperar o ônibus em um ponto, até os programas de final de semana, como passear no parque. A vida pública interfere diretamente no bem-estar das pessoas e deve ser tratada com seriedade por gestores urbanos. Pensando nisso, o incansável defensor das cidades para pessoas, Jan Gehl, lançou o Guia do Prefeito para a Vida Pública (“A Mayor’s Guide to Public Life”) , onde ele apresenta cinco estratégias sobre como promover a vida pública.
Os espaços públicos estão, cada vez mais, sendo valorizados pelos seus habitantes. Sua importância reside no que é essencial para a vitalidade do espaço urbano e que determina a qualidade de vida de seus habitantes.
O valor dos acontecimentos que se desenvolvem no espaço público é tão importante que é responsável pela construção da vida pública das cidades. Este conceito, “vida pública”, tem sido o objeto de pesquisa do Gehl Institute, estabelecido em 2015 em Nova Iorque pelo estudio Gehl do reconhecido arquiteto e urbanista Jan Gehl, devido aquilo que, no seu ponto de vista, deveria ser prioridade para todos os prefeitos do mundo.
Em matéria recente no ArchDaily Brasil, o urbanista Jan Gehl afirma que Brasília “ é fantástica vista de um helicóptero, mas do chão, onde vivem as pessoas, Brasília é uma merda." Em seu conhecido livro Cidade Para as Pessoas, publicado em 2013 no Brasil, Gehl admite que “vista do alto, Brasília é uma bela composição”, mas “a cidade é uma catástrofe ao nível dos olhos”, acrescenta. “Os espaços urbanos são muito grandes e amorfos, as ruas muito largas, e as calçadas e passagens muito longas e retas” [1].
Gehl criou o termo “Síndrome de Brasília” para designar a inexistência ou a desconsideração do que ele conceitua como a escala humana no planejamento urbano modernista, tomando a capital do Brasil como seu mais destacado exemplo.
Destacando a transformação urbana de Copenhague, analisando os equívocos do movimento moderno e abordando os desafios das cidades do século XXI, o arquiteto e urbanista dinamarquês, Jan Gehl, apresentou, no dia 29 de junho, a conferência Pensar en urbano: ciudades para la gente, organizada pela ONU-Hábitat no Colegio Oficial de Arquitectos de Madrid (COAM).
Em sua conferência, Gehl exemplificou o paradigma urbano de sua época de estudante, o qual denomina Síndrome de Brasília:
O terceiro fator a contribuir para a vitalidade dos espaços urbanos é o que tenho chamado de Arquitetura da Rua, ou seja, as características morfológicas das edificações e suas relações com o espaço aberto, bem como o conjunto e o ambiente que emergem dessa interação. Como veremos, a maneira como as edificações estão posicionadas e a forma como configuram seus sistemas de barreiras e permeabilidades em relação às ruas podem influenciar diretamente na quantidade de pessoas que utilizam o espaço público e no tipo de atividades que ali se desenvolvem.
https://www.archdaily.com.br/br/875044/fatores-morfologicos-da-vitalidade-urbana-nil-parte-3-arquitetura-da-rua-renato-t-de-saboyaRenato T. de Saboya
A configuração dos espaços públicos impacta diretamente no uso que as pessoas fazem desses espaços e precisa ser levada em conta no planejamento urbano para que tenhamos cidades melhores. Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis, cortesia de TheCityFix Brasil
Ainda sabemos muito pouco sobre o que de fato são ambientes saudáveis para as pessoas. E por que, afinal, é tão importante conhecer e estudar o comportamento humano nas cidades?
A afirmação e a pergunta acima norteiam os estudos de Jan Gehl, arquiteto dinamarquês que dedicou a carreira profissional ao estudo das sociedades humanas nos ambientes urbanos. Em seu novo livro, How to Study Public Life (Como Estudar a Vida Pública, em tradução livre), Gehl e a também arquiteta Birgitte Svarre fazem uma análise profunda da vida pública, apresentando os métodos e instrumentos necessários para restabelecer a vida urbana como um componente vital do planejamento.
É com bom humor que o arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl passa suas ideias sobre como construir um futuro melhor para as cidades. Aos 80 anos, Gehl consolidou os 50 anos de estudos e trabalho sendo um arquiteto “diferente”. Ao sair graduado da Academia Real de Belas Artes da Dinamarca, em 1960, ele se sentia preparado para começar a colocar em prática o que tinha aprendido com a base da escola modernista. Foi ao conhecer a esposa, a psicóloga Ingrid Mundt, que tudo mudou. Eles passaram a organizar reuniões semanais com colegas da sociologia, da psicologia e da arquitetura, até que Gehl chegou a uma simples, mas formidável percepção: o planejamento urbano deve ajudar a criar cidades para as pessoas e a escala humana deve ser a prioridade. Mais do que dar atenção à forma, a arquitetura precisa ajudar a criar o melhor habitat para o Homo sapiens.
O arquiteto dinamarquês Jan Gehl é uma referência a nível mundial em temáticas referentes ao desenho urbano e aos espaços públicos. Este reconhecimento foi obtido a partir da publicação de uma série de livros e, posteriormente, a partir de sua consultora Gehl Architects que, fundada em sua cidade natal, Copenhague, busca desenhar cidade para as pessoas.
No final de 2015, a Escola de Design e Tecnologia de Copenhague recebeu um ciclo de palestras TED. Na ocasião, foram convidados 12 profissionais para compartilharem suas visões sobre o futuro a partir de diferentes áreas, da biologia e comunicação à gastronomia e o desenho urbano.
Um dos palestrantes foi o renomado arquiteto e urbanista Jan Gehl, sócio fundador do escritório Gehl Architects e consultor de diversas cidades em todo o mundo (entre as quais, Moscou, Nova Iorque, São Paulo e Singapura) que passaram por grandes mudanças e começaram a priorizar as pessoas e a mobilidade sustentável.