Imagem da Proposta para o Lakhta Center em St Petersburg. Imagem Cortesia de www.proektvlahte.ru
Em agosto de 1932, Stalin, de férias em Sochi, enviou um memorando com suas opiniões sobre as inscrições relacionadas ao concurso para a construção do Palácio dos Sovietes, o monumento - que nunca foi construído - para Lenin e para o centro do governo. Neste memorando, ele escolheu seu desenho preferido, um "bolo de casamento colossal" com uma estátua de Lenin de 260 pés (79 metros) no topo, projetado por Boris Iofan. Pouco mais de 80 anos depois, Sochi novamente sediou os caprichos arquitetônicos de um poderoso líder russo para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Uma simplificação exagerada? Provavelmente. Mas com uma boa simetria.
A única crítica em arquitetura que interessa à Arquitetura é aquela que simula através de palavras, e permite simular, o ato projetual. As demais só interessam aos críticos (e por gentileza não percam tempo com elas).
Nos parágrafos seguintes procurarei sintetizar os antecedentes, o desenvolvimento, as dificuldades, os resultados e as especulações levantadas durante o Workshop ArchDaily Brasil: Clássicos da Arquitetura Brasileira, em outubro de 2014, para alunos de mestrado e doutorado em Arquitetura da UFRGS. Entre os parágrafos estarão algumas fotografias, tomadas pelo fotógrafo Marcelo Donadussi, da Exposição realizada no hall da FA-UFRGS com os postais e posters realizados.
O cinema frequentemente faz troça da arquitetura. Fachadas de vidro são despedaçadas por rajadas de metralhadora, crimes macabros acontecem contra uma paleta modernista branca, escadas desconstruídas são a causa de sérios acidentes ou palhaçadas ridículas, e temos certeza que uma cobertura têxtil será destroçada assim que 007 passar por ela.
Há, no entanto, um elemento arquitetônico que tem se beneficiado de suas aparições no cinema, e, surpreendentemente, é um elemento "sustentável". Coberturas verdes e outros espaços verdes têm aparecido frequentemente em filmes comerciais na última década: sucessos de bilheteria como Para Sempre(2012) e Contra o Tempo (2011) utilizam em suas cenas os espaços verdes do Jay Pritzker Pavilion de Frank Gehry no Millenium Park; ano passado o Centro de Convenções de Vancouver apareceu em Godzillae Robocop; e o documentário My Playground, de Kaspar Schroder, mostra as Mountain Dwellings do BIG em Copenhague. E não podemos nos esquecer de duas das maiores franquias da história do cinema: Senhor dos Anéis e O Hobbit, ambas de Peter Jackson, mostram coberturas verdes em sua representação de Hobbiton - lar dos virtuosos e incurruptíveis Hobbits.
O pavilhão Patrones Flexibles é o resultado de um trabalho colaborativo de pesquisa desenvolvido no Laboratório de Arquitetura do programa de magistério em arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o qual consistiu em uma série de experimentações materiais análogas ao Form Finding. Esses ensaios foram digitalizados e instrumentalizados até articularem sistemas materiais discretos e construíveis a partir de técnicas CAD/CAM.
Resultado de um concurso interno de ideias, as propostas se fundiram levando em consideração variáveis de inovação, materialidade, facilidade de construção e capacidade estrutural para gerar uma proposta única a ser trabalhada em grupo. A construção da proposta no campus Lo Contados é a forma de expor esse trabalho, desenvolvido durante o semestre letivo.
Devido à rica história arquitetônica do país percorrendo praticamente todo o século XX, você está perdoado por pensar que a que a queda do comunismo russo no início dos anos 1990 iniciou uma emocionante nova era na arquitetura. Essa promessa não foi completamente cumprida, porém, como mostra o The Calvert Journal, alguns poucos projetos promissores estão apontando para uma Renascença russa.
Os últimos vinte anos da arquitetura renderam alguns poucos e monótonos blocos de escritórios de vidro e aço à paisagem das cidades russas, no entanto, recentemente alguns arquitetos têm assumido uma postura mais ousada, propondo edifícios inovadores. Saiba mais sobre o melhor da arquitetura russa da última década, a seguir.
Há algumas semanas tive a oportunidade de visitar a Finlândia graças ao convite recebido pelo ArchDaily do Museu de Arquitetura Finlandesa para conhecer as novas obras de arquitetura projetadas e construídas nos últimos anos por jovens arquitetos.
Gostaria de compartilhar com nossos leitores e leitoras alguns dos aspectos dessa experiência, lições de arquitetura que podemos aplicar a nosso métier enquanto arquitetos da latino-americanos.
Olhos que não vêem é o título de três textos de Le Corbusier, um dedicado aos transatlânticos , outro aos aviões e o último aos automóveis. Saber ver a arquitetura é o título de um livro de Bruno Zevi. Os arquitetos, ao menos é o que dizem, vêem outras coisas. Não sei se mais, porém outras.
Todavia, Walter Benjaim - que não era arquiteto mas muito escreveu sobre edifícios e cidades, e levou Sigfried Giedion, que tampouco era arquiteto mas construiu boa parte da mitologia do modernismo no raiar do século passado - dizia que o cinema é percebido como a arquitetura: de maneira distraída e coletivamente. Ninguém entra em um edifício, dizia Benjamin, apenas para observá-lo. Ou sim: os turistas; mas esses são um caso à parte, ainda que numerosos.
E o que vêem os arquitetos?
Há algumas semanas vi essa foto feita por Lorenzo Díaz Campos publicada no Podio. Na foto estão, em primeiro plano, David Chipperfield, arquiteto do museu, Mauricio Rocha e Michel Rojkind. Os três estão olhando para cima, coisa que fazemos apenas, creio, ao ar livre, para ver o céu, as nuvens ou algum avião ou, se sob um teto, para olhar a iluminação. A menos, claro, que se esteja na Capela Sistina ou algum edifício similar, se não, não há razão para ver o teto. Mas os três arquitetos olham para cima. Cada um para um lado.
Interiors é uma revista online dedicada ao cinema e à arquitetura, publicada por Mehruss Jon Ahi e Armen Karaoghlanian. A Interiorsé responsável por uma coluna exclusiva para o ArchDaily, na qual analisa e diagrama diversos filmes e sua relação com espaço arquitetônico. Na sua loja oficial é possível encontrar desenhos exclusivos relacionados a este post.
Em seu primeiro trabalho juntos como escritor e diretor, John Hughes e Christopher Columbus produziram Esqueceram de Mim (1990). Este filme de natal é um excelente exemplo de um "filme filmado em casa" - uma casa que se tornou famosa por ser palco das travessuras do seu protagonista.
O filme se passa em torno de Kevin McCallister (Macaulay Culkin), uma criança que se vê, acidentalmente, sozinha em casa depois que sua família sai de férias. Nesta pequena cidade suburbana, sua casa está "marcada" por uma dupla de ladrões que, até o momento, cometeram uma série de roubos exitosos no bairro. Assim, a residência McCalliste se torna um espaço central onde se produz a maior parte da ação no filme.
A produção utilizou uma residência real como cenário. Seu endereço é Avenida Lincoln, 671 em Winnetka, Illinois, ao norte de Chicago. A maioria das cenas internas foram rodadas neste lugar, quase sempre no térreo da residencia, porém vários cômodos foram criados e filmados em um estúdio. A Interiors visitou o lugar em julho de 2014.
O conceito de Cidade Inteligente está ligado a cidades altamente “habitáveis” como Vancouver, substituindo cidades mais reconhecíveis em nossa consciência coletiva. Cortesia de SFU
Originalmente publicado pela Comissão Europeia como parte da série "Digital Minds for a New Europe", esse artigo é uma transcrição editada de uma palestra proferida por Rem Koolhaas no encontro High Level Group sobre cidades inteligentes [Smart Cities] em Bruxelas no dia 24 de setembro de 2014.
Eu tive uma sensação de vazio enquanto ouvia as palestras dessas proeminentes figuras do campo das cidades inteligentes porque a cidade costumava ser o campo do arquiteto, e agora, francamente, eles fizeram dela seu domínio. Essa transferência de autoridade foi alcançada de um modo esperto ao chama-las cidades inteligentes - e ao chama-las de inteligentes, nossas cidades estão condenadas a serem estúpidas. Aqui estão algumas reflexões sobre a cidade inteligente, algumas das quais são críticas; mas ao cabo, está claro que aqueles na esfera digital e os arquitetos terão que trabalhar juntos.
É difícil não perceber a onda de torres super altas e esbeltas que invadiu Manhattan nos últimos anos. Todos conhecem os projetos individualmente: 432 Park Avenue, One57, Nordstrom Tower, a MoMA Tower. Mas, quando uma companhia do ramo imobiliário mostra como será o skyline de Nova Iorque em 2018, os novaiorquinos são forçados a considerar, pela primeira vez, os efeitos combinados desse novos projetos. Nesse artigo, originalmente publicado pela Metropolis Magazine como "On New York's Skyscraper Boom and the Failure of Trickle-Down Urbanism," Joshua K Leon argumenta que o caso para uma cidade do "um porcento" não resiste à análises profundas.
Como seria uma cidade dominada por um porcento?
Novas simulações da CityRealty mostram como será Manhattan em 2018. A principal característica será a proliferação de arranha-céus especialmente altos e esbeltos pontuando o skyline como caixas pós-modernistas, estalagmites estranhas e seringas de ponta cabeça. O que elas compartilham é a escala monumental e uma clientela de plutocratas descompromissados.
https://www.archdaily.com.br/br/759467/por-que-nova-iorque-nao-deveria-ser-uma-cidade-para-um-porcentoJoshua K Leon
Uma revolução está acontecendo no projeto das ruas. Nova Iorque, uma cidade que serve de termômetro para o mundo, fez com que seus cidadãos comuns utilizassem a bicicleta como meio de transporte. Fizeram isso ao reservar uma pista de cada grande avenida apenas aos ciclistas, com barreiras para protegê-los do tráfego.
Agora, centenas de cidades estão se renovando para se adequar às bicicletas, enquanto em Nova Iorque há um sentimento de que mais mudanças estão por vir. Muitos nova-iorquinos prefeririam que sua cidade fosse mais como Copenhague, onde 40% de todos os trajetos são feitos de bicicleta. Mas Copenhague quer ainda mais. Onde isso vai parar?
Se você considerar que estamos falando sobre um meio de transporte que melhora nosso desempenho cardíaco, reúne muito mais pessoas nas ruas do que seria possível em carros, não polui, e custa aos governos e à quem utiliza um valor quase insignificante, você não vai se perguntar onde isso vai parar, mas o que deve ser feito para que todos os trajetos sejam realizados em bicicleta.
GH-6750399503. Cortesia de Malcolm Reading Consultants
A análise a seguir das propostas enviadas para o concurso do Guggenheim Helsinki é uma contribuição de Federico Reyneri, sócio do escritório LPzR associates architects, e sua equipe de pesquisa.
Arquitetos sempre expandiram os limites, frequentemente experimentando com formas e tecnologias indisponíveis em sua época. Nos últimos 20 anos, experienciamos uma pequena revolução no pensamento dos espaços e abraçamos a complexidade ao passo que os computadores começaram a mostrar seu poder real. Desde que o Guggenheim de Gehry veio à luz em meados dos anos 1990, nada mais foi o mesmo: formas livres emergem por toda a parte da terra dos sonhos para a realidade (se tornando, com frequência, o pesadelo de alguém). Antes dessa tecnologia dos computadores, exceto para o reino da mente e da modelagem em argila, o controle real sobre a complexidade através de desenhos técnicos era um jogo muito difícil para nós reles mortais, mas eventualmente, nos últimos dez anos mais ou menos, computadores mais poderosos e baratos e programas ainda mais baratos, capazes de criar elementos paramétricos impressionantes, vieram a tona. Desde então, as novas gerações de projetistas começaram a propor ideias livres e alucinantes, mostrando ao mundo imagens impressionantes geradas pelo computador. Alguns arquitetos até começaram a construí-las.
Mas quão disseminada está a tecnologia paramétrica? Como ela influencia a arquitetura pelo mundo? Começamos a analisar o concurso de projeto para o Guggenheim Helsinki, o maior concurso de arquitetura da história.
Faz pouco mais de um ano que foi revelado o Estádio Al-Wakrah de Zaha Hadid em Doha, Qatar, e nos doze meses seguintes, parece que esta edificação nunca saiu dos noticiários. Mais recentemente, observações feitas por Hadid sobre as mortes de trabalhadores da construção civil em condições de trabalho questionáveis no Qatar geraram uma tempestade de mídia de proporções jurídicas. O estádio de Hadid tem sido amplamente ridicularizado devido a sua aparência "biológica", para não mencionar o fato de que a Copa do Mundo de 2022 no Qatar, para qual o estádio foi construído, também encontrou uma tempestade de controvérsias próprias.
As críticas em torno do Al Wakrah nos levaram a procurar os edifícios mais debatidos no mundo. Poderia o Al Wakrah ser o edifício mais controverso de todos os tempos? Confira uma lista do ArchDaily de nove candidatos, a seguir.
Descubra quais edificações estão no topo desta controversa lista na continuação.
Há tempos publicamos no ArchDaily Brasil um artigo em que Carlos Eduardo Dias Comas descreve a Igreja de Jesús Obrero (Atlantica, Uruguai) projetada por Eladio Dieste em 1952. O fotógrafo Marcelo Donadussi visitou a o obra e dividiu o resultado conosco.
Cortesia de David Jiménez e María Ángeles Peñalver
Após uma pesquisa profunda sobre Hong Kong e a hiperdensificada cidade murada de Kowloon, "História de uma lobotomia" coloca em dúvida a história oficial contada sobre o que foi o local mais densificado do planeta (1.900.000 habitantes por km²) até sua demolição total por parte das autoridades de Hong Kong em 1994.
Ao longo de quatro exercícios teóricos e gráficos (Mapeamento de uma disputa, Regime Anarquista, A idéia do que é legal e Lobotomias) os arquitetos espanhóis David Jímenez Iniesta e María Ángeles Peñalver Izaguirre questionan os principais axiomas que dão forma ao mito.
O que é necessário para um estudante de artes de 22 anos começar uma relação profissional duradoura com "o maior arquiteto americano de todos os tempos"? Originalmente publicado na Curbed como "How a 22-Year-Old Became Wright's Trusted Photographer", esse artigo revela que para Pedro E. Guerrero foi necessário coragem e muita sorte - mas uma vez que começaram a trabalhar juntos, esse par improvável era uma dupla perfeita.
Quando Frank Lloyd Wright contratou Pedro E. Guerrero para fotografar a Taliesin West em 1939, nenhum dos dois sabia que isso levaria a uma das relações mais importantes na história da arquitetura. Wright tinha 72 anos e já havia sido publicado na capa da Time devido à Casa da Cascata. Guerrero tinha 22 anos e acabara de sair da faculdade. Seu primeiro encontro aconteceu a pedido do pai de Guerrero, um pintor que conhecia vagamente Wright da vizinhança e esperava que o arquiteto oferecesse a seu filho um trabalho. Qualquer trabalho.
O jovem Guerrero teve a audácia de se apresentar ao famoso arquiteto como "fotógrafo". Na realidade, ele não havia ganhado nenhum tostão com isso até então. "Eu tinha o pior portfólio do mudo, incluindo uma foto de um pelicano morto", confessou Guerrero mais tarde. "Mas eu também tinha nus feitas na praia em Malibu. Isso pareceu capturar o interesse de Wright."
Com o número de edifícios oficialmente "altos" - pelo menos 200 metros de altura - tendo dobrado nos últimos dez anos, e o número de edifícios "superaltos" - pelo menos 600 metros - passando de dois para dez até 2020, em todo o mundo a construção civil está atingindo um novo nível.
De fato, no próximo ano 10 novos arranha-céus de pelo menos 338 metros de altura serão concluídos. Eles são os edifícios mais altos de 2015.
Sob a direção de David Mah, Carl Koepcke y Marshall Prado da Escola de Design de Harvard, foi criado um sistema para a construção de um refúgio de rápida implantação - inflável - com a neve e o gelo como materiais de construção. O refúgio temporário está projetado para ambientes frios e utiliza as propriedades isolantes e a resistência à compressão dos próprios materiais, alcançando a elaboração de um volume espacial de curva catenária. Imagens do projeto construído e mais informações, a seguir.
Nesse artigo, publicado originalmente em Al Jazeera como "The peril of hipster economics", a escritora e pesquisadora estadunidense Sarah Kendzior escreve que a deterioração urbana em alguns bairros das principais cidades do mundo se converteu lamentavelmente em um conjunto de peças urbanas a serem "remodeladas ou idealizadas" pela gentrificação.
Segundo a autora, estes bairros - carregados de uma estética atrativa nostálgica e de uma enriquecedora "vida urbana" - estimulam a chegada de novos residentes de alto padrão que procuram esse estilo de vida em bairros historicamente associados as populações marginais - carentes de serviços públicos e oportunidades de trabalho -, que acabam sendo removidas para subúrbios pobres.
"Querem mudar uma memória que outros já construíram. Isto é a economia hipster", afirma Sarah.
A cada dois anos a empresa de automóveis Audi seleciona, através do Audi Urban Future Award (AUFA), um grupo de cidades de diferentes partes do mundo para questionar sobre o futuro da mobilidade. Com este prêmio busca-se desfazer algumas ideias relacionadas com o papel crítico da mobilidade no século XXI dentro de um contexto mutável de desafios complexos, porém também de novas oportunidades.
Partindo da pergunta “como os dados darão forma à mobilidade nas megalópoles do futuro?” as equipes da Cidade do México, Boston, Berlim e Seul foram selecionadas para mostrar uma visão de como poderia ser o futuro urbano se fossem utilizados dados de maneira estratégica. Os critérios para a avaliação das propostas incluíram formas inovadoras de gerar energia, sustentabilidade, viabilidade e potencial das ideias de serem transferidas para outras cidades.
A equipe da Cidade do México, formada pelo prestigiado arquiteto e urbanista José Castillo, o pesquisador Carlos Gershenson e a área experimental do Governo do Distrito Federal, o Laboratorio para la Ciudad, convenceu o júri internacional com seu “sistema operacional para a mobilidade urbana”, vencendo a edição deste ano. Seu elemento central é uma plataforma de dados que permitirá às cidades estruturar seu planejamento urbano e de tráfego sustentável, convertendo os cidadãos em doadores de dados que permitem modificar seu comportamento em relação a cada situação. Mais detalhes do projeto a seguir.
"Alguma área na história - com exceção, talvez, do fórum romano - foi mais rica em história arquitetônica que o Fórum des Halles e seu entorno imediato, incluindo o Beaubourg?"
Rem Koolhas, The terrifying Beauty of the Twentieth Century, 1985
Les Halles, em permanente procura por uma forma definitiva
Les Halles, no centro histórico de Paris, é um desses espaços em permanente busca por sua forma definitiva ao longo da história urbana moderna e contemporânea. Marcado há séculos por seu papel histórico de mercado, sua posição central em uma capital o condenou a abrigar, em uma superfície limitada, dezenas de serviços sobrepostos que, evidentemente, entravam em conflito uns com os outros. Por um lado, estes usos tradicionais que possuíam relação direta com a função de mercado, eram responsáveis por muitos efeitos incômodos e complexos como odores, saturação, lixo,etc. Entretanto, este mercado (que chegou a ter 10 hectares) contribuía de forma significativa para a animação da cidade e era parte essencial da identidade da região.
Este escrito-leitura será breve, será denso e ralo. Esta afirmação: se considero o caso de um projeto “abstrato” ei de podê-lo excisar numa hipótese e numa tese; onde a ´tese’ é um condição NECESSÁRIA para que se verifique a ‘hipótese’. Tal que um projeto abstrato não há de expressar nenhum pensamento. O pretendê-lo conduz a uma ALEGORIA e é pelo que os projetos das escolas de arquitetura não passam de vagas alegorias sem interesse real por pretendê-lo. Um projeto “abstrato”, como um espelho deve refletir a arquitetura transcendentalmente; é o que chamarei qualidade universitária.
Kunlé Adeyemi, ex-pupilo de Rem Koolhaas, chamou a atenção da mídia ano passado com sua Escola Flutuante em Makoko, que permitiu melhor acesso à educação para uma comunidade informal em Lagos. Nesse artigo sobre Adeyemi e seu escritório NLÉ Architects, originalmente publicado na Metropolis Magazine, Avinash Rajagopal explora o que guia o jovem arquiteto, explicando porque ele foi eleito um dos 10 arquitetos da lista de Novos Talentos 2014 da Metropolis Magazine.
Quando a Escola Flutuante em Makoko foi concluída em março de 2013, recebeu diversas críticas positivas da mídia internacional. A simples estrutura em forma de "A", sustentada por barris plásticos reciclados em uma lagoa em Lagos, Nigéria, foi projetada por NLÉ, um estúdio com sede em Lagos e Amsterdã fundado pelo arquiteto Kunlé Adeyemi. O projeto, proposto como um modelo construtivo simples e sustentável para a comunidade flutuante de Lagos, enfrentou alguns desafios. Um dos maiores foi convencer as autoridades locais, que simplesmente não sabiam o que fazer com tal edifício.