Estilos de renderização: aspectos, diferenças e como fazer

Os renders, enquanto composições capazes de comunicar o aspecto tridimensional de um projeto a partir de um suporte bidimensional — isto é, a imagem — permitem uma noção prévia do que a obra arquitetônica ainda virá a ser. Mas, ao contrário do que muitas vezes se imagina, a renderização não é sinônimo de uma representação realista da arquitetura.

Por se tratar de uma ferramenta de comunicação projetual, um render pode assumir diferentes estilos a depender não apenas do projeto em questão, mas também do público a quem é direcionado e, além de tudo, da identidade do arquiteto, arquiteta ou escritório de arquitetura responsável pela obra.

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Tendo em vista a riqueza em termos de representação gráfica possibilitada pelas renderizações na arquitetura, apresentamos a seguir as diferentes possibilidades de estilos de render com exemplos de softwares utilizados para sua criação.

Colagem

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Cortesia de Fala Atelier
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Cortesia de Diagrama Arquitectos

A colagem não é uma ferramenta de comunicação nova para a arquitetura. Mais recente, no entanto, é a adaptação desse método, originalmente analógico, aos softwares digitais. As texturas, objetos e escalas humanas são acrescentados em programas de edição de imagem, como o Photoshop, a partir da manipulação de cenas frequentemente geradas a partir de programas de modelagem tridimensional.

A composição final costuma incluir texturas sem sombras, reflexos realistas ou respeito fiel à perspectiva, assim como uma colagem analógica. Esses resultados, ao não se limitarem a uma representação fidedigna de um ambiente “real”, possibilitam a construção de narrativas mais plurais para os observadores.

Croqui

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© Guillaume Ramillien Architecture + Boris Bouchet Architectes
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© ATMOROUND

Os croquis, feitos à mão ou digitalmente, são uma forma de comunicação direta, obtida a partir de traços sintéticos com o objetivo de comunicar uma ideia rapidamente. Por este motivo, mais que uma ferramenta utilizada antes da execução do projeto, costuma ser muito útil também durante a sua construção, para esclarecer eventuais incertezas na obra.

Além dos fiéis papel, lápis e caneta, usados nas representações à mão livre, softwares e aplicativos para tablets e celulares têm se popularizado nos últimos anos. Exemplos dessas ferramentas são o Morpholio Trace, Autodesk Sketchbook e Paper.

Hiper-realista

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Cortesia de Epic Games
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Cortesia de BIG

O avanço das potencialidades oferecidas pelos softwares de renderização possibilitou uma aproximação cada vez maior das imagens produzidas virtualmente àquelas obtidas por meio da fotografia, após o projeto ter sido executado. Este “hiper-realismo”, que costuma seduzir tanto os clientes como os próprios arquitetos, depende da configuração de uma série de parâmetros, como iluminação, textura, opacidade e reflexividade dos objetos. 

Hoje, existe uma série de softwares direcionados à renderização hiper-realista, como o V-Ray, Lumion, Corona, Enscape, Twinmotion, 3ds MAX e Cinema 4D.

Ilustração

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© J.C. Architecture
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© Conjuntos Empáticos

Além de muito utilizada em esquemas e diagramas arquitetônicos, a ilustração também pode ser aplicada às renderizações de ambientes em perspectivas. Sem a pretensão de atingir uma ideia de realidade, estas renderizações costumam se destacar justamente por seu caráter imaginativo, apontando para outras possibilidades não literais do ambiente a ser construído.

A ilustração vetorial é frequentemente realizada por meio de softwares como o Illustrator, ou ainda, por aplicativos para celulares, como o Illustrator Draw (Android e iOS).

Maquete digital

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Maquete digital por Heron Cruz, via Behance. Licença CC BY-NC-ND 4.0

Nesses casos, os materiais são configurados para se assemelhar àqueles utilizados na execução de maquetes físicas, como diferentes tipos de papel e madeira. Para atingir esse resultado, podem ser utilizados os mesmos softwares indicados para renderizações mais realistas, com a diferença na configuração das texturas.

Misto

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"Ways of Life" por Tatiana Bilbao para Experimenta Urbana. Image Cortesia de Experimenta Urbana
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© Silvia Garcia Camps

A partir da composição de dois ou mais estilos de renderização, resultados variados podem ser alcançados na composição final da imagem. Existem diferentes formas de integrar estilos de render, como a partir da diferenciação entre a arquitetura e elementos externos a ela (como o relevo e a vegetação); a extrapolação das margens de um estilo com outro e o uso de sobreposições gráficas, com o uso de recursos como a transparência.

Nesse caso, além dos softwares específicos para produção de cada uma das imagens renderizadas, é necessário o uso de um programa de manipulação de imagem, como o Photoshop.

Este artigo é parte dos Tópicos do ArchDaily: O futuro da visualização arquitetônica. Mensalmente, exploramos um tema específico através de artigos, entrevistas, notícias e projetos. Saiba mais sobre os tópicos do ArchDaily. Como sempre, o ArchDaily está aberto a contribuições de nossos leitores; se você quiser enviar um artigo ou projeto, entre em contato.

Publicado originalmente em 8 de abril de 2021.

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Sobre este autor
Cita: Susanna Moreira. "Estilos de renderização: aspectos, diferenças e como fazer" 12 Abr 2022. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/959787/estilos-de-renderizacao-aspectos-diferencas-e-como-fazer> ISSN 0719-8906

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