Atualmente a atenção à saúde mental e ao bem-estar, não apenas físico, mas também emocional e psíquico, tem se tornado um foco crescente em âmbitos clínicos, mas também em relação a inúmeros fatores cotidianos. A exemplo, a campanha Janeiro Branco que ressaltou essa urgência, convidando-nos a refletir sobre o bem-estar mental e emocional. Nesse cenário, a neuroestética e a neuroarquitetura emergem como campos que se colocam como aliados nessa busca. Elas não são apenas disciplinas acadêmicas; são abordagens práticas que buscam compreender como nosso ambiente físico afeta nosso estado psicológico. A neuroestética, especialmente, estuda a relação entre a percepção estética e os processos neurológicos, como destacado por Colin Ellard, psicólogo da Universidade de Waterloo e autor de "Places of the Heart: The Psychogeography of Everyday Life" (2015).
Para o desfile masculino outono/inverno da Prada em 2024, a AMO concebeu um ambiente inspirado em dois elementos contrastantes da vida moderna: os interiores de escritórios e a paisagem natural. Ao transformar mais uma vez o espaço do Deposito Hall da Fundação Prada em Milão, os designers optaram por criar uma imagem marcante a partir de elementos aparentemente opostos: fileiras de cadeiras de escritório iluminadas pelo brilho branco das luzes LED, sobre uma paisagem pastoral com caminhos sinuosos e ampla vegetação. O projeto visa evidenciar a dicotomia entre os instintos naturais e o ambiente característico da vida moderna.
Concurso visa dar visibilidade para boas histórias envolvendo arquitetura e design. Na Foto, os vendedores do concurso Pré-Revestir durante o tour no estande da Portobello na feira em 2023. Foto: Divulgação/Portobello.
O Archtrends, portal de arquitetura e design da Portobello, abriu inscrições para a 4º edição de seu concurso de arquitetura. Os interessados devem criar projetos dentro da temática “Projetos que contam histórias” e publicar no site do Archtrends até 23 de fevereiro. Os autores das 10 melhores iniciativas ganham convites para uma experiência exclusiva com a equipe do Archtrends no estande da Portobello no dia 22 de março, durante a Expo Revestir, maior feira de revestimentos da América Latina, que acontece em São Paulo, além da divulgação das propostas no site do Archtrends.
A impressão 3D apresenta um vasto potencial devido à sua facilidade de fabricação em larga escala, flexibilidade na exploração de materiais e capacidade de materializar diversas geometrias. No decorrer de 2023, arquitetos e designers exploraram essa tecnologia para descarbonizar os materiais de construção, integrar a estética contemporânea com métodos construtivos tradicionais e adicionar uma camada de artesanato e arte tanto aos interiores quanto às fachadas.
O uso e a demanda de materiais naturais em arquitetura e interiores possibilitou a retomada de sistemas construtivos tradicionais atualizados para o contexto contemporâneo. O que era considerado rústico passou a ser explorado em ambientes mais modernos, logo, a aplicação do material também se sujeita a novas formas de fixação, coloração, orientação (horizontal ou vertical). A madeira é o material dominante quando se trata de sistemas tradicionais e materiais ambientalmente sustentáveis. Contudo, um material que também é usado secularmente, igualmente sustentável e biodegradável, e que tem tido menos destaque, é a palha.
Opt Oog Column / Blast Studio. Imagem cortesia de Blast Studio
No projeto arquitetônico, nossas interações com organismos não humanos foram predominantemente marcadas pela criação de barreiras para excluí-los da esfera humana. Mas se adotássemos uma abordagem diferente? O design interespécies é um movimento que coloca organismos não humanos — fungos, insetos e diversos animais — em pé de igualdade com os humanos. Essa filosofia de design propõe estruturas que promovem relações não hierárquicas com outras espécies. Ao fazê-lo, cultivamos empatia por outras formas de vida e transformamos nossa perspectiva sobre o mundo que nos cerca. Esta abordagem visa não apenas alcançar uma pegada ecológica zero, mas também busca a colaboração com organismos não humanos para desenvolver ambientes benéficos para todos. Abaixo, conheça algumas tecnologias de materiais emergentes projetadas para beneficiar tanto os humanos quanto outras formas de vida.
Com uma população estimada em mais de 3,7 milhões de pessoas, Adis Abeba, a capital da Etiópia, abriga cerca de um quarto da população urbana do país. A cidade gera mais de 29% do PIB urbano da Etiópia e 20% do emprego urbano nacional. Nas últimas duas décadas, Adis Abeba testemunhou rápidas mudanças socioeconômicas e uma drástica transformação física, impulsionadas por um governo orientado para o desenvolvimento e pelo setor privado.
A cidade de Barcelona se tornará um laboratório de pesquisa durante o Congresso Mundial de Arquitetura da União Internacional de Arquitetos (UIA), que será realizado de 28 de junho a 2 de julho de 2026. Seu objetivo é garantir que o Congresso seja de máxima relevância e interesse para a comunidade global de arquitetos, além de gerar conhecimentos e práticas com impacto real no cotidiano das pessoas e no futuro do planeta.
A iniciativa "Soil Sisters" explora como o projeto arquitetônico e o uso de materiais sustentáveis podem contribuir para a nutrição do solo e sua resiliência. Em parceria com a SOM (Skidmore, Owings & Merrill), seus esforços conjuntos resultaram em uma exposição com o objetivo de redefinir nossa compreensão em relação as "práticas ambientalmente conscientes". Intitulada "Soil Sisters: A Ceiling, A Chair and Table, A Wall and a Threshold" (Um Teto, Uma Cadeira e Mesa, Uma Parede e um Limiar), a exposição mostra seu compromisso em redefinir a saúde do solo como um objetivo intersetorial, enfatizando a materialidade e a cor no ambiente construído.
Fachadas Solares no Hospital Bornholm. Imagem cortesia de SolarLab
A degradação ambiental tem enfatizado a necessidade de novas fontes de energia e uma mudança nas fontes exige meios inovadores de armazenamento dessa energia. Por séculos, os edifícios têm demonstrado sua capacidade de armazenar pessoas, objetos e sistemas, entretanto, ultimamente, o seu potencial inexplorado para armazenar grandes quantidades de energia de forma eficiente tem sido discutido. Nessa nova era, os edifícios podem ir além de estruturas funcionais para se tornarem depósitos potenciais de energia?
Cortesia de ATCHAIN | Chengdu Tianfu Software Park
O MVRDV venceu o concurso para projetar dois edifícios no Tianfu Software Park, em Chengdu, China. Uma das estruturas é uma torre de 150 metros de altura que funciona como peça central de todo o campus. A outra é um centro cultural de quatro andares, incluindo um museu de arte, uma sala de conferências, uma biblioteca e um espaço de exposições. Apresentando um design inclinado facetado, o projeto convida os visitantes a explorar seu interior.
Camarões possui um valioso patrimônio arquitetônico representado por edifícios destinados ao culto cristão católico. Essas construções abrangem uma variedade de estilos, que incluem designs contemporâneos, explorações em tijolo de terracota e influências arquitetônicas góticas e bizantinas. Desde a chegada de missionários em 1890, inúmeros edifícios religiosos foram erguidos com a participação ativa das comunidades locais. Essas estruturas não apenas desempenharam um papel fundamental na popularização da fé cristã, mas também se tornaram espaços propícios para a troca de influências arquitetônicas entre as comunidades locais e estrangeiras.
Durante o período, Camarões explorou os movimentos gótico e bizantino, que estavam no auge na Europa, para criar suas igrejas. Esses estilos foram reinterpretados por meio das práticas locais de construção e, atualmente, representam o patrimônio histórico das catedrais do país.
Multifacetado e cheio de complexidades, o cenário da arquitetura e do urbanismo na América Latina revela nuances e desafios específicos diante das problemáticas enfrentadas pelos diversos países, como a desigualdade social, a violência e o crescimento urbano acelerado. Nesse contexto, a prática arquitetônica assume um papel relevante na construção de soluções possíveis e adequadas a cada realidade, em que ainda se destaca a importância da reafirmação das referências e narrativas locais nessa elaboração.
Perante a hegemonia estabelecida especialmente pela América do Norte e Europa, que muitas vezes marginaliza as realizações arquitetônicas e urbanísticas latino-americanas, sobretudo a produção que sequer é considerada como tal, a valorização dessa diversidade e complexidade torna-se um imperativo para qualquer pensamento e intervenção sobre a região. A seguir, selecionamos seis entrevistas que nos ajudam a entender a arquitetura da América Latina, e que contribuem para uma abordagem mais contextualizada e sensível de suas necessidades, potencialidades e riquezas.
Instituto Jonas Salk de Ciências Biológicas (1959-65). Imagem cortesia de Form Portfolios
Na história da arquitetura moderna, Louis I. Kahn é considerado um incontestável mestre da monumentalidade nos Estados Unidos. No auge de sua carreira, Kahn conseguiu criar um tipo único de arquitetura que inspira sem ser excessiva, que expressa seu sistema construtivo sem exibicionismo estrutural, e que mergulha na história com uma nova linguagem e sistema de formas. Seu interesse pela luz como elemento funcional e pelas qualidades específicas dos materiais ia além de seus edifícios. Estava em todos os objetos que ele criava. Para celebrar esse legado, a Form Portfolios acaba de lançar "Monumental Modernism", a primeira coleção de objetos de decoração, iluminação e mobiliário modelados a partir daqueles encontrados nos edifícios de Louis I. Kahn.
Em 2017, o Bjarke Ingels Group (BIG) divulgou a proposta para um empreendimento no centro de Copenhague. O projeto inclui uma loja da IKEA, um hotel econômico e unidades residenciais conectadas por espaços verdes. Como parte do desenvolvimento, o BIG projetou duas torres residenciais em altura conhecidas como "KaKtus Towers", unidas por um parque público elevado. Uma série de imagens divulgada recentemetne mostra o andamento das obras, que devem ser concluídas ainda em 2024.
A arquiteta, acadêmica e curadora ganesa-escocesa Lesley Lokko foi prestigiada com a Royal Gold Medal de 2024 pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), tornando-se a primeira mulher africana a receber o prêmio. Lokko não é uma arquiteta praticante, mas como professora, escritora e curadora, ela lutou para ampliar o acesso à profissão e dar voz a pessoas que foram negligenciadas por muito tempo. Como curadora da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023, ela mudou o foco para a África e sua diáspora, explorando os complexos temas da decolonização e da descarbonização. Por todas as suas contribuições para a profissão, Lesley Lokko receberá formalmente a medalha em maio de 2024, das mãos de Muyiwa Oki, o primeiro presidente negro do RIBA.
Vista aérea da Av. Paulista. Imagem ilustrativa. Foto de Gabriel Ramos, via Unsplash
Há 470 anos, no Pateo do Collegio, surgia a maior cidade da América Latina: São Paulo. Uma metrópole em constante movimento que, entre tantas complexidades e conflitos, apresenta uma diversidade cultural e humana que a torna profundamente rica.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) registra que mais de um décimo da população global, cerca de 800 milhões de pessoas, pratica a agricultura urbana em todo o mundo. Nos Estados Unidos, milhões de cidadãos enfrentam dificuldades de acesso a supermercados. Os agricultores urbanos desempenham um papel crucial ao abordar questões de segurança alimentar nas cidades americanas.
A distância entre áreas rurais e urbanas nunca foi tão grande, tornando as fontes de alimentos tradicionalmente rurais inacessíveis. Inicialmente, as cidades se desenvolviam em torno de mercados centralizados que traziam produtos das áreas agrícolas para os centros urbanos. Hoje, a agricultura urbana está revitalizando essa conexão entre os habitantes das cidades e os produtos agrícolas.