Quando pensamos em projetos de habitação social nos Estados Unidos, muitas vezes pensamos em caixas: grandes edifícios de tijolos, sem muito caráter estético. Mas as implicações dos arranha-céus padronizados e reluzentes podem ser muito mais do que estéticos para as pessoas que vivem lá. O geógrafo Rashad Shabazz, por exemplo, lembra em seu livroSpatializing Blackness, como o projeto habitacional em Chicago, onde cresceu - repleto de grades, vigilância por vídeo e detectores de metal - parecia mais uma prisão do que uma casa. Relatos de isolamento, confinamento e manutenção inadequada são ecoados por residentes de habitações públicas em todo o país.
Verizon Executive Education Center and Graduate Hotel / Snøhetta and James Corner Field Operations. Image via New York City Public Design Commission
A Comissão de Projeto Público da cidade de Nova Iorque e o prefeito Bill de Blasio anunciaram os 11 projetos selecionados como vencedores do Awards NYC Excellence in Design (Prêmio de Excelência em Projeto 2018). Estabelecido em 1983, o prêmio tem sido concedido anualmente a projetos dos cinco distritos da cidade que “exemplificam como o projeto inovador e inteligente pode proporcionar aos nova-iorquinos os melhores espaços públicos e serviços possíveis e um sentimento de orgulho cívico”.
Os prêmios de 2018 reconheceram projetos que responderam ao compromisso da administração de Blasio de fornecer uma “cidade equilibrada, resiliente e diversificada para todos os nova-iorquinos”. Todos os cinco bairros de Nova Iorque aparecem nos prêmios, com propostas que englobam educação, cultura, arte e lazer.
A construção do Pier 55, projetado pelo Heatherwick Studio no rio Hudson, em Nova Iorque, foi retomada. Quase oito meses após o projeto ter sido oficialmente abandonado por seu principal apoiador, Barry Diller, devido aos elevados custos, o trabalho foi retomado no terreno após novas negociações entre o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, e a organização City Club.
https://www.archdaily.com.br/br/893573/construcao-do-pier-55-de-heatherwick-studio-e-retomada-em-nova-iorqueNiall Patrick Walsh
O concurso da empresa Fisher Brothers "Beyond the Centerline" foi lançado em outubro de 2017 como uma chamada aberta para "animar e ativar a Park Avenue para uma nova geração de nova-iorquinos". A competição aborda o distrito comercial da Park Avenue, que fica entre as ruas 46 e 57.
De quase 150 inscrições, um júri de oito pessoas estreitou o campo para 17 finalistas, cujos detalhes podem ser encontrados aqui. Desde então, dois projetos foram selecionados como vencedores, com "Park Park" da Maison vencendo a seleção do júri, e "Park River" por Local Architects vencendo o voto popular.
O Studio Gang divulgou detalhes de sua proposta para um edifício residencial no Brooklyn, em Nova Iorque. O 11 Hoyt foi projetado, segundo o escritório, com ênfase na natureza e espírito comunitário, respondendo à falta de espaços ao ar livre no Brooklyn por meio da criação de um “ambiente interno-externo”.
A proposta do Studio Gang, realizada em colaboração com o escritório Hill West Architects, recupera uma antiga garagem localizada em uma região de rápido crescimento cuja população aumentou 40% em vinte anos. O 11 Hoyt pretende transformar o local em um terraço verde elevado, sobre o qual se erguerá uma torre residencial de 71.000 metros quadrados de fachada escalonada.
https://www.archdaily.com.br/br/893123/studio-gang-divulga-imagens-de-novo-edificio-residencial-no-brooklyn-nova-iorqueNiall Patrick Walsh
Novas imagens do 3 World Trade Center de Rogers Stirk Harbour + Partners em Manhattan foram divulgadas, antes de sua inauguração em junho de 2018. O edifício de 330 metros de altura será o quinto mais alto da cidade de Nova Iorque, e contará com o terraço privativo ao ar livre mais alto de Lower Manhattan.
https://www.archdaily.com.br/br/893053/3-world-trade-center-de-rogers-stirk-harbour-plus-partners-esta-perto-de-ser-concluido-em-nova-iorqueNiall Patrick Walsh
Há mudanças em uma cidade que vão além da superfície. São projetos transformadores, com o poder de gerar um impacto ainda mais profundo do que as modificações estéticas e/ou de infraestrutura. Iniciativas que influenciam positivamente a economia, o meio ambiente e a comunidade que os recebe – de maneiras inesperadas ou até sem precedentes.
Atuando dentro de uma realidade ofuscada por arquitetos estrela, "entidades" conhecidas como "starchitects", será que realmente sabemos quem domina a indústria da arquitetura? Em muitos dos projetos assinados pelos grandes nomes da arquitetura, existe uma figura por trás conhecida como "arquiteto executivo", empresas que trabalham para viabilizar a construção dos grandes projetos, atuando do planejamento à obra.
Para ter uma visão de quais empresas de arquitetura têm mais impacto pela cidade de Nova Iorque, The Real Deal compilou, durante um período de seis anos (de 1 de janeiro de 2012 a 31 de janeiro de 2018) uma lista dos 30 escritórios com mais área construída em todas as cinco regiões da cidade. Na lista há alguns escritórios esperados, porém há também alguns ainda pouco conhecidos que merecem atenção.
A construção das torres The Eleventh, projeto residencial do BIG próximo ao parque High Line em Nova Iorque, está a todo vapor.
Uma imagem digital recentemente divulgada mostra as torres em sua forma final, em destaque entre outros edifícios notáveis, como o IAC Building de Frank Gehry, o 100 11th Avenue de Jean Nouvel e o 551 West 21st Street de Foster + Partners
Imagem da esquerda: cortesia de Rafael Viñoly Architects. Imagem da direita: via Field Condition
O arranha-céu 277 Fifth de Rafael Viñoly Architects teve sua estrutura concluída e atingiu sua altura máxima de 199 metros, tornando-se uma das torres mais altas da região de NoMad em Manhattan.
A torre residencial de 55 pavimentos, localizada na esquina da Fifth Avenue e 30th Street, apresenta uma fachada sóbria, composta por painéis de concreto pré-fabricado coloridos produzidos na Finlândia. Ao passo que a torre se eleva, sua fachada é pontuada por quatro grandes varandas que oferecem aos moradores daquelas unidades um impressionante espaço externo nas alturas.
The Shed em construção visto da High Line, fevereiro de 2018. Foto de Ed Lederman
Novas imagens e detalhes do The Shed em Hudson Yards foram divulgadas e mostram a estrutura revestida com painéis ETFE, prestes a ficar pronta para a inauguração prevista para o primeiro semestre de 2019.
As novas imagens mostram como serão alguns dos espaços interiores do centro cultural, incluindo as galerias e o vasto lugar de eventos criado quando a estrutura de aço com rodas é lançada em sua extensão mais distante. Este espaço será conhecido como "o McCourt", em homenagem ao empresário Frank McCourt Jr, que doou US $ 45 milhões para o projeto.
Projetado por Diller Scofidio + Renfro em colaboração com Rockwell Group, o centro cultural de 200 mil metros quadrados foi concebido como um sucessor espiritual para o visionário 'Fun Palace' deCedric Price, uma estrutura flexível que poderia se transformar para abrigar diferentes tipos de eventos.
Um projeto especulativo, o "New York Super Slender" criado por RB Systems, é um arranha-céu futurista que apresenta uma potencial nova tipologia de torre. Com cada vez menos e menores terrenos nas principais cidades e populações cada vez maiores, o projeto levanta o desafio de otimizar a ocupação em um centro urbano restrito e denso.
Nesta carta, Theodore H.M. Prudon, presidente da Docomomo dos EUA, e John Arbuckle, presidente da Docomomo do Estado de Nova Iorque, ressaltam a importância deste edifício projetado em 1957 (e inaugurado em 1961) por Skidmore, Owings and Merrill, o qual é uma peça chave dentro da história da arquitetura moderna, exigindo que a Comissão inclua o edifício em sua pauta de preservação e conservação de edifícios históricos o mais rápido possível.
A primeira torre residencial do empreendimento Hudson Yards, nomeada 15 Hudson Yards, teve sua estrutura concluída, atingindo a marca de 274 metros de altura, e já apresenta mais da metade de seu revestimento externo instalado. Projetada pelo escritório Diller Scofidio + Renfro, em colaboração com o Rockwell Group, a torre terá 285 unidades residenciais, metade das quais já foram vendidas.
Dezessete propostas foram selecionadas como finalistas do concurso Beyond the Centerline, que busca ideias para rever e reanimar o trecho da Park Avenue entre as ruas 46th e 57th.
Organizado pela empresa de desenvolvimento Fisher Brothers, o concurso de ideias convidou os participantes a enviarem suas "visões mais ambiciosas e criativas desvinculadas do código de zoneamento, custos, limite de peso ou outras restrições".
Apenas alguns mesesapós as plantas serem apresentadas para uma grande transformação do AT & T Building na 550 Madison, de Philip Johnson, outro arranha-céu icônico do centro de Manhattan está em risco - e desta vez, pode ser que o edifício seja completamente demolido.
Projetado por Natalie de Blois e Gordon Bunshaft, do escritório SOM, e concluído em 1961, o 270 Park Avenue (anteriormente conhecido como Union Carbide Building) é considerado um exemplo importantíssimo do Estilo Internacional na cidade de Nova Iorque, originado a partir do precedente estabelecido pelo Edifício Seagram, de Mies van der Rohe.
Mas depois que a nova legislação de zoneamento para o bairro foi aprovada no ano passado, o atual proprietário do prédio, JPMorgan Chase, anunciou planos para substituir o prédio de 215,50 metros de alturapor um novo arranha-céu hi-tech. Se a ideia prevalecer, seria o maior e mais alto edifício do mundo a ser demolido intencionalmente.
Foram oito longos e prósperos anos desde que a primeira parte do High Line foi inaugurada em 2009. Como uma peça proeminente da identidade arquitetônica e urbana de Nova Iorque, não é de se admirar que tenha sido premiado com o Harvard GSDVeronica Rudge Green Prize in Urban Design, que reconhece os esforços contínuos dos Friends of the High Line para sua adaptabilidade ao contexto em mudança do parque e seu apoio desde o início pela excelência projetual.
O júri foi particularmente tocado pelo projeto multidisciplinar entre James Corner Field Operations, Diller Scofidio + Renfro e Piet Oudolf, abrangendo os domínios público e privado como modelo de design colaborativo. Também foi comentado sobre a relevância social e política do High Line para salvar um pedaço da história americana da ruína e interagir através de programas de divulgação da comunidade e uma disseminação mais ampla para cidades em todo os EUA.