Convidados a participar da 17ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, os arquitetos da Skidmore, Owings & Merrill (SOM) apresentam Life Beyond Earth, uma intervenção que retrata um vilarejo na lua. Desenvolvido em parceria com a European Space Agency (ESA), a instalação apresenta uma proposta para um ecossistema sustentável que tem como objetivo habilitar a presença humana na lua, explorando a oportunidade para expandir o escopo da arquitetura. O projeto reafirma a importância da exploração do espaço, ao mesmo tempo que destaca seu potencial para avançar com reflexões sobre como isso pode ajudar a vida na Terra.
Voltando a atenção para um recurso espacial ainda pouco explorado, o MVRDV produziu um catálogo com 130 ideias inovadoras para coberturas planas em Roterdã, apresentando uma potencialidade para o desenvolvimento da cidade. Encomendado pela prefeitura e desenvolvido em conjunto com o Rotterdam Rooftop Days, o Rooftop Catalogue ilustra como a requalificação de coberturas pode contribuir em questões como escassez de solo urbano e mudanças climáticas, ao passo que também aborda o lado prático de se reaproveitar esses espaços.
Respondendo ao tema, “Como viveremos juntos” de 115 maneiras diferentes, a Bienal de Arquitetura de Veneza 2021 deu as boas-vindas, fisicamente, ao grande público, em 22 de maio de 2021. Ao se abrir para o mundo, o tema atemporal, porém sensível ao contexto, gerou um coletivo imaginário, destacando um mundo que prefere viver junto a ficar separado. Construindo uma narrativa arquitetônica do presente, que reflete sobre um futuro resiliente, o interrogatório, feito pela primeira vez em 2019, ganhou mais relevância com a pandemia, que paralisou o mundo. Com muito otimismo e amor a arte, a mostra de arquitetura abriu as portas a um público ansioso e revelou qualidades recorrentes nas intervenções apresentadas.
A medida que os ambientes urbanos se tornam cada vez mais densos, é preciso aproveitar ao máximo cada centímetro quadrado de área disponível. Pensando nisso, arquitetos e arquitetas do mundo todo recentemente descobriram o enorme potencial das coberturas existentes dos edifícios urbanos, na maioria das vezes, espaços subutilizados e de difícil acesso. Além do mais, coberturas e telhados chegam a somar juntas até 25% da área de superfície total disponível em uma cidade. Podendo ser utilizadas tanto como áreas verdes e cultiváveis quanto como espaços públicos e acessíveis, estes jardins suspensos estão sendo pouco a pouco incorporados à infraestutura urbana de várias cidades ao redor do mundo. Neste contexto, este artigo procura analisar em profundidade o real potencial desta estratégia para a criação de uma nova camada de espaços públicos acessíveis em cidades densamente ocupadas.
Paulo Mendes da Rocha fala, frequentemente, que a função da arquitetura nada mais é do que “amparar a imprevisibilidade da vida”. Assim como uma moldura, que destaca e, principalmente, direciona o olhar do observador ao objeto principal, espaços dão suporte à vida cotidiana, aos encontros, à paisagem. A frase do arquiteto brasileiro combina bem com a forma que o escritório Lacaton & Vassal trabalha. A premiação do casal francês levanta algumas questões sobre como suas escolhas são precisas para o momento atual que vivemos no mundo. Isso abrange a filosofia do seu trabalho, as soluções projetuais adotadas e a paleta de materiais.
Fred Kent, fundador da organização sem fins lucrativos Project for Public Spaces, declarou em certa ocasião que “Quando se planejam cidades com ênfase no trânsito e veículos automotores, o resultado é uma cidade repleta de carros e congestionamentos. Quando se planeja cidades para pessoas, por outro lado, o que se obtêm é uma cidade agradável de se viver e repleta de espaços públicos.” Isso tudo pode até parecer bastante óbvio, entretanto, nossa sociedade está passando hoje por uma mudança de paradigma, com mais e mais cidades abrindo mão de seus espaços e infraestruturas para veículos e privilegiando pedestres e espaços públicos.
Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal fundaram seu escritório de arquitetura Lacaton & Vassal em 1987, anos depois de estudarem e trabalharem juntos na École Nationale Supérieure d'Architecture et de Paysage de Bordeaux. A firma, estabelecida em Paris, foi premiada com o prestigioso Prêmio Pritzker 2021 deste ano. A sua obra construída deixa fortes indícios do que consideram relevante: sustentabilidade, bem-estar, responsabilidade social e a readaptação e respeito ao meio edificado existente.
https://www.archdaily.com.br/br/958582/lacaton-and-vassal-conheca-a-obra-construida-dos-vencedores-do-pritzker-2021Paula Pintos & Clara Ott
O Prêmio Pritzker de Arquitetura, a maior honraria em nosso campo profissional, foi concedido a Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, fundadores do escritório Lacaton & Vassal. A dupla francesa é famosa por seus projetos de habitação sustentável e pelo Palais de Tokyo, uma galeria de arte contemporânea em Paris. Em suas três décadas de atuação, a firma vem se dedicando ao “enriquecimento da vida humana”, beneficiando os indivíduos e apoiando a evolução da cidade.
Um dos aspectos mais desafiadores dessa mudança será atender às crescentes demandas de resfriamento de uma maneira ecologicamente correta. O resfriamento é inatamente mais difícil do que o aquecimento: qualquer forma de energia pode se transformar em calor, e nossos corpos e máquinas geram calor naturalmente, mesmo na ausência de sistemas de aquecimento ativos. O resfriamento não se beneficia igualmente da geração espontânea, tornando-o frequentemente mais difícil, mais caro ou menos eficiente de implementar. O aquecimento global e seus efeitos de aquecimento muito tangíveis apenas exacerbam essa realidade, intensificando uma demanda já acelerada por sistemas de refrigeração artificial. Do jeito que estão, muitos desses sistemas requerem grandes quantidades de eletricidade e dependem fortemente de combustíveis fósseis para funcionar. O setor de construção deve encontrar maneiras de atender à crescente demanda por refrigeração que, simultaneamente, elimina esses efeitos insustentáveis.
https://www.archdaily.com.br/br/956290/resfriar-os-interiores-sera-o-desafio-arquitetonico-do-futuroLilly Cao
Quase 6 meses atrás, em 4 de agosto de 2020, a cidade de Beirute foi sacudida por uma das maiores explosões não nucleares da história. Deixando o lado norte da capital em ruínas, a explosão danificou cerca de 40.000 edifícios. Novas estruturas contemporâneas concluídas recentemente por arquitetos locais conhecidos internacionalmente estão agora enfrentando dilemas de reconstrução, levantando questões existenciais: Como devem ser os esforços de reconstrução de “novos” edifícios danificados? Os arquitetos devem reconstruí-los como eram antes da explosão, apagando o que aconteceu, ou eles devem deixar cicatrizes e retratar novas realidades?
A fim de explorar ideias e destacar diferentes perspectivas, o ArchDaily teve a oportunidade de se sentar com três arquitetos cujos edifícios foram impactados pela explosão. Bernard Khoury, Paul Kaloustian, e Lina Ghotmeh conversaram sobre seus projetos e sua visão da reconstrução de Beirute com a editora-chefe do ArchDaily, Christele Harrouk, ao lado do fotógrafo de arquitetura Laurian Ghinitoiu, que documentou em uma série de fotos a extensão da destruição.
“Do que falamos quando falamos de arquitetura cubana contemporânea” é o título do último artigo escrito por Fernando Martirena para a Revista Rialta, no qual o autor expõe a realidade sobre a disciplina da arquitetura em seu país: quase não se fala disso. Em resposta, ele e seus colegas decidiram fundar o Grupo de Estudos Cubanos em Arquitetura, uma iniciativa que busca proporcionar uma maior visibilidade à arquitetura cubana contemporânea.
Recentemente, o ArchDaily entrevistou Martirena para saber mais sobre as suas aspirações, motivos e reflexões sobre a atuação profissional em Cuba nos dias de hoje.
Ir além da escala humana não é novidade. Por séculos, construtores, engenheiros e arquitetos têm criado edifícios monumentais para marcar a espiritualidade ou o poder político. Palácios, edifícios governamentais ou templos sempre atraíram a admiração e reverência das pessoas, alimentando a ainda não totalmente compreensível obsessão por construções em grande escala.
Hoje em dia, algumas das maiores e mais impressionantes estruturas estão menos relacionadas a funções religiosas ou governamentais e parecem estar se voltando para programas mais culturais. Além disso, na maioria das vezes, as estruturas são abertamente releituras da natureza.