Em 2015 a seção "Arte e Arquitetura" apresentou as mais variadas manifestações artísticas que envolvem o campo arquitetônico. As publicações mais vistas do ano demonstram um pouco desta diversidade que engloba projetos que ocorreram no Brasil, assim como ilustrações que desafiam o espaço arquitetônico e lúdicas intervenções pelas cidades.
Se inspire com os 13 artigos mais vistos do ano, a seguir.
Inaugurada em janeiro deste ano, a Philharmonie de Paris foi projetada por Jean Nouvel, embora este tenha posteriormente se afastado da imagem do projeto. A sala de concertos, um equipamento com capacidade para 2.400 pessoas, busca "inventar um modelo próprio", segundo a página da Filarmônica. A proposta rompe com o bloco das salas de concerto ao criar matematicamente um espaço mais íntimo - "a distância entre o maestro e o espectador mais distante é de apenas 32 metros". O arquiteto trabalhou em conjunto com vários especialistas em acústica para "desenvolver um sistema ousado de balcões em balanço e nuvens flutuantes." Apresentamos aqui o edifício através das lentes da fotógrafa Danica O. Kus. Veja a série completa de fotografias, a seguir.
Com 1.305 projetos enviados, 44 vencedores, 49 propostas em segundo lugar e 61 menções especias foram selecionados pelo júri Europan 13. Promovido anualmente, o Europan é um concurso europeu de projetos arquitetônicos e urbanos que têm como meta serem implementados. O Europan 13 foi realizado em parceria com prefeituras de cidades europeias e teve como tema "A cidade Adaptável: Auto-organização - compartilhamento - projeto". Os participantes foram desafiados a abordar questões econômicas e ecológicas ligadas à sustentabilidade das cidades da Europa.
Apesar de não ter um escritório, usar computador ou desenhar sobre o papel, o arquiteto boliviano Freddy Mamani Silvestre e sua equipe já construíram mais de 60 projetos em El Alto, a cidade mais alta do mundo. Assim como a maior parte de seus clientes e colegas cidadãos, Mamani é um Aymara e sua obra é caracterizada por fachadas muito detalhadas e coloridas inspiradas no vestuário de seu povo. À luz de seu trabalho visualmente estimulante, o jornal New Yorker divulgou uma impressionante série de fotografias feitas por Peter Granser,com uma introdução escrita por Judith Thurman, mostrando algumas das construções coloridas de Mamani na Bolívia.
Quanto de edição é aceitável em fotografias de arquitetura? E se estas imagens alteradas forem a base para o julgamento em concursos e prêmios? O crítico de arquitetura do Chicago Tribune, Blair Kamin, explora estas questões em sua coluna após uma fotografia alterada ter feito o Departamento de Chicago do AIA conceder um prêmio de excelência a um projeto. O edifício em questão, o campus El Centro da Universidade de Illinois, projetado por Juan Moreno, foi um dos cinco vencedor do prêmio de honra, o nível mais alto de reconhecimento. Porém, uma das fotografias enviadas ao júri havia sido digitalmente alterada pelo fotógrafo para remover uma proeminente sequência de dutos de ar na cobertura que comprometia uma das melhores vistas do edifício.
Uma das alegorias mais populares da arquitetura moderna é a ideia de dissolver os limites externos das edificações, conectando os usuários com a natureza através do uso de grandes panos de vidro que "trazem o exterior para dentro". Nenhum outro projeto encarna esse aspecto tão fortemente como a Villa Tugendhat, de Mies van der Rohe, onde um lado inteiro do pano envidraçado podia ser escondido, abrindo completamente a casa. Embora muito elegante (especialmente nos anos 1930), a solução de Mies não teve prosseguimento, limitada à necessidade de um motor elétrico e um pavimento inferior para receber as esquadrias retráteis.
Hoje em dia, enquanto muitas casas incorporam o uso de grandes superfícies de vidro que se dobram, deslizam ou abrem, poucas apresentam a coragem do projeto de Mies, escolhendo mover os planos envidraçados para o lado em vez de fazê-los desaparecer por completo. Este ano, no entanto, a fabricante de esquadrias Vitrocsa pode ter dado um passo importante na missão de ocultar os panos de vidro por completo com seu sistema "Turnable".
Em Burkina Faso, a fabricação de presépios natalinos é uma importante tradição que tem como protagonistas as crianças. Todos os anos elas formam equipes para construir estes modelos em grande escala, alcançando quase a própria altura, em uma espécie de competição sadia que estimula a criatividade através do desenho e construção colaborativa.
Como resposta a esta iniciativa, o espanhol Albert Faus liderou um grupo de arquitetos para criar o Kamba Zaka, um projeto que pretende levar este interesse arquitetônico um passo adiante. Em seus ateliês, os arquitetos não apenas ensinam conceitos relacionados à disciplina, mas também apresentam às crianças materiais e técnicas construtivas vernaculares para que elas possam valorizá-las e praticá-las em construções reais no futuro.
Saiba mais sobre esta incrível experiência, a seguir.
O IAB definiu, durante a 148ª Reunião de seu Conselho Superior (COSU), os cinco temas centrais do Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos, o UIA 2020 Rio, que levará, daqui a cinco anos, cerca 15 mil arquitetos e profissionais de outras áreas à capital fluminense.
Sempre fomos uma profissão de hackers. Cada edifício é único, feito a partir de inúmeras operações de alteração e modificação que trazem materiais e sistemas díspares em um todo coeso. Mas quando se trata de softwares a maioria de nós têm se contentado com o consumismo entusiasmado, aguardando ansiosamente os próximos lançamentos dos desenvolvedores de software, como Autodesk, McNeel (Rhino) e Bentley (MicroStation).
Faz cinco anos que lançamos oficialmente o nosso programa de pesquisa no Yazdani Studio of Cannon Design, e durante esse período, compreendemos que a evolução do nosso processo reflete no trabalho dos maiores arquitetos, mudando o relacionamento dos profissionais com os meios de produção. Especificamente, temos notado que no final de 2007, algo mudou. McNeel introduziu um plugin na programação visual chamado Grasshopper, e mais e mais arquitetos começaram a hackear suas ferramentas, bem como seus edifícios.
Falar sobre arquitetura e construção sem mencionar a questão das derrapagens orçamentais não é algo fácil de se fazer. Este tipo de problemas imprevistos acabam por acontecer na grande maioria dos projetos, pois as dinâmicas da arquitetura e da construção são extremamente complexas e muitas vezes apresentam desafios que não são 100% controláveis. Ao longo dos últimos anos várias empresas de project management têm vindo a integrar a gestão de custos nos seus portfólios de serviços, fazendo um esforço para ir ao encontro desta necessidade do mercado. No entanto a maior parte deste trabalho acaba por ser feito por consultores com um background na área financeira e com pouco (ou nenhum) conhecimento sobre arquitetura ou soluções e processos construtivos.
Com esta atenção cada vez maior dada à questão do orçamento, o desempenho dos projetos quanto ao custo tem vindo a melhorar cada vez mais, mas normalmente às custas da estética e da qualidade final do projeto. Seria viável colocar os arquitetos a gerir esta vertente do projeto? No fim das contas, são eles que têm a sensibilidade conceptual e o conhecimento técnico necessários para desempenhar esta tarefa de forma verdadeiramente completa.
Hufton+Crow compartilhou conosco sua mais recente série de fotografias do Terminal de Transferência da Estação Central de Arnhem. Projetado pelo escritório UNStudio, o terminal apresenta uma "geometria estrutural retorcida" que abandona os métodos construtivos tradicionais para liberar seu impressionante hall interno de 60 metros de altura da presença de colunas. Veja, a seguir, as série fotográfica.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) divulgou recentemente sua lista dos melhores cursos de arquitetura do Brasil. O ranking se baseia no CPC (Conceito Preliminar de Curso), que é composto por diversos elementos, tais como notas do Enade, titulação dos docentes e infraestrutura. Também há o IGC (Índice Geral de Cursos), que analisa e classifica as instituições de ensino superior como um todo.
Universidades que não participam do Enade não são consideradas pelo ranking. O CPC vai de 1 a 5 e quando a instituição não atinge o nível 3, o curso é considerado insatisfatório.
Entre os cursos mais bem colocados, destacam-se a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal de Campina Grande e a Universidade Federal de Uberlândia, que ocupam os três primeiros lugares e são as únicas com o CPC na faixa dos 5 pontos.
O conceito de espaço compartilhado começa a tomar cada vez mais força em nossas cidades. Uma noção que supõe a mudança do paradigma do modo como vivemos e pensamos as ruas - este espaço público tão fundamental para todas pessoas que vivem nos centros urbanos.
"Devemos esquecer da segregação por velocidade, sinais de trânsito e obstáculos para começar a pensar em espaços e ruas verdadeiramente compartilhadas, onde seja possível negociar o espaço de uma forma pessoal", afirma a organização Dérive Lab na primeira edição em espanhol de seu Manual de Ruas Compartilhadas.
Foram recentemente divulgados os planos para no novo Centro de Arte Moderna na cidades histórica de Vilnius, Lituânia. O "espaço público tridimensional" de 3.100 metros quadrados, como o arquiteto Daniel Libeskind o descreve, foi projetado para ser uma "porta de entrada cultural" que conecta a grelha urbana do século XVIII e a cidade murada medieval.
"Queríamos criar um museu para o povo da Lituânia e também proporcionar a esta coleção um lar um público internacional. A coleção é um legado cultural do país", comentou o fundador do centro, Viktoras Butkus. "O trabalho de Libeskind é expressivo, inovador e, o mais importante, tem o poder de contar a estória do passado ao mesmo tempo que se conecta com o futuro da cidade", acrescentou Butkus.
Um vídeo publicado por Rina Ricci ®® ☮&♥ (@rina.ricci) em
O Museu da Língua Portuguesa, localizado no edifício da Estação de Trens e Metrô da Luz, região central de São Paulo, foi atingido por um incêndio de grandes proporções.
"Alguma vez já quiseste algo mais?" pergunta o personagem interpretado por Tom Hiddleston no trailer de "High Rise", um filme baseado no romance de J.G. Ballard escrito em 1975. Filmado quase como uma apologia à torre brutalista, o complexo conta com diversos equipamentos e comodidades: "quase não há razão para sair". A arquitetura retratada consiste em uma megaestrutura de concreto com belas empenas que destacam e contrastam com o mobiliário modernista dos interiores. Não diferente da megaestrutura residencial brutalista do Barbican, o "High Rise" conta com um supermercado, academia, piscina, spa e um escola. Talvez seja por isso que Hiddleston descreve o cenário do filme como "distintamente e definitivamente britânico". Assista, acima, ao trailer do filme, que será lançado em salas do mundo todo em 2016.
Já ouviu a expressão “como um relógio suíço” referindo-se a algo que funciona precisamente? É possível que ela mude, até a metade do ano que vem, para “como um ônibus suíço” depois do lançamento do primeiro sistema autônomo de transporte público do país.
A pequena cidade de Sion (foto abaixo), com cerca de 30 mil habitantes, foi o cenário escolhido pela start-up BestMilepara testar, por dois anos, uma frota de mini ônibus elétricos (foto acima) que funcionam sem motoristas – a exemplo dos carros do Google – e terá suas rotas e horários controlados por uma rede inteligente de acordo com a demanda.
https://www.archdaily.com.br/br/779058/suica-testa-primeiro-sistema-de-onibus-eletricos-sem-motorista-do-mundoJulio Lamas / Conexão Planeta
Ajudar uma pessoa com problemas de visão a desfrutar de um percurso mais seguro. Fazer com que um cidadão desempregado se encarregue das correspondências. Saber o nível de poluição atmosférica. Tudo isso através de aplicativos de celular.
Este tipo de informação tem ainda mais importância se levarmos em consideração as estimativas da ONU, que dizem que no ano de 2050 três quartos da população mundial viverá em áreas urbanas. A partir disso, foi recentemente realizada em Barcelona a quinta versão do Smart City World Congress, uma cúpula que reuniu representantes de cidades dos cinco continentes, 465 expositores e 14 mil participantes.
O d3, com sede em Nova Iorque, anunciou os vencedores do seu concurso internacional Natural Systems 2015. A competição anual convidava arquitetos, designers, engenheiros e estudantes a "explorarem o potencial das influências do design ecológico e sustentável no urbanismo, arquitetura, projeto de interiores e design de objetos."
Três prêmios foram concedidos, além de seis menções especiais. O júri incluía arquitetos, designers e acadêmicos do escritório Shigeru Ban Architects, da Syracuse University e do Studio Nguyen, entre outros.
O escritório Brut Deluxe criou uma instalação de luzes e cores, composta por 48 peças que lembram candelabros suspensas sobre a Rue du Mont Blanc, em Genebra, para o festival 2015 Geneva LUX. O projeto é uma sequência do contínuo trabalho do Brut Deluxe com instalações efêmeras e seu estudo das qualidades espaciais através da luz.
Miguel de Guzmán e Rocío Romero, do estúdio de fotografia Imagen Subliminal, compartilharam conosco suas imagens e vídeos da instalação. Saiba mais a seguir.
O artista Maycon Prasniewski desenvolveu uma série ilustrada de posters sobre pontos históricos e culturais de Curitiba. Importantes edifícios da cidade como Museu Oscar Niemeyer, Ópera de Arame, Unilivre e Jardim Botânico são representados ao lado de outros marcos da capital paranaense.
O coletivo londrino Assemble foi eleito vencedor do 2015 Turner Prize - o prêmio europeu de artes visuais mais prestigiado da atualidade. A escolha causou surpresa em muitos, já que esta foi a primeira vez que um arquiteto ou coletivo de arquitetos chegou a ser finalista do prêmio. Entre os vencedores das edições anteriores estão Gilbert & George, Anish Kapoor, Antony Gormley, Damien Hirst, Gillian Wearing e Grayson Perry.
Durante todo o ano sugerimos importantes publicações para ampliar o campo de conhecimento e formação de um arquiteto e urbanista. Apresentando textos mais técnicos, passando por entrevistas com arquitetos ícones ou até mesmo livros mais lúdicos, em 2015 apresentamos livros diversificados para todos os gostos.
Confira a lista dos livros mais visitados por nossos leitores em 2015, a seguir.