As cidades estão em constante evolução e as inovações tecnológicas têm desempenhado um papel importante nesse processo. As chamadas "cidades inteligentes" têm sido um tema bastante discutido nos últimos anos, mas afinal, o que isso significa? Como a tecnologia pode contribuir para uma melhor gestão urbana? E como podemos garantir que essas novas possibilidades não aprofundem ainda mais as desigualdades sociais?
Ouro Preto, Minas Gerais. Foto de Rosino, Flickr. Licença CC BY-SA 2.0
No mês de agosto, a cidade mineira de Ouro Preto assinou uma parceria público-privada para um projeto de "cidade inteligente", colocando em marcha os planos de se tornar a primeira smart city histórica do Brasil. O contrato prevê um investimento de R$ 10 milhões e abre concessão administrativa para que o consórcio Ouro Luz opere o parque de iluminação pública e a infraestrutura de telecomunicações de Ouro Preto por 25 anos.
https://www.archdaily.com.br/br/946781/ouro-preto-se-tornara-a-primeira-cidade-historica-inteligente-do-brasilEquipe ArchDaily Brasil
O escritório de arquitetura liderado por Stefano Boeri acaba de apresentar seu mais recente projeto: um bairro sustentável as margens do rio que atravessa a maior cidade e capital da Albania. O Tirana Riverside, como está sendo chamado, será o primeiro projeto de escala urbana da Europa a ser desenhado para atender alguns requerimentos específicos que surgiram após a crise de COVID 19, incorporando soluções tecnológicas para promover um ambiente mais seguro e sustentável, concebido para atender rigorosas normas de sustentabilidade definidas pelo Governo Albanês e autoridades locais.
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the city of Homs in Syria. Image via Shutterstock/ By Fly_and_Dive
Em um contexto de disputas políticas e econômicas que se desdobram em conflitos armados e consequentemente em destruição, as novas tecnologias surgem como uma solução, proporcionando uma oportunidade única para que possamos reconstruir estas cidade de forma mais equilibradas e sustentável. Ao longo da história da civilização humana, inúmeras cidade, países e até continentes inteiros tiveram que ser reconstruídos uma e outra vez por causa de guerras. Por incrível que pareça, o século 21 não será diferente.
Entretanto, nem tudo será como antes, principalmente devido aos avanços tecnológicos. Novas tecnologias estão pouco à pouco transformando a maneira que vivemos e também a forma como projetamos e construímos nossos edifícios e cidades. Com a inevitável incorporação da Inteligência Artificial em nossos processos de projeto e construção, a industria da arquitetura e da construção civil jamais será a mesma. Estas inovações transformarão para sempre o ambiente em que vivemos, e principalmente, a maneira como nos relacionamos uns com os outros. E esta mudança não necessariamente é algo negativo, muito pelo contrário. Uma vez conscientes disso, a IA poderá ser uma importante aliada dos arquitetos, ajudando-os a construir um mundo melhor para todos nós.
A White Arkitekter, em colaboração com a ReGen Villages, desenvolveu o projeto de uma comunidade autossuficiente e resiliente na Suécia, que funciona a partir de princípios de economia circular. Inspirado em jogos de computador, o projeto conta com produção de alimentos orgânicos e produção de energia de fontes renováveis, além de promover a reciclagens e contar com edifícios neutros em carbono.
O movimento smart ganhou força e gerou agitação na última década, mas apesar de todo o hype, o que é uma cidade inteligente? Os princípios por trás de sua definição, e objetivos soltos têm sido bastante inconsistentes. Enquanto alguns afirmam que o sistema deve ser baseado na digitalização de todos os aspectos urbanos, outros argumentam que o aumento na coleta de dados pessoais é o único método para melhorar o estilo de vida urbana. Para uma pessoa, o mundo digital pode ser o paraíso na Terra, já para a outra, tecnofóbica, praticamente o dia do juízo final. Além da mera definição dessas cidades, qual o papel dos arquitetos e pesquisadores na criação desse cenário futurista, ainda pouco identificado? Assim como Corbusier definiu a casa como uma máquina para morar, é hora de redefinirmos como nossos edifícios podem abandonar o exterior passivo, e se tornarem verdadeiras máquinas de trabalho, como sempre deveriam ter sido.
O Reparametrize Studio revelou sua pesquisa em andamento “Re-Coding Post-War Syria”, um projeto que se concentra em analisar o tecido danificado das cidades do pós-guerra por meio de tecnologias de digitalização em 3D. Tomando uma rua na cidade de Zamalka, em Damasco, na Síria, como um estudo de caso, a investigação pode distinguir as áreas que precisam de reconstrução das áreas em condições úteis.
Brainport Smart District, Helmond, NL. . Image Courtesy of UNStudio
Até 2025, a Frost and Sullivan, uma empresa de pesquisa de mercado, previu que haverá pelo menos 26 grandes cidades inteligentes em todo o mundo. Enquanto alguns ainda pensam que, à medida que nossas cidades se tornam mais inteligentes, elas se parecerão com filmes futuristas de ficção científica, a realidade é que a qualidade de vida nessas cidades melhorará drasticamente. As cidades estão definidas para se tornarem mais eficientes com melhores serviços. No entanto, antes de atingir esses ideais, vamos voltar ao processo em si e avaliar os desafios que poderemos enfrentar.
Como o conceito de cidades inteligentes ainda é muito novo, com raros projetos finalizados e implementados, o tópico ainda não está claro. Embora grandes títulos e estratégias estejam bem definidos, a aplicação no terreno ainda é incerta, dando-nos a oportunidade de questionar seu processo de planejamento. De fato, como podemos errar ao projetar cidades inteligentes? Que elemento chave estamos deixando de abordar na fase de planejamento?
Smart Cities, ou as cidades inteligentes, estão cada vez mais em evidência, mas dificilmente sabemos descrever exatamente o que são.
Seriam cidades que conseguem adotar, de forma descentralizada, o conjunto de novos aplicativos de diversos provedores voltados a serviços urbanos que cada vez mais estão presentes no nosso dia a dia?
Ou então aquelas que contratam uma grande empresa para gerenciar e monitorar todos os serviços urbanos da cidade, como um grande centro de comando?
Projetado pelo escritório CRA-Carlo Ratti Associati e MIC-Mobility in Chain, o plano proposto para a cidade suíça de Lugano estabelece uma rede de espaços públicos que conectam a cidade ao lago. O projeto cria também um jardim flutuante e uma orla reconfigurável.
O MVRDV acaba de divulgar imagens de sua proposta para o concurso da nova sede da Tencent, localizado na Baía de Qianhai, Shenzhen, China. Destacando o potencial ecológico da tecnologia das smart cities, o projeto prevê um distrito urbano completo, incluindo escritórios, residências para funcionários da Tencent, unidades comerciais, instalações públicas, escolas e um centro de conferências.
Comissionada pelo Grupo Karim's, e projetada por Stefano Boeri Architetti, a primeira cidade-floresta inteligente do México terá como foco a inovação e a qualidade ambiental. A cidade busca um equilíbrio entre áreas verdes e construídas e é completamente auto-suficiente em alimento e energia.
Nova Iorque. Foto: CJ Isherwood, via Flickr, licença CC BY-SA 2.0
O Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich) está oferecendo cursos online gratuitos sobre smart cities e cidades do futuro. Disponibilizados através da plataforma edX, compartilhada por instituições de diversas partes do mundo, os cursos têm duração de dez semanas e são conduzidos através de vídeos.
Seminário Internacional Soluções Inovadoras para Cidades em Crise | Circuito Urbano 2019 ONU Habitat
Cidades boas para viver e produzir atraem talentos e investimentos. Participe e saiba como outros municípios do Brasil e do mundo estão inovando na solução dos seus problemas!
Integrando o Circuito Urbano 2019 da ONU Habitat o Seminário Internacional de Soluções Inovadoras propõe olhares transversais entre economia, planejamento urbano e qualidade de vida através de soluções inovadoras frente à crise que assolam os municípios brasileiros.
O mês de outubro foi designado como Outubro Urbano, por iniciar-se com o Dia Mundial do Habitat (na primeira segunda-feira do mês de outubro) e encerrar-se com o Dia Mundial das Cidades (31 de outubro), e
Bleutech Park Las Vegas. Cortesia de Bleutech Park Properties
A incorporadora Bleutech Park Properties planeja construir a primeira mini-cidade com infraestrutura digital do mundo em Las Vegas, EUA. Chamado Bleutech Park, o projeto está com as obras programadas para dezembro deste ano e busca redefinir a ideia de infraestrutura no setor da construção civil.
Inovação e tecnologia geralmente são apresentadas como dois conceitos semelhantes, quando não utilizadas como sinônimos. Entretanto, quando se trata de resolver os atuais problemas de nossas cidades, tecnologia nem sempre é a melhor solução.
A inovação, por outro lado, deve ser uma atuação responsiva, a qual considera todas as funções e processos de uma cidade, incluindo suas carências e potencialidades. Tecnologia pode sim ajudar, mas isso não significa que devemos confiar cegamente em tudo aquilo que surge com a promessa de resolver todos os nossos problemas.
A prefeitura de Moscou decidiu implantar quase trinta novas tecnologias "inteligentes" em um bairro já consolidado da cidade, um estudo de caso que servirá como modelo para a avanliação da viabilidade de cada um destes novos instrumentos. Contando com uma população de pouco mais de 8.000 habitantes, o distrito recebeu novos sistemas de iluminação inteligente, gestão inteligente de resíduos e sistemas de aquecimento inteligente. A prefeitura de Moscou pretende avaliar o impacto destas novas tecnologias na vida de seus moradores a tempo de revisar o projeto global de renovação urbana à partir das análises deste projeto piloto.
Imagem aérea de Smart City Laguna. Image via TecMundo
Smart City Laguna, este é o nome da primeira "cidade inteligente" do Brasil segundo publicaram alguns meios de comunicação, inclusive o ArchDaily Brasil, em 2017. Com inauguração prevista para aquele mesmo ano, o empreendimento contaria em sua primeira fase com 1.800 unidades e, no total, 7.065, divididas entre residenciais, comerciais e de uso tecnológico.
Localizada no distrito de Croatá, que faz parte da cidade de São Gonçalo do Amarante, a primeira smart city brasileira ocupa uma porção de terra de 330 hectares conectada diretamente à rodovia federal BR-22, que cruza os estados do Ceará, Piaí e Maranhão partindo de Fortaleza em direção à Marabá, no Pará. A escolha do local tem razões econômicas: a proximidade com o Porto do Pecém, em Fortaleza, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Ferrovia Transnordestina fazem de Croatá um ponto estratégico no nordeste que vem sendo ocupado nos últimos anos por empresas de tecnologia, conformando um chamado "Cinturão Digital" a pouco mais de 50 quilômetros da capital cearense.