Sou uma arquiteta residente em Bucareste com um grande interesse na complexidade programática da arquitetura contemporânea, e sou apaixonada por arquitetura que aumenta o capital social e a qualidade de vida. Vejo o espaço arquitetônico como um potencial catalisador para a interação social e me inspiro na possibilidade de possibilitar conexões humanas por meio do design.
Desde seu início, em 1896, as Olimpíadas dos dias modernos têm sido vistas como uma oportunidade para as cidades que a sediam projetarem para o mundo uma imagem específica de si mesmas, de subsidiar grandes projetos de infraestrutura ou de desenvolver planos de redesenvolvimento rapidamente. Além dos atraentes e frequentemente discutidos estádios, há uma história complexa de urbanismo olímpico, que engloba os empreendimentos em grande escala catalisados pelo evento. Explorando o legado urbano e arquitetônico dos jogos, as histórias de sucesso, os elefantes brancos e as agendas administrativas, a seguir discutimos o que as Olimpíadas deixam para trás nas cidades-sede.
O UNStudio, em parceria com o escritório de arquitetura sul-coreano DA Group, acaba de ser nomeado como o grande vencedor do concurso internacional para o projeto do novo Museu de Arte Chungnam em Naepo, Coreia do Sul. A proposta vencedora foi muito bem avaliada pelo juri por seu conteúdo de caráter imersivo e interativo. Além de explorar a fundo todas as possibilidades que as novas tecnologias oferecem, o projeto desenvolvido pelo UNStudio foi concebido para ser um novo ponto de referência para a comunidade local, um lugar acolhedor e acessível capaz de engajar os moradores e os visitantes de Naepo, na costa oeste da Coreia.
A 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza convidou arquitetos para refletir sobre o tema "Como viveremos juntos", suscitando várias respostas e interpretações. A Mostra Internacional, que acontece no Giardini, Arsenale e no Forte Maghera, apresenta 113 participantes na competição, vindos de 46 países, cujas contribuições estão organizadas em cinco escalas: Entre Seres Diversos, Como Novos Domicílios, Como Comunidades Emergentes, Entre Fronteiras e Como Um Planeta. Os participantes a seguir exploram uma variedade de assuntos, levando a uma reflexão holística do coletivo em relação a questões que vão desde o ambiente urbano e natural, até a ação climática ou o relacionamento com outras espécies.
O escritório Foster+Partners divulgou seu projeto para Marina Tower, uma torre residencial destinada a se tornar o edifício mais alto da Grécia. Localizado em Ellinikon, nos arredores de Atenas, o projeto faz parte de um plano de desenvolvimento maior que visa transformar os arredores do antigo aeroporto em novos bairros em torno de um grande parque costeiro. A torre de 200 metros de altura no centro do masterplan mostra uma relação permeável entre os espaços internos e externos em sintonia com o clima mediterrâneo, ao mesmo tempo que apresenta vários elementos de água e extensa vegetação.
Benedetta Tagliabue - Miralles Tagliabue EMBT participa da 17ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza com uma instalação que detalha o pensamento do projeto por trás do Masterplan Plateau Central em Clichy-Montfermeil, Paris. Intitulada Living within a Market - Outside space is also Home (Viver dentro de um Mercado - O espaço exterior é também Casa), a exposição apresenta uma série de modelos, desenhos, protótipos e colagens que ilustram os princípios de construção de comunidade e integração social que direcionam o projeto. A instalação também traz a Veneza uma estrutura de exibição projetada por Enric Miralles em 1996, reproduzida pela primeira vez este ano para a série de exposições Miralles em Barcelona.
Convidados a participar da 17ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, os arquitetos da Skidmore, Owings & Merrill (SOM) apresentam Life Beyond Earth, uma intervenção que retrata um vilarejo na lua. Desenvolvido em parceria com a European Space Agency (ESA), a instalação apresenta uma proposta para um ecossistema sustentável que tem como objetivo habilitar a presença humana na lua, explorando a oportunidade para expandir o escopo da arquitetura. O projeto reafirma a importância da exploração do espaço, ao mesmo tempo que destaca seu potencial para avançar com reflexões sobre como isso pode ajudar a vida na Terra.
O MVRDV acaba de apresentar o seu mais novo projeto, um edifício comercial escalonado com terraços jardins a ser construído na cidade de Xangai, China. Desenvolvido para a empresa de tecnologia aplicada à agricultura, a Lankuaikei Agriculture Development (LAD), o edifício encontra-se situado em uma nova área de expansão urbana de Xangai e está composto por onze pavimentos escalonados cobertos por uma série de jardins acessíveis. Além disso, buscando transparecer a visão de uma empresa dedicada ao desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas à agricultura, a estrutura conta com uma cobertura curva de alta tecnologia que acompanha a topografia construída do edifício. Incorporando uma série de princípios e critérios de sustentabilidade, o projeto desenvolvido pelo escritório holandês apropria-se de sua topografia escalonada para criar inúmeros jardins cultiváveis e acessíveis, incorporando diversos sistemas de energias renováveis e apropriando-se de materiais com baixo teor de carbono.
Schoonschip é um inovador bairro circular de Amsterdã, um projeto comunitário definido para se tornar um protótipo para empreendimentos urbanos flutuantes. Com um masterplan elaborado pelo escritório de arquitetura holandês Space & Matter, o projeto compreende 46 residências em 30 lotes de água conectados por um cais e que emprega recursos descentralizados e sustentáveis de energia, água e sistemas de esgoto. Com o último de seus edifícios concluído este ano, o empreendimento apresenta uma estratégia de adaptação importante de ser considerada, em face das mudanças climáticas e da elevação do nível do mar.
O Heatherwick Studio acaba de ser selecionado para desenvolver o projeto de um novo edifício de escritórios em Madri para a cadeia de lojas de departamentos espanhola El Corte Inglés. Como a primeira estrutura a ser construída pelo Heatherwick Studio na Espanha, o projeto do Castellana 69 aproveita desta oportunidade para reinventara a própria tipologia de edifício de escritórios, incorporando ainda uma série de estratégias de sustentabilidade. Desenvolvido em parceria com a CLK architects e o BAC Engineering Consultancy Group, o Castellana 69 será uma estrutura que se desenvolve ao redor de um pátio central acessível, criando fortes conexões entre o edifício e o seu entorno imediato.
A 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza está em andamento, revelando uma ampla gama de respostas à pergunta "Como viveremos juntos". Com 60 pavilhões nacionais, inúmeras contribuições de arquitetos convidados de todo o mundo e vários eventos paralelos, a edição deste ano reafirma o papel da Bienal como uma plataforma para investigação, exploração e pensamento disruptivo em arquitetura. A declaração original do curador Hashim Sarkis convocou os arquitetos "a imaginar espaços nos quais possamos viver juntos com generosidade". As circunstâncias recentes tornaram a questão ainda mais relevante, levando a uma reavaliação holística de como o mundo, como um coletivo, pode enfrentar mudanças e desafios de uma escala sem precedentes, desde o papel perturbador da tecnologia até a desigualdade, a migração em massa e as mudanças climáticas. As contribuições nacionais a seguir refletem sobre "como viveremos juntos" em meio às mudanças climáticas, explorando ideias para um futuro mais sustentável.
A Bienal de Design de Londres está atualmente em exibição na Somerset House, com 38 exposições de seis continentes, apresentando o papel do design na abordagem dos desafios globais. Com curadoria do Diretor Artístico Es Devlin, o evento gira em torno do tema ‘Ressonância’, convidando designers e artistas a considerar o efeito dos “conceitos inovadores do design sobre a forma como vivemos e as escolhas que fazemos”. Na terceira edição da Bienal de Design de Londres, os pavilhões nacionais destacam novas perspectivas sobre as questões mundiais, explorando sustentabilidade e meio ambiente, globalização e migração, história e vida cotidiana.
O Museu de Arte de Jining, projetado pelo arquiteto japonês Ryue Nishizawa na província chinesa de Shandong, combina arquitetura e paisagem em três estruturas unificadas por uma linguagem arquitetônica singular. Imagens do fotógrafo Paulo dos Sousa mostram como o museu se relaciona com o lago e a vegetação adjacentes, ao mesmo tempo que destacam como o a cobertura de forma orgânica cria uma série de espaços intermediários que expandem as atividades do museu em direção à paisagem.
Spot on a Foster+Partners construction site. Image Courtesy of Foster+Partners
Há anos, o setor da construção civil vem enfrentando uma escassez de mão de obra especializada, algo que tem impulsionado o desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas automatizados de construção. A recente crise sanitária apenas exacerbou essa tendência, fazendo com que muitas empresas de automação—que antes se dedicavam principalmente à fabricação de automóveis—voltassem sua atenção à indústria da construção civil. Neste contexto, espera-se que a automatização dos meios de produção na engenharia e na arquitetura cresça até um 30% ao longo dos próximos anos. No artigo a seguir procuramos explorar as atuais capacidades desta tecnologia e as futuras possibilidades que ela ainda poderá trazer para os processos de construção, além de como tem sido integrada na atual prática e as possíveis mudanças que ela poderá nos trazer no futuro.
Nos últimos anos, assistimos a um maior reconhecimento do esforço coletivo que é a arquitetura e a crescente valorização das diferentes profissões que participam no processo de projeto. Dentro de cada edifício extraordinário, a engenharia estrutural desempenha um papel essencial na materialização da ideia arquitetônica. O artigo destaca as contribuições passadas e presentes da engenharia para o ambiente construído, personalidades que ficaram à sombra dos arquitetos apresentando suas intenções de projeto e a colaboração entre engenheiros e arquitetos hoje.
Um novo e inusitado edifício está sendo construído no campus da Universidade de Indiana em Bloomington para acolher parte do programa compartilhado da Eskenazi School of Art, Architecture + Design. O projeto original, desenvolvido por Mies van der Rohe no ano de 1952 para acolher uma casa de fraternidade no mesmo campus da IU, foi recentemente redescoberto e trazido de volta à vida. Incorporando as mesmas soluções estruturais e de fachada utilizada pelo arquiteto no projeto para a Farnsworth House, construída alguns anos antes, a proposta de Mies para a Universidade de Indiana ficou engavetada por mais seis décadas para então ressurgir em 2013.
O escritório Richard Meier & Partners Architects anunciou a aposentadoria de seu fundador, o arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker Richard Meier. O anúncio também torna pública uma grande reorganização interna da empresa, bem como sua renomeação para Meier Partners. A mudança ocorre três anos após o arquiteto, agora com 86 anos, ser acusado de assédio sexual.
Concluído em 2020, em meio à pandemia,ANOHA- The Children’s World, projetado por Olson Kundig para o Museu Judaico de Berlim, está finalmente abrindo suas portas para o público. O projeto reinterpreta o mito da Arca de Noé e promove o conceito e as ideias de uma instalação semelhante construída no Skirball Cultural Center em Los Angeles, desenvolvida pelo escritório então chamado Olson Sundberg Kundig Allen. Mais do que uma experiência espacial, o projeto é um lugar de imaginação e brincadeira que materializa uma fábula universal, oferecendo um ambiente inclusivo para crianças.
Pouco conhecida pela maioria das pessoas, o Cáucaso do Norte é uma região extremamente complexa e remota, composta por uma enorme variedade de diferentes etnias, línguas, religiões e, conseqüentemente, arquiteturas. Em sua herança construída encontramos desde edifícios da era czarista a mesquitas, assim como mosaicos tradicionais da era soviética, monumentos e edifícios de estilo brutalista. Cenário de eventos polêmicos e disputas históricas, o norte do Cáucaso é um território culturalmente heterogêneo e está localizado na fronteira entre a Europa e a Ásia, entre a antiga União Soviética e o Oriente Médio, entre a fé Cristã e o mundo Islâmico. Ilustrado com fotografias de Gianluca Pardelli, Thomas Paul Mayer e Nikolai Vassiliev, este artigo é um convite à descoberta da historia e da arquitetura desta peculiar região do planeta: o Ciscáucaso, ou Cáucaso Norte.