Projeto do MIT OpenCourseWare. Disciplinas Geométricas e Habilidades Arquitetônicas: Metodologias Recíprocas por Isabel Collado e Ignacio Peydro. Imagem Cortesia de Luisel Zayas-San-Miguel
A aprendizagem não tem porquê ser formal - ou cara, no caso. Graças à internet e algumas almas generosas, é possível continuar sua educação de forma gratuita na comodidade da sua própria casa. As melhores escolas como o MIT e a Universidade de Harvard contam com cursos online gratuitos, permitindo que pessoas de todo o mundo possam se conectar e aprender no seu próprio ritmo.Veja a seguir quatro destes cursos.
«Falamos ainda do ‘nascer’ e do ‘pôr’ do sol. Fazemo-lo como se o modelo copernicano do sistema solar não houvesse substituído irreversivelmente o ptolomaico. Metáforas vazias, figuras erodidas de discurso, habitam nosso vocabulário e gramática. Elas são pegas, tenazmente, nas andaimadas e recônditos de nossa fala comum. Lá elas vagam como velhos trapos ou fantasmas de desvão.»
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Iwan Baan fala sobre suas viagens como fotógrafo de arquitetura. Imagem via TED Talk no YouTube
Está se sentindo sem inspiração ultimamente? Para aquela guinada inicial, experimente assistir alguma uma das vinte Conferências TED- uma continuação do post do ano passado sobre "As 10 palestas TED mais inspiradoras para arquitetos". Onde quer que seus interesses estejam, os apaixonados palestrantes que estão nesses vídeos - desde o fundador da WikiHouse, Alastair Parvin, ao fotógrafo Iwan Baan e o grande Moshe Safdie - vão deixar sua criatividade fluir livremente. Confira todos eles depois do intervalo.
O escritório The Principals, com sede no Brookling, é conhecido por seus trabalhos de design interativo, design industrial e instalações. O vídeo acima destaca sua mais recente instalação "biônica", que responde e reage aos movimentos humanos graças a sensores mioelétricos que captam as alterações da voltagem da pele quando os músculos se contraem ou relaxam. Para entender mais sobre o trabalho do escritório, dê uma olhada nos outros projetos do The Principals em seu site.
Durante muito tempo, o exagerado movimento de construção de nossas cidades fez com que nos esqueçamos da arquitetura existente. Enganamo-nos ao pensar que o novo é sempre melhor, e que o antigo é simplesmente isso: antigo. No entanto, deve-se lembrar que a a arquitetura tem a capacidade de se adaptar a todas as épocas, de viajar através do tempo. Ela é uma observadora estática das mudanças dinâmicas nas gerações e culturas; é uma anciã que envelhece sem perder sua essência e caráter.
Nós arquitetos temos a tarefa de adaptar, recuperar e às vezes transformar as velhas construções em novos edifícios capazes de atender as necessidades da sociedade. Como dizia Le Corbusier, "a arquitetura deve ser a expressão de nosso tempo e um plágio das culturas passadas".
O espaço é preenchido por muitos detalhes, incluindo uma banheira de 100 anos e uma parede ocupada por ferramentas. Cortesia de Constantin Meyer/Koelnmess
Se você pudesse projetar a casa ideal do futuro, como ela seria? Dada a oportunidade de responder a essa pergunta, a designer de interiores e de produto Louise Campbell se voltou para uma inspiração improvável - Alice no País das Maravilhas. Para saber como a estória influenciou o projeto, leia o artigo a seguir, publicado originalmente como Through the Looking Glass no Metropolis Magazine.
Todos os anos a feira de móveis imm Cologne recebe Das Haus, um modelo em escala real de uma casa ideal do futuro; este ano Louise Campbell assumiu a tarefa. Designer de interiores e de produto, Campbell criou o que parece ser uma máquina de vida comunitária (ou talvez a residência de uma sofisticada comuna escandinava).
O artigo a seguir foi originalmente publicado em Medium.
Em uma manhã perfeita de outono, Rem Koolhaas estaciona seu BMW 1998 preto ao longo de um canal de Amsterdã. Não é um carro esporte de verdade, mas um modelo de corrida que uma criança desenharia. Momentos depois, ele está localizado atrás de uma mesa imponente. Isso é para ser um dia de trabalho normal. Não em seus escritórios de Roterdam, entretanto. Hoje, ele lida com seus compromissos em um hotel em Amsterdã. Faz isso de vez em quando, mais eficiente. Mas esta manhã, um jornalista está em sua frente por mais de meia hora. O que ele está dizendo?
‘Quase todos respondem a mesma coisa quando menciono seu nome: Ele é um homem bastante desagradável, não?’ No meio do caminho desta observação Koolhaas se inclina para trás e se afasta da mesa. Ele balança para trás e para frente. E ele balança a cabeça. Gaguejando ele diz algo como: "Sim, isso acontece, sim. Com as pessoas, sim. Ele parece envergonhado, até um pouco constrangido. Assistentes de fora, clientes, projetos, chamadas sobre projetos de milhões de dólares em diferentes continentes estão esperando, mas aqui, sua cabeça é tão nua...aquelas orelhas pequenas que se destacam para os lados...Pode-se descrever um homem de seis pés de altura como se parecendo um pouco a um pássaro machucado? Nada muito mais sai dele. A conversa acabou.
Os seis materiais "milagrosos" a seguir podem estar em breve a caminho de sua casa, escritório ou carro. Dina Spector, num artigo para o Business Insider, apresentou recentemente os seis materiais mais promissores da atualidade. Até agora suas potenciais aplicações têm apenas arranhado a superfície, mas suas possibilidades de uso são virtualmente infinitas.
Os cientistas procuram constantemente por materiais mais leves, resistentes e eficientes energeticamente. A seguir, um olhar sobre alguns dos materiais que transformação o modo como construiremos as coisas no futuro.
https://www.archdaily.com.br/br/621920/seis-materiais-milagrosos-que-estao-transformando-a-industriaDina Spector, Business Insider
É mais perigoso ser um soldado ou um trabalhador da construção civil? Assombrosamente, a reposta correta é a segunda. Segundo uma recente reportagem do The Guardian, 448 soldados britânicos perderam suas vidas no Afeganistão desde 2001. No mesmo período, 760 operários da construção morreram nos canteiros de obras.
A vida é barata no custo final da arquitetura, e não apenas no Reino Unido. O número de fatalidades dentre trabalhadores que emigraram do subcontinente indiano para trabalhar nas ambiciosas obras arquitetônicas dos estádios da Copa do Mundo no Qatar em 2002 tem sido tema de muitas discussões. E com razão - mais de 400 operários indianos e nepaleses morreram no Qatar em 2013, e a International Trade Union Confederation (ITUC) alertou que mais de 4.000 trabalhadores podem morrer antes que a bola finalmente comece a rolar em 2022.
Se 400 pessoas morressem num acidente de avião, haveria uma exaustiva série de inquéritos sobre a segurança da aeronave, lições seriam aprendidas e estratégias de melhorias implementadas. Haveria também uma sensação palpável de perda e responsabilidade. Mas uma fatalidade aqui e ali num canteiro de obras em um período longo de tempo não tem o mesmo impacto.
O último volume da Taschen reúne os desconhecidos arquitetônicos que, apesar de sua forma minuciosa e excêntrica, estão definindo novas tendências em relação ao projeto.
Quando a economia falha e a construção pára, o que acontece com a arquitetura? Ao invés de projetos pessoais indulgentes, a carência por espaços pequenos e perfeitamente concebidos está se tornando uma necessidade econômica, forçando designers a irem cada vez mais longe com menos. Em seu novo volume Small: Architecture Now!, a Taschen reuniu casas de chá, cabines, saunas e casas de bonecas que definem as tendências para o pequeno, sensível e sustentável, com projetistas que vão desde o laureado do Pritzker , Shigeru Ban, a escritórios jovens emergentes.
«Pavilhão alemão oficial O arquiteto van der Rohe fez algo modernista muito acentuado, somente com linhas retas horizontais e verticais, e com materiais ricos, como blocos de mármores, do país e italianos, e paredes duplas de vidro misterioso. Resulta distinguido seu conjunto: raro por sua estrutura, com dois espelhos d’água, sala oficial e amplos corredores. Foi dito que os cristais são misteriosos porque uma pessoa colocada em frente a um desses muros se vê refletida como num espelho, e se se traslada para trás daquele, então vê perfeitamente o exterior. Nem todos os visitantes se fixam em tão curiosa particularidade, cuja causa se ignora.» —Eliseo Sanz Balza, Notas de um visitante, Barcelona, 1930
Para um explorador é importante prestar a máxima atenção a quanto digam os indígenas, porque aí irá encontrar pronunciadas –sem tradução nem reserva alguma– as ingênuas emoções que desperta no imaculado selvagem cada impressão recebida. Remontando então o curso em direção às fontes –partindo da palavra pronunciada, passando pelo sentimento expressado, deixando para trás a impressão recebida– o explorador poderá chegar assim ao objeto que produziu tudo: o Pavilhão da Alemanha, em nosso caso, de outra forma desconhecido para qualquer investigador moderno.
Sobre a curvatura assimétrica dos degraus do limite poente
Durante uma estadia de muito curta duração que fiz em Atenas, minha atenção se fixou de uma maneira muito especial na disposição dos degraus talhados nas rochas entre os recintos do Parthenon e de Minerva Ergane. Esses degraus, paralelos à face ocidental do Parthenon, estão ligeiramente arqueados em direção ao céu [1], e reproduzem em suas formas quase que a própria curvatura do estilóbato estudado pelo Sr. Penrose.
Seja quem for, faça o que faça, viva onde viva e ganhe o quanto ganhe, todos dividimos algo: nossos dias duram 24 horas. Ainda que nos pareça que alguns são capazes de fazer praticamente todo o imaginável na mesma porção de horas que nós, cada personagem inspirador da Humanidade modelou sua própria rotina diária. Alguns mais saudáveis que outros, mas esse já seria outro tema. Então, como gastam suas 24 horas diárias? Existe algo que devemos aprender deles? O quanto suas rotinas se diferem das nossas?
O livroDaily Ritualsdo escritor estadunidense Mason Currey, e dono do blog Daily Routines, expõe as rotinas das grandes mentes da nossa sociedade: desde as leituras madrugadoras de Peter Eisenmanà erradicação do descanso noturno de Buckminster Fuller, passando pelas manhãs de pintura de Le Corbusier e pelos esporádicos cochilos de Frank Lloyd Wright.
Revise a rotina dos principais arquitetos ao redor do mundo, a seguir.
Richard Kelly iluminou alguns dos edifícios mais icônicos do século XX: a Casa de Vidro, o Edifício Seagram e o Museu de Arte Kimbell, para citar alguns. Sua estratégia de projeto foi surpreendentemente simples, mas extremamente bem sucedida.
Iluminação para a arquitetura tem sido, e muitas vezes ainda é, dominada por um ponto de vista de engenharia, com a determinação dos níveis de iluminância suficientes para um ambiente de trabalho seguro e eficiente. Com experiência em iluminação de palco, Kelly apresentou uma perspectiva cenográfica para a iluminação arquitetônica. Seu ponto de vista pode parecer auto-evidente para a comunidade arquitetônica de hoje, mas foi revolucionário para o seu tempo e influenciou fortemente a arquitetura moderna.
A região, eis o lago Leman onde se escalonam os vinhedos em terraços; o longor de seus muros de contenção alinhados lado a lado totalizariam trinta mil quilômetros (três quartos da circunferência da Terra!). Os vinheiros fazem proezas! Obra secular, talvez milenar.
A pequena casa abrigará os dias de velhice do meu pai e da minha mãe, depois de uma vida de labor.
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Autopista A-2 com Autopista M-40, Madrid (2011). Imagem Cortesia de Nação Rótula
Iniciada há seis anos, a ‘crise do tijolo’ na Espanha evidenciou a intensidade e alcance de uma bolha imobiliária que sustentou durante anos um crescimento econômico artificial na península, tal como explica didaticamente Aleix Saló no Españistán. Um modelo que não bastou esvaziar os bolsos em milhões, acumular centenas de hipotecas, despejar milhares de famílias e acelerar a transformação radical do skyline das cidades espanholas, deixando também cicatrizes na paisagem, verdadeiros urbanicídios. E para evidenciá-los, basta reparar nas rotatórias vistas de cima. Sim, as rotatórias, pois "acabou-se impondo como o que define [a Espanha] como nação", afirma no projeto coletivo Nación Rotonda (Nação Rotatória).
Andrew Carnegie uma vez disse, “Tenha grandes objetivos.” Ele seguiu seu próprio conselho. O poderoso magnata da indústria do ferro do século XIX teve a visão de construir uma ponte por sobre o Rio Mississippi, uma obra de quase dois quilômetros. Em 1874, o elemento estrutural primário era o ferro - o aço apenas engr. As pessoas tinham receio de aço, tinham até medo dele. Era uma liga metálica não comprovada.
No entanto, após a conclusão da Eads Bridge em St. Louis, Andrew Carnegie gerou um golpe publicitário para provar que o aço era de fato um material de construção viável. A superstição popular do dia declarou que um elefante não iria atravessar uma ponte instável. No dia de abertura, um Carnegie confiante, o povo de St. Louis e um elefante de quatro toneladas começaram a cruzar a ponte. O elefante foi recebido no outro lado com pomposo estardalhaço. O que se seguiu foi o maior boom de construção vertical na história americana, com Chicago e Nova York como pioneiros. Isso é certo: você pode agradecer um elefante viciado-em-adrenalina por mudar a opinião americana sobre a segurança da construção em aço.
Então se o aço substituiu o ferro - assim como o ferro substituiu o bronze, e o bronze o cobre - o que iria substituir o aço? Fibra de Carbono.
A algumas semanas atrás, o ArchNewsNow publicou um artigo do Orange County Register sobre o aumento da popularidade do “crowdsourcing” para realizar projetos arquitetônicos. Talvez você já esteja familiarizado com o conceito de crowdsourcing: utilizar a internet para reunir soluções para, virtualmente, qualquer problema ou tarefa de pessoas ao redor do mundo. A ideia tem sido usada para gerar soluções para proporcionar água limpa para países do terceiro mundo, criar websites inteiros como a Wikipedia, etc. Tais atividades são, normalmente, vistas como "prejudiciais", no linguajar do momento, da maneira que elas oferecem maneiras alternativas para atingir um resultado que tem sido, tradicionalmente, alcançado através de outros meios. (ArchNewsNow é "prejudicial" no sentido de que ele oferece uma saída alternativa para a notícia arquitetônica, que afeta o tradicional mundo editorial arquitetônico da mídia impressa.)
Leia mais para descobrir por que nesta nova tendência "prejudicial" não há nada a se temer.
Dundee, Escócia, 2003 por Frank Gehry / Cortesia de Maggie's Centres.
Os Centros Maggie são o legado de Margaret Keswick Jencks, uma mulher em estado terminal que tinha a noção de que os ambientes de tratamento contra o câncer - e os resultados do processo - poderiam ser drasticamente melhorados através de um bom projeto. Sua visão foi concretizada e continua a se propagar através de inúmeros arquitetos, incluindo Frank Gehry, Zaha Hadid, e Snøhetta - para nomear apenas alguns. Originalmente publicado na Metropolis Magazine sob o título “Living with Cancer” (Vivendo com Câncer), este artigo de Samuel Medina apresenta imagens dos Centros Maggie em todo o mundo, detendo atenção nas raízes da organização e seu sucesso que continua através da ajuda dos arquitetos.
Era maio de 1993, e a escritora e designer Margaret Keswick Jencks se sentara em um corredor sem janelas de um pequeno hospital escocês, temendo o estaria por vir. O prognóstico era ruim - seu câncer havia voltado - mas a espera, e a sala de espera, drenavam suas energias. Ao longo dos dois anos seguintes, até sua morte, ela retornou diversas vezes para sessões de quimioterapia. Em espaços tão negligenciados e impensados, escreveu, pacientes como ela eram deixados ao léu para "murchar" sob o brilho dessecante das luzes fluorescentes.
Não seria melhor se houvesse espaços privativos, banhados por luz, para se esperar pela próxima série de testes, ou onde se pudesse contemplar, em silêncio, os resultados? Se a arquitetura pode desmoralizar os pacientes - "contribuindo para um nervosismo extremo", como observou Keswick Jencks - não poderia ela também se mostrar restauradora?
Nas últimas semanas, publicamos quatro artigos que se enfrentam à problemática do Projeto. O que é o projeto? Em que consiste o projetar? Como a representação interfere no projeto?
A seguir deixamos um trecho de cada um desses artigos e os links para suas versões completas.
Cortesia de Mitch Tuchman. Fonte das Imagens: Tribunal Distrital dos EUA do Distrito do Sul da Flórida, Divisão de Miami
Quando um jurista eminente pergunta, "O que o direito autoral arquitetônico realmente protege?", você pode estar certo que não é uma pergunta retórica. A Lei de Direitos Autorais dos EUA oferece proteção contra a violação de obras arquitetônicas, mas o faz em termos tão ambíguos que um juiz pode se perguntar, como fez o juiz do tribunal federal distrital, James Lawrence King, em um caso que decidiu no início deste ano, se as normas geralmente aplicadas para determinar infrações sequer existem. Considerando "a análise habitual...vaga demais e a linguagem enganosa", King abriu seu próprio caminho em Sieger Suarez Architectural Partnership v. Arquitectonica International Inc.., 2014 EUA Dist. LEXIS 19140, propondo indicadores detalhados para os tribunais futuros seguirem.
Sieger Suarez envolveu duas empresas de arquitetura de Miami e uma torre de condomínio com 43 andares em vias de conclusão na suburbana Sunny Isles. A empresa Sieger Suarez foi contratada em 2000 pelo primeiro proprietário do projeto. Quando o projeto, agora conhecido como Regalia, mudou de mãos, os novos proprietários desistiram de Sieger Suarez e contrataram a Arquitectonica em 2006. Este é um cenário familiar em diversas disputas envolvendo alegações de violação de obras arquitetônicas.
Condizente com uma propriedade à beira-mar com as unidades partir de US $ 7 milhões, ambos os projetos apresentam exteriores dramáticos e ondulados. "Ao se deparar com qualquer um dos quatro lados des edifícios", escreveu King, em sua opinião, "as fachadas criam a impressão de uma onda horizontal através das laterais dos edifícios." Além disso, na seção transversal, ambos os edifícios revelam o que King descreveu como uma "forma de flor", "um retângulo estilizado, com cantos levemente arredondados e uma saliência para fora mais ou menos no centro de cada um dos quatro lados." Seria esta forma de flor, combinada com o exterior em forma de onda, o suficiente para sustentar a alegação de Sieger Suarez de infração contra a sua concorrente e os donos da propriedade?
Os resultados deste processo, e o que poderiam significar para os direitos autorais arquitetônicos em geral, à seguir...
«Nós estamos realmente, meu querido amigo, engajados numa bem difícil investigação; para o tema de aparecer e parecer, mas não ser, e de dizer coisas, mas não coisas verdadeiras – tudo isso é agora e sempre foi causa de muita perplexidade. Veja, Theaetetus, é extremamente difícil entender como um homem deve falar ou pensar que a falsidade realmente existe e ao dizer isso não estar envolvido em contradição.» —Platão, O Sofista 237 A
Mies van der Rohe fumando, 1957; fotografado por Life magazine. Imagem Cortesia de Frank Scherschel/Time & Life Pictures/Getty Images
Esta resenha do livro de Detlef Mertins, "Mies" - por Thomas de Monchaux - aparece originalmente em Metropolis Magazine como "Mies Reconsidered". De acordo com de Monchaux, Mertins revela o mestre modernista como um leitor voraz que interpretou uma ampla variedade de influências para chegar a seu estilo conciso.
A página essencial das 528 que formam a nova monografia monumental de Detlef Mertins sobre Ludwig Mies van der Rohe—intitulada simplesmente Mies (Phaidon, 2014)—é a 155. Nela você encontrará uma reprodução, uma página dentro de outra, da página 64 do livro de 1927 de Romano Guardini, Letters from Lake Como— um livro sobre modernidade e subjetividade humana - com as anotações do próprio Mies nas margens, em uma letra surpreendentemente delicada e ornamentada.
E lá encontrará as observações de Mertins sobre as anotações de Mies sobre Guardini: “De todos os livros na biblioteca de Mies, Letters, de Guardini, é o mais marcado. Mies destacou passagem atrás de passagem com traços rápidos e ousados nas margens, e escreveu palavras chave na diagonal sobre as primeiras páginas de muitos dos capítulos: Haltung (postura), Erkenntnis (conhecimento), Macht (poder).” A marginalidade viva de Mertins, sua atenção aos detalhes divinos ao longo dos limites remetem à experiência de ler Talmud, o comentário sobre a lei e as escrituras judaicas em que, ao marcar e corrigir as marcas e correções de leitores prévios, gerações de rabinos construíram um diálogo íntimo através do tempo e do espaço.
Continue lendo para mais informações sobre as influências de Mies.