São Paulo é imensa e cheia de desafios. Com doze milhões de habitantes, a maior cidade da América Latina sofre para prover uma boa qualidade de vida aos seus moradores. Os congestionamentos são implacáveis. O funcionamento do transporte público ainda está longe do ideal. O Centro Expandido concentra um volume de empregos desproporcional à sua população. Não é surpresa que o deslocamento até o local de trabalho seja uma das principais reclamações dos paulistanos.
Durante o último Festival do Design Indaba, tivemos a oportunidade de entrevistar Lyndon Neri e Rossana Hu, do Neri&Hu Design and Research Office, um escritório multidisciplinar de arquitetura com sede em Xangai. Leia a entrevista a seguir para saber mais sobre o trabalho da dupla.
Formado pela Universidade do Nebraska - Lincoln (UNL), mestre em arquitetura pela Universidade Nacional de Cingapura (NUS) e doutor em ciências pela ETH Zürich, Clayton Miller trabalha atualmente como professor assistente na NUS, mais especificamente no BUDS Lab, um grupo de pesquisa dedicado à análise de dados de ambientes urbanos para desenvolver soluções técnicas que promovam a eficiência energética, o conforto, a segurança e satisfação dos usuários nas cidades e espaços construídos.
Em entrevista para o ArchDaily, Miller falou sobre como a programação e a data science podem ser úteis para o desenvolvimento futuro da arquitetura e da industria da construção civil.
Compreender a relação entre o corpo e o espaço é fundamental para propor as mais diversas experiências que a arquitetura pode proporcionar. Para refletir sobre distintas escalas que abrangem o ofício do arquiteto, do edifício construído ao mobiliário, entrevistamos Marcelo Ferraz, sócio fundador do Brasil Arquitetura e da Marcenaria Baraúna. Aqui, sua perspectiva e experiência ilustram como o corpo e os símbolos que ele carrega em si são fundamentais no momento de pensar o projeto independentemente de sua escala.
Falar de arquitetura e redes sociais é lembrar, imediatamente, do Instagram. O aplicativo, lançado em 2010, desde o princípio se caracterizou por associar o compartilhamento de fotos a funcionalidades típicas das redes sociais. O sucesso foi extraordinário e em questão de horas após o lançamento já figurava como o aplicativo gratuito de fotografia com maior número de downloads. Em dois meses, o número de usuários cadastrados superava a marca de um milhão.
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Gary Chang em seu Domestic Transformer. Cortesia de Edge Design Institute
Habitações compactas se tornaram a regra na maioria das grandes cidades do mundo. Altas densidades e o valor do solo nas áras urbanas tornou obrigatório que a maioria dos empreendimentos explorassem ao máximo a área edificável. O resultado disso são residências cada vez menores. Hong Kong talvez seja o caso mais extremo – com cerca de três quartos de seu território preservado como mata nativa, a porção restante é lar de mais 7 milhões de pessoas que vivem em um dos ambientes urbanos mais densos do planeta.
Recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com o arquiteto Gary Chang, fundador do Edge Design Institute de Hong Kong, sobre sua visão em relação a habitações compactas, arquitetura de pequena escala, flexibilidade e o futuro de nossas cidades.
Semanas após a Casa da Arquitectura, centro português de documentação, acervo e exposições de arquitetura, ter anunciado o recebimento da coleção completa de projetos de Paulo Mendes da Rocha, conversamos com Nuno Sampaio, diretor executivo da instituição, sobre os trâmites envolvidos na doação, o trabalho da equipe portuguesa em catalogar e disponibilizar o material online, e os próximos passos na salvaguarda deste que é um dos acervos mais valiosos da arquitetura brasileira.
https://www.archdaily.com.br/br/948904/a-ida-do-acervo-de-paulo-mendes-da-rocha-a-casa-da-arquitectura-entrevista-com-nuno-sampaioEquipe ArchDaily Brasil
A justiça do projeto é baseada na experiência pessoal e construída por meio de ações cotidianas. Wandile Mthiyane é um arquiteto que personifica essa ideia, um ativista que cresceu em Durban, na África do Sul, durante o Apartheid. Desde jovem sentiu-se atraído pela construção e pelo design, um contexto diretamente ligado à sua infância. Com o tempo, percebeu que queria construir um futuro melhor trabalhando para desfazer os efeitos arquitetônicos da segregação racial institucionalizada. Hoje, Wandile é reconhecido por estratégias que geram impacto social, incluindo seu trabalho para transformar sua cidade natal, Durban.
A indústria dos videogames é uma das mais lucrativas do mundo e envolve uma constante busca por inovação e criatividade. O campo conhecido como Game Design envolve a criação e o planejamento dos elementos, regras e dinâmica dos videogames. Faz parte deste processo pensar nos ambientes virtuais onde a ação do jogo se desenrola, posicionando o jogador em contextos virtualizados ricos em detalhes e cheios de personalidade. Seja na reprodução minuciosa de cidades reais e conhecidas, seja na criação de lugares totalmente novos, a arquitetura e o urbanismo são aliados do profissional que desenha estes produtos, o game designer.
Grupo BANGA. Em sentido horário: Yolana Lemos, Kátia Mendes, Gilson Mendes, Mamona Duca e Elsimar de Freitas. Image Cortesia de Grupo BANGA
O momento talvez nunca tenha sido tão propício a investirmos nossas energias em projetos virtuais, afinal, fomos parcialmente privados do contato com o mundo concreto das coisas. Explorando a particularidade do momento atual e a potência de engajamento da internet, um grupo de arquitetas e arquitetos de Angola deu início a um trabalho ambicioso: buscar uma nova identidade para a arquitetura angolana.
A entrevista a seguir com Nikos Salingaros, realizada por Irina Bembel, é um trecho da publicada originalmente em russo pela Kapitel Magazine, em 27 de julho deste ano.
https://www.archdaily.com.br/br/947504/as-fachadas-de-edificios-tradicionais-sao-atraentes-as-contemporaneas-nao-entrevista-com-nikos-salingarosIrina O. Bembel
Falar sobre a história das cidades e da arquitetura na América Latina demanda um exercício de desconstrução. A narrativa oficial e mais difundida se concentra na compreensão das consequências da ocupação do continente americano – norte, centro e sul – pelos colonizadores europeus, em detrimento do reconhecimento das diversas culturas, técnicas e economias que há mais de mil e quinhentos anos definiam modos de vida e produção do espaço através de diferentes tradições construtivas, tão pertinentes ao contexto multifacetado do continente mais “vertical”, onde cabem mais latitudes que qualquer outro.
Quando falamos em espaços naturais ou produzidos, o vazio imediatamente é invocado. Ele é entendido como aquela matéria intocada, que permite viver a experiência do habitar.
A fotografia do artista Simone Bossi narra as qualidades do espaço criando atmosferas que permitem uma nova leitura sobre o vazio.
https://www.archdaily.com.br/br/946876/compor-o-vazio-uma-entrevista-com-simone-bossiMartita Vial Della Maggiora
Juliana Coelho é arquiteta e urbanista com experiencia no setor humanitário, de desenvolvimento público e privado. Nos últimos três anos vem atuando no setor com o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados. Durante este período, esteve envolvida no planejamento, design e implementação de 21 abrigos temporários, centros de trânsito e centros de recepção/documentação para refugiados e migrantes no Brasil, além de participar da elaboração de um plano de contingência e de projetos de melhoria de ocupações espontâneas e espaços cedidos prestando apoio técnico junto à Operação Acolhida, resposta do governo brasileiro ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos para o Brasil que, neste ano de 2020, também incluiu ações de resposta à emergência da COVID-19.
Abordar o contexto de ampliação das diferenças políticas e crescentes desigualdades econômicas. Um novo contrato espacial. Apreender como viveremos juntos. As indagações trazidas por Hashim Sarkis, curador da próxima Bienal de Veneza, podem levantar importantes questões sobre como a arquitetura atravessa e concretiza os conflitos sociopolíticos. Para compreender um ponto de vista descentralizado e que aponta para outras possibilidades além das impostas por um pensamento normativo, entrevistamos Tainá de Paula, arquiteta e mobilizadora comunitária em áreas periféricas.
O ensino de Arquitetura e Urbanismo, assim como todas as outras áreas do saber, sofreu um grande impacto com a pandemia. Obrigados a ficar em casa, alunos e professores se viram em um tremendo desafio imposto pelo distanciamento físico: como manter a qualidade da prática do ensino?
A maioria das faculdades federais suspenderam as atividades presenciais, mas disponibilizaram seu espaço institucional e parte do corpo docente e de pesquisadores para o enfrentamento da pandemia. Atividades de pesquisa e orientações foram adaptadas para o ambiente remoto e outras atividades complementares foram programadas, de forma a oferecer alternativas à paralisação abrupta da educação presencial. Os cursos que se dispuseram a dar continuidade ao calendário letivo tradicional tiveram que migrar conteúdos e flexibilizar convicções para se adequarem ao ambiente virtual de aprendizagem em um brevíssimo espaço de tempo.
Com a arquitetura vernacular como inspiração, Kathryn Larsen é uma biodesigner que trabalha com algas marinhas. Ao longo de sua carreira, ela tem feito uma investigação intensiva sobre tal material que há séculos é utilizado ao redor do mundo e já comprovou ter resistência à podridão e ao fogo, ser livre de composições tóxicas, com características de isolamento comparáveis à lã mineral e possuir um enorme aporte sustentável. Sua pesquisa busca trazer tal componente para o desenvolvimento de pré-fabricação e outras tecnologias que permitem a criação de novos revestimentos e outros elementos, tais como mantas isolantes e painéis acústicos.
Durante o último Festival do Design Indaba, tivemos a oportunidade de entrevistar Kathryn. Leia a entrevista e saiba mais sobre seu trabalho abaixo.
Ver do alto – do ponto de vista aéreo – é a ilusão do saber, disse em certa ocasião Michel de Certeau, historiador francês muito interessado nas páticas cotidianas que acontecem no solo, no nível da rua. Entretanto, imagens de satélite podem ser ferramentas poderosas para compreender, prever e lutar para um futuro melhor para a humanidade, como nos mostra Benjamin Grant, fundador do Overview, uma plataforma que explora a atividade humana da Terra por meio de imagens aéreas.
Interessado em proporcionar "uma experiência do sublime" através da privilegiada perspectiva aérea de nosso mundo, Overview oferece fotografias que mostram traços da atividade humana na superfície do planeta. Fotos de cidade e outros artefatos culturais se unem a imagens hipnotizantes de topografias e belezas naturais em um enorme arquivo imagético produzido por drones e satélites. Um sentimento misto de temor e admiração profunda é alcançado não apenas quando vemos do céu algumas das façanhas humanas mais espetaculares da história, mas, sobretudo, quando somos confrontados com os tenebrosos efeitos colaterais de nossa própria existência na Terra.