Como a maioria de vocês, passei os últimos dois meses em quarentena. Estou um pouco envergonhado de dizer isso, mas assim como a nobreza fugiu das cidades durante as pragas da Idade Média, tivemos a sorte de escapar da densidade de Boston e passar nossos dias na costa em Marshfield, uma pequena cidade ao sul, onde temos uma casa de veraneio. Devo me lembrar constantemente de que poderia ser muito pior.
Com o objetivo de diluir limites tradicionalmente impostos por paredes, as chamadas cozinhas integradas podem ser incorporadas aos ambientes adjacentes – mais frequentemente, salas de estar e jantar – a partir do uso de balcões, mesas, desníveis ou até mesmo pela diferenciação de pisos e revestimentos.
Ao enfrentar emergências como desastres naturais, conflitos bélicos ou pandemias, a arquitetura deve oferecer soluções imediatas e eficazes. Nessas infelizes circunstâncias, a prioridade costuma ser resolver os problemas de moradia, porém, uma vez controlada a emergência, o foco se desloca lentamente para locais de encontro, como centros comunitários, lugares para reuniões de bairro e espaços públicos.
Para criar novos locais de reunião em situações de emergência, o andaime é uma boa alternativa se pensarmos na velocidade da construção e no orçamento limitado. Embora sejam normalmente utilizados como estruturas temporárias, eles também permitem compor rapidamente o espaço trabalhando com flexibilidade horizontal, vertical e diagonal, combinados com outros materiais como tecidos, madeira, policarbonato e metal.
Quantas vezes nos prendemos a uma imagem ou vídeo renderizado, nossos olhos incrédulos, incapazes de decifrar se aquilo que vemos é real ou apenas uma simulação virtual. Da mesma forma, não é raro ter que convencer amigos ou familiares que não têm relação com a arquitetura que um edifício ainda não existe concretamente e não passa de uma imagem confeccionada para uma propaganda. Não há mais limites para as visualizações hiperrealistas criadas por computador – elas estão cada vez mais enraizadas no mundo dos nossos desejos. É certo que estas imagens artificiais estabelecem novos padrões, mas seriam estes posteriormente atendidos pela arquitetura?
Queremos abrir a discussão e oferecer aos nossos leitores a possibilidade de expressar abertamente suas opiniões e experiências sobre o assunto. Se todos tivéssemos consciência de que a grande maioria do mercado contemporâneo da arquitetura se baseia em representações que simulam apenas a realidade visual, deixando de fora inúmeros aspectos da arquitetura, mudaríamos o modo de apresentar nossos projetos? Os futuros moradores ou usuários exigiriam outras informações complementares?
No exercício da arquitetura, os profissionais constantemente devem lidar com o desafio de representar um projeto de forma clara e compreensível antes de ser construído, tornando o espaço de alguma forma visível para um público muitas vezes não especializado na área. A renderização é um dos modos mais difundidos de representação tridimensional entre os arquitetos por apresentar o projeto de forma considerada “mais próxima da realidade”. A realidade, por sua vez, inclui a presença de pessoas e os modos de habitar os espaços – representados por meio de escalas humanas, que devem estar em consonância com a imagem que se pretende transmitir e o entendimento da arquitetura, do local em que está inserida e da forma como é habitada.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, lhe perguntamos: Você sabe para onde vai o “lixo” da sua casa? Como as cidades lidam com as toneladas de materiais eliminados diariamente? Tudo o que você joga “fora” deveria ser desperdiçado ao ser destinado para aterros sanitários?
A crise do coronavírus vem nos mostrando que certas atitudes, políticas e práticas devem ser abandonadas se quisermos ter um outro futuro. Socialmente, e também ambientalmente. Porém, a responsabilidade não é apenas individual. Para falar do futuro dos resíduos nas cidades é preciso jogar luz no fio da história recente, a construção da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, aprovada em 2010 e nos desafios para sua implementação.
No âmbito da arquitetura, grande parte do século XX é marcada por uma produção que se lê, de modo geral, como moderna. As bases que configuram essa produção têm sido, há pelo menos seis décadas, objeto de discussão, reunindo opiniões divergentes sobre a verdadeira intenção por trás da gestalt moderna.
Na década de 1920, o bairro de habitação industrial Cité Frugès, em Pessac, França, estava sendo concluído. Um dos 17 sítios de Le Corbusier catalogado como patrimônio da UNESCO.
Atualmente a construção de cidade humanizadas parte do pressuposto da participação popular plena, como preveem as políticas públicas nacionais institucionalizadas no Estatuto da Cidade. Mas é visível que os mecanismos, em grande parte, são voltados para os adultos, deixando crianças e jovens às margens do processo de participação e tomada de decisões.
Por mais que algumas obras a ocultem, a estrutura é sempre uma preocupação em projetos de arquitetura. A definição do sistema estrutural está entre as primeiras decisões importantes a serem tomadas e, possivelmente, definirá uma série de outros aspectos da edificação. Há, no entanto, casos extremos em que a arquitetura se faz ver e ler, simplesmente, como a estrutura; projetos que têm seu caráter e imagem definidos em grande medida pela solução estrutural adotada.
Nova Orleans é uma cidade diferente de qualquer outra. Marcada por uma rica herança cultural, é definida pela geografia do Delta do Mississippi e pelo clima local. Após a destruição causada pelo furacão Katrina em 2005, designers e arquitetos voltaram sua atenção para a cidade, buscando soluções para garantir um futuro melhor para as comunidades que lá vivem.
A atuação profissional de um arquiteto urbanista pode assumir inúmeras frentes graças à diversa composição curricular em grande parte dos cursos de graduação, com disciplinas que lidam com o desenho e o projeto em diferentes âmbitos. Dos grandes planos urbanos às reformas de apartamentos, da metrópole ao mobiliário, esses profissionais trabalham com objetos diversos, mas levam em comum sua ferramenta expressiva e de comunicação de ideais, o desenho e as maquetes.
Seja qual for o propósito de projeto, o desenho está presente enquanto forma de representar a realidade, ideias, especulações, concepções. A escala, fator que estabelece o nível de leitura que se deve fazer dessas representações, determina o vínculo entre o mundo real e as dimensões do desenho ou maquete - não por acaso, a escala 1:1 é conhecida também como "escala real".
O analista GIS e cartógrafo húngaro Robert Szucs compartilhou conosco uma impressionante coleção de mapas que reúne todas as bacias hidrográficas do mundo, destacadas com cores vibrantes. Disponibilizadas no website de seu projeto Grasshopper Geography, as cartografias mostram o mapa mundi dos rios e cursos d'agua e, também, versões menores, com as bacias de alguns países e continentes.
As luzes de néon são uma afirmação ousada e cosmopolita que pode facilmente revitalizar ou acentuar um espaço ou estrutura arquitetônica. Com brilho atraente, uma infinidade de opções de cores e vínculos com uma estética retrô, essas peças de iluminação podem fazer com que um espaço pareça simultaneamente moderno e nostálgico. No entanto, poucos compreendem o funcionamento científico ou as propriedades materiais do néon, e muitos arquitetos negligenciam seu uso devido à sua estreita associação com sinalizações comerciais. Abaixo, exploramos como o néon funciona, sua história arquitetônica e como os arquitetos podem continuar a usá-lo hoje.
https://www.archdaily.com.br/br/940792/como-a-iluminacao-de-neon-pode-moldar-a-arquiteturaLilly Cao
Edificações inteligentes (ou smart buildings) é um termo que tem ganhado destaque nos últimos anos, seja como uma forma de pensar edificações mais eficientes e que tragam mais benefícios aos seus usuários ou interesse do setor imobiliário para achar um novo nicho de mercado.
Percebe-se que em muitos casos, o termo inteligente é utilizado de forma exagerada, sendo muitas vezes como uma forma de vender algumas tecnologias ditas inovadoras. Nessa ótica, como qualquer tecnologia pode se tornar obsoleta ao longo do tempo, muitos dos projetos de edificações considerados modernos, avançados e/ou inteligentes na sua época de construção, atualmente não são mais.
De um lado, a velocidade exorbitante representada pela rápida propagação por minuto, pela transcendência de fronteiras, pelo alastramento por todos os continentes, pela multiplicação desenfreada. De outro, o intacto, o imóvel, o claustro doméstico, o isolamento e a reclusão na tentativa de evitar qualquer movimento brusco, na supressão do ímpeto, no controle do ambiente. De um lado o vírus, do outro o homem.
Neste cenário pandêmico no qual um vírus mortal é gestado na velocidade interrupta dos nossos movimentos, tornando – nós mesmos – a sua potência, a imobilidade é vista como parte importante do antídoto. Uma imobilidade que nos custa caro, nos encerra em nossos lares e nos obriga a revisar a forma como experienciamos o mundo.
Os conhecidos benefícios climáticos e ambientais proporcionados pela presença de áreas verdes nos centros urbanos – como controle da poluição, regulação de temperaturas e manutenção da biodiversidade – reverberam também no âmbito social. Como áreas de convívio comum, usados para práticas recreativas e esportivas, os espaços verdes impactam diretamente na saúde e bem estar dos habitantes de quadras, bairros e cidades nos quais estão inseridos.
Cidades desertas, comércios fechados, voos cancelados. Praças vazias, ruas sem ninguém circulando... o que parecia impossível aconteceu. Se para nós está difícil de se acostumar a essa nova rotina, para as crianças, então, o baque foi ainda maior. De um dia para o outro, elas foram privadas da escola, da convivência com os amigos, dos passeios pela cidade, dos parques, das praças. Foram encerradas dentro de casa.