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Projeto de interesse público: O mais recente de arquitetura e notícia

Tema da Bienal de Veneza oferece uma esperança para o futuro da profissão

No final de agosto, a Bienal de Veneza 2016, que será dirigida pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena, anunciou o tema de seu evento. O provocativo título escolhido por Aravena - "Reporting From the Front" - é carregado de implicações de uma batalha contra o que ele chama de "inércia da realidade."

"Mais e mais pessoas no planeta estão em busca de um lugar decente para viver e as condições para alcançá-lo estão cada vez mais difíceis", explica Aravena em seu comunicado. "Mas ao contrário de guerras militares, onde ninguém ganha e onde há um sentimento predominante de derrota, na linha de frente do ambiente construído há uma sensação de vitalidade, porque a arquitetura consiste em olhar para a realidade com uma proposta."

Aravena terá um grande desafio pela frente. A Bienal anterior, de 2014, que teve como curador Rem Koolhaas, foi extremamente bem sucedida e muito elogiada pelos críticos. Ela também foi considerada como o evento mais esperado da história da Bienal, após anos de tentativa em convencer Koolhaas. Mas se a Bienal de Koolhaas foi o evento em que as pessoas olhavam para a frente, eu acredito - ou melhor, espero - que Bienal de Aravena será aquele evento em que as pessoas olharão para trás nas próximas décadas.

Bienal de Veneza anuncia o tema para 2016: "Reporting From the Front"

A Bienal de Veneza anunciou o tema para a edição de 2016, que será dirigida por Alejandro Aravena. Intitulada "Reporting From the Front", a próxima Bienal será uma investigação sobre o papel dos arquitetos na luta para melhorar as condições de vida das pessoas em todo o mundo. O tema busca focar em arquiteturas que trabalham com as limitações impostas pela falta de recursos e projetos que subvertem o status quo para produzir arquitetura para o bem comum.

A arquitetura precisa de consciência social

Nos últimos anos, o mundo da arquitetura viu um aumento significativo no interesse por projetos com consciência social; da sustentabilidade à habitação social, de espaços públicos a projetos para áreas afetadas por desastres, a arquitetura está começando a enfrentar alguns dos maiores desafios humanitários de nosso tempo. Mas, apesar de sua popularidade, o projeto de interesse público é ainda apenas uma atividade marginal na arquitetura, presa a projetos existentes ou praticada por um seleto grupo de pessoas. Neste breve ensaio originalmente publicado na Metropolis Magazine, a editora-chefe da Metropolis, Susan Szenasy, argumenta que, em vez de trabalhar na periferia, "o impulso para melhorar as condições de vida de todos deveria estar no centro da arquitetura e do design contemporâneos."

Em um ensolarado final de semana de abril, um grupo de designers comprometidos, apaixonados e realizados e seus colaboradores das Américas e de outras partes se reuniram no centro de Detroit para falar sobre projetos socialmente responsáveis. Era a 15ª conferência Structures for Inclusion. O organizador, Bryan Bell, é o arquiteto por trás da organização sem fins lucrativos Design Corps, e o espírito por trás do programa SEED (Social Economic Environmental Design).

Como a "arquitetura defensiva" está criando cidades inabitáveis

Para muitos, as duras transformações ocorridas na cidade moderna não são aparentes. Vemos bancos e pontos de ônibus que se disfarçam de abrigo, mas o mergulho repentino do escritor Alex Andreou, do The Guardian, na vida de rua abriu seus olhos para a hostil realidade dessas e outras estruturas. Em Anti-Homeless spikes: 'Sleeping rough opened my eyes to the city's barbed cruelty, o autor lança luz sobre algumas concepções erradas a respeito da vida de rua e explica a infeliz tendência de projetar arquiteturas inabitáveis para impedir seu uso por sem-tetos.

A imagem do arquiteto: artista ou agente social?

Falando sobre a imagem pública do arquiteto, Stephanie Garlock lamenta a frequente associação ao personagem Howard Roark (The Fountainhead) - "arrogante, individualista e comprometido acima de tudo com a genialidade da visão artística". Em um artigo para a edição de março/abril da Harvard Magazine, Garlock explora o potencial dos arquitetos de contribuir com uma mudança social mais ampla, "para além do projeto pelo projeto".

Projete como se você se importasse: O legado de Architecture for Humanity

Na introdução do livro da Architecture for Humanity, Projete como se você se importasse (2006), Cameron Sinclair relata a história desde os primórdios da organização. Em tom meio irônico mas ao mesmo tempo sério, ele descreve o dia em que, trabalhando na Architecture for Humanity com apenas um telefone celular durante seu expediente na Gensler, foi contatado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que lhe disse que a Architecture for Humanity estava em uma lista de organizações que podem ser capazes de ajudar uma potencial crise de refugiados no Afeganistão.

"Espero que seja uma longa lista", diz Sinclair. "Não", foi a resposta.

"Gostávamos de pensar que era porque já havíamos nos tornado uma voz para o projeto humanitário - um elemento inesperado no movimento da arquitetura socialmente consciente", escreve Sinclair sobre o incidente. "A triste verdade é que, até 1999, quando nossa organização incipiente começou junto com várias outras, não havia recurso de projeto facilmente identificável para abrigos temporários contra desastres."

Agora, após seu fim repentino e nada cerimonioso, a Architecture for Humanity tornou a arquitetura um mundo muito diferente daquele que entrou há quase 16 anos.

Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards

Os vencedores de 2015 do prêmio anual Social Economic Environment Design (SEED) em Excelência em Projeto de Interesse Público foram divulgados. O concurso internacional celebra projetos que se destacam nesse campo e se esforçam para criar impactos ambientais reduzidos. Os projetos vencedores, selecionados por um júri, receberão US$ 1.000, além participarem da conferência anual "Structures for Inclusion ", que acontecerá em Detroit no mês de abril.

Os seis projetos vencedores abordam ideais de alcance comunitário, melhoria sócio-econômica e consciência ambiental no contexto específico de suas localizações. Embora os projetos sejam distintos, os valores que incorporam são universais.

Saiba mais sobre os projetos vencedores, a seguir.

Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards - Image 1 of 4Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards - Image 2 of 4Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards - Image 3 of 4Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards - Image 4 of 4Seis projetos de interesse público premiados no 2015 SEED Awards - Mais Imagens+ 1

Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público

“A arquitetura moderna está projetando para os surdos". O compositor canadense R. Murray Schafer fez uma interessante observação. [1] O tema "som" praticamente não existe no discurso da arquitetura moderna. Por que? Nós, como arquitetos, pensamos em termos de forma e espaço; equilibramos a compreensão científica com a visão artística. O problema é, temos a tendência de pensar muito em objetos, ao invés de processos e sistemas. Essencialmente, nosso campo é, naturalmente, centrado na visão. Então, como começamos a "ver" o som? E mais importante, como usamos isso para promover saúde, segurança e bem-estar? 

Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público - Image 1 of 4Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público - Image 2 of 4Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público - Image 3 of 4Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público - Image 4 of 4Fazer ressoar o espaço: incorporando o som em projetos de interesse público - Mais Imagens

Estudantes da Universidade de Yale constroem casa em New Haven

Muitos arquitetos têm que esperar anos para ver seu primeiro projeto realizado - mas caso você seja um estudante de arquitetura da Universidade de Yale, pode receber a tarefa de construir seus projetos ainda na graduação.

O Projeto Jim Vlock, iniciado em 1967, oferece aos alunos dos primeiros anos do curso de arquitetura a oportunidade de projetar e construir uma casa unifamiliar em New Haven, Connecticut.

Mais informações sobre a casa Jim Vlock deste ano, após o intervalo...

Vídeo: 40 anos do programa PREVI

Os estudantes de mestrado do programa de Urbanismo e Paisagem da Woodbury University, em San Diego, compartilharam conosco este vídeo sobre o Proyecto Experimental de Vivienda (PREVI): um programa de habitações de interesse social em Lima, Peru, na década de 1960, apoiado pelo governo peruano e pela ONU, envolvendo os melhores arquitetos especialistas em habitação social da época.

O projeto buscava permitir que as famílias - que deveriam ter total controle da construção de suas casas - se apropriassem livremente das residências. Entretanto, ele também deveria sugerir como seriam as futuras construções, evitando, assim, o caos presente em diversas favelas. No vídeo alguns habitantes são questionados sobre como se sentem em relação às habitações hoje em dia, e falam sobre o sucesso desta estratégia de projeto, 40 anos após sua conclusão.

Saiba mais sobre o êxito do experimento PREVI, a seguir.

Como equilibrar as tradições locais e novas soluções em design de interesse público

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Butaro Hospital by MASS Design Group. Image © Iwan Baan.

Este artigo a seguir é de Marika Shioiri-Clark é uma arquiteta que usa o design para dar força à mudança global e para combater a desigualdade. Enquanto frequentava a Universidade de Harvard para seu Mestrado em Arquitetura, ela co-fundou o grupo sem fins lucrativos MASS Design Group e deu início ao trabalho que se tornaria o Butaro Hospital em Ruanda. Neste artigo, que apareceu originalmente em GOOD como "Building a Rwandan Wall", ela explica o processo pelo qual o hospital foi construído e defende reivindicações de que o projeto, liderado por um grupo de arquitetos ocidentais, era, de alguma forma, de natureza colonialista.

Ela discorre: "Em um lugar como Ruanda, não é neo-colonialista trabalhar por projetos de alta qualidade contanto que se esteja profundamente e autenticamente comprometido com a comunidade. No mundo atual, é mais neo-colonialista assumir que o povo africanos não quer edifícios e espaços bem projetados".

Leia sobre as experiências feitas por Shiori-Clark e o delicado equilíbrio que deve se impor entre conhecimento local e técnicas inovadoras após o intervalo.