Os planetários são projetados para descoberta e exploração. Criados em torno de experiências imersivas, estes projetos atraem nossa imaginação para novos mundos. Como centros de educação e entretenimento, eles também reúnem as pessoas. Hoje, arquitetos e designers estão reimaginando o que o planetário moderno pode se tornar e, por sua vez, estão inspirando novas investigações sobre o universo e o vasto oceano acima de nós.
Poucos países apresentam uma história viva como a China. Da icônica Cidade Proibida a diversas paisagens e estilos de construção, a China possui um rico legado cultural e arquitetônico. Maior mercado de construção do mundo, o país continua investindo em novos projetos. Ao mesmo tempo, essa rápida urbanização e desenvolvimento acelerado é justaposto a locais de construção antigos entrelaçados com camadas de história e memória coletiva.
À medida que nosso mundo se transforma em um ritmo sem precedentes, os desafios atrelados a isso estão se tornando cada vez mais complexos. As questões enfrentadas pelas cidades e redes de nosso mundo globalizado, os ambientes físicos e virtuais onde ocorre esta transformação, estão tornando a arquitetura mais relevante do que nunca.
As questões do ambiente construído deixaram de ser exclusividade dos profissionais que o constroem e projetam e passaram a ser questões transversais em nossa sociedade. Dos cidadãos que questionam a qualidade dos espaços públicos ao construtor autodidata que ergue uma pequena casa no campo, ou o morador de um simples apartamento que usa um aplicativo para projetar seus interiores durante a quarentena, todos querem ter direito à voz e a agir. Por que a arquitetura tem que ser tão incerta, tão distante?
Cidades estão tão profundamente enraizadas na história da humanidade que dificilmente nos perguntamos por que vivemos nelas ou qual a razão de nos agruparmos em assentamentos urbanos. Ciro Pirondi, arquiteto brasileiro, aponta que vivemos em cidades porque gostamos de ter alguém para conversar, enquanto Paulo Mendes da Rocha classifica a cidade como “a suprema obra da arquitetura”. A cidade é o mundo que o homem constrói para si próprio. Tratam-se de imensas construções coletivas, palimpsestos, colagens de camadas de histórias, realizações, conquistas e perdas.
Já somos majoritariamente urbanos desde 2007. E a porcentagem deve chegar a 70% de pessoas vivendo em cidades em 2050. Nos próximos anos, megacidades com mais de 10 milhões de habitantes deverão se multiplicar, principalmente na Ásia e na África, muitas delas em países em desenvolvimento. Tal projeção levanta o alerta em relação à sustentabilidade e às mudanças climáticas que as cidades catalisam. E, claro, sobre como possibilitar a qualidade de vida a seus habitantes e de que forma eles poderão prosperar e se desenvolver em contextos que, muitas vezes, não são os ideais. Como esses assentamentos urbanos receberão este aporte da população? Enquanto seus centros antigos demandarão transformações e atualizações, suas periferias exigirão o projeto de novas residências e equipamentos públicos, além de infraestruturas adequadas. Como esse processo pode ajudar os centros urbanos a se tornarem inteligentes, utilizando de forma criativa e eficiente a tecnologia já disponível a favor de seus habitantes?
O papel do arquiteto nem sempre foi o que é hoje. Historicamente, e quase desde o seu início, era visto como um “show de um homem só”, onde o arquiteto era o artista, o escultor e o visionário de uma estrutura. À medida que a prática continuou evoluindo, ela se tornou uma profissão muito mais colaborativa e muito menos individualista por natureza, compreendendo continuamente a importância de considerar as perspectivas externas - mesmo aquelas tradicionalmente não treinadas dentro da arquitetura.
É difícil começar qualquer texto de retrospectiva de 2020 sem cair em clichês. O ano de 2020 nos ensinou, a duras penas, que a humanidade pode ser mais frágil do que imaginávamos. O mundo tem enfrentado um inimigo invisível que alterou o cotidiano de todos. Por outro lado, os edifícios são compostos por materiais, que têm peso, cheiro, textura e custos. Eles dependem de recursos naturais, processos de produção, mão-de-obra, transporte etc. Ainda é muito cedo para dizer como a crise causada pela Covid-19 mudará o mundo e, mais especificamente, a arquitetura. Mas será que nossa percepção do que é boa arquitetura mudou durante este ano? E nossa relação com a tectônica das construções se alterou com todas os impedimentos que tivemos?
“Precisamos de um novo contrato espacial.” Este é o apelo de Hashim Sarkis, curador da Bienal de Veneza 2021, como um convite aos arquitetos imaginarem novos espaços em que possamos viver juntos. Entre um movimento de êxodo urbano e crises globais de habitação, o crescimento de empreendimentos mais densos e prédios baixos pode fornecer uma resposta. Afastando-se das residências unifamiliares em áreas rurais e subúrbios, os projetos habitacionais modernos estão explorando novos modelos de vida compartilhada na natureza.