Recentemente, perguntamos aos nossos leitores qual cenário de videogame os impressionava mais em termos de imagem ou visualização e por quê. Recebemos centenas de respostas, as quais apontavam nas mais variadas direções, deixando claro que não há um consenso ou um elemento unânime responsável pelo sucesso de um jogo entre os nossos leitores. Fato é que, o ambiente virtual é a chave para o sucesso ou o fracasso de um sistema de simulação baseado na experiência do usuário.
A arquitetura de um ambiente virtual, representa muito mais do que um mero pano de fundo de uma cidade imaginária ou a representação de um cenário existente, ela é, na verdade, um componente fundamental capaz de transportar os usuários para dentro do jogo, transcendendo os limites entre realidade e virtualidade – e adicionando uma dose extra de adrenalina.
(CUIDADO: os vídeos e imagens apresentados neste artigo podem provocar convulsões em pessoas com epilepsia fotossensível)
Fachada do pavilhão de Yolana Lemos. Image Cortesia de Cabana de Arte
Ainda pouco visada pela mídia internacional, a produção arquitetônica contemporânea da Angola enfrenta, à semelhança de boa parte de seus vizinhos africanos, realidades sociais e econômicas que não contribuem com sua difusão. Quando às dificuldades habituais da arquitetura são somadas ainda outras, derivadas de intenso processo de neocolialismo, fica realmente difícil tirar as boas ideias do papel, construí-las de fato. Tensionando a relação entre o concreto e o digital, o grupo angolano Banga recorre ao espaço virtual para dar vida a projetos que mesclam arquitetura, experiências sensoriais e arte.
O ambiente em que habitamos nos influencia diretamente. Quando pensamos nas crianças, é sempre desejável que consideremos que este ambiente seja seguro, acessível e, ao mesmo tempo estimulante, para que eles possam se mover e se desenvolver livremente sem colocar sua integridade física em perigo. Já falamos em outra oportunidade sobre como criar playgrounds dentro de casa, mas hoje, decidimos reunir uma série de exemplos que usam o calor e a versatilidade da madeira para criar interiores interativos, criativos e divertidos para as crianças.
O escritório Mecanoo projetou um novo plano diretor para o bairro Marktkwartier, em Amsterdã. O plano visa reestruturar o centro de distribuição de alimentos da cidade, ao mesmo tempo em que propõe um novo distrito residencial. O Marktkwartier foi projetado para ser "um bairro para todos os habitantes de Amsterdã; famílias, solteiros, estudantes e idosos têm lugar em um programa residencial variado, com cerca de 1.700 unidades".
Em cidades densas, onde os lotes são geralmente definidos por empenas adjacentes, a proximidade de outros edifícios representa um grande desafio quando se trata de projetar espaços de qualidade que incorporem recursos como luz natural ou ventilação cruzada.
No entanto, essa condição pode não ser a única limitação: a natureza múltipla e mutável da cidade, em alguns casos, pode levar ao surgimento de lotes atípicos – originados de glebas subdivididas que resultam em porções muito estreitas de terra. A limitação espacial exige grandes esforços para solucionar o programa de forma eficiente e satisfatória.
A pandemia de COVID-19 transformou a maneira como viajamos e nos reunimos. À medida que as ruas e espaços públicos se esvaziaram e as pessoas passaram a praticar o isolamento social, aeroportos de todo o mundo também sofreram um tremendo declínio no número de passageiros e voos. A indústria da aviação moldou a globalização, mas também contribuiu com a velocidade com que a doença se espalhou pelo mundo. Em uma recente série de imagens aéreas, o fotógrafo Tom Hegen explora o impacto da pandemia na aviação.
Plano de retomada de Barcelona vai alargar calçadas, fechar ruas e criar ciclovias temporárias. Foto: Ayuntamiento de Barcelona
Ciclovias criadas da noite para o dia, vias convertidas em zonas calmas, calçadas estendidas às pressas – tudo para acomodar a necessidade de mobilidade urbana em um cenário de pandemia. A COVID-19 tem gerado grandes intervenções urbanas, muitas vezes sem a possibilidade de grande planejamento ou investimento. Cidades convertem-se em laboratórios de experiências que podem trazer benefícios durante a crise e legar um mundo mais sustentável quando o pior passar.
https://www.archdaily.com.br/br/940531/com-urbanismo-tatico-cidades-enfrentam-covid-19-priorizando-pedestres-e-ciclistasBruno Batista e Fernando Corrêa
A Capela Rothko, em Houston, anunciou sua reabertura para setembro deste ano, após passar por um processo de restauração que faz parte da primeira etapa do projeto Opening Spaces – um plano diretor de US$ 30 milhões para o campus onde a obra está inserida. O trabalho está sendo concluído e alinhará o edifício à visão original dos fundadores Mark Rothko, John Menil e Dominique de Menil.
Com suas falésias e penhascos rochosos, a costa do Peru é uma paisagem peculiar em permanente transformação devido à erosão causada pelas marés e ventos. Nesse território hostil, projetar uma arquitetura integrada à paisagem não é tarefa fácil. De volumes embutidos nas encostas até casas que incorporam formações minerais em seus espaços interiores, os projetos que enfrentam esse desafio nos permitem refletir sobre como é possível estabelecer uma relação com o ambiente natural, diluindo ou acentuando os limites entre arquitetura e paisagem.
Ao longo dos últimos meses, a interdependência entre interação social e saúde mental nunca esteve tão evidente e manifesta. Entretanto, se isso parece tão óbvio visto desde dentro da nossa própria casa, imagine para aquelas pessoas que não tem onde morar – comunidades forçadas a abandonarem sua pátria para poder sobreviver ou em busca de uma vida melhor e mais segura. Estima-se que atualmente mais de 70 milhões de pessoas, das quais 25 milhões são refugiados, enfrentam traumas e problemas de saúde mental por estarem longe de casa, ou pela falta de um lugar seguro para viver.
A quantidade total de água em nosso planeta é, teoricamente, a mesma desde sua formação. É possível que aquele copo de água tomado mais cedo contenha partículas que já correram pelo Rio Ganges, algumas que passaram pelo sistema digestivo de um dinossauro e outras que resfriaram um reator nuclear. Claro, antes de matar a sua sede, ela evaporou e caiu como chuva milhões de vezes. A água pode ser poluída, desrespeitada, mal usada, mas nunca criada ou destruída. Segundo um estudo da UNESCO, estima-se que a Terra contenha cerca de 1386 milhões de quilômetros cúbicos de água. No entanto, 97,5% deste montante são águas salinas e apenas 2,5%, água doce. Desse tanto, a maior parte (68,7%) está na forma de gelo e neve permanente na Antártida, Ártico e em regiões montanhosas. Em seguida, 29,9% existem como águas subterrâneas. Apenas 0,26% da quantidade total de água doce da Terra está disponível nos lagos, reservatórios e bacias hidrográficas, mais facilmente acessíveis para as necessidades econômicas e vitais do mundo. Com o aumento populacional, sobretudo em áreas urbanas, diversos países já apresentam severos problemas a ofertar a quantidade de água potável a suas populações.
Desenvolvido pelo Instituto Semeia e pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS),Parques para Todas e Todosé uma ferramenta para inspirar a construção de espaços mais diversos a partir da inserção da perspectiva de gênero em parques urbanos em sua implantação ou gestão. Nele podem ser encontradas diretrizes, sugestões e ideias para começar a pensar em parques que considerem as necessidades de todas e todos.
https://www.archdaily.com.br/br/940533/onu-lanca-publicacao-online-sobre-parques-urbanos-com-perspectiva-de-generoEquipe ArchDaily Brasil
Enquanto muitos espaços públicos ao redor do mundo buscam inovar ao implementar medidas de segurança para reabrir durante a pandemia de coronavírus, o Domino Park, em Nova Iorque, introduziu uma série de círculos desenhados no chão para garantir o distanciamento social. Esta singela intervenção visa garantir que as pessoas “sigam os procedimentos apropriados de distanciamento social" recomendados pela OMS.
Seguindo as orientações das principais agencias de saúde pública, a Perkins and Will acaba de lançar um conjunto de estratégias de orientação voltadas aos empregadores, fornecendo uma série de informações úteis a serem consideradas à medida que as restrições impostas aos locais de trabalho – em razão da atual crise sanitária mundial – vão sendo aliviadas, delineando soluções e critérios adequados para que as empresas possam reabrir as portas de suas empresas de forma segura.
A economia circular tem sido um modelo também aplicado no setor de arquitetura e construção com objetivo de produzir projetos de edificações mais eficientes, funcionais e sustentáveis. Os 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) utilizados como estratégias da economia circular já estão famosos, sendo que o primeiro R, “Reduzir", deve ser o item inicial buscado nos projetos. Nessa ótica, um dos itens mais eficientes para reduzir o consumo de materiais, recursos naturais e custos nos projetos de edificações é a diminuição do tamanho dos ambientes ocupados e da área construída (isto é, mantendo os níveis adequados de qualidade do espaço, como acessibilidade, ventilação e iluminação natural, compatibilidade com o layout, etc.).
Renovado recentemente, o Mediamatic ETEN, restaurante do Art Center Mediamatic em Amsterdã, passou a oferecer uma nova experiência de jantar segura chamada Serres Séparées, que leva em consideração as medidas de distanciamento social necessárias. Na prática, trata-se de uma série de estufas privativas dentro das quais os clientes podem jantar em segurança.
A National Association of City Transportation Officials (NACTO) divulgou diretrizes e estratégias a serem usadas por autoridades municipais "para redesenhar e adaptar suas ruas para novos usos, tanto durante a crise do COVID-19 quanto na recuperação". O documento destaca as abordagens projetuais mais atuais empregadas em ruas de todo o mundo.
Indivisível é o título da história em quadrinhos elaborada por Marília Marz como Trabalho de Conclusão na Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. O trabalho tem como objetivo identificar e analisar as possibilidades narrativas intrínsecas a elementos arquitetônicos e urbanísticos do bairro da Liberdade, em São Paulo, em dois períodos históricos distintos.
Qual é a parcela de culpa da arquitetura nas mudanças climáticas?
Foi com esta seríssima pergunta que decidimos iniciar o debate com os nossos leitores, e a quantidade de respostas recebidas impressionou a todos. Depois de ler e compilar os comentários enviados tanto por profissionais da industria da construção, estudantes e pessoas interessadas, chegamos à conclusão de que nas escolas de arquitetura, pouco se fala à respeito das características e propriedades físicas dos materiais assim como sobre custo energético agregado a estes.
São 12:11 do dia 7 de novembro (de 2018). Um "S" na porta indica a quem supostamente se destina esse banheiro. Estou em um banheiro localizado em um predinho que o Vilanova Artigas, arquiteto modernista brasileiro, projetou na década de 1950 no bairro de Santa Cecília. É a segunda vez que entro nele e para mim ainda é um espaço que vai se revelando. De primeira, o que chamou muito a atenção foi o azul quase roxo causado pela luz negra que faz com que todos os tons do banheiro tendam para essa cor. Traz um sentimento de muita serenidade durante o dia.
Ciclista e pedestres na Ponte de Londres com o Rio Tamisa e a Tower Bridge ao fundo. Imagem via Shutterstock / Por Alena Veasey
Depois de Milão e Paris, Londres anunciou seus planos de transformar grandes áreas da cidade, convertendo ruas em zonas livres de carros, à medida que a quarentena diminui. Retomando a cidade para as pessoas, Londres pretende evoluir com a pandemia, apoiando uma recuperação sustentável e com baixa emissão de carbono. Os trabalhos já começaram e devem ser concluídos em seis semanas.
Poucas cidades do mundo têm uma cultura de design tão vibrante como Austin, Texas. Considerada por muitos como um dos melhores lugares para se viver nos Estados Unidos, Austin vem passando por um enorme crescimento ao longo dos últimos anos, impulsionado sobretudo pela indústria da construção civil. Como uma continuidade do legado modernista na região, os projetos de arquitetura contemporânea construídos recentemente no Texas abrangem uma grande variedade de estilos arquitetônicos. Enfatizando materiais locais e um cuidado com os detalhes, os projetos que apresentaremos à seguir exploram volumetrias e formas simples ao mesmo tempo que procuram integrar-se à exuberante paisagem natural, suas montanhas, lagos e florestas.
A infraestrutura de drenagem urbana existente em grande parte das cidades, principalmente as brasileiras, já se encontram obsoletas, sendo assim, necessário sua expansão e adequação. Mas para isso, é preciso pensar em um novo modelo de gestão dessas águas, que considere aspectos que há muito tempo foram esquecidos, como aqueles ligados à ecologia. Nos últimos anos, o termo ecologia urbana ganhou espaço como uma forma de produzir cidades regenerativas e mais resilientes. Essas cidades têm sido chamadas de cidades ecológicas ou biocidades. Termos semelhantes, mas que variam de autor para autor, e têm em comum o fato de terem como principal linha de condução o uso de soluções baseadas na natureza e nas relações ecológicas.
Quando se pensa a arquitetura enquanto uma ferramenta de impacto na vida pública, há um enorme precedente de casos a serem levantados, e sem dúvidas ele inclui a história da aproximação dos arquitetos com o Estado em diversos contextos. De exemplos categóricos, como a formulação do projeto urbanístico e arquitetônico para Brasília, até demonstrações mais contemporâneas das virtudes desse tipo de aproximação, a vocação pública do projeto se mostra em sua forma mais explícita nesse tipo de programa. O desenho de projetos com tal conotação também deve confrontar o fato de que seu cliente não reúne as demandas tradicionais de uma encomenda, mas uma representação dos interesses coletivos e das boas formas de gestão da dimensão pública, o que representa uma grande oportunidade para os profissionais do campo pensarem boas formas de alimentar e reforçar os valores democráticos na sociedade.