Camilla Ghisleni

Camilla Ghisleni é Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e Mestre em Urbanismo, Cultura e História da Cidade pela mesma universidade. É sócia-fundadora do escritório Bloco B Arquitetura e colabora com o ArchDaily Brasil desde 2014.

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

Jantar Mantar: o observatório astronômico guiado pela arquitetura

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Jantar Mantar, Nova Delhi. Photo by Matthias Alberti (distributed via imaggeo.egu.eu)

Enormes estruturas curvas descem em forma de rampa até tocar o solo, vazios amorfos marcam os grandes muros retorcidos acessados por dezenas degraus. O vermelho marca as estruturas e as difere de todo o resto, o centro da cidade de Nova Dehli.

Essa poderia ser a descrição de um parque infantil ou até mesmo de uma pista skate, mas trata-se de um dos cinco observatórios astronômicos construídos na Índia entre 1724 e 1738. Esses volumes labirínticos, que mais se parecem uma materialização dos desenhos de Escher, foram idealizados pelo príncipe indiano Jai Singh como parte de um projeto ambicioso que procurava colocar a arquitetura a serviço da ciência. Suas formas possibilitam análises astronômicas complexas, como prever eclipses, rastrear a localização de estrelas e determinar a órbita exata da Terra em torno do Sol.

Sustentabilidade: a nova ordem estética

Na história da arquitetura o conceito de beleza sempre esteve atrelado a diferentes fatores que representam, principalmente, os valores da sociedade em determinado período. O zeitgeist (espírito de época) certamente é crucial para essas definições, por isso, algo que já foi considerado belo no passado é passível de receber outra conotação hoje em dia. Nesse sentido, as preferências estéticas na arquitetura parecem estar atreladas a referências simbólicas implícitas na própria construção e na relação dela com o mundo. São preferências que exprimem convicções, ideologias e posicionamentos, assim como sentimentos morais, religiosos, políticos e, claro, símbolos de status de classe.

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Interiores brasileiros: 10 projetos com jardim interno

Em tempos marcados pelo isolamento, muito se tem discutido sobre a importância da vegetação nos espaços internos como forma de nutrir a fundamental relação com a natureza. Presentes tanto em residências quanto em espaços comerciais, esses resquícios verdes auxiliam no bem-estar e conforto emocional dos ocupantes.  

Além da relação psicológica, um jardim interno bem projetado e posicionado pode ajudar também na purificação do ar e no conforto térmico do ambiente. Para tanto, se deve levar em consideração alguns fatores como orientação solar, ventilação e, claro, escolha adequada das espécies que melhor se adaptam ao clima onde serão inseridas.

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Fascínio e repulsa pela estética do abandono

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Foto © Romain Veillon

As mãos seguram o peso do corpo inteiro, sentindo em sua membrana fina a textura áspera da argamassa não rebocada. Mesmo com todo corpo estirado contra o muro ainda assim não era possível ver o que havia por trás dele. O suor, num misto de adrenalina e calor, escorria por entre as têmporas indicando a movimentação para um esforço final, um derradeiro impulso antes da queda iminente que, por alguns segundos, permitiu ultrapassar a última fiada. Abriu-se, então, o campo de visão para um mundo fragmentado, desconexo e estranhamente livre. Uma potência urbana que se deixava estrangular pelo alento da vegetação tropical enquanto era consumida pelo abandono em meio a cidade ativa e dinâmica.

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Tecnologia para quem? Os custos para acessar as ferramentas de representação arquitetônica

Dois mil e quinhentos reais é o preço médio de um bom óculos para realidade virtual. Se você optar pela experiência completa, desembolse mais quatro mil reias e adicione sensores e controles. Esses modelos precisam ser conectados a um computador de alto desempenho para processar as informações e transformar os espaços em modelos 3D que custará pelo menos cinco mil reais. Além dos óculos, sensores e computador, será necessário também um software, com licenças anuais que atingem igualmente a casa dos milhares. Ou seja, é um tanto quanto oneroso ser tecnológico hoje em dia.

A beleza da simplicidade: conhecendo a obra de Lins Arquitetos Associados

A rede balançando na varanda, a luz do sol transpassando os elementos vazados em uma dança de luz e sombra, a cor vibrante marcando os espaços e trazendo vida, essas são algumas das características presentes no cotidiano das obras do quarteto que forma o Lins Arquitetos Associados.

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Diálogos entre arquitetura e contexto: conhecendo a obra do Brasil Arquitetura

Nada mais representativo para um escritório do que carregar o nome do país na sua identidade. Longe de parecer banal, a arquitetura do Brasil no Brasil Arquitetura passa por uma análise minuciosa que destaca aspectos de nossa cultura e sociedade.

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Taxa de permeabilidade: respeitando a legislação e protegendo o meio ambiente

Como uma das primeiras etapas na elaboração de um projeto arquitetônico, o estudo da legislação vigente no terreno é de suma importância para o êxito da proposta. Por meio de cálculos e restrições, as leis de zoneamento apresentam limites a serem considerados no projeto que, consequentemente, instigam os arquitetos a pensarem em soluções inteligentes, lidando de maneira prática e criativa com tais limitações.

Esses parâmetros são ditados pelo poder público e têm como objetivo frear, manter ou acelerar o crescimento urbano de determinada porção da cidade. São normas que estabelecem diretrizes para a ocupação do solo delimitando a porcentagem de área construída, recuos, afastamentos, permeabilidade do terreno, entre outros.

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Leveza e precisão: conhecendo a obra de Carla Juaçaba

Precisão técnica aliada à preocupação ambiental e caráter exploratório e investigativo fazem de Carla Juaçaba uma das grandes representantes da arquitetura latino-americana na atualidade. Carioca, nascida em 1976, Carla Juaçaba frequentou a Universidade de Santa Úrsula e atribui à essa instituição de ensino muito do seu estilo experimental e interdisciplinar. Não é à tona que durante a sua formação acadêmica seus grandes mestres inspiradores foram o arquiteto Sergio Bernardes e a artista plástica Lygia Pape, insinuando seu interesse pelas múltiplas ramificações disciplinares que podem compor a arquitetura. Nesse sentido, ainda na graduação, Carla trabalhou em conjunto com arquiteta Gisela Magalhães, da geração de Oscar Niemeyer, em projetos de cenografia e expografia.

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50 Tons de verde: as contradições do "greenwashing" na arquitetura

Hoje em dia tudo é “pintado” de verde. São embalagens verdes, tecnologias verdes, materiais verdes, automóveis verdes e, claro, arquitetura verde. Uma “onda verde” estimulada pela crise ambiental e energética que estamos enfrentando, com destaque para as mudanças climáticas e todas as consequências atreladas ao aquecimento do planeta. Situação calamitosa confirmada pela segunda parte do relatório intitulado Mudanças Climáticas 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) eapresentado nas últimas semanas. Nele revela-se que, embora os esforços de adaptação estejam sendo observados em todos os setores, o progresso implementado até agora é muito baixo, pois as ações tomadas não são suficientes.

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Antítese da arquitetura hostil: projetos que contribuem para a hospitalidade urbana

Em 2014, quando o repórter do jornal britânico The Guardian ­– Ben Quinn ­– abriu os olhos de cidadãos de todo o mundo para práticas hostis de desenho urbano, cunhando o que viria a ser conhecido como fenômeno da “arquitetura hostil”, não se esperava uma repercussão tão grande. Vieram à tona inúmeras estratégias de desenho urbano que coíbem a participação do cidadão e segregam sua apropriação da cidade, elementos que restringem certos comportamentos e dificultam o acesso e a presença de determinadas camadas da sociedade. Códigos de conduta ditados pelo desenho urbano que vão contra tudo o que se estuda sobre urbanismo de cidades democráticas e hospitaleiras, tal qual Jan Gehl e Jane Jacobs.

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O que é urbanismo ecológico?

Segundo a arquiteta e pesquisadora Patrícia Akinaga, o urbanismo ecológico surgiu no final do século XX como estratégia para criar uma mudança de paradigma no que diz respeito ao desenho das cidades. Com isso, os projetos urbanos deveriam ser pensados a partir das potencialidades e limitações dos recursos naturais existentes. Ao contrário de outros movimentos anteriores, no urbanismo ecológico a arquitetura não é o elemento estruturador da cidade — a própria paisagem o é. Ou seja, as áreas verdes não devem existir apenas para servir ao embelezamento dos espaços, mas como verdadeiros artefatos de engenharia com potencial de amortecimento, retenção e tratamento das águas pluviais, por exemplo. Com o urbanismo ecológico, o desenho urbano passa a ser definido pelos elementos naturais intrínsecos ao seu tecido.

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9 Áreas de atuação para arquitetos além do projeto

Você já deve ter ouvido algum colega arquiteto afirmar que escolheu cursar arquitetura pelas inúmeras possibilidades de atuação que este diploma permite. O campo da arquitetura é, de fato, muito extenso, por meio do qual é possível enveredar não apenas pelas atribuições mais “tradicionais”, mas também se aventurar em diversas especificidades que compreendem o papel do arquiteto e urbanista.

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O que é concreto carbono?

Visto como uma das grandes promessas para o futuro da construção civil, o concreto carbono mescla resistência, leveza e flexibilidade. Além disso, em uma época marcada por uma grave crise ambiental que põe em xeque os métodos construtivos da indústria civil, o concreto carbono surge como uma alternativa que se aproxima das diretrizes da sustentabilidade.

Estratégias passivas de conforto térmico aplicadas em projetos residenciais

Foi-se o tempo em que eram bem vistas as arquiteturas que se fechavam para dentro de si, nas quais seu envoltório seria, não como um moderador do clima exterior no ambiente interno, mas uma barreira inerte e independente. Inúmeros equipamentos mecânicos, elétricos para ventilar, para aquecer, para resfriar. Uma completa máquina.

Hoje se pensa cada vez mais na interação da arquitetura com meio no qual está inserida, fazendo com que nós arquitetos assumamos a responsabilidade do conforto térmico dos ambientes, utilizando estratégias de projeto para uma climatização natural.

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Arquitetura para envelhecer: a ascensão do cohousing como alternativa contra a solidão e dependência

Estamos passando por um período de transição demográfica, e isso, todos nós já sabemos. O crescimento da população acima de 60 anos vem sendo exponencial, entretanto, não é apenas o aumento demográfico que deve ser considerado, mas também o novo perfil dessas pessoas – afinal, não se faz mais idosos como antigamente.  

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