Se as discussões recentemente travadas na Batalha de Ideias servem com indicação, parece que nós, arquitetos, estamos vivendo uma certa crise de confiança.
Nenhuma nova visão utópica foi apresentada nos últimos 30 anos, lamentou Theodore Dounas; todas essas inovações surgindo são apenas evidência, disse Pedro Bismarck e Alastair Donald, da temerosa relutância da arquitetura em enfrentar problemas complexos ou agir como um agente legítimo para a mudança em tudo; e depois tem o problema, manifestado por Rory Olcayto, de arquitetos sendo intimidados por seus clientes na execução de agendas questionáveis.
Dezesseis cidades estadunidenses estão agrupadas no NACTO, uma organização que busca melhorar o transporte, público ou privado, e o desenho das ruas para que estas se foquem nas necessidades reais das pessoas.
Para conseguir isso, acabam de lançar o “Guia de Desenho Urbano de Ruas”, um documento que apresenta ferramentas e técnicas para fazer cidades com ruas mais habitáveis, seguras e mais atrativas em termos comerciais. Por isso, o guia funciona como um roteiro para que outras cidades possam implementar estratégias que já tem dado certo.
O guia trata de seis temas: Ruas, Intersecções, Elementos de Desenho de Ruas, Elementos de Desenho de Intersecções, Estratégias de Desenho Provisórias e Controles de Desenho:
No outono, quando as noites ficam mais longas no hemisfério norte, encontramos vários festivais de luz. E de fato, nos últimos dez anos, mais e mais festivais surgiram pelo mundo. A razão para o sucesso de festivais de luz é simples, como a curadora alemã Bettina Pelz conclui: "É na verdade bastante fácil, porque sempre que você faz algo com luz nas cidades à noite, as pessoas vêm. Se você faz bem, eles vêm duas vezes."
Como Pelz aponta, luz é um meio apto para eventos noturnos, já que atrai pessoas com facilidade. Comunidades descobriram o potencial da iluminação para marketing das cidades, e quanto mais próximo do Natal for sua data, mais fundem sua iluminação com as luzes festivas do mercado natalino.
Junte-se a nós em um passeio por alguns dos principais festivais na Europa. Leia mais sobre seus diferentes contextos, conceitos artísticos e tendências futuras a seguir.
Começamos com uma premissa fundamental: edifícios ocupam apenas uma fração de terra nas cidades. Tão importante quanto estruturas físicas são os espaços públicos entre elas.
Em muitas cidades estes espaços têm sido desconsiderados. Hoje, entretanto, estamos testemunhando experimentações e inovações ousadas em cidades por todo o mundo: cidades reutilizando e reimaginando espaços antes subutilizados para melhorar comunidades e transformar vidas.
Eupalinos ou O Arquiteto, de Paul Valéry, não é um livro de arquitetura. "Escritos de circunstância", de 1921, para um suntuoso volume –Architectures– com tiragem de apenas 500 exemplares, é, hoje, uma das mais importantes reflexões sobre o processo de criação arquitetônica, desde a publicação do monumental De Re Aedificatoria., de Leon Battista Alberti, em 1453, em Bolonha. Poderia ser o Livro de Horas dos arquitetos. Porém, transcende ao seu incidental começo: investiga e revela o ambiente humano e as dramáticas vicissitudes de sua invenção. É amplo, universal e clássico, cultuado pelos estudiosos das artes e da literatura.
A Bienal de Arquitetura de São Paulo finalmente se abriu para a cidade, sua complexidade, seus conflitos e contradições. Em sua décima edição, a Bienal trouxe como tema central “Cidade, modos de fazer, modos de usar”, rompendo com a melancolia dos anos anteriores – quando, a despeito da abnegação do IAB em não permitir que o evento simplesmente deixasse de existir, a Bienal converteu-se em algo entre mostra e feira de objetos arquitetônicos e propagandas institucionais de governos e seus parceiros corporativos, enquanto a cidade lá fora se desmilinguia…
Em setembro deste ano o reconhecido fotógrafo de arquitetura, Iwan Baan, fez uma interessante apresentação para o TED. Iwan Baan captura, através de sua câmera, as impressionantes formas como as pessoas configuram seu próprio espaço construído, e suas imagens nos mostram a criatividade e a capacidade de adaptação dos seres humanos ao mundo que nos rodeia.
Desde arquiteturas sofisticadas de renomados arquitetos a habitações artesanais, Iwan Baan se relaciona com o ser humano através de sua capacidade de fotografar a arquitetura e documentar a interação das pessoas em seu interior.
O discurso de Christine Outram em “Why I Left the Architecture Profession” (publicado no ArchDaily Brasil como "Porque deixei a arquitetura") é uma tentativa honesta e aparentemente espontânea de demarcar uma posição contra uma profissão "desatualizada". É explosivo em sua afirmação de que "vocês", sendo todos vocês arquitetos, estão fora de alcance. "Vocês" não ouvem seus clientes. "Vocês" estão obcecados com a forma. "Vocês" são máquinas desalmadas, projetadas por modelos de códigos e "copiar e colar", sem preocupação com a humanidade. Seu texto é como uma bomba, espalhando estilhaços em todas as direções. É um ataque que atingiu inocentes. É indelicado e imprudente.
Ele implora para ser desconstruído. Exige um contra ataque. E, julgando pela longa discussão em comentários, foi o que aconteceu. Seja como for, as questões são óbvias. Dizer a arquitetos que eles estão "desatualizados" ou que não ouvem parece uma tentativa calculada de conseguir sua atenção e fazê-los de alguma forma provar a si mesmos, de deixá-los irritados de forma equivalente a sua própria raiva.
Bem, chamou minha atenção. Aqui está minha réplica.
Vocês estão desatualizados. Sei disso porque já fui uma de vocês. Mas agora mudei. Evolui porque apesar do amor que vocês sentem por uma bela curva e suas experimentações com formas, vocês não entendem as pessoas.
Cortesia de Kathryn Anthony, Robert Deering & Curt Pratt
Escritores, diretores, produtores e atores da indústria cinematográfica de Hollywood desempenham papéis importantes no modo com milhões de pessoas em todo o mundo vêem os arquitetos e a profissão de arquitetura. Programas de TV, da mesma forma, criam estereótipos de profissões que são reforçados a cada episódio. Ambos causam impactos duradouros que podem encorajar ou dissuadir jovens a buscar a arquitetura como profissão.
https://www.archdaily.com.br/br/01-154158/por-que-hollywood-precisa-mudar-seu-conceito-de-arquitetoKathryn Anthony, Robert Deering & Curt Pratt
Surpreendentemente, naquela aula Josep Maria Sostres esteve magistral. Josep Maria Sostres, que a partir de agora chamaremos Sostres (ainda que na universidade o chamássemos El Sostres), era um arquiteto e um homem muito, muito peculiar. Como arquiteto, mereceu o típico reconhecimento post mortem, da mesma maneira que José Antonio Coderch, outro arquiteto que poucos de nós admiraram em vida, embora, hoje, pareça que todos o idolatrassem.
A construção de uma pequena casa unifamiliar a vinte quilômetros norte de Kigali, Ruanda, está concluída. O edifício é modesto: três pequenos dormitórios, uma sala de estar simples e espaço para cozinhar. Pouca disponibilidade de material e limitações financeiras significaram um compromisso com a praticidade na hora da elaboração do projeto. A casa é um protótipo de uma série de habitações que os designers da GA Collaboratibe, irão construir em Masoro para membros da cooperativa de mulheres l’Association Dushyigikirane. Com o método não usual de construção no projeto – construção em superadobe, a primeira desse tipo em Ruanda – a GA Collaborative pretende capacitar seus clientes através de uma técnica de construção rápida e barata que requer pouco treinamento e nenhuma experiência prévia em construção
Desde o início da era moderna, sempre houve uma forte relação entre a arquitetura e o carro, especialmente na obra de Le Corbusier.
Le Corbusier era fascinado por seu carro (o Voisin C7 Lumineuse); a estética desta máquina funcional produzida em massa influenciou profundamente seus projetos. A ênfase na função é traduzida através da ideia de que casas devem ser "máquinas de morar" e inspirou uma série de experiências de casas prefabricadas produzidas em massa (como a Maison Citrohan). A maior parte destes conceitos foram posteriormente materializados através da icônica Villa Savoye, cuja planta térrea fora concebida para acomodar o raio de giro de um carro.
Só em 2013 cerca de 1 milhão de pessoas saíram da Síria para escapar de um conflito civil travado há mais de dois anos. O total de refugiados sírios está bem acima de 2 milhões, um número sem precedentes e uma realidade perturbadora que colocou os países que acolhem estes refugiados sob imensa pressão em relação a infraestrutura.
Os países tem ao menos um protocolo a seguir. Manuais da ONU são consultados e utilizados para informar uma abordagem apropriada quanto ao planejamento dos acampamentos. A terra é negociada e uma organização em grelha é definida. O método, em geral, é meticuloso - adequado para uma questão com prazo de validade.
Ou seria, se a questão fosse, de fato, temporária.
https://www.archdaily.com.br/br/01-152647/alem-da-tenda-por-que-campos-de-refugiados-precisam-de-arquitetos-agora-mais-do-que-nuncaKatherine Allen
Imagem via Active Design: Shaping the Sidewalk Experience
O departamento de Planejamento da Cidade de Nova York publicou recentemente dois documentos sobre o desenho ativo nas calçadas e outras vias. Ambos apresentam a obra não a partir daqueles que a constroem, mas aqueles que realmente a utilizam. É centrado no ponto de vista do pedestre, ou seja, se priorizou a pessoa que habita e experimenta a calçada. Em “Desenho Ativo: Fazendo a experiência da calçada”, foi utilizado o marco conceitual da “sala de calçada” para lidar com a complexidade das políticas urbanas, os usuários e a forma física da configuração da experiência dos pedestres neste espaço público.
Iremos publicar o livro de Nikos Salíngaros, Unified Architectural Theory, em uma série de trechos, tornando-o disponível digitalmente e gratuitamente a todos os estudantes e arquitetos. O capítulo a seguir postula que a estrutura geométrica da arquitetura determina sua "vitalidade" e quanto mais a forma incorpora a complexidade, configurações e padrões, o mais vital será a arquitetura resultante. Se você perdeu os outros capítulos, certifique-se de ler antes a Introdução, o Capítulo 1, o 2A e o 2B.
A qualidade de vida percebida em edifícios e áreas urbanas vem da geometria (a forma das estruturas em todas as escalas e a sua coerência), e como a geometria conecta-se ao indivíduo. Ela também catalisa interações entre as pessoas - se for feita com êxito.
A maneira mais fácil de perceber essa qualidade de "vida" é comparar pares de objetos ou configurações e julgar intuitivamente qual deles têm mais "vida". Depois de uma série de experiências deste tipo, torna-se óbvio que o grau de "vida" na arquitetura surge da estrutura geométrica.
Atualmente se fala muito em turismo sustentável, turismo ecológico, turismo rural ou outras denominações para um modelo com ênfase no meio ambiente. O turismo sustentável parece ser um trem no qual todos têm de embarcar, dadas as tendências internacionais e as condições competitivas do mercado.
Iniciar a sua própria empresa é uma tarefa difícil, especialmente se você não está completamente certo do que você quer. Mark LePage, fundador do Arquiteto Empreendedor (Entrepreneur Architect), sabe disso em primeira mão. Este guia, publicado originalmente no Arquiteto Empreendedor, discute as implicações financeiras de iniciar sua própria empresa e ajuda a vencer os desafios, levando-o ao sucesso.
Quanto vai custar abrir minha própria empresa de arquitetura?
Essa é uma pergunta que muitos leitores me fazem toda semana. A resposta certamente difere, dependendo da pessoa para quem você perguntar. Quando os arquitetos me perguntam quanto vai custar para abrir uma empresa de arquitetura, eu digo, "tanto quanto você precisar".
Abaixo, discutirei os conceitos básicos necessários para abrir um escritório de arquitetura de um único proprietário. Dependendo das suas circunstâncias e da região em que você mora, os números podem variar.
O rabisco não é nada, o risco – o traço – é tudo. O risco tem carga, é desenho com determinada intenção – é o “design”. É por isto que os antigos empregavam a palavra risco no sentido de “projeto”: o “risco para a capela de São Francisco”, por exemplo. Trêmulo ou firme, esta carga é o que importa. Portinari costumava dar como exemplo a assinatura, feita com esforço, pelo analfabeto (risco), com o simples fingimento de uma assinatura (rabisco).
O arquiteto (pretendendo ser modesto) não deve jamais empregar a expressão “rabisco” e sim risco.
Risco é desenho não só quando quer compreender ou significar, mas “fazer”, construir.
Iremos publicar o livro de Nikos Salíngaros, Unified Architectural Theory, em uma série de trechos, tornando-o disponível digitalmente e gratuitamente a todos os estudantes e arquitetos. A primeira parte do Capítulo 2 descreveu a abordagem científica para a teoria da arquitetura. Esta, a segunda parte do Capítulo 2, explica por que o autor considera a abordagem científica superior à aquelas tomadas pelos desconstrutivistas. Se você perdeu elas, não deixe de ler a Introdução, o Capítulo 1 e o Capítulo 2A.
Algumas tradições são anacrônicas e equivocadas, mas como reservas de soluções tradicionais em relação a qual verificam-se novas propostas que são de imensa importância. Uma nova solução pode, em algum momento, substituir uma tradicional, mas deve ser bem sucedida em restabelecer as conexões com o restante do conhecimento. No contexto dos padrões sociais, arquitetura e urbanismo, novas soluções são úteis caso se conectem a padrões sociais, arquitetônicos e urbanos tradicionais (ou seja, todos aqueles anteriores à década de 1920). Se existe uma lacuna evidente que nada em uma disciplina refere-se a qualquer coisa exterior, então isso poderia ser um problema sério.
Recentemente, Edward Wilson introduziu a noção de "consiliência" como "o bloqueio de explicações causais entre as disciplinas" (Wilson, 1998a). Consiliência reivindica que todas as explicações na natureza estão conectadas e não há fenômenos totalmente isolados. Wilson foca em peças incompletas de conhecimento: a vasta região que separa as ciências das humanidades e está contente em ver isso ser lentamente preenchido por biólogos evolutivos, neurocientistas cognitivos e pesquisadores em inteligência artificial. Ao mesmo tempo, está alarmado com as pessoas nas ciências humanas que estão apagando as partes do corpo de conhecimento existente. Estes incluem filósofos desconstrutivistas. Wilson caracteriza seus esforços como baseados na ignorância.
Nakagin Capsule Tower / Kisho Kurokawa. Cortesia de arcspace
Recentemente os jornais ingleses e o London Evening Standard têm relatado aumentos dramáticos nos preços das residências na capital. Acima de 8% ao ano. Os aluguéis também estão aumentando. Logo, muitos londrinos, especialmente os jovens, não poderão alugar ou comprar uma casa ou um apartamento. Sem dúvida, isso é cada vez mais comum em muitas grandes cidades. Contudo, a Inglaterra ainda está em uma recessão, a pior em quase um século.
Na busca por casas a preços mais acessíveis as pessoas se mudam para locais mais distantes do seu trabalho, especialmente aquelas com baixos salários, e gastam muito do seu salário e seu tempo no deslocamento. O custo da habitação afeta o que comemos e quanto tempo livre temos, afeta a nossa qualidade de vida.
Não se trata de negócio ou propriedade, é algo mais importante, trata-se de um lar. O lar é um refúgio, nosso porto emocional. Na verdade, é um direito humano. Como diz o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: é "o direito de todos a um padrão de vida adequado para si e sua família, incluindo adequada... habitação."
Arquitetos podem ajudar? Sim. Como arquitetos, temos que perguntar o que uma casa realmente é e como ela se encaixa na cidade. Na verdade, a resposta é tão antropológica quanto arquitetônica, é re-pensar a própria casa, na criação, não como propriedade, mas como lar.
Neste artigo, originalmente publicado em Metropolis Magazine como "A Time-Out," Carl Robinson relembra a arquitetura de Ho Chi Minh City dos anos 1960 e discute como a paisagem urbana mudou nos anos seguintes. Com o Vietnã enfrentando uma crise econômica, ele questiona, como a cidade pode se desenvolver?
Nos últimos 15 anos, com o Vietnã finalmente deixando seus longos anos de guerra para trás, a antiga capital de South Vietnam - Saigon - se tornou a potência econômica do país. Até recentemente, Ho Chi Minh City (HCMC) era uma cidade em crescimento. Mesmo antes de seu movimentado aeroporto internacional, havia novos edifícios se erguendo entre os subúrbios alastrados e lotados, espalhados pela paisagem dos rios sinuosos ao redor da cidade.
No centro, onde as torres da catedral da cidade uma vez dominaram skyline, uma silhueta impressionante de edifícios alcançam o céu tropical. O sentimento do século XXI da cidade continua através de seu novo terminal (projetado por GWA) e por uma ampla avenida com edifícios contemporâneos de escritórios e lojas. Eventualmente cheguei às ruas arborizadas da velha Saigon, o bairro residencial criado pelos franceses há mais de 150 anos.
https://www.archdaily.com.br/br/01-149499/pode-a-arquitetura-de-ho-chi-minh-city-ser-salva-por-sua-economiaKatherine Allen
Maquete da cidade de Seattle. Imagem cortesia de Autodesk
Este artigo, por Klaus Philipsen, mebro do Instituto Americano de Arquitetura, foi originalmente publicado em seu blog Community Architect.
À medida que o BIM (Building Information Modeling) lentamente encontra sua aceitação na arquitetura e nas engenharias de edifícios individuais, talvez é hora de considerar a próxima escala: a cidade. Assim como maquetes virtuais nos auxiliam a projetar e entender edifícios e suas demais informações incorporadas, simulações de cidades virtuais poderiam ter uma aplicação no planejamento urbano real, nos permitindo ir além do plano X e Y do GIS para modelamento de informações em três dimensões que incluem o terreno, infraestrutura, edifícios e espaços públicos. Poderiam as cidades virtuais ser a resposta para as "cidades inteligentes"? Descubra na continuação.