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Cidades invisíveis e o pano de vidro: o último remanescente do modernismo

Poucos dos princípios arquitetônicos desenvolvidos no século XX foram tão amplamente aceitos como o pano de vidro, com a tecnologia que vai de uma característica implícita dos Cinco Pontos de Arquitetura de Le Corbusier ao tratamento de fachada em todo o mundo. Neste artigo, originalmente publicado no Australian Design Review como "Invisible Cities - The Last Remnant of Modernism", Annabel Koeck argumenta que o pano de vidro, inicialmente apreciado por sua transparência, está agora fazendo edifícios e até cidades inteiras invisíveis devido à sua ubiquidade diáfana - às custas da expressão arquitetônica.

Os arquitetos noruegueses do Snøhetta projetaram a estrutura de vidro para o Pavilhão de entrada do Memorial Nacional 11 de Setembro, que parece se camuflar com o fundo composto por panos de vidro que definem o skyline de Nova Iorque. É certo que o pavilhão de Snøhetta foi concebido por um programa muito diferente, definido pela timidez e sutileza; ainda que paradoxalmente, foi o pano de vidro que facilitou isso. Com vista para a Piscina Sul em direção a uma série de fachadas envidraçadas que dominam o horizonte, é irônico que uma técnica modernista – o pano de vidro – poderia agora significar o fim para a diversidade arquitetônica nas cidades.

Escalalatina, escalas humanas de um mundo em desenvolvimento

Nessa era de hipervisualização o projeto de arquitetura é apreendido pela visão e entra  na eterna discussão a respeito da exatidão da representação digital. Outra discussão relativa a esse tema é quanto às pessoas (calungas, as escalas humanas) que estamos incluindo em nossos projetos - ou na representação deles. 

Vemos famílias que parecem ter saído da Escandinávia nas representações visuais de projetos brasileiros, ou hipsters do Brooklyn em centros culturais mexicanos. Mas quem, de fato, usará o espaço? Qual é o público real?

Se o assunto também lhe incomoda, apresentamos Escalalatina, uma iniciativa de um grupo de jovens da América Latina que oferece gratuitamente uma série de escalas humanas "em desenvolvimento". A ideia foi inspirada no projeto Skalgubbar de Teodor J.E.

Veja alguns exemplos das escalas humanas já disponíveis, a seguir.

O capítulo final do High Line está completo; mas espere, não feche o livro ainda!

Com a inauguração da última etapa do High Line em Nova Iorque no mês passado, a cidade pôde finalmente fazer um balanço de uma transformação urbana que levou uma década e meia de sua concepção à concretização - e nos primeiros cinco anos desde a inauguração de sua primeira etapa se tornou um dos grandes fenômenos de planejamento urbano do século XXI, inspirando propostas semelhantes em cidades ao redor do mundo. Neste artigo, publicado originalmente pela Metropolis Magazine como "The High Line's Last Section Plays Up Its Rugged Past," Anthony Paletta escreve sobre essa nova peça final ao quebra-cabeça, e examina o que este projeto referência significou para o West Side de Manhattan.

A promessa de qualquer ferrovia urbana, ainda que obscura ou congestionada no seu início, é a eventual liberação para a fronteira aberta, a perspectiva de que esses trilhos enterrados poderiam, em tempo, levá-lo em qualquer lugar. Para aqueles de nós cujo único cronograma é o nosso ritmo de caminhada, esta é a experiência da última fase recém inaugurada do High Line. O parque, depois de serpentear em suas duas fases iniciais ao longo de 20 densas quadras de Manhattan, se alarga em uma grande promenade que termina com a épica vista para o Rio Hudson. É um grande coda e um final satisfatório para um dos projetos de parque mais ambiciosos na memória recente.

De Bogotá a Mumbai: Como os assentamentos informais facilitam a mudança das cidades

Por trás da névoa que cobre as montanhas de Bogotá pela manhã está a residência de William Oquendo. É um labirinto de portas e janelas onde um dormitório abre-se para a cozinha e o banheiro possui aberturas diretamente para a sala.

A 5 mil quilômetros de distância, no Rio de Janeiro, Gilson Fumaça vive no terraço da residência construída por seu avô, depois pelo seu pai e agora por ele mesmo. Ela é bastante resistente: feita de tijolo e argamassa no primeiro pavimento, concreto reforçado no segundo, e uma combinação caótica de telhas de zinco e tijolos soltos no terceiro. Esta última é a contribuição de Gilson, que ele irá melhorar à medida que aumenta no número de moradores na casa.

Do outro lado do mundo, em Mumbai, existem moradias que invadem os trilhos do trem suburbano, construídas e reconstruídas após inúmeras tentativas de demolição. "O entorno físico da cidade está em movimento perpétuo", observa Suketu Mehta em Maximum City"[1]. Existem moradias feitas de bambu e bolsas plásticas e famílias que vivem em calçadas ou debaixo de pontes, em locais precários feitos com as próprias mãos. Enquanto Dharavi - conhecido como o maior favela da Ásia - conta com uma moradia de melhor qualidade, água tratada e eletricidade, este não é o caso da maioria dos novos habitantes da cidade.

Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo

Essas imagens do artista Xavier Delory mostram a famosa Villa Sovoye de Le Corbusier em terrível estado de deterioração. Através dos vidros quebrados e das pichações os vândalos desfiguraram tragicamente suas paredes e janelas intocáveis. Mas não entre em pânico: as imagens apresentadas foram manipuladas no photoshop. Mas, e se não tivessem sido? Neste artigo, publicado originalmente pela Metropolis Magazine como "Modernism in Ruins: Artist "Vandalizes" a Le Corbusier Masterpiece", AJ Artemel explora como nossa comoção e espanto causados por estas imagens expõe uma hipocrisia subjacente na nossa reverência pelas famosas obras modernistas e propõe que talvez o modernismo e o vandalismo estejam mais conectados do que podemos imaginar.

Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo - Image 1 of 4Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo - Image 2 of 4Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo - Image 3 of 4Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo - Image 4 of 4Como a vandalização de um clássico expõe a hipocrisia em relação ao modernismo - Mais Imagens

Para além de "coisas que piscam": O próximo passo na arquitetura midiática

Nos dias 19 a 22 de novembro será realizada em Aarhus a Bienal de Arquitetura Midiática de 2014, que contará com a estreia mundial de "Mapping the Senseable City," uma exibição dos trabalhos coletados do MIT SENSEable Cities Lab. O artigo a seguir foi escrito por Matthew Claudel, um pesquisador no SENSEable Cities Lab, em resposta a essa coleção, explorando o que o futuro reserva para a arquitetura midiática, e implorando para que esta experimente ideias além de "telas de TV para se morar."

A Catedral ativada

Arquitetura Midiática é enfaticamente ambígua. A frase foi colada diversas vezes em uma variedade estonteante de projetos e produtos. Mas, além da imprecisão, a arquitetura midiática é atormentada por uma tensão inerente: as mídias são meios de comunicação dinâmicos, interligados e imediatos que atingem as pessoas em larga escala, enquanto que a arquitetura é fixa, singular e persistente no tempo. Conciliar os dois evoca associações desastradas com a Times Square, telas, LEDs integrados, paparazzi, ou, mais geralmente, com coisas que piscam.

Para além de "coisas que piscam": O próximo passo na arquitetura midiática - Image 1 of 4Para além de "coisas que piscam": O próximo passo na arquitetura midiática - Image 2 of 4Para além de "coisas que piscam": O próximo passo na arquitetura midiática - Image 3 of 4Para além de "coisas que piscam": O próximo passo na arquitetura midiática - Image 4 of 4Para além de coisas que piscam: O próximo passo na arquitetura midiática - Mais Imagens+ 2

Entrevista com Julia King - a arquiteta do futuro(?)

Julia King  

Independentemente se Shigeru Ban mereceu ou não ser reconhecido com a mais alta premiação da profissão este ano (existem opiniões fervorosas em ambos os lados da questão), existe uma questão que é certa: arquitetura está passando por um momento delicado. E talvez ninguém represente melhor a mudança de direção da arquitetura do que Julia King, premiada com o Emerging Woman Architect of the Year pelo Architecture Journal.

Em busca de um PhD prático através do ARCSR, (sigla em inglês para o Arquitetura para as Mudanças Rápidas e Recursos Escassos) nas favelas da Índia, King percebeu muito rápido que a última coisa que essas comunidades precisavam era arquitetura - ou melhor, do que é tradicionalmente considerado "arquitetura". Afinal, os membros de comunidades já eram especialistas na construção de casas e edifícios. Ao invés disso, ela coloca seu conhecimento arquitetônico em prol de projetar e implementar o que era verdadeiramente necessário: sistemas de esgoto. E então - quase por acidente, ela me confessou - o título de "Garota Penico" surgiu [potty girl em inglês].

Na entrevista a seguir, conduzida via email, conversei com King sobre seu fascinante trabalho, o novo paradigma que isso representa para a arquitetura, a necessidade de renunciar a divisão "urbano e rural" (ela prefere "conectado e desconectado"), as sérias limitações da educação em arquitetura e o próprio futuro da arquitetura. Leia mais a seguir.

Light Matters: Pixels voadores inteligentes criam nuvens de luz

Imagine um sistema de iluminação que pudesse voar e iluminar as edificações ou nos guiar individualmente através do espaço. O que aconteceria ainda se pudéssemos interagir com esses pixels voadores? Esses conceitos poderiam ser concretizados num futuro próximo ao passo que os primeiro protótipos e experimentos são introduzidos. LEDs controlados por softwares combinados à tecnologia dos drones proporcionariam extraordinárias possibilidades de induzir a novas formas de experiência espacial. Essas nuvens de pixels luminosos emergiriam como padrões digitais, mas ao mesmo tempo criariam uma atmosfera romântica ao formar constelações no céu noturno. Os primeiros projetos compartilham um caráter lúdico, porém, laboratórios como o MIT's SENSEable City Lab, o ARES Lab e o Ars Electronica Futurelab mostraram um futuro fascinante no desenho urbano para os sistemas de orientação ou previsão de desenvolvimentos imobiliários, ao passo que avanços na tecnologia de baterias e controle sem fio abriram novas perspectivas para uma vida com pixels voadores inteligentes.

Um destino melhor que o "Efeito Bilbao" para Sydney

Em Sydney, uma recente discussão sobre o Planejamento do Distrito Cultural apoiado pela Administração Municipal levantou importantes questões sobre como a cidade pode competir na corrida global da cultura. Sara Anne Best considera que essa discussão levantou as questões erradas. Originalmente publicado no Australian Design Review como "Cultural Ribbon or Coastal Connections", este artigo argumenta que Sydney, com uma indústria da cultura e do turismo tão focada no lazer ao ar livre, poderia encontrar uma forma mais "pessoal" de atrair atenção, uma estratégia que inclua a grande área metropolitana, ao invés de focar apenas no centro cultural. O artigo coloca: "Com três das praias mais icônicas da cidade passando por renovações, qual é o papel da orla CBD no contexto da identidade cultural de Sydney?" Descubra a seguir.

Um destino melhor que o "Efeito Bilbao" para Sydney - Image 1 of 4Um destino melhor que o "Efeito Bilbao" para Sydney - Image 2 of 4Um destino melhor que o "Efeito Bilbao" para Sydney - Image 3 of 4Um destino melhor que o "Efeito Bilbao" para Sydney - Image 4 of 4Um destino melhor que o Efeito Bilbao para Sydney - Mais Imagens+ 2

Como projetar escritórios para clientes que têm problemas maiores que o projeto?

Gastamos muito tempo e esforço debatendo e pesquisando como projetar um escritório perfeito - talvez tempo demais, de acordo com Rachel Casanova, Diretora do Workplace no Perkins + Will. Neste post, publicado originalmente pela Metropolis Magazine como "When the Open Office Isn't Always the Problem or Solution", Casanova argumenta que deveríamos pensar no projeto de escritórios de forma mais holística, levando em conta não apenas o espaço físico, mas também a forma como o cliente administra seu local de trabalho. Na melhor das hipóteses, o desenho pode catalisar a criação de um ambiente de escritório mais amigável, mas para cada empresa a maneira de conseguir isso pode ser diferente; não há uma solução "ideal" para escritórios. Leia mais abaixo para descobrir o porquê.

Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos

O fotógrafo Menno Aden começou sua carreira fotografando os dormitórios de seus amigos em Berlim, uma cidade conhecida pela vida modesta, aluguéis baratos e apartamentos muito pequenos. Inspirado pelas vidas e pelos pertences dispersos de seus companheiros desenvolveu a série Room Portraits, como uma nova maneira de retratar às pessoas e suas formas de habitar o espaço reduzido. Mais fotografias e informações, a seguir.

Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos - Image 1 of 4Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos - Image 3 of 4Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos - Image 4 of 4Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos - Image 5 of 4Arte e Arquitetura: O fotógrafo Menno Aden captura pequenos espaços de vida com câmeras instaladas em seus tetos - Mais Imagens+ 2

Em defesa da vaidade dos edifícios em altura

Recentemente os editores do ArchDaily receberam um pedido interessante de um Diretor de Comunicações anônimo de uma empresa não identificada de Nova Iorque, dizendo: "Em seu relato, por favor não repitam como fato, ou como 'oficial', a opinião de que o One World Trade Center em Nova Iorque será o edifício mais alto dos Estados Unidos.” Ele ou ela continua, explicando que quem decidiu "anunciar" a edificação como a mais alta nos EUA, o Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH), não é oficialmente aprovado pelo AIA ou pelo governo dos EUA, e que, mesmo que seu trabalho tenha sido benéfico para a arquitetura e para as cidades como um todo, seu critério de avaliação da altura das edificações possui falhas e tem sido criticados por muitos na indústria.

O desejo de se ter o maior edifício em uma cidade, país ou até do mundo se dá desde, pelo menos, o período medieval, onde famílias nobres de cidades italianas de colina como San Gimignano tentavam superar os esforços de construção de outras cidades (piadas sobre a natureza freudiana de tal competição não são, imagino, tão recentes). Talvez o maior símbolo do desejo disso seja a coroa decorativa do Chrysler Building, que foi desenvolvida em segredo e permitiu ao edifício receber brevemente o título de mais alto do mundo, para a surpresa e ira dos competidores em seu tempo.

Com este espírito competitivo, aparentemente, ainda muito vivo, pensei que poderia ser útil abordar a questão levantada pelo nosso amigo anônimo.

4 dicas práticas para treinar uma equipe de CAD

Este artigo, escrito por Shaun Bryant, consultor CAD, chegou até nós através de nossos parceiros da Line//Shape//Space.

Em meu artigo anterior, mencionei o fato de que já fui um gerente de CAD e que havia muitos personagens que eu costumava incorporar. Um deles era de um gerente de treinamento do departamento de CAD. Eu era a pessoa que estava em contato com o RH, organizando e orçando a formação dos meus funcionários. A grande questão era, que tipo de formação de CAD eles precisavam? Eu deveria enviar trabalhadores freelance e empregados permanentes de agências de CAD para fazer cursos ou deixaria que o pessoal das agências cuidassem disso? Seja como for, eles são sua equipe de CAD e todo mundo deveria receber o mesmo treinamento, mas as pessoas da agência devem ter cuidado a respeito da sua situação fiscal, ao aceitar o treinamento vindo de um cliente sob contrato. Tudo isso tem que ser levado em conta quando você tem um orçamento limitado.

Mas o treinamento no software CAD é um imperativo. Seus funcionários CAD precisam ser os melhores no software que eles utilizam e não podem desenvolver maus hábitos. Eles precisam do núcleo de formação, além da experiência e cursos complementares de novas versões que forem sendo lançadas. (A cada ano, no caso da Autodesk, certo?)

Veja a seguir 4 dicas para formar a melhor equipe CAD que você puder.

Quatro artigos sobre Teoria da Arquitetura

Relembre os quatro artigos que publicamos sobre a Teoria da Arquitetura.

Figuras, Portas e Passagens / Robin Evans

Coisas ordinárias contêm os mais profundos mistérios. No início é difícil ver no layout convencional de uma casa contemporânea qualquer coisa senão a cristalização da fria razão, necessidade e o óbvio, e por causa disso nós somos facilmente levados a pensar que uma mercadoria tão transparentemente não excepcional deva ser forjada diretamente a partir de coisas de básicas necessidades humanas. De fato, praticamente todos os estudos sobre o habitar, qualquer que seja seu escopo, são fundados sobre esse pressuposto. ‘A luta por encontrar um lar’, declara um especialista proeminente, ‘e o desejo pelo abrigo, privacidade, conforto e independência que uma casa pode prover, são familiares por todo o mundo.’[1] Desde tal ponto de visão as características do habitar moderno parecem transcender nossa própria cultura, sendo erguida ao estado de requisitos universais e atemporais para uma vida decente. Isso é facilmente bem explicado, já que todas as coisas ordinárias parecem a uma vez neutras e indispensáveis, mas isto é uma ilusão, e uma ilusão com consequências também, à medida que esconde o poder que o arranjo costumeiro do espaço doméstico exerce sobre nossas vidas, e ao mesmo tempo oculta o fato de que essa organização tem uma origem e um propósito. A busca por privacidade, conforto e independência através da agência de arquitetura é bastante recente, e até quando essas palavras vieram por primeira vez à cena e eram usadas em relação aos assuntos domésticos, seus significados eram bem diferentes desses que nós entendemos agora. Assim o seguinte artigo é uma tentativa um tanto quanto crua e esquemática por descobrir apenas um dos segredos do que é agora tão ordinário.

Como projetar ciclovias elevadas que realmente funcionem?

Não há dúvida sobre isso - ciclismo urbano é uma boa ideia nos dias de hoje. Mas, ao passo que ciclovias e sistemas de compartilhamento de bicicletas são adequados às nossas cidades, a revolução do ciclismo ainda não nos trouxe muitos exemplos de belas estruturas para nos maravilharmos. Esse artigo, publicado originalmente em The Dirt como "Do Elevated Cycletracks Solve Problems or Just Create More?", discute dois exemplos aparentemente similares de infraestruturas cicloviárias sofisticadas, examinando porque uma delas é um sucesso enquanto a outra um fracasso.

Este ano, dois projetos - um proposto e outro construído - de ciclovias elevadas que criam percursos acima do nível da rua receberam considerável atenção da mídia. Esses projetos destacam importantes questões de planejamento urbano: A cidade deve misturar ou segregar as opções de transporte? Como a cidade pode melhor mitigar os riscos inerentes do contato entre carros, bicicletas, transporte coletivo e pedestres? Como as cidades podem criar redes de transporte de baixo custo em núcleos urbanos cada vez mais densos?

A fabricação de cidades chinesas: O poder dos investidores na República Popular

O mundo está de olho na máquina urbana que são as cidades chinesas, nas cidades-temáticas recém fundadas e nas novas áreas de investimento econômico urbano em torno das cidades. Os edifícios são repetitivos, as áreas são, por vezes, desabitadas, mas a o que deixa os planejadores urbanos, arquitetos e o público surpresos é que estes edifícios são, frequentemente, completamente vendidos antes mesmo de serem concluídos.

Para comprar estas residências recém construídas é preciso dinheiro e, ao longo das últimas três décadas, o milagre econômico chinês serviu precisamente para o crescimento da renda per capita. A reforma do sistema econômico em 1978 foi a força motriz que acionou o mecanismo de produção de capital. A reforma levou milhões de pessoas a migrarem das cidades subdesenvolvidas do oeste do país em busca de melhores salários e uma esperança bem fundamentada de revolucionar sua existência econômica.

O futuro de ontem, hoje: Como é ser arquiteto na Coréia do Norte?

Originalmente publicada na Metropolis Magazine como "The Future of Architecture, According to a North Korean Architect, esta entrevista com Nick Bonner, curador da Seção Norte-Coreana do Pavilhão da Coréia na Bienal de Veneza 2014, investiga as realidades do trabalho de um arquiteto em um dos países mais fechados do mundo.

Há uma boa chance de você nunca pisar na Coréia do Norte, o que não é o mesmo que dizer que você não pode. O interesse no estado socialista é cada vez maior, um fato refletido pelo aumento no número de turistas ansiosos para descobrir os locais e atrações de Pyongyang. Nick Bonner, fundador da Koryo Tours, vem trazendo visitantes para a República Popular Democrática da Coréia (DPRK) há mais de duas décadas. Ele recentemente foi encarregado da curadoria de uma pequena exposição no Pavilhão Coreano na edição deste ano da Bienal de Arquitetura de Veneza.

Para os "Utopian Tours" Bonner encomendou projetos de um arquiteto norte-coreano não identificado, pedindo-lhe para imaginar uma infra-estrutura totalmente nova para acomodar grupos maiores de turistas. As ilustrações resultantes são fascinantes: o futuro da arquitetura, pelo menos na Coreia do Norte, se parece muito com o futuro de ontem, onde os turistas viajam em aerobarcos e os trabalhadores vivem em hotéis em forma de zigurate inspirados em montanhas e árvores.

A revista Metropolis convidou o arquiteto paisagista a mostrar um panorama geral do atual cenário da arquitetura em um dos países mais isolados do mundo.

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Uma cidade sem carros: A superação do domínio do automóvel em Nova Iorque

Originalmente publicado na Metropolis Magazine como “Playing in Traffic“, este artigo de Jack Hockenberry investiga a relação entre o homem e o veículo, ilustrando a dinâmica complexa criada em Nova Iorque - uma cidade com mais de 2,1 milhões de veículos registrados. Ao contrário dos esquemas que colocavam o carro como elemento central, do famoso ex-chefe de planejamento urbano de Nova Iorque, Robert Moses, Hockenberry argumenta que a cidade é o "espaço negativo", ao passo que os veículos são obscurecidos pelo nosso inconsciente.

É uma curiosidade da vida urbana moderna que, quanto mais carros se aglomeram em cidades, mais eles se tornam invisíveis. É uma característica padrão em qualquer cidade grande de hoje. Infelizmente, não podemos controlá-la a partir do assento do condutor - por mais que gostaríamos de acenar as mãos e assistir através de nossos pára-brisas os carros desaparecendo e libertando-nos da prisão do tráfego. A invisibilidade de que estou falando só ocorre se você é um pedestre ou ciclista. O número de veículos motorizados estacionados ou em movimento em qualquer hora nas ruas de Nova Iorque é surpreendente. De acordo com o Departamento de Veículos Motorizados do Estado, estima-se que 2,1 milhões estão registrados na cidade. Ainda assim, registrá-los nunca os farão totalmente visíveis quando estamos andando nas ruas. A cidade é o espaço negativo e é assim que nossos olhos percebem cada vez mais as paisagens urbanas. Tudo em torno dos carros e caminhões se entrelaçada pelo olho e, apesar de os veículos estarem presentes, gradualmente aprendemos a ignorá-los, menos quando estamos parados na linha direta do fluxo de trânsito.

Um novo estilo arquitetônico para a era do individual

Ao passo que os arquitetos modernistas romperam com a arquitetura vernacular e desenvolveram um estilo internacional homogeneizado, muitos criaram espaços estéreis e lugares distantes do calor das formas históricas do habitar humano. Reações negativas à brutalidade dos espaços modernistas encorajaram movimentos arquitetônicas como o pós-modernismo e o desconstrutivismo, mas estes nunca chegaram a subverter a caixa racionalista moderna como paradigma arquitetônico dominante. 

Contudo, a almejada precisão mecânica desses edifícios em alguns casos se tornou, com o passar do tempo, acidentalmente humanizada através do acréscimo de cortinas, pinturas coloridas, ou mesmo alterações e reparos imperfeitos. Acredito que os sucessos e fracassos do modernismo geraram um novo tipo de estilo arquitetônico previamente não classificado: o Pixelismo. Saiba mais sobre esse fenômeno, a seguir.

Serpentine Pavilion de Smiljan Radic: Da fantasia à fabricação

Pousando tranquilamente nos Kensington Gardens de Londres está o Serpentine Pavilion de 2014 de Smiljan Radic, um volume etéreo de fibra de vidro cuidadosamente moldada, pontuada por aberturas precisamente recortadas. Radic desejava uma estrutura que parecesse fina e frágil, mas forte o bastante para se sustentar, e sua afeição pelas qualidades rudimentares do papier-mâché - material usado na maquete - inspiraram a AECOM a utilizar fibra de vidro, material que potencializou as ousadas ideias de Radic. Neste artigo, originalmente publicado pela Metropolis Magazine como "Paper-Thin Walls", um engenheiro da AECOM explica a solução empregada. Saiba mais a seguir.

Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária

Em 2030, 70% da população chinesa viverá em cidades, ou seja, um bilhão de habitantes. Essa futura demanda por solo urbano em cidades já altamente densificadas estimula os governos locais e intervencionistas a negociar a venda de terrenos com moradores de regiões degradadas e/ou de baixo gabarito para a construção de arranha-céus que supram essa demanda interna. No entanto, este ciclo de negociação, compra, demolição, construção e comercialização tem encontrado resistência de proprietários que se negam a aceitar as indenizações oferecidas, ao passo que as construções avançam impiedosamente.

Essas residências são conhecidas como casas prego (钉子户, Dīngzi hù) e a seguir apresentaremos exemplos que resistem à expulsão imobiliária e governamental enquanto rodovias, arranha-céus, escritórios e centros comerciais são erguidos em seus jardins.

Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária - Image 1 of 4Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária - Image 2 of 4Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária - Image 3 of 4Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária - Image 4 of 4Casa prego: a resistência chinesa frente à expulsão imobiliária - Mais Imagens+ 4

Estudo de caso: As regras tácitas da construção nas favelas

" A construção de uma casa custa tempo e dinheiro", disse Marcio, um morador do Complexo do Alemão, uma das favelas do Rio de Janeiro, enquanto me mostrava sua casa. É por isso que uma casa leva várias gerações para ser construída: uma laje é construída, colunas erguidas e uma cobertura leve é instalada, mas isso é apenas para marcar onde o próximo pedreiro deve continuar seu serviço. "Construir uma cobertura com telhas não é um sinal de riqueza aqui - pelo contrário, significa que não se teve dinheiro suficiente para continuar construindo a casa", explica Manoe Ruhe, um urbanista holandês que morou nessa favela durante os últimos seis meses.

Como um arquiteto que sempre foi fascinado pela maneira que as pessoas vivem, tive que vir fazer uma residência no Barraco #55, um Centro Cultural no Complexo do Alemão, para aprender como seus cidadãos faziam para construir suas comunidades. E eu tinha muitas perguntas: existem regras de construção? Quais são as características em comum de cada casa? Elas seguem a mesma tipologia? Como é o interior dessas casas? Quais técnicas de construção e quais materiais são usados?

Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial

Paisagens e espaços urbanos abandonados sempre atraíram exploradores aventureiros em busca de uma espiada num mundo de uma distopia industrial decadente. Este desejo pode ser realizado ao se visitar o complexo Zollverein em Essen, Alemanha: outrora a maior mina de carvão da Europa, Zeche Zollverein foi transformada no decorrer de 25 anos em um paraíso arquitetônico. Contribuições de Rem Koolhaas, Norman Foster e SANAA foram incluídas ao parque de 100 hectares; oprimido em sua complexidade, a propriedade inclui canos enferrujados, fornos colossais de carvão e altas chaminés, convidando mais de 500.000 pessoas por dia a ter uma visão da era dourada da indústria pesada europeia.

Junte-se a nós para uma jornada fotográfica através deste playground da era da máquina, a seguir…

Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial - Image 1 of 4Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial - Image 5 of 4Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial - Image 2 of 4Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial - Image 6 of 4Uma jornada fotográfica por Zollverein: a transformação de uma paisagem pós-industrial - Mais Imagens+ 23

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