Alberto Campo Baeza nasceu em 1946 na cidade de Valladolid, no centro norte da Espanha mas passou boa parte de sua infância e juventude na extremidade oposta do país, na cidade portuária de Cádiz, no sul da Andaluzia. Graduado arquiteto pela Universidade Politécnica de Madri em 1971, Campo Baeza obteve seu título de doutor em arquitetura pela mesma instituição pouco mais de dez anos depois. Desde então, assumiu o papel de professor catedrático na Escola Superior de Arquitetura de Madri (ETSAM), onde leciona há mais de 40 anos. Ele encara a arquitetura como uma ferramenta para a concretização de idéias e conceitos abstratos. A transfiguração da subjetividade do mundo em estruturas corpóreas simples e cristalinas, apoiando-se em elementos arquitetônicos singelos como volumes retangulares estoicamente enraizados em seus contextos específicos, paredes sólidas e profundas e estruturas honestas. Na arquitetura de Campo Baeza não há lugar para formas complexas ou quaisquer exageros. Formas autênticas e despretensiosas acentuam as relações primárias entre a volumetria pura de seus edifícios e a exuberância da paisagem que os cerca. A arquitetura de Campo Baeza fala sobre transparência e precisão, planos, linhas e ângulos. Embora sua obra construída seja bastante concisa – em sua maioria projetos em pequena escala –, ela representa um dos legados mais completos, consistentes e inspiradores que a arquitetura contemporânea já produziu.
Em atividade desde 2006, o escritório paulistano 23 SUL, formado pelos sócios Gaú Manzi, Ivo Magaldi, Luís Pompeo, Luiz Ricardo Florence, Moreno Zaidan, Tiago Oakley e André Sant’Anna da Silva, conta em seu portfólio com obras de uma ampla variedade de escalas, abrangendo, da esfera doméstica à urbana, projetos desenvolvidos para clientes particulares e para o poder público.
A arquitetura é conhecida principalmente por meio de representações. Ainda hoje, quando as viagens não são mais tão raras ou apenas para os ricos, os prédios e lugares são amplamente divulgados e apreciados por meio de imagens. Nesse sentido, a fotografia foi - e ainda é - fundamental para a arquitetura. A entrevista a seguir investiga o trabalho de Erieta Attali e o relacionamento com a arquitetura e a paisagem através das lentes de sua câmera. Com mais de duas décadas de experiência, fotografando e ensinando em todo o mundo, a fotógrafa israelense reflete sobre as origens e a evolução de sua renomada prática.
A crise climática global não está apenas nos forçando a repensar os projetos arquitetônicos e a maneira como vivemos, mas também os materiais e produtos que a moldam, desde sua fabricação e suas origens. Nesse sentido, a madeira se tornou uma alternativa eficiente ao aço e concreto - materiais de alto nível de carbono incorporados - emergindo inovações interessantes que poderiam continuar a aprimorar seu uso massivo.
Inspirados na eficiência da natureza, a Strong By Form desenvolveu o Woodflow, uma tecnologia que permite a geração de peças de madeira de alto desempenho estrutural ", combinando a otimização de sua forma, a orientação de suas fibras em relação à direção dos esforços, e variando sua densidade para resistir a uma melhor compressão ou tração", conforme explicado por seus criadores. Além disso, todos esses produtos são desenvolvidos em um processo controlado por meio de software paramétrico, integrado às plataformas BIM e aos sistemas de fabricação CNC.
Conversamos com Jorge Christie, CTO da Strong By Form, para aprofundar essa nova tecnologia.
Iñaki Alday é o atual diretor da Escola de Arquitetura de Tulane (Nova Orleans). Fundador do escritório de arquitetura Alday Jover Arquitectura y Paisaje, Iñaki Alday também é um dos arquitetos consultores das Nações Unidas, especialista em projetos urbanos de rios e deltas. Como tal, Alday se destaca por sua participação como co-fundador do ‘Projeto Yamuna River’, uma das primeiras iniciativas internacionais entre universidades de apoio à projetos de pesquisa dedicados à recuperação do Rio Yamuna na cidade de Nova Delhi - um dos rios mais contaminados do mundo.
Entrevistamos Iñaki Alday para saber mais à respeito de como as cidades estão se preparando para enfrentar a emergência climática. Fizemos perguntas que abordam a urgência por pesquisas e pesquisadores dedicados ao assunto e como as universidades deveriam estar preparando as novas gerações de arquitetos para enfrentar este urgente desafio.
“A filha que Robert Moses e Jane Jacobs nunca tiveram”. É assim que Michael Bloomberg, ex-Prefeito de Nova York, descreve sua Secretária de Transportes Janette Sadik-Khan. A urbanista é uma das grandes referências na área que defendem as ruas da cidade — maior ativo de governos municipais — como principal forma de ajudar a melhorar a vida das pessoas.
A tecnologia é hoje parte inerente à produção do espaço da cidade. E uma das tecnologias mais inovadoras é a Realidade Virtual, onde o usuário é transportado para uma realidade simulada que o permite vivenciar um espaço ainda não construído. E seu uso vai muito além da exploração do projeto pelo mercado imobiliário: as pesquisas englobam experimentações, vivência de ambientes construídos no passado e a recriação de elementos através da prototipagem de peças. E isso só é possibilitado pelo avanço da tecnologia e barateamento de equipamentos, cada vez mais acessíveis para estudantes, profissionais e público geral.
Muito se falou sobre como a automação afetará a maneira como fazemos a arquitetura e qual será nosso papel quando as tecnologias alcançarem nossas próprias mesas de trabalho. Nos últimos anos, vimos como a robótica e a tecnologia avançada vem ganhando espaço nos processos de construção e fabricação. No entanto, novas ferramentas estão surgindo que prometem automatizar o próprio processo projetual. Isso poderia permitir configurar de forma rápida e fácil os espaços de convivência e suas dimensões nos estágios iniciais do projeto, usando simulações e inteligência artificial.
Será este o futuro do projeto arquitetônico? Conversamos com Jesper Wallgren, arquiteto e fundador da Finch 3D, para entender melhor essa ferramenta e seu possível escopo.
Desde 2008, o Rua Arquitetos se dedica a projetos bastante variados que incluem organização de exposições, residências, galerias de arte e projetos urbanísticos. Tal experiência rendeu publicações e premiações nacionais e internacionais, e participação em exposições como as do MoMA (2014), do MAK em Viena (2015), do Carnegie Museum of Arts em Pittsburgh (2016), e a do MAM São Paulo (2017). Além das bienais de arquitetura de Hong Kong-Shenzhen (2013), Chicago (2015), Veneza (2016/18) e Trienal de Lisboa (2016).
A historiadora e curadora Beatriz Colomina fala sobre nossa disciplina e a dificuldade que temos de aceitar que a arquitetura é o resultado de um esforço coletivo. Quando questionada sobre sexismo e questões de gênero na arquitetura, Colomina amplia a discussão e aborda o mito histórico da arquitetura como o produto de uma mente única, brilhante - e sempre masculina. Uma ficção que obscureceu o papel de várias mulheres, e equipes inteiras, comprometidas com o processo de design.
Embora fundado a pouco mais de dez anos, o Airbnb tem provocado uma profunda transformação na maneira como nos relacionamos com os edifícios e também com as nossas cidades. Criada em 2008, esta plataforma digital utiliza a tecnologia para criar novas redes e proporcionar novas experiências de vida a seus usuários. O conceito chave por trás do Airbnb é fazer com que as pessoas se sintam em casa seja onde for que elas estiverem. Por isso a empresa decidiu investir em suas próprias equipes de arquitetura e design, como a Samara e a Airbnb Environments, sub-divisões do Airbnb que estão dando forma a novas maneiras de viver e habitar as nossas cidades.
A arquitetura e o urbanismo do século XXI tem em mãos inúmeras tecnologias que auxiliam arquitetos e planejadores a pensarem o espaço. Atualmente, inovações como realidade aumentada, renderizações hiper-realistas, impressão 3D, entre outras, fazem parte do cotidiano da profissão. Mas é possível que nenhuma delas influencie tanto o processo de projeto como a tecnologia BIM, sigla para Building Information Modelling (ou a Modelagem da Informação da Construção). Sua aplicação impõe aos arquitetos uma nova maneira de abordar a construção de nossas edificações.
O Arquicast Entrevista da semana fala sobre o trabalho de um arquiteto mineiro com reconhecimento internacional. Formado pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1973, Gustavo Penna fundou seu escritório GPA&A no mesmo ano e desde então está instalado em um casarão centenário no centro de Belo Horizonte. Conquistou diversos prêmios internacionais e seus trabalhos já foram expostos no Brasil e no mundo, como a Bienal de Arquitetura, em São Paulo, a Bienal de Veneza, a Trienal de Arquitetura Mundial, em Belgrado e o Institut Français d’Architecture, em Paris.
Na última sexta-feira, 11 de outubro, participamos do debate entre o escritório baseado entre Brasil e Uruguai, MAPA, representado pelos sócios Silvio Machado e Luciano Andrades, e o escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados representado por Vinicius Andrade, durante os eventos do 21° Congresso Brasileiro de Arquitetos (CBA) realizado na cidade de Porto Alegre. Na ocasião, os arquitetos apresentaram suas respectivas produções e discutiram sobre a importância do uso de sistemas construtivos pré-fabricados no desenvovlimento projetual. Na oportunidade, entrevistamos Luciano Andrades que nos contou detalhes acerca do projeto dos Minimod. Leia a seguir:
Considerado um dos arquitetos mais inovadores de nosso tempo, Carlo Ratti é sócio e fundador do premiado escritório de arquitetura italiano Carlo Ratti Associati e diretor do MIT Senseable City Lab. Através de sua prática profissional e didática, Ratti defende o uso de novas tecnologias como ferramenta de transformação da disciplina da arquitetura, da maneira como projetamos nossos edifícios e consequentemente, da maneira como construímos nossas cidades. O conceito de “convergência” é um dos elementos centrais no trabalho de Ratti, seja na confluência do natural e artificial, seja na harmonia entre o homem e a tecnologia. Alem disso, ele acredita que esta consonância pode nos ajudar a reformular os processos de projeto, promovendo um maior engajamento das comunidades locais nas discussões à respeito da cidades que eles desejam morar.
O Arquicast Entrevista da semana traz um escritório paulista, com 4 sócios que entendem o valor e a importância de um projeto de arquitetura para o cliente. Com experiências múltiplas em tipologia e escala de projeto, buscam pesquisar e desenvolver novas formas de fazer arquitetura e o resultado é um trabalho contemporâneo. Seus projetos já foram exibidos em Bienais como as de Veneza, Rotterdam e Quito e foram vencedores de diversos prêmios nacionais e internacionais. Um dos projetos mais emblemáticos da história do escritório foi uma casa feita para uma cliente muito especial: a Dona Dalva, que juntou o dinheiro de anos de trabalho para construir sua casa na Vila Matilde. O convidado para a entrevista foi Danilo Terra, do Terra e Tuma Arquitetos Associados.
No início de setembro de 2019 o curso de pós-graduação da Escola da Cidade, Geografia, Cidade e Arquitetura recebeu o filósofo canadense Mark Kingwell para uma série de aulas. Numa quarta-feira, dia 4, os estudantes Pedro Perez Barroso, Lua Victor Vieira Lima e Igor Augusto, convidados pelo Conselho Científico da Escola da Cidade, entrevistaram Kingwell sobre temas que envolvem sociedade, política, emergência climática, arquitetura e cidades.
https://www.archdaily.com.br/br/926167/precisamos-mudar-nossa-maneira-de-viver-em-larga-escala-entrevista-com-mark-kingwellPedro Barroso, Lua Lima e Igor Coimbra