A luz como elemento projetual: maneiras inspiradoras de gerenciar a iluminação natural

Para a maioria das pessoas, a vida moderna exige passar a maior parte do dia em espaços interiores - na verdade, de acordo com um relatório da Environmental Protection Agency, a pessoa média passa cerca de 90% de sua vida em ambientes fechados. Como resultado, isso implica perder benefícios para a saúde associados à exposição à luz solar, como absorção de vitamina D, regulação dos ritmos circadianos, níveis mais altos de energia e até melhora do humor. Uma opção é aumentar a quantidade de tempo que passamos ao ar livre. Mas como a maioria das funções diárias são realizadas no interior dos edifícios, é crucial incorporar e priorizar a iluminação natural nos interiores.

A penetração excessiva da luz solar direta também pode causar efeitos danosos – como desconforto visual e ganhos indesejáveis de calor –, por isso é essencial controlar adequadamente sua entrada. Para isso, algumas soluções convencionais incluem a instalação de dispositivos de sombreamento ou a adição de tratamentos de janela, como filmes ou vidros refletores de calor. No entanto, existem muitas outras estratégias criativas para controlar eficientemente a luz natural e, ao mesmo tempo, valorizar a arquitetura dos espaços modernos, agregando um forte valor estético e emocional.

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© Adam Mork

Com isso em mente, apresentamos abaixo algumas belas maneiras de usar a luz natural como um elemento projetual de destaque, mantendo o conforto e a funcionalidade. De um efeito dramático focal a padrões únicos ou um brilho sutil, exploramos isso através de um conjunto de exemplos inspiradores onde a luz é o protagonista.

Pontos focais dramáticos

Das muitas maneiras de gerenciar a luz natural como elemento projetual, as claraboias atraem instantaneamente a atenção dos usuários. Inspiradas em aberturas famosas como a do Panteão, possuem um forte significado simbólico e são muito úteis em grandes espaços que não podem ser adequadamente iluminados por janelas, criando um efeito dramático de ponto focal ou uma agradável luz filtrada. No entanto, antes de adicionar uma claraboia, há alguns pontos importantes a serem considerados.

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© Marc Tey

Dentre eles, é importante considerar o tamanho da sala e sua finalidade; por exemplo, espaços para atividades cotidianas, como ler ou comer, se beneficiam de luz natural extra direta, mas espaços mais íntimos, como quartos, podem não exigir luz focalizada (pode-se, no entanto, incluir claraboias menores que admitem luz difusa). Outro fator crucial é a orientação: enquanto uma claraboia voltada para o oeste receberá forte sol da tarde, uma voltada para o leste receberá mais luz pela manhã. Da mesma forma, a orientação para o norte fornecerá luz constante ao longo do dia, enquanto a orientação para o sul resultará em uma penetração mais fraca e fria da luz do dia.

Depois que o posicionamento ideal é determinado, há muitas possibilidades criativas a serem exploradas. Geralmente na forma de círculos, quadrados ou formas mais orgânicas, as claraboias certamente se tornam uma declaração de design marcante em qualquer sala, adicionando à estética geral ao enquadrar a entrada de luz e as vistas do céu. No entanto, estes devem incluir vedação hermética e utilizar vidros com desempenho térmico adequado para evitar o superaquecimento, impedir a infiltração de água e garantir a eficiência.

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© Dennis Lo Designs
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© David Wakely

Formas e padrões definidos

Seja através de paredes perfuradas, treliças ou várias aberturas em tetos, entradas de luz intrincadas e repetitivas são eficazes na filtragem da luz solar, proporcionando conforto térmico e ventilação natural. Mas para alcançar o equilíbrio certo entre funcionalidade, conforto e estética, é crucial considerar primeiro alguns fatores.

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© Bruno Helbling

Assim como as claraboias, determinar a orientação ideal para alcançar o efeito desejado é fundamental, pois pode determinar o movimento e a intensidade da luz e das sombras. Além disso, a adição de uma superfície filtrante (como um painel de vidro) deve ser avaliada de acordo com o uso e o tipo de ambiente. Por exemplo, enquanto corredores ou espaços coletivos podem funcionar com aberturas que se conectam diretamente ao exterior, a maioria dos ambientes privados geralmente requer vidros colocados entre as aberturas e o interior por motivos térmicos, de privacidade e segurança.

Definidas essas condições, há infinitas opções criativas em termos de técnica e materiais: desde painéis de madeira primorosamente perfurados com tecnologia laser CNC, até vigas expostas que fornecem uma sequência linear rítmica de padrões de luz e sombra. Independentemente da técnica, essas aberturas repetitivas controlam a luz abundante enquanto projetam formas distintas e fortemente definidas – atuando, portanto, como uma iluminação de efeito, pois apenas a luz e as sombras são destacadas, criando uma espécie de impacto teatral. Eles se destacam ao agregar dimensão, decoração e movimento únicos a superfícies que de outra forma seriam simples, concedendo à luz natural seu próprio valor estético como um poderoso elemento de projeto.

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© Harunodi Noda
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© Fernando Guerra | FG+SG
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Courtesy of Mendaro Corsini Arquitectos
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© Eugeni PONS

Efeito difuso aconchegante

Ao procurar reduzir a intensidade da luz natural e criar um ambiente confortável e acolhedor, filtrar a luz uniformemente por toda a superfície é a solução ideal – especialmente em edifícios onde a transparência visual não é um requisito essencial. De painéis de vidro leitoso a uma ampla gama de tecidos, esse visual pode ser alcançado através de vários materiais. Mas antes de fazer a seleção, é necessário estudar detalhadamente a orientação e uso do edifício, a configuração dos espaços internos e o estilo desejado.

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© Andy Ryan

Por exemplo, misturar vidros texturizados com outros mais transparentes no mesmo quadro é ideal para delimitar perfeitamente espaços com níveis variados de privacidade. Por outro lado, as partições de malha funcionam bem na regulação da luz, mantendo um ambiente compartilhado em um espaço de trabalho colaborativo. Às vezes complementados com luz artificial, ambos os materiais são capazes de obter um efeito de brilho sutilmente nebuloso em paredes inteiras ou claraboias.

Utilizar superfícies filtrantes como revestimento de fachada pode ser uma maneira única e elegante de transformar a luz solar direta abundante em um brilho difuso visualmente atraente. Ao contrário da luz focalizada, isso cria ambientes serenos e calmantes, sendo ideal para ambientes contemplativos ou espaços expositivos. Mas dependendo do nível de translucidez, o efeito também pode ser bastante dinâmico, reduzindo pessoas e objetos a silhuetas abstratas em movimento com intensidades variadas. Desta forma, a luz natural é gerenciada de forma eficiente e criativa, adicionando camadas de brilho sutil, movimento e ambiguidade.

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© Anette Kisling
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© Metipat Prommomate
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© Simon Menges

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Sobre este autor
Cita: Montjoy, Valeria. "A luz como elemento projetual: maneiras inspiradoras de gerenciar a iluminação natural" [Light as a Design Statement: Inspiring Ways to Manage Natural Lighting ] 19 Fev 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/975999/a-luz-como-elemento-projetual-maneiras-inspiradoras-de-gerenciar-a-iluminacao-natural> ISSN 0719-8906

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