Por que devemos integrar superfícies táteis na arquitetura

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Acessibilidade é uma das considerações mais importantes na arquitetura, que é o de garantir que o ambiente construído atenda a pessoas de todas as capacidades. No entanto, as concepções populares sobre a deficiência e acessibilidade permanecem limitadas e, frequentemente, abrangem apenas pessoas com deficiência física, como os usuários de cadeiras de rodas. Principalmente entre os projetistas arquitetônicos, é comum abordar a acessibilidade como adição de rampas, corredores largos e elevadores. No entanto, a deficiência pode assumir diversas formas, algumas menos visíveis do que outras. Para os deficientes visuais, a incorporação de elementos táteis específicos na arquitetura e no desenho urbano pode melhorar muito a navegabilidade de um espaço desconhecido. Neste artigo, falamos especificamente sobre os pisos podotáteis, incluindo suas diferentes formas, sua história e suas formas de implementação.

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© Flickr user Daveynin

Em 1965, o engenheiro e inventor japonês Seiichi Miyake desenvolveu os primeiros tijolos táteis para ajudar um amigo que estava começando a ter problemas visuais. Dois anos após ser inventada, a cidade de Okayama, no oeste do Japão, tornou-se a primeira cidade a instalar pavimentação tátil ao redor da cidade. Dez anos depois, foi amplamente adotado pela Ferrovia Nacional do Japão e, em 1985, tornou-se uma exigência em cidades de todo o país. Logo, espalhou-se além das fronteiras do Japão; hoje, os tijolos táteis são onipresentes não apenas nos países asiáticos, mas na Austrália, no Reino Unido, no Brasil, nos Estados Unidos e na maioria dos países ao redor do mundo.

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Existe uma grande variedade de pavimentos táteis, com diferentes cores, formas e significados. Normalmente, os pisos táteis são pintados ou confeccionados em cores vivas para torná-los mais visíveis para pedestres com baixa visão: a Lei dos Estados Unidos (Americans with Disabilities Act), por exemplo, exige que o contraste de cores dos tijolos táteis e do pavimento ao redor seja de pelo menos 70%. Muitos países usam uma cor amarela brilhante para esse propósito. As extrusões da pavimentação também seguem um código específico. No Reino Unido, por exemplo, pisos com "linhas de bolhas paralelas" indicam uma transição da calçada para a estrada. Da mesma forma, ladrilhos com pontos extrudados em linhas alternadas alertam as pessoas sobre a borda de uma plataforma ferroviária. No Brasil, por outro lado, apenas o primeiro tipo existe, e funciona como alerta de algum obstáculo ou mudança de direção. Saiba mais sobre o padrão brasileiro neste guia ilustrado desenvolvido pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, batizado de "Calçada Certa".

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Diretrizes chilenas para aplicação em superfícies táteis. Image Courtesy of MINVU

Outro tipo de piso guia são os direcionais, que consistem em linhas extrudadas paralelas entre si, no lugar de bolhas. Estas orientam o movimento dos usuários em vez de alertá-los sobre os perigos, onde as pessoas que carecem de orientação devem andar, ajudando-as a evitar obstáculos como mobiliários urbanos ou vegetação. Dependendo do país e das normativas, geralmente há uma altura mínima para as extrusões dos ladrilhos também.

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Os pisos podem ser feitas de alguns materiais diferentes e são aplicadas simultaneamente de distintas formas. Um material comum para pavimentação tátil é a borracha, que pode ser rapidamente instalada e hermeticamente vedada ao pavimento existente. Outras marcações podem ser feitas de aço inoxidável e coladas com cola epóxi ao concreto.

Essas superfícies táteis são absolutamente essenciais para a arquitetura e o desenho urbano, permitindo aos deficientes visuais moverem-se mais adequadamente através do ambiente construído, uma vez que a deficiência não está na pessoa, mas nas barreiras do espaço físico. Para incorporar estes elementos de forma mais eficaz, é imprescindível que os arquitetos consultem ativamente as diretrizes e normas de acessibilidade de seu próprio país ou localidade. Seguindo esses guias básicos, é ainda possível fazer com que esses produtos funcionais se convertam em um valor agregado para o projeto arquitetônico, criando projetos inclusivos que, a partir de seus detalhes, possam melhorar a vida de todos os seus ocupantes.

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Classroom Makeover For The Blind / Creative Crews. Image © Ekkachan Eiamananwattana
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Classroom Makeover For The Blind / Creative Crews. Image © Jirakit Panomphongphaisarn

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Sobre este autor
Cita: Cao, Lilly. "Por que devemos integrar superfícies táteis na arquitetura" [Why We Should Integrate Tactile Surfaces into Architecture] 05 Dez 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/952394/por-que-devemos-integrar-superficies-tateis-na-arquitetura> ISSN 0719-8906

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