Três projetos brasileiros entre os 20 finalistas do Prêmio Oscar Niemeyer 2020

Escrito por Fabian Dejtiar | Traduzido por Camilla Sbeghen
Publicado em 24 de Outubro de 2020

O júri do Prêmio Oscar Niemeyer apresentou os 20 finalistas de sua terceira edição. Três brasileiros integram a lista: a Estação Antártica Comandante Ferraz, do Estúdio 41, a Capela Ingá-Mirim, do escritório messina | rivas, e o Hospital Público de Emergência de São Bernardo do Campo, projetado pelo SPBR Arquitetos.

Handel Guayasamin, Arquiteto Diretor Executivo da REDBAAL e do Prêmio ON-03, comenta:

A Terceira Edição do Prêmio ON-03 nos leva a uma viagem extraordinária pela produção arquitetônica latino-americana que dia a dia floresce de suas raízes indígenas e cresce em sua vigorosa miscigenação africana, europeia, asiática e global.

Uma arquitetura que soube condensar o popular e a academia, a tradição e a cultura, sempre agindo em crise e muitas vezes com falta de recursos, inventando respostas espaciais e urbanas às encomendas e motivações públicas ou privadas. Arquitetura resolvida a partir da solidão do autor, da equipe multidisciplinar do escritório ou de grupos de jovens arquitetos e estudantes comprometidos com a sociedade e o ofício.

Na Terceira Edição do Prêmio ON 2020, foram apresentados 101 projetos anteriormente premiados nas bienais de seus respectivos países. Depois de um árduo e complexo trabalho, nosso Comitê Internacional de Júris definiu os 20 projetos selecionados que hoje são expostos, entre os quais estão os vencedores desta edição.

Se pararmos para analisar esta seleção, encontramos obras que pertencem a 7 países, o que nos falam sobre o surgimento da boa arquitetura em novos territórios (Equador, Peru, por exemplo). Também encontramos projetos de escritórios de arquitetura de prestígio (Kalach, Mazzanti, Bucci, Barclay & Crousse, por exemplo), bem como novos estúdios e particulares (MAPAA, Estudio 41, Messina-Rivas, Gagliardo, Núñez, por exemplo); e coletivos jovens com profissionais que respondem a problemas há muito adiados (Natura Futura, Comunal, Montiel, Guillén, por exemplo).

Verificamos os rigores do oficio ao resolver uma diversidade de demandas tipológicas: Equipamentos culturais (Museu Juan Soriano, Fundação Santa Fé, por exemplo); Edificações educacionais e de pesquisa (Sala de Aula Piura, Escola Bancária e Comercial, Centro de Bioengenharia, Escola Rural Pivadenco, Escola Rural Produtiva, Estação Antártica, por exemplo); Edifícios e complexos habitacionais (Bonpland 2169, Pueyrredón 1101, Casas del Ciprés, por exemplo); Moradias unifamiliares (Erasto, 8 Vigas, Avándaro, por exemplo); Habitação de interesse social (Habitação em Ocuilan, Casa Melani, por exemplo); Equipamentos de saúde, religiosos, administrativos, comunitários (Hospital Público de Urgência, Capela Ingá-mirim, Prédio Municipal de Nancagua, La Comuna, por exemplo).

Por fim, admiramos a qualidade arquitetônica de todos os projetos apresentados e selecionados que mostram que a arquitetura latino-americana é responsável em relação ao seu contexto social, cultural, urbano ou natural. Também é capaz de resolver programas complexos, mas ao mesmo tempo é capaz de nos afetar emocionalmente com sua materialidade, seus volumes, seus detalhes e sua poética.

O Comitê Internacional de Jurados para o Prêmio ON, formado por Diane Gray, César Shundi Iwamizu, José Luis Cortés, Juan Articardi, Isaac Broid e Carlos Bedoya, decide que os 20 projetos selecionados são: