Guia de projeto para paraciclos e bicicletários

Estudos mostram que o investimento público em redes cicloviárias integradas e seguras promove transformações urbanas, proporcionando mais humanidade, saúde e qualidade de vida na cidade. Enquanto cidades na Holanda e nos países nórdicos já incorporaram as bicicletas no cotidiano, com uma parcela significativa da população utilizando o meio de transporte para os deslocamentos diários, grande parte do mundo ainda vem buscando um modelo para diminuir os congestionamentos e aumentar seu uso. Segundo o ITDP (Institute for Transportation and Development Policy), investir no transporte não motorizado permite a redução dos congestionamentos, melhora a qualidade do ar, a saúde física e mental dos moradores, e ainda o comércio local e a visibilidade das marcas, uma vez que ciclistas tendem a prestar mais atenção ao comércio local e ocupam menos espaço do que os automóveis.

Mas junto às ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, é imprescindível proporcionar locais adequados para que as bicicletas possam ser estacionadas nos finais dos percursos. Enquanto os bicicletários são espaços fechados, geralmente com algum tipo de vigilância e infraestrutura adicional, os paraciclos são as estruturas que permitem apoiar e trancar a bicicleta de forma segura. Eles podem se integrar no mobiliário urbano de uma cidade, junto a bancos, placas, luminárias e totens informativos. 

Guia de projeto para paraciclos e bicicletários - Mais Imagens+ 19

© Eduardo Souza

O mais importante é que os paraciclos estejam localizados próximos a pontos de interesse para pedestres e ciclistas, que sejam construídos de materiais fortes, bem fixados ao piso e sua geometria deve preferencialmente ter elementos que permitam a fixação do quadro e os aros da bicicleta, para dificultar os furtos. Um erro comum na implantação de infraestruturas cicloviárias é o de não considerar o fluxo ou caminho do ciclista com a localização dos ciclistas, que existem rampas de acesso e que eles seguem a rota projetada das ciclovias. Isso serve para facilitar o acesso e não tornar a jornada mais longa.

Mas quais as principais considerações que devem ser tomadas ao se implantar um paraciclo?

1. Ser visível e não interromper os fluxos

Para o sucesso dessa infraestrutura, é importante que estejam bem localizados e tenham boa visibilidade. Isso permite uma vigilância natural dos transeuntes e a fácil localização do ciclista. Os paraciclos devem ser instalados o mais próximo possível do local de destino dos ciclistas, de preferência próximos a entrada dos edifícios. É importante que não obstruam também faixas de pedestres, entradas e saídas de público, sobretudo as de emergência, ou guias rebaixadas de entrada e saída de veículos. 

Cortesia de BKT Mobiliario urbano
Cortesia de BKT mobiliario urbano

2. Dimensões mínimas entre paraciclos

É imprescindível deixar uma separação mínima de 80 cm entre cada paraciclo para o melhor aproveitamento, permitindo comportar 2 bicicletas por estrutura.

Cortesia de BKT mobiliario urbano

3. Dimensões mínimas para implantação

Ao seu redor, prever um espaço suficiente para a passagem de uma bicicleta com seu condutor. Considerar a distância mínima de 50 cm para alguma parede, muro, árvore, ou outro elemento.

Cortesia de BKT Mobiliario urbano
Cortesia de BKT mobiliario urbano

4. Materiais para fixação

Pensar em materiais que sejam robustos e fortes para o uso cotidiano e adequados às intempéries, como luz solar e corrosão. Geralmente, as estruturas são construídas em alumínio ou aço galvanizado, mas há paraciclos que adicionam uma camada de borracha, para evitar arranhões nas bicicletas. No piso é importante que conte com uma laje de concreto, para a fixação ideal da estrutura. O pavimento deve ser plano, sem saliências ou cavidades, admitindo-se desnível de até 5% no sentido transversal dos suportes. 

Cortesia de BKT mobiliario urbano

5. Pensar em seu uso com ou sem as bicicletas

É interessante pensar em seu uso também quando estiverem vazios. Quando não há nenhuma estacionada, pensar em uma estrutura mais esbelta, que seja agradável aos olhos e discreta. Há cidades que já criaram padrões de paraciclos que conversam com o restante do mobiliário urbano.

6. Permitir vários pontos de apoio e de trancamento

É importante estudar as dimensões das estruturas levando em conta as bicicletas no mercado, para permitir vários pontos de apoio e de trancamento. Alguns manuais sugerem que prender a bicicleta em dois pontos é o ideal. Geralmente, considera-se as medidas não se afastam muito dos 80 cm de altura. O comprimento da estrutura varia mais, chegando até a 80 cm em alguns casos.

Cortesia de BKT mobiliario urbano

Veja, abaixo, algumas opções de paraciclos, disponibilizados pela empresa BKT mobiliario urbano.

Galeria de Imagens

Ver tudoMostrar menos
Sobre este autor
Cita: Eduardo Souza. "Guia de projeto para paraciclos e bicicletários" 11 Fev 2019. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/910581/guia-de-projeto-para-paraciclos-e-bicicletarios> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.