Em um percurso pelas quadras de Buenos Aires, cerca de 500 passagens se distribuem por toda a cidade. Independentemente do bairro em que estão localizadas, elas representam cartões postais de uma arquitetura urbana contemporânea com um toque de improvisação. Apesar do que se vê hoje, elas são testemunhas da organização de Buenos Aires, que aspirava a regularidade de um tabuleiro de xadrez.
Muitas vezes é difícil dizer a diferença entre a passagem, o beco e a rua sem saída, mas todos eles fazem parte do espaço urbano, aquele lugar de troca, de encontro, de sinais, símbolos e palavras onde as pessoas vivem, brincam e aprendem ao mesmo tempo.
Décadas de renovação urbana, enraizadas em políticas de planejamento racistas, criaram as condições para que a gentrificação ocorresse nas cidades norte-americanas. Mas a principal preocupação com a gentrificação hoje é o deslocamento, que afeta principalmente as comunidades marginalizadas moldadas por um histórico de acesso negado a hipotecas. Na Conferência ASLA 2021 sobre Arquitetura Paisagística em Nashville, Matthew Williams e o Departamento de Planejamento da Cidade de Detroit, mostraram preocupação de que novos espaços verdes em sua cidade aumentem o valor de mercado das casas e "prejudiquem as comunidades marginalizadas". Entretanto, o investimento em espaços verdes não precisa necessariamente gerar o deslocamento dessas pessoas: se o projetos forem liderados pelas comunidades, podem gerar benefícios para todos.
O "vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022 será anunciado no próximo mês", publicou o site oficial do Prêmio. A honraria mais importante da arquitetura revelará seu(s) vencedor(es) em abril deste ano, diferentemente do usual, feito em março. O "Prêmio Nobel de Arquitetura" homenageia todos os anos, desde 1979, um arquiteto vivo (ou grupo de arquitetos) que alcançou conquistas significativas para a humanidade e o ambiente construído.
Visto como uma das grandes promessas para o futuro da construção civil, o concreto carbono mescla resistência, leveza e flexibilidade. Além disso, em uma época marcada por uma grave crise ambiental que põe em xeque os métodos construtivos da indústria civil, o concreto carbono surge como uma alternativa que se aproxima das diretrizes da sustentabilidade.
Nos últimos anos, os terraços desempenharam um protagonismo na vida urbana, atuando como refúgio, lugar de lazer e reunião, de contemplação, ou ainda como espaço de trabalho ao ar livre. Privilégio e escape nos períodos de confinamento desde o início da pandemia de Covid-19, estes espaços externos onde se pode fazer exercício, se conectar com a natureza, estudar ou trabalhar se tornaram especialmente desejados por aqueles que vivem nas grandes cidades.
Foi-se o tempo em que eram bem vistas as arquiteturas que se fechavam para dentro de si, nas quais seu envoltório seria, não como um moderador do clima exterior no ambiente interno, mas uma barreira inerte e independente. Inúmeros equipamentos mecânicos, elétricos para ventilar, para aquecer, para resfriar. Uma completa máquina.
Hoje se pensa cada vez mais na interação da arquitetura com meio no qual está inserida, fazendo com que nós arquitetos assumamos a responsabilidade do conforto térmico dos ambientes, utilizando estratégias de projeto para uma climatização natural.
Durante seus anos de universidade, arquitetos adquirem uma ampla gama de habilidades que vão além de aprender a projetar edifícios. Isso inclui a resolução criativa de problemas, gerenciamento de projetos, alta atenção aos detalhes, coordenação de equipes e resposta precisa às necessidades do cliente. Um diploma geralmente fornece as ferramentas necessárias para projetar em qualquer escala – do urbano ao design de produto – e explorar outros campos criativos, como arte, fotografia, jornalismo ou design industrial. Das muitas possibilidades que se abrem, é especialmente comum que muitos deem o salto para o design de móveis, principalmente o design de cadeiras, em vez de seguir o caminho tradicional.
Poucas religiões têm tanta história e simbolismo quanto o judaísmo. Como a religião monoteísta mais antiga do mundo, remonta a cerca de quatro mil anos. No judaísmo, a arquitetura e as casas de culto servem como locais não apenas para serviços litúrgicos, mas também para reuniões e estudos. Hoje, os arquitetos estão repensando o projeto de sinagogas e espaços de encontro comunitário para celebrar o judaísmo, a reflexão e a comunidade.
O ambiente construído destinado a todos, na verdade ainda não chega a ser imaginado por todos. No ano passado, no Dia Internacional da Mulher, afirmamos que “a batalha pela equidade está longe de acabar”. Este ano, o ArchDaily está virando a mesa e buscando orientação de nosso público, além do conteúdo normal que publicamos, destacando mulheres arquitetas e tópicos relacionados a gênero. Valorizamos muito as opiniões de nossos leitores e agora, mais do que nunca, estamos buscando sua opinião, para alcançar âmbitos mais amplos e lançar luz sobre figuras femininas desconhecidas no cenário internacional.
Na sua opinião, quais são as arquitetas que faltam na nossa plataforma? Ajude-nos a destacar as mulheres envolvidas no ambiente construído e nomear as principais personagens femininas de todo o mundo, para que possamos ajustar as narrativas, apresentar seus trabalhos e compartilhar conhecimentos e ferramentas para um mundo mais inclusivo. Essas mulheres podem pertencer a qualquer época da história: de jovens forças em ascensão a indivíduos ou empresas estabelecidas, a figuras que fizeram parte da história da arquitetura. Elas também podem ter diversas formações profissionais, desde arquitetas, urbanistas, designers, até construtoras e tomadoras de decisão; todos os perfis envolvidos na formação do ambiente que nos cerca são elegíveis.
Pouco menos de dois anos após o início de uma pandemia global, a inclusão na profissão de arquiteto infelizmente ainda é um tema limitado. Uma pesquisa de 2020 do Architects' Journal do Reino Unido revelou uma quantidade preocupante de obstáculos para arquitetos negros naquele país. Nos Estados Unidos, por sua vez, profissionais negros renomados, como Mabel O. Wilson, do Studio &, questionaram a natureza eurocêntrica de uma grande quantidade de estudos arquitetônicos.
Uma reforma pode ser sinônimo de dor de cabeça para muitas pessoas. Para evitar isso, quanto maior for o planejamento e mais tempo for investido num projeto que garanta que todas as etapas sejam executadas dentro do prazo e, principalmente, do orçamento é fundamental. Pensando nisso, apresentamos aqui algumas dicas e elementos que devem ser ponderados antes de fazer uma reforma básica na sua cozinha.
https://www.archdaily.com.br/br/976609/quanto-custa-e-o-que-considerar-na-reforma-de-uma-cozinhaEquipe ArchDaily Brasil
É curioso pensar como uma região geográfica tão pequena tenha uma influência tão marcante no design, desde o meio do século XX e continuando em voga por todo o mundo atualmente. O design escandinavo é conhecido por unir simplicidade, craftsmanship, elegant functionality e quality materials. A sofisticação fica a cargo dos detalhes e seus mobiliários caracterizam-se pelas dimensões bem estudadas, economia de materiais e o não excesso de informações. De fato, há inclusive um termo dinamarquês e sueco que define a filosofia: “hygge” diz respeito ao aconchego que proporciona a sensação de bem-estar e contentamento. Mas de que forma podemos incorporar algumas lições do design escandinavo para que nossos projetos de interiores possam tornar-se mais aconchegantes e confortáveis?
Em apartamentos e casas pequenas, os espaços de descanso e de entretenimento costumam dividir o mesmo ambiente fazendo com que a sala de estar esteja totalmente voltada para a televisão. Porém, o que fazer quando a televisão é removida do espaço? Veja a seguir ideias de como organizar a sala de estar sem ter a televisão como principal objeto do cômodo.
Os rios há muito são considerados as artérias da Terra, servindo como a essência das comunidades urbanas à medida que os assentamentos humanos desenvolveram seus abrigos ao longo deles. Séculos depois, a arquitetura ribeirinha permaneceu vital à medida que essas áreas se expandiam para além das tipologias residenciais e aproveitavam estruturas dinâmicas de uso misto e funções públicas. Por mais valiosas que possam parecer, essas paisagens trazem o risco de inundações inesperadas, aumento dos níveis de água ou secas completas, o que obrigou os arquitetos a projetarem ambientes construídos capazes de responder a essas mudanças abruptas. Então, como esses assentamentos foram construídos no passado e como a densificação urbana de hoje e os avanços tecnológicos influenciam na maneira como são construídos?
A concentração da população mundial em centros urbanos torna os terrenos cada vez mais caros nas grandes cidades. Além disso, com as mudanças climáticas, o aumento do nível do mar coloca em risco a moradia de milhões de pessoas em todo o mundo – calcula-se que 800 milhões de pessoas estarão em risco até 2050.
A vida sobre a água pode ser uma solução para estes dois grandes problemas. Esta ideia deu origem a um bairro em Amsterdã, capital da Holanda, país que sempre se adaptou muito bem às adversidades e tem um quarto do seu território abaixo do nível do mar.
Um projeto arquitetônico vai muito além das plantas finais, imagens impressionantes ou uma maquete. Ele passa por diversas etapas que geram um conjunto de documentos baseados em desenhos técnicos, textos e diversas outras formas de representações que abrangem desde a concepção do projeto até sua construção. Mais do que uma metodologia, essas etapas são regidas por normas, tendo a NBR 13532, Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura, como base das condições necessárias para a elaboração projetual arquitetônica.
https://www.archdaily.com.br/br/976457/quais-sao-as-etapas-de-um-projeto-de-arquiteturaEquipe ArchDaily Brasil
Ao falarmos de eficiência energética de edificações, é inevitável mencionarmos o isolamento térmico. Dificilmente vemos ele numa edificação acabada e, mesmo nos desenhos técnicos, a camada isolante figura como uma hachura fina. Mas trata-se de um elemento que exerce vital importância, já que atua como uma barreira ao fluxo de calor, dificultando as trocas de energia entre o interior e o exterior, diminuindo a quantidade de calor que escapa no inverno e a energia térmica que entra no verão. Em uma edificação com bom isolamento térmico há menor necessidade de meios mecânicos e gasto de energia para manter a casa em uma temperatura agradável, reduzindo também a sua pegada de carbono. Atualmente há muitos países que exigem um nível mínimo de isolamento térmico para as edificações, com parâmetros cada vez mais rígidos. Mas como essa questão deverá ser tratada num futuro próximo, com uma previsão nada animadora em relação à crise climática?
A arquitetura dos tribunais é geralmente representada por projetos cívicos e monumentais. Projetos que fazem uso de uma linguagem contemporânea, superam as representações tradicionais e exploram novas abordagens da forma. De maneira geral, tribunais são tidos como grandes marcos nas cidades e refletem alguns valores fundamentais da sociedade; funcionam, também, como pontos de encontro comunitário.
As cidades estão crescendo, e crescendo para cima. Isso está longe de ser um fenômeno contemporâneo apenas, claro, e por mais de um século, os arranha-céus têm sido uma parte integral dos cenários urbanos por todo o mundo. Esse crescimento urbano engloba uma rede complexa de processos – avanços em conexões de transporte, urbanização e migração, para mencionar alguns deles. O crescimento, no entanto, é muito frequentemente associado a um fracasso governamental em atender todas as demandas da população urbana. Assentamentos informais são nascidos disso: pessoas encontrando seu espaço por si próprias para viver em meio à falta de apoio do Estado.
A pandemia de Covid-19 atingiu o transporte coletivo em cheio. Inicialmente, o número global de passageiros chegou a cair em até 80%, e no final de 2020 o transporte coletivo ainda circulava com em torno de apenas 20% da quantidade de passageiros do cenário pré-pandêmico. A preocupação é de que, caso o transporte coletivo não se recupere, as pessoas optem cada vez mais por veículos particulares.
https://www.archdaily.com.br/br/977320/3-maneiras-de-transformar-o-transporte-coletivo-com-foco-no-clima-saude-e-equidadeBen Welle, Rogier van den Berg e Claudia Adriazola-Steil
A terceira vez é realmente a definitiva? Novas imagens divulgadas pelo New York YIMBYno começo deste mês mostram o novo projeto para a torre há muito tempo esperada, com uma mudança marcante em relação ao que foi divulgado por Foster + Partners em 2005.
Isso não é uma grande surpresa. Embora Foster + Partners tenha recebido o projeto há 17 anos e a fundação tenha sido iniciada em 2013, o trabalho está avançando lentamente e a equipe original foi substituída pelo BIG em 2015, depois que o investidor Silverstein Properties decidiu adotar uma abordagem mais contemporânea apresentando a torre como a futura casa da News Corporation de Rupert Murdoch e da 21st Century Fox.
"Inovação" e "design thinking" podem ser duas das expressões mais utilizadas tanto online quanto offline ao longo da última década. Para responder à necessidade global pela "mudança do status quo", empresas bem estabelecidas, start-ups, e até universidades começaram a utilizar essa abordagem para gerar novas maneiras de resolução de problemas e desenvolvimento de novos produtos, levando em conta seu apelo, conveniência e viabilidade. E com isso, um novo arquétipo foi concebido: o design thinker, uma pessoa que tem um kit de ferramentas criativo para gerar algo disruptivo. Então qual é o significado do design thinking e qual sua relação com a arquitetura?
Nas últimas décadas, as discussões sobre o enfrentamento dos desafios climáticos vem ocorrendo ao mesmo tempo em que sentimos os seus efeitos. Apesar de carros e motos serem os principais emissores de poluentes, os ônibus também têm uma participação significativa nas emissões de gases de efeito estufa e no aumento das doenças relacionadas à poluição do ar. Neste sentido, a adoção de novas tecnologias, como os ônibus elétricos e o uso de combustíveis alternativos, é essencial para reduzir os seus impactos à saúde pública e ao meio ambiente.
https://www.archdaily.com.br/br/977317/onibus-eletricos-podem-tornar-nossas-cidades-mais-sustentaveisITDP Brasil
Estamos passando por um período de transição demográfica, e isso, todos nós já sabemos. O crescimento da população acima de 60 anos vem sendo exponencial, entretanto, não é apenas o aumento demográfico que deve ser considerado, mas também o novo perfil dessas pessoas – afinal, não se faz mais idosos como antigamente.