Em outubro, a equipe da Archdaily conversou com Henry Glogau durante sua estadia em Londres, onde estava trabalhando em alguns projetos. Com apenas 26 anos, seu currículo inclui uma quantidade impressionante de premiações internacionais, por conta da relevância de seu trabalho para questões tão básicas e urgentes para a humanidade: acesso a água potável, saneamento e qualidade de vida. Nascido na Nova Zelândia, Henry se mudou para Copenhague em 2018 para estudar na Royal Danish Academy e, nos últimos dois anos, trabalha no escritório da 3XN GXN como arquiteto em sua unidade de inovação, juntamente com uma equipe multidisciplinar. Abaixo, leia a conversa que tivemos sobre alguns de seus projetos, suas crenças sobre o papel da arquitetura e suas opiniões sobre nossa responsabilidade com o planeta.
Ao organizar os elementos, materiais e cores de um layout arquitetônico, os arquitetos podem guiar com sucesso os usuários através de uma sala e seus diferentes espaços, criando um fluxo intuitivo e adequado para aqueles que a habitam. Ao explorar estratégias inovadoras para criar novas maneiras de organizar um espaço, a arquitetura pode usar a cor para intensificar certos aspectos de um projeto. O uso da cor em um projeto de arquitetura combina diferentes fatores além das preferências estéticas, afetando também as emoções e o comportamento do usuário. Antes de iniciar a seleção de cores, o processo de design implica certa tomada de decisão, como quais elementos arquitetônicos devem ser destacados, se houver uma zonificação ou divisão de espaços dentro do uso de cores, a criação de pontos focais e a consideração de como cada cor está associada a um determinado humor.
Através de cinco projetos de arquitetura, o artigo a seguir analisa como a cor é aplicada como uma estratégia de design para definir espaços através de três categorias: estrutura, elementos e objetos e definição de espaços.
'Incluir a cor em certos lugares tem o grande valor de fazer os contornos e os planos estruturais parecem mais enérgicos' - Antoni Gaudi
Os materiais de construção mais primitivos do mundo estão sendo usados para criar os edifícios mais avançados. À luz das crises ambientais, os arquitetos estão concentrando seus esforços em projetar ambientes melhores para as pessoas e o planeta. Os resultados podem muitas vezes parecer “greenwashing”, deixando de abordar a raiz do dano ecológico. A arquitetura ambientalmente responsável deve ter como objetivo não reverter os efeitos da crise ecológica, mas instigar uma revolução nos edifícios e na forma como os habitamos. Ensaios do livro The Art of Earth Architecture: Past, Present, Future preveem uma mudança que será um salto filosófico, moral, tecnológico e político para um futuro de resiliência ambiental.
De smartphones a foguetes espaciais e carros autônomos, o poder da tecnologia nesta era digital moderna é enorme (e praticamente ilimitado). Isso impactou todos os aspectos de nossas vidas e continuará a abrir possibilidades que hoje não podemos nem vislumbrar. Quando aplicada de maneira social e ambientalmente responsável, a tecnologia tem o poder de melhorar a produtividade, a comunicação e a sustentabilidade, permitindo que as comunidades globais funcionem com eficiência, atendendo às necessidades cotidianas das pessoas e melhorando sua qualidade de vida. Simplificando, a boa tecnologia serve para a humanidade. E, assim como as indústrias de saúde ou manufatura aproveitaram isso, o mundo da arquitetura, design e construção não pode ficar para trás.
NASA Sustainability Base / William McDonough + Partners and AECOM. Courtesy of William McDonough + Partners
O termo “cradle to cradle” foi cunhado pelo arquiteto estadunidense William McDonough e pelo engenheiro químico alemão Michael Braungart em seu livro-manifesto Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things, lançado em 2002. Trata-se de uma teoria que não é meramente arquitetônica, mas se aplica em qualquer produto, promovendo uma abordagem biológica à fabricação na qual os componentes são considerados nutrientes em um “metabolismo saudável”.
Refletindo sobre como serão os materiais do futuro, falaremos de um material que está em alta em Barcelona e que talvez nos leve a responder essa questão sugerindo que, como sempre acontece, tudo volta.
Os ladrilhos hidráulicos há alguns anos voltaram a ser tendência, despertando interesse pelo seu alto valor artesanal e pelos seus diversos desenhos, perfeitos para combinar ambientes tradicionais com detalhes de vanguarda.
Estantes têm uma função clara: organizar, armazenar e expor. Esse papel simples, mas vital, tornou-as uma obrigação em todos os lares, mantendo o local arrumado armazenando livros, roupas, brinquedos ou quaisquer outros itens que, de outra forma, seriam espalhados pelo chão. Embora geralmente encontradas em armários, quartos, banheiros e cozinhas, as prateleiras são úteis onde quer que o armazenamento extra seja necessário. São especialmente ideais para tirar o máximo proveito das salas pequenas, o que sempre se beneficiará de ter espaço mais limpo e sem desordem. Respondendo a essa necessidade crucial de armazenamento e, seguindo uma abordagem rigorosa de 'forma segue a função', as estantes tradicionais são frequentemente compostas por planos horizontais mínimos e planos presos a uma parede - um layout simples que não se destina particularmente a chamar a atenção. Portanto, as pessoas não tendem a pensar em estantes além do armazenamento e, nesse sentido, as inúmeras possibilidades de design que eles oferecem são frequentemente negligenciadas.
A relação da arquitetura com a natureza é complexa. Se, por um lado, buscamos paisagens naturais para emoldurar, por outro, tentamos a todo custo evitar patologias causadas pela presença de raízes e folhas em nossas paredes e estruturas. Ao mesmo tempo que lançamos mão de tetos verdes, jardins verticais e floreiras para aproximar as cidades da vegetação e melhorar o conforto das pessoas, nos conformamos em construir edifícios com materiais completamente dissociados da fauna e flora. Ainda que a revolução com os biomateriais e novas tecnologias esteja mudando isso aos poucos, devemos nos perguntar se as estruturas e edifícios precisam necessariamente estar separados da natureza em que se apoiam. Foi essa dúvida que motivou os pesquisadores da Universidade da Virginia (UVA) a desenvolverem estruturas geometricamente complexas impressas em 3D feitas de solo, onde as plantas pudessem crescer livremente.
Considerando o tempo, a energia e o impacto ambiental de um processo de construção, a arquitetura deve explorar diferentes metodologias que funcionam com o ambiente construído existente. Por exemplo: Como dar vida a um edifício esquecido? A reutilização adaptativa oferece novas oportunidades a edifícios abandonados, seguindo a ideia de que a boa arquitetura deve ser durável, inovadora e reciclável.
Os arquitetos não devem projetar apenas para o presente, mas também devem pensar em como adaptar os edifícios para o futuro. Em vista da situação atual do mundo em relação à crise climática e aos recursos naturais disponíveis, a reutilização adaptativa explora estratégias para a sustentabilidade e a inovação projetual, trabalhando para reduzir o consumo de energia, com menos emissão de carbono e impacto social positivo.
A história e a formação cultural das Filipinas estão refletidas na paisagem construída por todo o país, com suas estruturas e habitações que expressam várias influências das nações que ocupavam as ilhas.
Quando falamos sobre arquitetura e habitações filipinas, de modo geral, podemos pensar na primeira casa filipina conhecida: Bahay Kubo. A Bahay Kubo é uma pequena cabana composta por nipa, bambu e outros materiais regionais. Comumente, muitas pessoas ainda optam por adotar este tipo de habitação, que se modernizou com o passar do tempo e permanece como conceito em casas contemporâneas.
Unindo novas e velhas técnicas construtivas, os pesquisadores do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (IAAC) ergueram uma pequena estrutura de terra com impressão 3D. É o primeiro projeto do tipo realizado na Espanha.
“Trata-se de um protótipo que representa a ponte entre o passado – arquitetura vernacular de barro – e o futuro – tecnologia de impressão 3D em larga escala – que não só servirá para mudar a arquitetura do futuro, mas também será muito útil para enfrentar o clima atual e a crise habitacional em todo o mundo”, afirma o Instituto.
Hoje em dia, bem-estar é uma palavra comumente usada no design e em outras áreas. Mas o que isso realmente significa? De acordo com o National Wellness Institute, o conceito é definido como "um processo ativo pelo qual as pessoas tomam conhecimento e fazem escolhas para uma existência mais bem-sucedida". Isso pode ser visto de diferentes perspectivas, como fatores ambientais, intelectuais, espirituais e físicos. Embora esses elementos possam ser integrados separadamente na vida de alguém, eles também podem se complementar e trabalhar juntos. Por exemplo, o exercício não apenas fornece benefícios físicos, mas contribui para o bem-estar emocional também.
Usado por artesãos em todo o mundo por milhares de anos, o vidro colorido é uma das formas de arte mais antigas. Suas origens datam do século VII, quando janelas coloridas começaram a adornar igrejas, catedrais e conventos - geralmente representando símbolos religiosos e histórias bíblicas. Eles se expandiram para mesquitas e palácios islâmicos durante o século VIII, e na Idade Média podiam ser encontrados em inúmeras igrejas em toda a Europa. Intrincados trabalhos em vidro atingiram o esplendor máximo nos edifícios monumentais do período gótico, resultando em vitrais gigantes e elaboradas com figuras, padrões e geometrias extremamente complexas. No entanto, hoje em dia isso já não é exclusivamente reservado para locais de culto proeminentes ou estruturas antigas. De mãos dadas a métodos inovadores de produção e novas tecnologias, o vidro colorido retornou na arquitetura contemporânea, embelezando edifícios com seus toques ousados e animados.
O Centro Brasileiro da Construção em Aço divulgou os vencedores do 15º Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura. Com abrangência nacional, as equipes foram desafiadas a abordar o tema “Indústria, Inovação e Infraestrutura”.
Ao desenvolver um projeto, um arquiteto precisa lidar com inúmeras decisões: o edifício corresponde ao que o cliente demandou? A mão de obra contratada poderá construí-lo sem problemas? Os custos estão dentro do esperado? O projeto apresenta uma boa interface com o seu contexto? De que forma ele perdurará com o tempo? Para tal, o profissional deve equilibrar diversas questões que terão influência entre si e que alterarão diretamente o produto final. Dentre estas, os materiais e as técnicas construtivas escolhidas tem papel primordial, já que são os elementos que materializam os anseios dos projetistas e podem influenciar em fatores como a possibilidade de acesso, ou no impacto ambiental da edificação.
No entanto, estar ciente de todas as possibilidades, vantagens e desvantagens de cada decisão é uma tarefa hercúlea, que demanda muitos recursos, estudo e tempo - fatores que geralmente são escassos em nossa profissão. Sob o mote “O que é uma boa arquitetura”, compilamos abaixo uma série de artigos com boas práticas no uso de Materiais e Técnicas construtivas, buscando abranger o máximo possível de repertório para consulta:
O espaço ocupado pelas construções nas cidades tem crescido rapidamente. Em todo o mundo, a área ocupada pelo piso de edifícios pode dobrar até 2060. Construir e manter a infraestrutura urbana exige quantidades significativas de energia e recursos materiais. Dessa forma, a maneira como as cidades constroem – e com quais materiais – exerce um impacto sobre até que ponto as metas de sustentabilidade são atingíveis ou mesmo realistas. As cidades precisam se certificar de que estão usando materiais de baixo impacto para o planeta e que possam ser renovados. Esse cenário aponta uma oportunidade para a madeira.
https://www.archdaily.com.br/br/988501/como-as-cidades-podem-adquirir-madeira-de-origem-sustentavelWhitney Light, Scott Francisco e Sadof Alexander
Junto à parede ou num canto da sala, a maioria dos sofás parecem relegados a permanecerem encostados em alguma superfície, de preferência com uma TV à frente. Sendo peças geralmente muito grandes, sua localização pode ser motivo de preocupação, engessando o espaço e conformando fluxos sem a flexibilidade tão valorizada nos tempos atuais. É por isso que alguns apontam o sofá como uma peça âncora em um design de interiores, já que dificilmente mudará e interferirá no restante dos elementos da casa.
Sofás modulares, por outro lado, conferem flexibilidade e versatilidade a estes móveis. Compostos por partes separadas, podem adotar diversas configurações conforme a necessidade, criando distintas ambiências e mudando completamente o layout e a distribuição dos ambientes. Neste artigo abordamos algumas opções de sofás modulares e como as suas geometrias podem dinamizar os interiores rapidamente, trazendo exemplos de produtos presentes no catálogo do Architonic.
Concreto, metal ou madeira, todos os materiais de construção se degradam com o tempo quando expostos à água e umidade. Além disso, cada elemento construtivo está mais ou menos exposto a essas intempéries, da fundação ao telhado. Em todos os casos é necessário prever camadas de proteção que impeçam a água de ter contato com o material em estado bruto — a impermeabilização—, garantindo a manutenção e longevidade da obra.