Não há como negar. O concreto aparente é o queridinho entre os arquitetos. Atualmente, vem sendo adotado em uma gama de construções e tipologias, desde obras de infraestrutura até projetos residenciais. Além de suas qualidades estruturais, sua aparência também agrada muito. Seu uso oferece determinadas qualidades e flexibilidade que podem garantir diferentes aspectos plásticos aos projetos. Já mostramos como pré-dimensionar estruturas em concreto, ou mesmo entender o que as rachaduras querem nos dizer. A seguir apresentamos algumas dicas para empregar este material e obter o melhor de suas possibilidades quando deixado aparente:
Concreto Aparente: O mais recente de arquitetura e notícia
Dicas para usar o concreto aparente em seus projetos
Casas de concreto no Uruguai: 10 obras que utilizam concreto aparente em seus interiores
O uso do concreto como recurso construtivo costuma oferecer certas vantagens associadas à resistência e ao tempo de execução de uma obra. Elas, combinadas com a plasticidade, versatilidade e valor estético, fazem com que muitos arquitetos e arquitetas optem por este sistema para materializar seus projetos. A reivindicação das tendências ao redor da aplicação aparente do concreto - ou seja, sem revestimentos adicionais - gerou, por sua vez, diversas formas de exploração de suas qualidades expressivas, dando origem a novos projetos que experimentam com os acabamentos desse material em seus espaços internos.
Moldes de concreto: passado e futuro
A utilização de concreto na construção é provavelmente uma das maiores tendências da arquitetura do século XX. O concreto é composto por uma combinação de materiais misturada com água, que quando solidifica obtém a forma do recipiente onde estava depositado. A reutilização de moldes é um método usado para replicar e controlar a produção de peças ou de edifícios em concreto. Arquitetos e designers têm vindo a usar e criar diferentes tipos de moldes e de técnicas de concretagem para levar até ao limite as potencialidades deste material.
Material em Foco: Casa Rieger por Leonardo Ciotta Arquitetura
Este artigo é parte da nossa nova série "Material em Foco", onde os arquitetos compartilham conosco o processo de criação através da escolha de materiais que definem parte importante da construção de seus projetos.
Com um incomum condicionante de projeto, está residência deveria abrigar não somente as funções habituais de uma casa urbana, mas também espaço suficiente para amparar um motorhome utilizado pela família nos momentos de lazer. A decisão dos arquitetos foi criar um grande volume branco que sobrevoa suspenso por pilares a estrutura da garagem em concreto aparente e tangencia o limite do terreno com a rua para se abrir para um pátio interno sombreado nos meses de verão.Além disto, o uso de cobertura vegetal permitiu reduzir as temperaturas nos meses de verão e filtrar a água captada reutilizada na casa. Nós conversamos com o arquiteto Leonardo José Ciotta para saber mais sobre as escolhas dos materiais utilizados no projeto e sobre a influência que desempenhou estas escolhas no conceito de projeto. Leia a seguir a entrevista:
Material em Foco: ADUFRGS por Santini & Rocha Arquitetos
Este artigo é parte da série "Material em Foco", onde entrevistamos os arquitetos sobre o processo de criação e pensamento na hora da escolha dos materiais que serão utilizados nos seus projetos.
O projeto da nova sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, foi projetado pelo escritório Santini & Rocha Arquitetos. Conceitos de modernidade no planejamento da acessibilidade e nos princípios de sustentabilidade adotados podem ser observados na implantação da bacia de contenção de água da chuva e da cobertura vegetal. Nós conversamos com o arquiteto Cícero Santini para saber mais sobre as escolhas dos materiais e sobre os desafios do projeto. Leia a seguir:
AD Classics: Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) / Paulo Mendes da Rocha
Que um edifício destinado à exibição de obras de escultura seja caracterizado por uma imensa laje de concreto protendido que cobre menos de um quinto da sua área, e que o mesmo edifício não precise de sombra já que é completamente fechado em níveis enterrados e semi-enterrados, leva a algumas questões contemporâneas sobre a arquitetura. Para que serve a arquitetura? O que determina um edifício? O que o diferencia de uma escultura? O que é o espaço público?
Com essas e outras contradições, ambiguidades e paradoxos materializados no MuBE, gostaríamos de saber dos nossos leitores suas respostas a essas inquietações que acompanham toda a história da arquitetura.
Compartilhamos a seguir uma sequência de 15 vídeos históricos da Intermeios da FAU-USP, que dão conta de toda a concepção, projeto e construção do Museu Brasileiro da Escultura em todas suas facetas, desde o projeto de arquitetura, passando pelo cálculo estrutural, ao paisagismo.
AD Classics: Capela de São Pedro / Paulo Mendes da Rocha
As sombras quase não deixam ver o único pilar central do edifício. A laje de cobertura parece se apoiar apenas nos caixilhos dos vidros alinhados ao seu perímetro irregular. A altura visível da laje é similar à altura livre do nível de entrada: dois metros e cinco centímetros versus dois metros e vinte centímetros, respectivamente. A massa de concreto armado aparente sobre uma retícula envidraçada.
Clássicos da Arquitetura: BDMG / Humberto Serpa
Por Nara Grossi
Implantado em terreno de esquina, não se passa imune à forte presença dessa obra, que tem a estrutura como principal elemento de expressividade.
Clássicos da Arquitetura: Três Terminais Modernos
Vários terminais de transporte foram construídos no Brasil entre as décadas de 1950 e 1970. Muitos optaram pelo concreto armado aparente como materialidade principal do edifício e pelo pilar isolado como elemento escultórico. Entre esses terminais, três se destacam: o Terminal Ferroviário de Ribeirão Preto, inaugurado em 1965, obra de Oswaldo Bratke, o Terminal Rodoviário de Fortaleza, de 1973, projetada por Marrocos Aragão, e o Terminal Rodoviário de Jaú, do mesmo ano, de Vilanova Artigas. Outras características comuns são evidentes: as superfícies reversas nas lajes de cobertura –paraboloides hiperbólicos nas coberturas de Riibeirão Preto e Fortaleza– ou nos pilares –de Jaú–, a superfície contínua da cobertura que se separa do resto do edifício, a iluminação zenital –como rasgos entre os módulos das coberturas de Riibeirão Preto e Fortaleza, ou como aberturas circulares no eixo vertical central dos pilares de Jaú–.
Relembre cada um desses três Clássicos da Arquitetura Moderna Brasileira.
Clássicos da Arquitetura: Estação Ferroviária de Ribeirão Preto / Oswaldo Bratke
Por Ana Carolina Gleria Lima
Trinta e oito módulos de cobertura delimitam o espaço. Um paraboloide hiperbólico de concreto armado cuja projeção quadrada mede dez metros e sessenta centímetros de lado é sustentada por um pilar central, de seção quadrada cujo lado mede quarenta e cinco centímetros. Configuram o módulo de cobertura. Os módulos estão distanciados por um vão de quarenta centímetros, fechado no encontro das laterais por uma chapa de cimento vibrado. A altura livre do pilar é de seis metros; a altura total do módulo é de sete metros e cinquenta centímetros.
Clássicos da Arquitetura: Fórum de Itapira / Joaquim Guedes
Os dois volumes paralelos distam seis metros entre si. Estão separados por um jardim central descoberto e unidos em uma de suas extremidades por uma escada fechada. Suas paredes externas são feitas de tijolo maciço e apenas pintadas de branco. Os elementos estruturais e algumas superfícies diferenciadas deixam à vista o concreto armado e as marcas de suas fôrmas.
Clássicos da Arquitetura: Residência Cunha Lima / Joaquim Guedes
Quatro pilares quadrados definem a estrutura do edifício em concreto armado aparente. Seus lados medem trinta centímetros. Estão dispostos de tal modo que formam com suas faces externas um retângulo cujos lados medem quatro metros, e quatro metros e dez centímetros. Este é o centro do edifício. A partir dele, quatro vigas ortogonais apoiadas em cada par de pilares, cuja largura e altura livre também medem trinta centímetros, avançam aos quatro lados, ampliando o perímetro do edifício. Sob estas regras se desenvolvem as três lajes que definem os quatro pavimentos do edifício.
Clássicos da Arquitetura: Pavilhão de São Cristóvão / Sérgio Bernardes
Clássicos da Arquitetura: Escola de Administração Fazendária / Pedro Paulo de Melo Saraiva
Por Daniel Corsi
Ao nos aproximarmos de sua estrutura com dimensões de 300 metros de comprimento por 65 metros de largura, a ESAF se revela imensurável. A extensão ao longo da qual contemplamos a sucessão de seus expressivos pórticos nos revela sua escala arquitetônica: uma construção monumental paralela ao solo que se eleva a 6 metros de seu plano fundamental.
Clássicos da Arquitetura: Anhembi Tênis Clube / João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi
Por Ruth Verde Zein
As estruturas porticadas desta obra dão seguimento a idéias exploradas nos Ginásios de Itanhaém e Guarulhos, mas aqui com um porte e complexidade estrutural e formal muito mais amplo, onde o desenho do pórtico em elaboração e tridimensionalidade.
Clássicos da Arquitetura: Edifício Guaimbê / Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro
Um edifício inteiramente em concreto aparente. Sua estreita fachada principal é marcada por uma sequência de toldos curvos e floreiras de seção triangular ambos em concreto aparente, intercalados por superfícies transparentes de vidro e faixas opacas de concreto.
Clássicos da Arquitetura: Igreja São Bonifácio / Hans Broos
Por Bernardo Brasil Bielschowsky e João Serraglio.
Numa rua estreita, entre residências em fileiras, flutua, há quatro metros e meio do chão, uma caixa: sem símbolos, toda em concreto aparente, ritmado horizontalmente pelas marcas das fôrmas de tábuas de madeira.
Clássicos da Arquitetura: Ginásio do Clube Atlético Paulistano / Paulo Mendes da Rocha e João De Gennaro
Uma plataforma habitável semienterrada, cuja cota superior estaria posicionada a meia altura em relação ao transeunte da Rua Colômbia, abriga boa parte do programa solicitado e pode ser entendida como uma continuação do piso urbano, qual praça semi-elevada e aberta, possibilitando franco acesso às arquibancadas do ginásio coberto; desde o clube, a praça é também mirante, terraço que devolve ao uso comum a área livre e aberta anteriormente existente e agora ocupada pelo ginásio, realizando assim o entendimento corbusiano do teto-jardim como instrumento de recuperação urbana do espaço privativamente ocupado da cidade.