Eduardo Souza

Editor Sênior de Brands & Materials no ArchDaily. Arquiteto e Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

A translucidez do policarbonato: resistência e versatilidade

Meios transparentes possibilitam a passagem de luz sem que haja dispersão da mesma. Os meios translúcidos, por sua vez, são aqueles que permitem a passagem da luz, mas de forma irregular, e parte dela se dispersa e não permite que enxergamos com total nitidez através deles.Superfícies translúcidas funcionam como véus, revelam sem devassar, e borram, literalmente, o contato entre interior e exterior. Na arquitetura, este é um efeito utilizado em muitos projetos. Das fachadas características de Steven Holl, ao IMS de São Paulo, passando por diversos outros exemplos pela arquitetura mundial, essa translucidez pode ser conseguida com vidros especiais, acrílicos ou outros plásticos. Mas um material que intrinsecamente entrega este efeito é o policarbonato, que pode ser utilizado em uma infinidade de casos, de paredes a claraboias, e nos mais diversos programas.

Perfis de alumínio que facilitam a montagem de painéis internos verticais e horizontais

Há uma diversidade de revestimentos de paredes, fachadas e forros no mercado, com múltiplas opções estéticas, cumprindo diferentes funções e fornecidos por muitas empresas. Algo que todos têm em comum é que se estruturam sobre montantes, os quais dificilmente recebem a devida atenção, uma vez que influenciam diretamente na instalação e no resultado final. Estes montantes podem variar em materiais e complexidade, bem como a forma como os painéis serão conectados ali. Nem sempre a fixação dos painéis consegue ser feita ocultamente, fazendo com que parafusos ou outras peças permaneçam aparentes, demandando outros artifícios para escondê-los.

A empresa neozelandesa Fastmount é especializada no desenvolvimento de sistemas de painéis ocultos e acaba de lançar um novo sistema para interiores: Stratlock. O diferencial é que o produto oferece aos projetistas e construtores um sistema completo e integrado, especialmente desenvolvido para a construção de estruturas de teto e parede em substratos irregulares para fixar com precisão o painel interno, podendo ser cortado sob medida para construir-se a grade para fixação dos painéis.

"A construção tradicional está condenada a desaparecer": entrevista com o escritório português SUMMARY

Desafios contemporâneos e o aumento da tecnologia inevitavelmente desencadeiam mudanças na forma de projetar e construir nossas cidades. SUMMARY é um estúdio de arquitetura português com foco no desenvolvimento de sistemas construtivos pré-fabricados e modulares. Procurando o equilíbrio entre pragmatismo e experimentalismo, o escritório desenvolve soluções pré-fabricadas com o objetivo de responder a um desafio determinante da arquitetura contemporânea – acelerar e simplificar os processos construtivos. Fundado em 2015 pelo arquiteto Samuel Gonçalves, formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, o estúdio coleciona publicações, premiações e aparições em eventos de destaque, como a Bienal de Veneza de 2016, além de ter sido selecionado entre os melhores novos escritórios de 2021 pelo ArchDaily. Conversamos com Samuel sobre a experiência prática no tema da pré-fabriação e modulação, suas experimentações e incursões na pesquisa.

"A construção tradicional está condenada a desaparecer": entrevista com o escritório português SUMMARY - Image 1 of 4"A construção tradicional está condenada a desaparecer": entrevista com o escritório português SUMMARY - Image 2 of 4"A construção tradicional está condenada a desaparecer": entrevista com o escritório português SUMMARY - Image 3 of 4"A construção tradicional está condenada a desaparecer": entrevista com o escritório português SUMMARY - Image 4 of 4A construção tradicional está condenada a desaparecer: entrevista com o escritório português SUMMARY - Mais Imagens+ 19

Durabilidade e estética nas fachadas em ardósia

A ardósia é uma rocha metamórfica formada a partir da transformação da argila sob alta pressão e temperatura. Bastante homogênea e sóbria, com tonalidades que variam entre o cinza escuro e o preto, sua utilização é muito apreciada em pisos e telhados, por conta da durabilidade e aparência. Para as fachadas, a ardósia também funciona muito bem, aliando a estética da pedra natural, moldada pela natureza por mais de 500 milhões de anos, com o conforto térmico e facilidade de instalação das fachadas ventiladas.

Arquibancadas em espaços internos: de escritórios a residências

Arquibancadas em espaços internos: de escritórios a residências - Imagem de Destaque
Sede da Unicred / Arquitetura Nacional. Image © Cristiano Bauce

Espaços de circulação são geralmente desafiantes para projetistas por servirem, como o nome diz, apenas a passar de um cômodo a outro. Enquanto muitos aproveitam estes espaços como locais de armazenamento, Mies van der Rohe na casa Farmsworth reduziu a circulação ao mínimo, criando uma planta livre completamente isenta de corredores. Quando nos deparamos com circulações verticais, a questão é semelhante. Escadas cumprem ao propósito de vencer a altura entre um pavimento e outro, mas raramente constituem-se em espaços de convívio em interiores. Arquibancadas, por sua vez, desempenham este papel em diversos programas. Se até então eram encontradas apenas em espaços esportivos ou anfiteatros, o uso de arquibancadas se massificou e tem figurado em espaços de escritórios, prédios públicos, escolas e até residências.

O que é soundscape (ou paisagem sonora) e o que isso tem a ver com arquitetura?

No restaurante Four Seasons de Nova York, projeto de Philip Johnson e Mies van der Rohe no icônico Seagram Building, uma piscina retangular assumia posição de protagonismo no espaço, destacada por quatro árvores plantadas em vasos em cada um dos vértices. O leve barulho que a água emitia tornou-se consagrado. Além de dotar o salão de personalidade, cumpria a função de absorver as conversas (muitas vezes sigilosas) entre as mesas. Bem como a maneira como a luz adentra um espaço, ou como serão apreendidas as paisagens do interior, o som é mais uma característica de um ambiente, algo geralmente preterido por parte dos arquitetos. Isso vai além de dotá-lo de uma acústica eficiente, mas criar uma atmosfera sonora a um espaço. O conceito de soundscape, ou paisagens sonoras, trata sobre isso.

Impressão 4D? A união de fabricação aditiva e materiais inteligentes

Enquanto ainda estamos tentando entender sobre as possibilidades e limites da impressão tridimensional e a manufatura aditiva, mais um termo chega para o nosso vocabulário. A impressão 4D nada mais é que uma tecnologia de fabricação digital, de impressão 3D, onde se inclui uma nova dimensão: a temporal. Isso quer dizer que o material impresso, após pronto, poderá se modificar, transformar ou se movimentar autonomamente por conta de suas propriedades intrínsecas que respondem aos estímulos do ambiente.

O conceito foi popularizado pelo pesquisador Skylar Tibbits, que dirige o Self-Assembly Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em colaboração com as empresas Stratasys e Autodesk. A tecnologia ainda é bastante nova, mas espera-se que ela seja utilizada em muitos campos, desde a construção civil, infraestrutura, indústria automobilística e aeronáutica e até mesmo para a saúde, combinado com a bioimpressão.

O potencial do bambu e da madeira engenheirada para a indústria da construção: entrevista com Pablo van der Lugt

O potencial do bambu e da madeira engenheirada para a indústria da construção: entrevista com Pablo van der Lugt - Imagem de Destaque
© Woodify

Pablo van der Lugt é arquiteto, autor de livros e palestrante. Sua pesquisa enfoca o potencial de materiais como bambu e madeira engenheirada para o setor da construção civil e seus impactos positivos no mundo. “Ao longo de minha carreira profissional na universidade (incluindo minha pesquisa de doutorado sobre a pegada de carbono de bambu e madeira engenheirada) e na indústria, nos últimos 15 anos, descobri que há muitos conceitos errôneos sobre esses materiais que dificultam sua adoção em larga escala. Por esta razão, eu ‘traduzi’ minhas descobertas de pesquisa em dois livros contemporâneos para designers e arquitetos sobre o potencial do bambu: Booming Bamboo e madeira projetada: Tomorrow’s Timber. Eles visam dissipar esses mitos e mostrar o incrível potencial da última geração de materiais de construção de base biológica na necessária transição para um ambiente de construção circular, saudável e neutro em carbono. ” Recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com ele sobre esses temas. Leia mais abaixo.

Da pedra artesanal à impressão 3D: a evolução tecnológica e material da Sagrada Família de Gaudí

Uma obra-prima equivale ao trabalho mais notável da carreira de um artista, que geralmente evidencia o auge da sua técnica e ideais. A Mona Lisa de Leonardo da Vinci; a Pietá de Michelangelo; Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles. São muitos os exemplos, que nem sempre são unânimes. Mas e como seria se o que muitos consideram como a obra-prima tenha sido iniciada por outra pessoa, o autor não viveu para ver sua finalização e quase toda sua documentação tenha sido destruída? O arquiteto catalão Antoni Gaudí e seu mundialmente famoso Templo Expiatório da Sagrada Família são exemplos disso. De uma construção em pedra altamente artesanal às técnicas mais modernas de impressão 3D e concreto de alta resistência, o projeto incorporou e permanece incorporando inúmeras tecnologias durante sua construção.

Levando conforto a qualquer lugar: uma conversa sobre saunas móveis

As saunas são inseparáveis da cultura dos países nórdicos e estão aumentando em popularidade por conta de seus muitos benefícios para a saúde física e mental. Seus projetos costumam ser bastante arquetípicos, combinando eficiência e sobriedade.

Conversamos com Jakob Gate, cofundador da Native Narrative & Scandinavian Sauna, que tem desenvolvido projetos de sauna que combinam a flexibilidade de ser transportado para qualquer lugar, com a expertise e tradição do design escandinavo. Saiba mais na seguinte entrevista:

Little Island Park e a colaboração entre arquitetos, empreiteiros e fabricantes: entrevista com Arup

O Pier 54 em Nova York tem uma história que remonta aos primeiros habitantes da cidade. Depois de ser severamente danificado em 2012 com a passagem do furacão Sandy, Barry Diller e a instituição Hudson River Park Trust trabalharam para criar soluções para reativá-lo e devolver o espaço ao público.

O projeto resultante, Little Island Park, tornou-se um oásis urbano de quase 10.000 metros quadrados, que se estrutura sobre 132 pilares e abriga anfiteatros, várias espécies de árvores e outras vegetações, além de outros atributos. A arquitetura foi desenvolvida pelo Heatherwick Studio, com paisagismo da MNLA, a obra apresentou inúmeras dificuldades, o que exigiu grande inovação e colaboração de diversos profissionais. A Arup, empresa global que desenvolve projetos de consultoria e engenharia, esteve envolvida no projeto desde o início. Conversamos com David Farnsworth, Diretor do escritório da Arup em Nova York e Diretor de Projetos no Little Island, Park sobre os desafios e a aprendizagem envolvidos neste processo:

Banheiros acessíveis para idosos: quais equipamentos e materiais utilizar?

Ambientes bem projetados são essenciais para reduzir o risco de acidentes e o tempo de resposta em caso de queda. Para arquitetos, o trabalho de criar cidades e casas seguras é essencial, especialmente quando se olha para as tendências demográficas em todo o mundo. Desenvolver um projeto de arquitetura, através de um bom desenho e de uma correta especificação dos produtos, é antes de mais um gesto de carinho e preocupação para com os nossos familiares e concidadãos mais velhos. É essencial fazer as perguntas "Para quem?" e "Que necessidades eles têm?" para que, a partir desse ponto, pensar em como podemos melhorar sua qualidade de vida.

É um convite consciente que leva a arquitetura a ter um papel ativo na sociedade atual, uma mudança positiva que entrega design e qualidade de vida.

"Natureza e estrutura se conectam para transformar nossas paisagens e até o clima": Marc Mimram sobre sua nova ponte na Áustria

Seja figurativamente ou em um contexto urbano, as pontes são um símbolo forte e muitas vezes se tornam projetos icônicos nas cidades. Construir pontes pode significar criar conexões, novas oportunidades. Mas elas também representam infraestruturas fundamentais para resolver problemas específicos em um contexto urbano. Por se tratarem de equipamentos altamente técnicos, com construções complexas e superando exigências estruturais ousadas, exigem projetos que não requeiram uma integração total entre arquitetura e engenharia e, em muitos contextos, trata-se de um programa no qual os arquitetos acabam não se envolvendo tanto. Marc Mimram Architecture & Engineering é um escritório com sede em Paris, composto por uma agência de arquitetura e um escritório de design estrutural. No seu portfólio de projetos, existem várias pontes, bem como várias outras tipologias de projetos. Conversamos com Marc Mimram sobre seu último projeto na Áustria, a ponte de Linz, com ensaio fotográfico de Erieta Attali.

Josep Ferrando: "Um sistema é flexível quando acumula o máximo de algoritmos gerando espaços complexos mas sem complicações"

Josep Ferrando é arquiteto radicado em Barcelona. É reitor da Escola Técnica Superior de Arquitetura La Salle (ETSALS) e diretor do Centro Obert d´Arquitectura de Barcelona e do Departamento de Cultura do Colégio de Arquitetos da Catalunha (COAC). Integrando sua trajetória acadêmica e suas frequentes palestras, seu escritório desenvolve projetos que exploram diferentes escalas e materiais, experimentando sistemas construtivos e soluções inovadoras. Conversamos com ele sobre a importância dos materiais na arquitetura e sobre as sinergias que ele encontra entre a prática e a docência.

A madeira resiste bem a terremotos?

Para alguns, pode ser aterrorizante pensar que habitamos uma esfera orbitando em volta do Sol, cujo núcleo possui temperaturas de até 6.000ºC e todas as atividades humanas localizam-se sobre a crosta terrestre, a menor das camadas em espessura, nas chamadas placas tectônicas. Essas placas flutuam sobre o manto, mais precisamente na astenosfera e às vezes se chocam, causando tremores de terra. Como vemos neste mapa interativo, os terremotos são muito mais frequentes do que imaginamos, ocorrendo dezenas diariamente pelo mundo, muitos imperceptíveis. Mas alguns são extremamente potentes e, quando ocorrem próximo de áreas urbanas, são uma das forças mais destrutivas da Terra, causando mortes e danos no ambiente construído.

Com o avanço de pesquisas, testes e experimentações na engenharia, países e regiões com atividades tectônicas já possuem conhecimentos para reduzir o perigo de morte e os danos causados. Algumas soluções e materiais funcionam melhor no caso de um terremoto. A madeira é um deles.